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250b – Na Infancia fantasias e brincadeiras, deve-se estimular ou reprimir? - conclusão


Conclusão

Perí­odo: 07.06.2008 a 14.06.2008

Oi pessoal, tudo bom?

Como conclusão do tema desta semana, deixo transcritos três textos sobre o assunto, encontrados na internet, de cunho psicológico. Também, para quem quiser saber mais a respeito, deixo a dica de um livro de psicologia (não espí­rita) que pode vir a acrescentar bastante. No meu caso, acrescentou muita coisa.

Livro: Era uma vez uma famí­lia... - Como desenvolver a inteligência emocional na vida familiar contando histórias e brincando com seus filhos; Jean Grasso Fitzpatrick; editora Objetiva

Agora, os textos:

A Função da Fantasia na Infância

A fantasia tem na infância uma função importante. As crianças aprendem e se desenvolvem através do uso da fantasia.
A fantasia ajuda a criança a entender o que se passa ao seu redor, contribuindo também para formação da sua personalidade. Ao escolher um personagem para representar a criança expressa preocupações que está tendo no momento. Por exemplo, uma criança pode fantasiar ser médico quando deseja cuidar de alguém com que se preocupa e que esteve ou está doente. Ela pode fantasiar ser um super-herói procurando compensar a fragilidade que sente.
Algumas vezes os pais se assustam com as fantasias dos filhos pensando que elas possam expressar a realidade. Uma das preocupações que os pais têm é quando, por exemplo, seu filho se fantasia de menina. O fato de um menino se fantasiar de menina não quer dizer que será um homossexual no futuro. A criança poderá com isto estar trabalhando seus aspectos masculinos e femininos aprendendo a noção de cada papel. Os pais podem ajudar dando à criança a noção do papel que está representando.
A fantasia e a brincadeira contribuem para que a criança reconheça seus sentimentos. Somente quando se percebe alguma coisa é que se pode vir a controlá-la.
A fantasia é também utilizada pela criança como meio de expressão de diversos sentimentos, entre eles a agressividade. Através da fantasia a criança aprende a controlar este sentimento buscando também uma forma socialmente aceita para descarregar sua energia agressiva.
A fantasia varia conforme a idade. No início da vida a criança aprende muito através da imitação. Já com dois ou três anos a tendência a imitar é substituída pelo desejo de se tornar àquela pessoa. Porém nesta idade já tem a noção da fantasia e da realidade e à medida que vai crescendo maior é esta noção de limites entre a ficção e o mundo real.
À medida que os conhecimentos e as experiências aumentam, a criança passa a se tornar capaz de ampliar seu poder de fantasia. Quando alguns pedaços de folhas e terra podem se transformar em comida. Entre os cinco e oito anos, quando a criança possui a capacidade de simbolização mais formada ela passa então a poder fantasiar algo sem necessariamente ter o objeto.
Na pré-adolescência a criança passa a conter suas fantasias, querendo maior privacidade passando a brincadeiras com regras pré-estabelecidas. Esta escolha de brincadeira ocorre possibilitando a preparação para a nova fase que se anuncia.


Rosângela Martins
Psicóloga
CRP 07/05917

Fonte: http://www.rosangelapsicologa.com/index17.htm

A importância da brincadeira
Durante o primeiro ano de vida, o bebê é “bombardeado” por múltiplas experiências sensoriais, desde o miar de um gato, o calor do sol, a água a envolver o seu corpo… As sensações acabam por ser interpretadas, organizadas e integradas no seu cérebro, fato que ajudará a criança a desenvolver as suas capacidades motoras, permitindo-lhe movimentar adequadamente o corpo e a desenvolver as capacidades de socialização, de atenção e de estabilidade emocional, entre outras.

De acordo com Wong (1999), o jogo e as brincadeiras na infância revestem-se de inúmeras funções. Vamos falar mais detalhadamente sobre cada uma delas.

