Educar

241a – Tema: Educação Moral - nosso papo sobre

Boa tarde pessoal.
Antes de mais nada, quero agradecer a Lu-Cvdee pela informação do número de inscritos. Isso me fez pensar na responsabilidade do Cvdee e de todas as informações aqui colocadas para debates...

Sobre Educação Moral no L.E, na questão 685 temos na resposta do item a)o seguinte trecho:
Não basta se diga ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que aquele que tem de prover à sua existência por meio do trabalho encontre em que se ocupar, o que nem sempre acontece. Quando se generaliza, a suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria. A ciência econômica procura remédio para isso no equilíbrio entre a produção e o consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá sempre intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter que viver. Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as conseqüências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos.


E em outra questão de complemento desta:
813. Há pessoas que, por culpa sua, caem na miséria. Nenhuma responsabilidade caberá disso à sociedade? _Mas, certamente. Já dissemos que a sociedade é muitas vezes a principal culpada de semelhante coisa. Demais, não tem ela que velar pela educação moral dos seus membros? Quase sempre, é a má-educação que lhes falseia o critério, ao invés de sufocar-lhes as tendências perniciosas._ (685)


Como podemos exigir um mundo melhor se não atacamos o principal foco: Educação. No mais amplo sentido no L.E fala-se que educação é o conjunto dos hábitos adquiridos, ora, sabendo-se que educação é um conjunto de hábitos adquiridos, e que hábito é a disposição duradoura adquirida pela repetição freqüente de um ato, ou ainda rotina, entendo que ser educado consister em ter hábitos saudáveis e de bem sempre. Independentemente da situação, local, etc.

No meu ver é um grande desafio educar. Aqueles que abraçam esta grande missão muitas vezes não têm noção da responsa que tem nas mãos...
Todos nós somos educadores em potencial. O problema é que não sabemos nos utilizar da grande arma que temos nas mãos: O Bom Exemplo. E num somente nas grandes coisas, é principalmente nas pequenas.

A reforma íntima é a grande proposta para que todos nós mudemos de postura, para que possamos nos auto-reeducar para então podemos contribuir na educação daqueles que nos rodeiam.

Bjs a todos.

Cida - Setor de Benefícios
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Bom dia amigos do CVDEE!

Muitas vezes nós não damos conta de que "pequenos" e "insignificantes" hábitos do nosso dia a dia pode se transformar em um grande problema moral/social.
As atitudes das crianças são reflexos dos pais e da sociedade. Jogar lixo na rua, não respeitar um sinal de transito, dirigir depois de tomar bebida alcólica, deixar de pagar imposto, ou seja, o famoso jeitinho brasileiro. Sem contar o que é veiculado pelos meios de comunicação sobre a impunidade das mas ações dos nossos governantes. Esquecemos do "orar e vigiar" os nossos atos e pensamentos.
Como colaboração para a reflexão, envio o texto abaixo.

