Educar
832b – Tema: Violência contra a criança/infantil - conclusão
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
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Sala Educar - Estudos destinados à Família e à Educação no Lar
Tema: Violência contra a criança/infantil
Conclusão
Ois, Lindinhas e LIndinhos, tudo belezinha com vcs?:))
O tema nos remete a muitas reflexões e também avaliações em relação ao nosso dia a dia, vivência prática.
A Doutrina Espírita nos orienta a termos a percepção da integralidade, ou seja, não apenas do hoje, mas do contexto quanto às nossas vivências passadas. E, nesse passo, nos remete a sermos cristão. Significando, conforme alguns comentaram, a termos a compreensão da situação - lembrando-nos da vida contínua e das sucessivas reencarnações e experiências passadas - integrando à compreensão do todo com ações junto a outros fatores e/ou instituições I(sejam elas tanto de caráter religioso como social), buscando, assim auxiliar e orientar para que os espíritos envolvidos possam ter um reajuste junto às Leis Divinas , resgatando-se o aspecto moral/ético que deve alicerçar a família e consequentemente a sociedade no espaço de convivência conjunta.
Deixamos algumas colocações abaixo, para nosso refletir constante.
E relembramos duas colocações, uma feita pela Issana e outra pela Blandina:
1) Introdução dO Livro dos Espíritos (item VI) : "A moral dos espíritos superiores se resume, como a do Cristo nesta máxima evangélica: “Fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam , ou seja, fazer o bem e não o mal. O homem encontra nesse princípio a regra universal de conduta, mesmo para as menores ações.“Eles nos ensinam que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, desde este mundo, se liberta da matéria pelo desprezo das futilidades mundanas e o cultivo do amor ao próximo, se aproxima da natureza espiritual; que cada um de nós deve tornar-se útil segundo as faculdades e os meios que Deus nos colocou nas mãos para nos provar; que o Forte e o Poderoso devem apoio e proteção ao Fraco porque aquele que abusa da sua força e do seu poder para oprimir o seu semelhante viola a lei de Deus."
2) “Atender a criança ou a mãe agredida, conhecer a história do agressor, convidá-los (a todos) a participarem das atividades do Centro, são tentativas de buscarmos a ação do bem dentro destes lares”
Dia paz e amor!
beijocas mineiras com carinho no coração
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=== Textos de apoio à conclusão ===
Divaldo Franco (em: Entrevistas e lições, p 63): “(...) A violência é o fruto espúrio da ignorância humana. Remanescente da agressividade animal explode em a natureza graças às bases do egoísmo, o câncer moral que carcome o organismo social. O antídoto do egoísmo é o altruísmo. Por consequência, a melhor maneira de tornar uma sociedade justa e altruísta é a educação das gerações novas”.
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Pensamento de Herculano Pires, extraído do livro Pedagogia Espírita: "Educar é amar, porque a mecânica da educação é a ajuda, o amparo, o estímulo. A vara, o ponteiro, a palmatória, as descomposturas e os gritos pertencem a domesticação e não à educação. A violência contra a criança é um estímulo negativo que desperta as reações inferiores, acorda a fera do passado na criaturinha vestida de inocência que Deus nos enviou. Só o amor educa, só a ternura faz as almas crescerem no bem.
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Por um mundo melhor para as crianças!
Há pouco mais de 300 anos que a civilização descobriu a infância.
O que significa isso? A criança não valia nada durante toda a história – não era sujeito de direitos, não era lamentada, se morta; não havia literatura a ela direcionada, as escolas não tinham métodos adequados para desenvolver-lhe os talentos, a criança não tinha voz alguma e… não era considerada criança. Isso significa que não era vista como um ser em desenvolvimento, com necessidades especiais, merecedora de respeito em sua fase de amadurecimento.
Não se condenava socialmente a pedofilia, o espancamento de crianças na escola e em casa era coisa corriqueira, o trabalho infantil era legal.
Depois de grandes educadores, como Comenius, Rousseau, Pestalozzi, Montessori, Janusz Korzcak, que trabalharam incansavelmente pela infância, demonstrando nos últimos séculos, que a criança é criança, e não um adulto em miniatura, tem que ser tratada e respeitada enquanto tal – uma nova cultura e até uma nova legislação passaram a vigorar em muitos países. A Declaração Universal dos Direitos das Crianças inspira legislações locais, como o nosso Estatuto da Criança e do Adolescente.
Entretanto, apesar desses avanços, ainda a criança está longe de ter a voz que merece, de ser respeitada em sua especificidade infantil, de ser tratada com o amor que faria com que ela desabrochasse plenamente suas potencialidades.
Apesar de condenada socialmente, a pedofilia é um fato por demais frequente em todo o mundo e, o que é pior, dentro das famílias de todas as classes sociais; a violência contra a criança, em casa ou na sociedade é algo por demais comum; a exploração do trabalho infantil toma proporções indecentes na China e acontece diante de nosso nariz, aqui mesmo no Brasil! Então, a militância para que as crianças tenham seus direitos, tenham voz, é uma necessidade constante, uma urgência humanitária.