Desenvolvimento sensorial-motor
A brincadeira ativa é essencial para o desenvolvimento muscular e permite o extravasamento de energia excedente. Além disso, permite à criança explorar-se a si própria e ao mundo que a rodeia através da utilização simultânea dos seus sentidos e movimentos.
Quando brinca com objetos, a criança, toca, atira, chuta, empurra, abana, esconde e recupera… Ao mesmo tempo ouve os sons que os objetos produzem e observa o que lhes sucede, o que lhe possibilita familiarizar-se com o mundo que a rodeia e a ter algum domínio sobre ele.

Desenvolvimento intelectual
Através da exploração e manipulação, a criança aprende as cores, os formatos, os tamanhos, as texturas e o significado dos objetos; desenvolve a compreensão de conceitos abstratos e das relações espaciais.
Os livros, filmes, histórias aumentam o nível de conhecimentos e constituem uma fonte de prazer. Além disso, ajudam a criança a desenvolver a linguagem e a assimilar novas concepções e relacionamentos.




Socialização
A criança revela desde muito cedo o seu interesse e prazer na companhia dos outros. Os contactos iniciais efetuam-se com a mãe/pai; no entanto, através da brincadeira com outras crianças ela aprende a estabelecer relacionamentos sociais, a dar e a receber e, assimila padrões de conduta e comportamento.

Criatividade
A criança pode experimentar as suas idéias e fantasias nas brincadeiras. Não existe outra oportunidade de ser tão criativa como no jogo/brincadeira. Quando a criança sente a satisfação de criar algo novo e diferente, acaba por transferir esse interesse criativo para as situações do mundo real.

Autoconsciência
Com o início das explorações ativas do seu corpo e da consciência de si mesma como separada da mãe, o processo de auto-identidade da criança torna-se facilitado através das brincadeiras. A criança aprende quem ela é e torna-se cada vez mais capaz de regular os seus comportamentos e de comparar as suas capacidades com as de outras pessoas. Aprende ainda o efeito que os seus comportamentos têm sobre os outros.

Valor terapêutico
O jogo/brincadeira é terapêutico em qualquer idade. Proporciona uma forma para libertar a tensão e o stress. Na brincadeira, a criança pode expressar as suas emoções e libertar impulsos inaceitáveis de modo socialmente aceitável. Através do jogo a criança é capaz de comunicar as suas necessidades, temores e desejos que, dificilmente conseguiria através da linguagem.
Durante a brincadeira torna-se necessário a presença de um adulto para ajudar a criança a controlar a agressão e para canalizar as suas tendências destrutivas.

Valores Morais
Embora a criança aprenda em casa e na escola os comportamentos considerados corretos e errados, a interação com os amigos durante os jogos contribui para treinar os seus valores morais. Para integrar um grupo terá que aderir aos padrões desse grupo e a códigos de comportamento como a honestidade, amabilidade, autocontrole, entre outros.


Em suma, os jogos e as brincadeiras são fundamentais para o desenvolvimento harmonioso da criança. Não se esqueça que a criança adora brincar contigo. Por isso, recorde as suas brincadeiras de infância e estabeleça uma relação lúdica com o seu filho.

Serão momentos inesquecíveis para todos! Não se arrependerá!
____________________________________________ Vânia Coimbra


Bibliografia:
BOYER, Anne Knecht. Brincar com o bebé, Lisboa: Edi-Care Editora. 2004
WONG, Donna L. Enfermagem Pediátrica: elementos essenciais à intervenção efectiva, Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan. 1999.

Fonte: http://saudeinfantilfeira.blogspot.com/2007/07/importncia-da-brincadeira.html

As Fantasias Infantis





A partir do segundo ano de vida a criança passa a viver num mundo de faz-de-conta, paralelo ao mundo real, e que é repleto de seres imaginários.

Como o mundo real ainda lhe é difícil de ser assimilado e aceito, ela cria o seu próprio universo, onde tudo é possível e tem solução. É a fase do pensamento mágico e das projeções.

Nesse seu universo habitam super-heróis, mitos, fadas e monstros, capazes de brincar com ela, bem como fazê-la rir, sentir medo e chorar e, acima de tudo, ajudá-la a se desenvolver.