Beijos, Káthia


Kardec e a boa educação.
Em um programa de televisão assisti entrevista que um jurista concedeu. Afirmou o conhecedor da lei que os constantes acidentes nas estradas brasileiras que causam cerca de 100 vítimas fatais todos os dias, acarretando um prejuízo de 22 bilhões aos cofres públicos por ano, tem como agente causador a deseducação do cidadão brasileiro no trânsito. Estou de acordo, aliás, creio que todos estamos.
E ainda brincando com os canais da televisão, encontrei no mesmo dia entrevista com dois educadores que afirmavam a necessidade de se investir substancialmente na educação para o desenvolvimento econômico de nosso país. Concordo, creio que o leitor amigo também.
E ainda na televisão, em outro programa de entrevistas, assisti o ator, autor e diretor Juca de Oliveira pedir uma educação ética mais rigorosa por parte de pais, educadores e formadores de opinião.
O jurista se referia a educação no trânsito, os educadores se referiam a educação provinda dos livros e o ator discursava sobre uma educação rigorosa nos padrões de moralidade.
Dentro dessas três entrevistas encaixamos Kardec, o notável pedagogo francês, que no século XIX mostrava a necessidade de uma educação mais abrangente, que prepara o ser humano para atuar de forma ética em toda a sociedade. Uma educação poderosa, que causa uma revolução nos costumes, porque desperta o cidadão para uma visão abrangente da vida, demonstrando que, suas atitudes ecoam pelo universo. Em O Livro dos Espíritos, no Cap. Lei do Trabalho, Kardec faz comentário esclarecedor: (...) Há um elemento que não se costuma considerar, sem o qual a ciência econômica torna-se apenas uma teoria: é a educação. Não a educação intelectual, mas a educação moral; não ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar o caráter, que dá os hábitos: porque educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Quando se pensa na massa de indivíduos lançados a cada dia na torrente da população, sem princípios nem freios e entregues aos próprios instintos, devem causar espanto as conseqüências desastrosas que resultam disso? Quando essa arte for conhecida e praticada, o homem trará hábitos de ordem e de previdência para si e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos angustiado os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que uma educação bem conduzida pode curar; aí está o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança de todos (...)
Como prova da atualidade do comentário de Kardec podemos recorrer aos livros de história que escrevem em suas páginas afirmando que, muitos dos preconceitos que nos impedem inclusive de grandes vôos no cenário econômico, são frutos de um passado de desatenção quanto aos valores da educação moral. Muitas penitenciárias construídas demonstram que, as noções básicas de moral e ética ou não foram transmitidas, ou foram deturpadas. Obviamente que há indivíduos refratários a qualquer tipo de instrução, contudo, também é verdade que muitos são aqueles que se desvirtuam do caminho do bem e da verdade porque lhes faltaram noções elementares de respeito ao próximo.
Se levamos nossos filhos à escola para que adquiram noções básicas de determinadas matérias, deveríamos também iniciá-los nas questões concernentes a educação ética e moral.
Muitos dos crimes que presenciamos hoje na sociedade devem-se a forma permissiva com que lidamos com alguns deslizes morais. Acobertamos a mentira, a corrupção, pregamos a irresponsabilidade e depois nos desesperamos com as conseqüências. Grande parte desses acidentes de trânsito que ceifam vidas e acarretam enormes prejuízos ao país, são filhos da negligência com que tratamos as questões envolvendo as bebidas alcoólicas. Há postos de gasolina nas margens das rodovias que comercializam bebidas alcoólicas. Um trio quase que imbatível para a morte: venda de bebidas, estradas e direção. O brasileiro, infelizmente se encaixa no padrão do motorista que bebe e dirige. O que vem a ser isso senão total deseducação.
Outro caso significativo foi de jovem escritor, habilidoso com as palavras, tinha facilidades para construção de frases, contudo, um desastre na distribuição de idéias. Pregava a liberdade, mas de forma deturpada, dizia que admirava aqueles que cometiam o suicídio porque os considerava livres, senhores de si mesmos. Em sua opinião o suicídio era um grito de liberdade, um ato de rebeldia para com uma sociedade injusta. O lamentável é que esse escritor distribuía seus textos em prol do suicídio pela internet, o que bem sabemos, pela sua velocidade alcança criaturas em diversos rincões do mundo em tempo recorde. Imagino o prejuízo que textos desse nível podem causar quando encontram corações combalidos e mentes dispostas ao auto extermínio. Tivesse esse jovem uma educação sedimentada nas bases que Kardec propõe e jamais utilizaria seu talento em favor de idéias macabras.
Por isso podemos afirmar que todos os problemas que envolvem nosso mundo têm sua origem na deseducação das pessoas. Os acidentes, a fome, violência, analfabetismo, injustiças, são conseqüências de um mundo onde a educação ainda engatinha. Dia desses, vi estampado em mensagem seguinte frase: _Minha educação depende da sua_. Lamentavelmente é uma prova cabal de que não somos senhores de nossos atos, ou seja, se você me trata bem retribuo o tratamento, se me trata mal também retribuo seus _carinhos_. Frase típica de pessoas mal educadas. Ideal que funcionasse da seguinte forma: _Minha educação jamais depende da sua_. Sou senhor de meus atos, e nada do que você faça irá tirar a serenidade com que lido com as situações, mesmo as mais complexas. Prova de educação e equilíbrio.
Por isso, fundamental que nos atentemos para a importância de nos educarmos moralmente, de modo que, acidentes, fome, violência, intolerância e tantas barbaridades que grassam no mundo não encontrem eco em nossa maneira de proceder perante a vida.
Pensemos nisso.