Acontece que todos os setores sociais têm sua representatividade, sua militância, sua voz: as mulheres, há 200 anos têm lutado por sua igualdade e suas conquistas são patentes; as minorias étnicas, sexuais – todos vão às ruas, reivindicam… mas e a criança? Ela é tutelada! Não pode denunciar o pai que a estrupa, a mãe que a massacra, a escola que a tortura psiquicamente e não cumpre seu papel…
Não pode ir às ruas, ao Congresso Nacional, não têm sites, não aparece entrevistada na televisão, opinando sobre as condições em que vive. A criança não tem canais de manifestação e de reivindicação – quando ela pode falar, como adulta, o estrago já foi feito, o sofrimento já foi desmedido, a marca já se tornou irreversível. Então, cumpre-nos falar por ela, lutar pela criança e emprestar-lhe a nossa voz.
Mas se pensamos que a criança só é desrespeitada nesses casos extremos de abuso sexual, espancamento e trabalho infantil, estamos muito enganados. Digo sempre que a infância é o último reduto da tirania. Em nosso cotidiano, entre pessoas “normais” e “civilizadas”, que não admitiriam a pedofilia, a violência e a exploração, ainda aí a criança é desrespeitada em todas as situações. Vamos enumerar algumas:
• Na propaganda diária da TV, a que está exposta e de que os pais não reclamam, ou se reclamam, nada fazem ou acham que nada podem fazer. Aí as crianças são manipuladas para um consumismo desenfreado, para uma alimentação de lixo, para uma arte degenerada, para uma estimulação sexual precoce e para uma violência desmedida… e ninguém toma uma atitude.
• A escola, com lousa, nota, provas, aulas de desinteressantes de 50 minutos, dadas por professores arcaicos, despreparados, mal pagos, desestimulados … é uma prisão da criatividade infantil, um processo de morte lenta de seus talentos, de sua curiosidade, de seu impulso de desenvolvimento. Essa escola tradicional nunca atendeu às necessidades, curiosidades e capacidades da infância e, muito menos, da infância do século XXI!
• A negligência a que a criança hoje está exposta. Muitos pais (de todas as classes sociais) não colocam os filhos em primeiro lugar e a criança deveria ser sempre a prioridade na família, na escola e na sociedade. Pois a criança é a melhor parte da humanidade, ainda não corrompida, com promessas maravilhosas, que se não cumpridas, se tornam essa frustração dos adultos amargados. A criança é o futuro e quem não prioriza o futuro está se condenando ao retrocesso! As crianças estão com fome de atenção, de carinho, de diálogo, de olhos nos olhos!
• As relações com as crianças ainda padecem de muitos vícios imperdoáveis: gritamos o tempo todo com esses seres sensíveis; achamos normal mentir para essas pessoinhas tão sinceras e crédulas… Temos o hábito de desprezar suas opiniões e de não conversarmos com elas, de maneira respeitosa, serena e amorosa!
Como se vê, ainda temos muito o que conquistar para que as crianças tenham uma vida feliz nesse planeta, recebam o amor que merecem e possam desabrochar como seres inteiros, para uma vida plena!
Há muitos anos, num congresso em Curitiba, elaborei o que chamei de Decálogo do Educador Espírita (mas, se tirarmos o item da reencarnação, pode ser simplesmente o Decálogo do Educador):
1) Prometo ajudar a extrair da criança seus germes divinos, reverenciando nela a presença do Criador.
2) Prometo olhar a criança como um ser integral, individualidade livre, dotada de direitos.
3) Prometo me dedicar à criança com amor e respeito.
4) Prometo permitir a criança aprender por si mesma.
5) Prometo aprender da criança a sua ternura, sinceridade e senso de justiça.
6) Prometo ser exemplo à criança de integridade e de bom senso.
7) Prometo ser para a criança o amigo que ouve, o pai que oferece segurança, a mãe que dá aconchego.
8) Prometo enxergar na criança um ser reencarnado com uma herança a ser trabalhada.
9) Prometo favorecer a criança para que descubra e cumpra sua tarefa existencial.
10) Prometo abrir à criança o caminho para um mundo mais fraterno e feliz.
Às crianças do mundo inteiro, o voto de que num breve futuro, todos os dias sejam das crianças!
(Dora Incontri - http://marcoaureliorocha5.blogspot.com.br/2012/04/por-um-mundo-melhor-para-as-criancas.html)
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A Violência Interior de Todos Nós
Ivan René Franzolim
A violência do mundo se combate com as armas do bem apontadas em nossa própria direção.
A palavra violência exprime todo pensamento, complementado ou não por palavras e ações, que exteriorize um sentimento contrário à lei do amor e da caridade. No mundo atual acompanhamos muitas vezes com o requinte de detalhes, as notícias e reportagens sobre os atos mais violentos da humanidade. Esse contato diário com os atos extremados do ser humano toma as pessoas mais insensíveis, levando-as a desconsiderar suas pequenas atitudes de violência, esquecendo de colocá-las no rol daquelas que devem sofrer o esforço de transformação no trabalho constante de auto-aprimoramento.