Como toda fase, um dia passa; para uns mais cedo, para outros mais tarde. Porém, é esperado que, por volta dos seis, sete anos de idade isso tenha terminado, uma vez que já terão se desenvolvido várias funções como a memória, a lógica e a inteligência.

Surge, então, na criança, uma ansiedade tão intensa e aflitiva, que não tem necessariamente relação com qualquer experiência assustadora anterior e cuja origem vai ao encontro do momento de vida que atingiu, quando se inicia a retirada das fraldas e o treino ao penico, o que significa que deve assumir o controle do próprio corpo.

Isto é muito angustiante, pois o fracasso significa decepcionar as figuras parentais que lhe são tão significativas e por quem ainda é tão dependente física e emocionalmente.

A criança expressa seus conflitos através do medo do escuro, de estranhos, de situações novas, do trovão, relâmpago, vento e outros temores que não se constituem fobias. Sente-se fragilizada diante de emoções desconhecidas e que não consegue dominar e compreender.

Daí a necessidade de criar um universo só seu. Na sua lógica, se os super-heróis conseguem subjugar o mal, ela também consegue; ou seja, se eles resolvem seus conflitos, ela também pode fazê-lo. Esses pensamentos mágicos lhe dão um sentido de poder muito forte e contribui para diminuir a sensação de fraqueza e de impotência diante dos adultos.

Assim, ela atribui vida aos objetos e brinquedos, depositando neles seus próprios sentimentos (projeções). É o ursinho de pelúcia que está com raiva porque a mãe brigou com ele ou o soldadinho está triste porque o pai dele foi trabalhar e não o levou junto... enfim, a criança brinca com os bonecos e bichos de pelúcia, como se fossem pessoas de verdade. Desta maneira, ela se liberta, sem culpa, de seus sentimentos negativos, ao expressá-los através dos brinquedos e objetos.

Neste momento, faz-se necessário o redobrar de cuidados, principalmente com janelas ou objetos que ofereçam perigo, pois a criança pode se sentir tentada a imitar o modo de atuar de seus personagens.

Por volta dos três anos, a criança inventa um companheiro imaginário para conversar e brincar. Geralmente este personagem é bom, prestativo e é dirigido e comandado por ela, o que lhe dá uma sensação de controle e poder.

Apesar dos monstros serem figuras aterradoras, os pais não precisam se alarmar, pois justamente por serem criaturas do mal sempre acabam derrotados nas histórias e nos desenhos.

Dentre os mitos, os mais simpáticos e bonzinhos são o Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa, pois lhe dão presentes, o que fortalece e enriquece seu senso de auto-estima, por se sentir uma pessoa importante.

Assim, acreditar em Papai Noel é um dos mais significativos encantos infantis e nenhum adulto deve quebrá-lo. Ele é o símbolo do pai bom, compreensivo, amoroso e um notável substituto do pai biológico por ocasião do Natal, principalmente para a criança que não o tem presente na vida cotidiana.

Todas estas fantasias têm a função de equilibrar emocionalmente a criança, permitindo a elaboração e dissipação da angústia e o aplacamento da ansiedade. Funcionam, inclusive, como um processo de autodefesa e de auto-afirmação.

Através do faz-de-conta, a criança aprende também a entender o ponto de vista de outra pessoa, desenvolve habilidades na solução de problemas sociais e a torna mais criativa, acelerando seu desenvolvimento intelectual.

Esta é, portanto, uma etapa fundamental do desenvolvimento infantil, pois é através dela que a criança tenta elaborar seus conflitos e organizar simbolicamente o mundo real.

Os pais não devem participar ativamente do imaginário mirim, nem incentivar ou reprimir. Com o tempo vai declinando de intensidade até desaparecer por completo, como se nunca tivesse existido. Geralmente coincide com um maior domínio da linguagem e com a abertura de novos caminhos para a descarga emocional da criança.


Por Ana Maria Moratelli da Silva Rico
Psicóloga clínica

Fonte: www.guiadobebe.com.br