Wellington Balbo
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Bom dia pessoal,

Lendo o texto fornecido pela Káthia, fiquei pensando como não só Kardec nos faz um alerta, mesmo que a mais de 150 anos atrás, mas tbm Cristo nos instruiu a mais de 2000 anos...
Aprendestes que foi dito: olho por olho e dente por dente. _ Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal que vos queiram fazer; que se alguém vos bater na face direita, lhe apresenteis também a outra; _ e que se alguém quiser pleitear contra vós, para vos tomar a túnica, também lhe entregueis o manto; _ e que se alguém vos obrigar a caminhar mil passos com ele, caminheis mais dois mil. _ Dai àquele que vos pedir e não repilais aquele que vos queira tomar emprestado. (S. MATEUS, 5:38 a 42.) (Grifo meu...)

Para que possamos agir desta maneira nada mais do que sermos educados para isso. Não é simplesmente deixar que bata e nada se faça. Temos direitos e acima de tudo deveres. Cristo quis nos ensinar que quando alguém lhe fizer mal dê lhe a outra face, o outro lado que nada mais é do que lhe fazer o bem.

Mas para agirmos assim teremos de modificar muito nossos pequenos hábitos, pensamentos e principalmente nossas ações em si. Frequento o C.E há mais de 4 anos. Me sinto engatinhando na D.E, mas uso sempre como base os dois principais mandamentos: "Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo." Quanto ensinamento há nesta pequena frase.

André Luiz em sua Agenda Cristã nos diz:

REVELE-SE



Nas lutas habituais, não exija a educa­ção do companheiro. Demonstre a sua.

Nas tarefas do bem, não aguarde cola­boração. Colabore, por sua vez, antes de tudo.

Nos trabalhos comuns, não clame pelo esforço alheio. Mostre sua boa-vontade.

Nos serviços de compreensão, não peça para que seu vizinho suba até você. Aprenda a descer até ele e ajude-o.

No desempenho dos deveres cristãos, não aguarde recursos externos para cumpri-los. O melhor patrimônio que você pode dar às boas obras é o seu próprio coração.

No trato vulgar da vida, não espere que seu irmão revele qualidades excelentes. Ex­presse os dons elevados que você já possui.

Em toda criatura terrestre, há luz e som­bra. Destaque sua nobreza para que a no­breza do próximo venha ao seu encontro.

Um bom final de tarde a todos!


Cida - Setor de Benefícios

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Bom dia queridos irmãos Espiritos encarnados e desencarnados.
Que maravilhoso estarmos juntos estudando, refletindo, debatendo e aprimorando-nos.

Do livro " A Educação Segundo o Espiritimos " transcrevo :

O Poder da Educação
É importante nos indagarmos até que ponto a Educação tem poder. O que aparentemente está em contradição com o poder da Educação é a liberdade individual. Por isso pensam os conservadores que quanto mais se restringe a liberdade, maior é o poder de moldarmos o outro, dentro da concepção errônea de que educar seja fazer a personalidade do educando, de fora para dentro....