A propensão à violência é característica dos Espíritos vinculados ao planeta Terra, variando apenas quanto a intensidade e aos estímulos necessários para desencadear a ação violenta. Daí o "não julgueis", induzindo-nos pelo raciocínio, a buscarmos maior prudência ao julgar o próximo, porque não sabemos se guardamos em nosso íntimo o mesmo grau de violência que condenamos, esperando apenas as condições propícias para despertar.
Segundo o Espírito Verdade (perg. 785), o maior obstáculo ao progresso moral é o orgulho e o egoísmo. Ambos caracterizam o sentimento ainda muito imperfeito que aliado à ignorância das leis naturais e seus mecanismos de atuação, originam as ações contrárias a essas mesmas leis constituindo a violência. Essa ignorância, no entanto, não nos exime de culpa e responsabilidade pelos nossos atos uma vez que a lei de Deus está escrita na consciência de cada um (perg. 621), permitindo ao homem discernir sobre o bem e o mal. As imprudências cometidas sem intenção negativa ou consciência perfeita da situação estariam livres de culpa (perg. 954), embora o Espírito mais adiantado se sinta naturalmente compelido a auxiliar àqueles envolvidos pela sua imprudência. (Consultar "0 Livro dos Espíritos ")
Devemos combater a nossa violência interior em todas as suas formas e intensidades, porque, com ela e através da Lei de Sintonia contribuímos para a sua manutenção entre nós. Muitas vezes achamos que não fazemos mal a ninguém (pelo menos diretamente), apesar de fazermos mal a nós próprios diariamente, agredindo nosso corpo com fumo, bebidas, remédios e alimentos inadequados ou exagerados, agredindo nosso campo emocional e psíquico com impaciência, irritação e pensamentos infelizes.
Parece lógico supor que os pequenos atos de violência sejam mais fáceis de eliminar e que o conjunto desses atos favorecem perigosamente o aumento gradativo da tendência de agir com violência. Logo, convém priorizar a eliminação das pequenas atitudes inconvenientes, bem como evitar que elas se transformem em hábitos, o que dificultaria sua constatação e eliminação pelo seu portador.
O conhecimento espírita oferece diversas medidas preventivas imprescindíveis para evitar que o sofrimento surja em conseqüência da lei de ação e reação. Eis alguns deles: fixar objetivos de aperfeiçoamento moral, conhecer melhor a si mesmo, enriquecer dia-a-dia o seu conhecimento espiritual, estimular continuamente o bem interior, trabalhar pelo seu auto-aprimoramento, fazer o bem, evitar o mal, orar.
Estando a evolução do homem subordinada ao relacionamento com outros seres, pode-se concluir que os atos de violência surgem do conflito entre pessoas. O remédio auxiliar para prevenir conflitos maiores é a busca da compreensão pela prática da empatia, procurando sentir o que sentiria se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outra pessoa. Este exercício proporciona ótimos resultados, mas requer muita boa vontade para desempenhar o papel de advogado de defesa, inclusive especulando sobre os possíveis componentes espirituais que possam estar influenciando o contexto analisado.
A consciência das dificuldades do processo de melhoria interior não deve ser causa de desânimo e sim de desafio a ser vencido. O fato de se possuir algum conhecimento das leis naturais não assegura a ninguém manter um comportamento equilibrado. É preciso entender, aceitar, enfrentar situações difíceis utilizando o conhecimento, para reavaliar os resultados num ciclo que se repete indefinidamente. No início nem nos lembramos do conhecimento ao começarmos uma ação violenta, mas temos a chance de identificá-lo e analisá-lo depois. A prática dessa conduta leva a um estágio mais adiantado, em que a exata consciência de estar procedendo mal surge no meio da ação, possibilitando algum reparo antes de sua finalização. O estágio seguinte permite detectar a tendência para agir negativamente antes de tomar qualquer atitude. No último estágio conseguimos responder automaticamente com boas ações e pensamentos, aos estímulos recebidos.
Existe a influência das ondas de pensamentos com as quais nos sintonizamos segundo o princípio que o semelhante atrai o semelhante, fortalecendo os pensamentos e sentimentos próprios da faixa vibratória em que nos situamos.
O Espiritismo oferece os meios para aceleração do sistema natural de evolução, exigindo, porém, vontade firme, melhoria contínua do conhecimento e prática incessante do bem. Ao absorver e procurar adotar o conhecimento espírita, o homem acerta as bases racionais do seu intelecto facilitando o trabalho de transformação dos seus impulsos emotivos inferiores.
O exame de consciência periódico é instrumento útil, não só de identificação dos erros cometidos, mas também como registro dos acertos e sucessos obtidos visando alimentar a motivação necessária para a continuidade da tarefa de melhoria interior. Tudo isso o homem pode fazer com o governo consciente de sua vida. Nada melhor do que poder conduzir com segurança a própria trajetória rumo à realização plena. É hora de agradecer a oportunidade e trabalhar pela própria felicidade.
(Ivan René Franzolim - em Violências, Pena de Morte e outros Dramas)
Conclusão