Quem não crê na anterioridade do Espirito__ que já é uma personalidade antiga e portanto não pode ser moldada, mas apenas INFLUENCIADA __atribui á Educação um poder quase ilimitado. Trata-se de um poder diretamente proporcional ao autoritarismo empregado.
Claro, pois, se não respeitamos no educando uma personalidade independente da nossa, por mais que enfeitemos nosso discurso de liberalismo, o resultado da Educação será sempre a tentativa de modelar o outro segundo nossos padrões pessoais ou segundo regras sociais.

O materialismo, assim, poderá até defender em alguns casos a liberdade individual e o direito inalieanável de cada um decidir sobre o seu próprio destino. Mas então, ele não estará sendo coerente consigo próprio, pois quando o homem é considerado apenas um animal determinado pela genética ou, quando muito, um produto da cultura da sociedade, resta-lhe pouca margem de liberdade para fazer a si mesmo.

Já vimos que existe um princípio de liberdade espiritual, que Deus estabeleceu como lei natural__ pois Ele nos dá o mérito de evoluirmos por nossas próprias forças quando e como quisermos, tendo apenas de nos submeter ás consequências de nossos atos. Essa liberdade é condicionada por vários fatores.
É verdade que a criança nasce numa condição de liberdade ainda mais limitada que o adulto, porque a sua temporária dependência física e psíquica é uma forma de restrição de sua ação no mundo. Mas ainda e sempre, ela conserva a liberdade inalienável do seu espírito. E é isso que os adultos não lhe reconhecem.
Os adultos têm um poder parcial sobre a criança, que lhes foi dado para usar em beneficio dela própria. Mas quase todos abusam desse poder, para usá-lo em beneficio de seus interesses e caprichos, de seu comodismo e de suas tendências tirânicas. O poder da Educação muitas vezes se transforma em tirania violenta ou disfarçada.

Entretanto dissemos que educar é amar e vice-versa. Por isso o poder da Educação não é proporcional ao autoritarismo, á chamada " imposição de limites ", á disciplina externa, á coação violenta...Esses não são os métodos do amor. O amor reconhece a dignidade do outro, respeita-lhe a liberdade individual. O poder da Educação assim, é proporcional á grandeza do amor do educador pelo educando, á sua capacidade de renúncia e doação, ao seu interesse legítimo pela felicidade do outro, ao seu desinteresse por recompensas de qualquer espécie, mesmo afetivas, e á força do exemplo vivido. A Educação é tanto mais poderosa quanto mais reconhece a liberdade do educando de aceitar ou não a sua influência. Ao reconhecer essa liberdade no outro, o educador toca muito mais a sua alma do que com imposições violentas e descabidas. Esse reconhecimento não é indiferença, pois o poder da Educação é tambem proporcional ao esforço empregado para ajudar o educando a encontrar seus caminhos.

O resultado do autoritarismo é imediato e previsivel: pessoas enquadradas em um padrão ou revoltadas; ou então muitas vezes hipócritas, pois a imposição lhes criou um comportamento exterior em antagonismo aos seus impulsos reais.

O resultado da Educação de amor não se sabe qual será. Depende do grau de evolução do espirito que a recebe, que pode assimila-la mais ou menos. Depende da liberdade do educando, que pode aceita-la ou rebelar-se contra ela (o que acontece apenas raramente, em casos de Espiritos muito rebeldes). Depende das características individuais do educador e do educando e da maior ou menor afinidade espiritual entre ambos. A Educação verdadeira não cria autômatos iguais, rebotizados. Cria indivíduos e a variedade de tendencias individuais é infinita.

Mas então, pode-se indagar: de que adianta a Educação se não oferece um resultado absolutamente seguro? Primeiro é preciso dizer que a média geral da humanidade- como adverte o próprio Kardec - não é constituida de Espíritos endurecidos no mal. Por isso, o empenho colocado na Educação das crianças, para o bem, apresentará inevitavelmente pelo menos algum resultado imediato. Uma Educação verdadeira, no atual estágio evolutivo do planeta, produzirá uma maioria de homens de bem, com tendencias individuais variadas. Mas em todos os casos, a semeadura educativa terá algum resultado, seja a curto ou longo prazo. O amor doado jamais será perdido. O exemplo deixado sempre exerce uma influência, cedo ou tarde, sobre aquele que observou. Não foi assim com Jesus? O pedagogo da humanidade lançou suas sementes de Educação há dois mil anos. Alguns começaram a desenvolve-las naquela época mesmo. Mas a maioria só agora começa a compreende-las e muitos ainda nem se quer as aceitaram no solo da alma. E o esforço de Jesus não foi em vão. Mas ele espera pacientemente há séculos que resolvamos atender o seu apelo.

Manuel
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Boa noite.
A Educação Segundo o Espiritismo.
Os requisitos básicos para assumir alguma tarefa na Educação, seja como pai, como mãe, como professor.

A Auto- educação
A ação educativa em qualquer setor, requer empenho na auto-educação.
Poucos aceitam isso, pois é muito mais fácil prescrevermos ditatorialmente normas de conduta para aqueles que estão sob a nossa responsabilidade do que lutarmos continuamente para vencermos a nós mesmos e podermos mostrar um exemplo digno de ser seguido.

Se o poder da Educação repousa sobre a autoridade moral, essa se adquire pela conquista de virtudes e pelo esforço no próprio aperfeiçoamento.

Que ninguem se iluda. Para cumprir uma tarefa específica na Educação, seja como pai, mãe ou professor ou em qualquer relação humana, é preciso buscar a própria melhoria, cultivar a paciência, a renúncia, a doação irrestrita de si.

Ora, como o ser humano tem a tendência egoística de distribuir bens com algum cálculo de retorno para si próprio, isso ainda é muito forte na mente de quantos pretendem educar uma criança. Existem cálculos conscientes e inconcientes, materiais e espirituais. Há aqueles, por exemplo, de classes sociais mais baixas, que têm filhos e os educam para que esses os sustentem na velhice. Outros pretendem que os filhos lhes preencham os projetos de orgulho, vaidade e domínio social. Há os que desejam escravidão afetiva. Há muitos que trabalham na área da Educação e se revelam personalidades tirânicas: seu objetivo, assumido ou não, é o exercicio puro e simples do poder. Seria tedioso descrever aqui todos os móveis inferiores que se misturam nessa sagrada função.

Isso não significa que os filhos não possam e não devam ajudar os pais economicamente, em caso de necessidade, ou não possam e não devam amá-los e respeitá-los, ou que o educando não deva manifestar gratidão por quem o educou. Mas isso não pode entrar em cálculos de cobrança. Aliás, quanto mais desinteressadamente agir o educador, maior a probabilidade de ver reconhecido o seu esforço.

A Educação é tanto mais eficaz, quanto mais o educador se desprenda de interesses pessoais, quanto mais eduque por amor ao próprio educando, para atingir a felicidade e a realização espiritual deste. Mas ainda duas considerações devem ser feitas. Primeiro, levem-se em conta os disfarces mentais que o homem está acostumado a arranjar para o próprio comportamento, mascarando intenções e desejos,com os discursos mais bonitos. Há muitos tiranos domésticos que justificam sua conduta com o clássico:" é para seu bem "
É preciso, pois, honestidade para anlisarmos nosso íntimo e purificá-lo. Segundo, esse desinteresse pessoal na ação educativa, não significa servilismo aos caprichos do educando. O educador tem de saber distinguir com clareza as imperfeições de quem quer educar, orientando-o com lucidez.

Aliás faz parte do processo de auto-educação o autoconhecimento, que Sócrates já colocava como ponto fundamental na obra de melhoria individual. A observação profunda de si, a tentativa sincera de superar vícios e limitações é o que dá a segurança e a capacidade de observar as tendências do educando e ajudá-lo a se fortalecer para o bem, vencendo o mal em si mesmo.

Apesar da absoluta necessidade de autoridade moral para o ato de educar, ninguem deve se sentir indigno de conquistar essa estatura de moralidade, pois ela não implica em santidade repentina ou passado impoluto. A maioria das criaturas terrestres são espiritos endividados e imperfeitos, com um passado espiritual criminoso. Ora, justamente o desejo de educar uma criança que se ama é um ótimo estímulo á regeneração. Não há delinquentes que, por amor a um filho, são capazes dos maiores sacrifícios e encontram forças até para sair da criminalidade ? Assim, a urgência da automelhoria para educar não significa que apenas algumas pessoas tenham o merecimento de se tornarem educadoras. Ao contrário, a ação verdadeiramente educativa transforma tanto o educando quanto o educador, num processo de regeneração para ambos.

Pròximo artigo " O Amor ás crianças".
Abraços.
Manuel
---Bom dia,
Comentários muito valiosos para nós evangelizadores.
Quero apenas adicionar um trecho do livro Cascata de Luz de Luiz Sérgio:
" Não é mais prudente, desde a evangelização infanto-juvenil,fazer nascer nos corações ainda jovens os reais valores, sem proibição? - A Doutrina é límpida, explicou-nos o instrutor, e as idéias dos homens merecem uma análise. Na época em que vivemos, os espíritas precisam buscar as necessidades atuais da juventude, que não é a de 100 anos atrás. Hoje o jovem convive com a droga, o sexo, com liberdade excessiva e ainda mais com uma sociedade materialista. O jovem que está se interessando pela doutrina tem que encontrar na casa informações bem direcionadas, com métodos atualizados, para serem discutidos os temas do dia-a-dia. Para a criança e o jovem de hoje, não basta dizer "não pode". Temos de provar por que eles não podem ter esse ou aquele procedimento. Também como o jovem, a criança - não esqueçamos - vive na época da informática e da cibernética, e não será através de proibições que vamos fazer germinar nessas mentes repletas de jogos eletrônicos, brinquedos violentos, videocassetes, filmes aquém da moral, os valores da doutrina espírita. Que fazer então?
Apresentar a codificação como ela é, caminhando com Jesus e dando as mãos para o mundo atual, não olvidando que a criança de hoje foi o adulto de onteme que devido a múltiplas idas e vindas, muito já aprendeu e maior facilidade encontra para assimilar as bases doutrinárias. Notem bem:sem proibição, apenas apresentando os valores reais da alma, oferecendo lições no sentido de que ser digno não é obrigação nem favor, é um direito que Deus nos outorgou para ser conquistado.

Achei bom dividir esse trecho com todos. Temos a doutrina como base, mas ao nosso lado, temos a concorrência "desleal" do meios da atualidade.Como trazer o jovem e a criança para a doutrina? Somente dando a eles a chance de sentirem que o que estão adquirindo em nossas casas vai muito além das coisas materiais.

Tarefa difícil! Mas com perseverança haveremos de conseguir.
Bom dia a todos!
Marco Antonio
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OOis, Gente Linda, esperamos que tudo na paz 🙂
Muito bons os textos trazidos para as nossas reflexões 🙂
Daí, tava euzinha aqui refletindo...
- e nós? enquanto pais, de que forma estamos atuando na nossa auto-educação moral?
- de que forma estamos educando nossos filhos quanto à questão moral?
- será que podemos entender moral como "sistema" de valores adquiridos ? Se assim for, de que forma estabelecemos para nós e, consequentemente, para nossos filhos a questão de valores: sua vivência em nós , o exemplo que passamos e a formação/orientação deles para nossos filhos?
- no LE, item 628, há a seguinte colocação: "a moral é regra da boa conduta e, portanto, da distinção entre o bem e o mal". Sabemos mesmo distinguir o bem e o mal? Ou o fazemos apenas teoricamente? De que forma vivenciamos e auxiliamos a vivenciar essa distinção?
- Sabemos que Jesus nos ofertou(e oferta) toda a moral, mas estamos com Ele caminhando? De que forma O tomamos como nossa referência real e diária? De que forma O apresentamos a nossos filhos? De que forma O tomamos realmente como parte de nossa educação moral?
Tem mais algumas reflexoezinhas, mas por hoje vou deixar só essas pra gente papear, tá? 😉 Aguardo saber o que que vcs acham 😉
dia cor e amor procês
beijocas mineiras com carinho no coração

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Bom dia a todos e se não nos falarmos mais um ótimo final de semana.

Educar por si só é um desafio. E a concorrência de se trata das "facilidades" são fatores gritantes em nossa sociedade.
E, opinião minha, as necessidades de hoje não são tão diferentes das de épocas passadas, muda-se apenas os focos. Eu vejo que os pais de hoje são os mesmos que viveram a rebeldia dos anos anteriores com seus Jeans, com seus lemas de sexo, drogas e rocking roll e tudo mais que trazia a "liberdade"...
Aquela juventude que se rebelou são hoje em sua grande maioria os pais e/ou os avós de nossa atual geração. E isso nos trouxe grande contribuição de seus valores embutidos nos adolescentes de nossos tempos.
As nossas necessidades materiais mudaram, mas as nossas necessidades espirituais continuam sendo as mesmas.
Como disse o texto que o Manuel nos trouxe:
A ação educativa em qualquer setor, requer empenho na auto-educação.
Como educar se não nos educamos? A proposta da Reforma íntima vez nos trazer esta mudança. E é assim que devemos agir, nos educando.

Aconteceu um fato onde moro e gostaria de dividir com vcs.
As crianças brincavam quando a mãe de uma delas percebeu que a sua caneta estava sendo utilizada de forma inadequada por outra criança. Ela foi até lá e pediu educamente a sua caneta de volta, a criança simplesmente lhe disse que era dela e que não iria entregar.
Essa mãe tentou conversar com o filho da vizinha e claro, gerou polêmica. A mãe da outra criança, ao invés de entender a situação, simplesmente mandou uma caneta para a vizinha, pois achou que a mesma estava fazendo "caso" por uma caneta...
Quando eu cheguei a dona da caneta tava indignada, pois dizia ela: "não é pela caneta, mas é que se hoje ele mente por uma caneta, amanhã mentirá por coisas maiores..." Tentei conversar com ela e entender o que tinha acontecido e aconselhei que nestes casos não falasse diretamente com a criança e sim com a sua mãe, pois acho que ficou o mal entendido...
Fui pra casa e comecei a analisar a situação, vejo que as pessoas projetam seus desejos, aspirações e valores nos outros e no caso a outra mãe achou que estava se fazendo caso por uma caneta, quando na verdade não foi isso e sim a atitude da criança...
Neste mundo materialista, a maioria se preocupa sempre com o bem material e pouco com o espiritual. É o Parecer mais do que o Ser...


E como mudar tudo isso... difícil... mas não impossível.

Cida - Setor de Benefícios
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Oi queridos,

Estou sem internet depois do temporal , preciso responder rapidamente pois estouemum computador emprestado, mas näo posso perder o jeito né ...

A educacäo dos pais se faz neste momento muito mais urgente do que a dos filhos, como no caso que a Cidinha relatou, ficou bem claro o posicionamento protetor que adotou a mäe , sem se dar conta do mal que está fazendo para sua filha(o).

As vezes ágimos intempestivamente a favor dos nossos e esquecemos de nos colocar no lugar do outro, essa deveria ser a nossa primeira postura quando falamos em educacäo moral.

Dia desses observei na casa espirita um posicionamento muito comum a todos nós , nesse caso um colega do grupo de estudos acidentou-se de moto e feriu-se gravemente, de acordo com a pericia ele foi o culpado pelo acidente, foi negligente no sinal vermelho, enfim.

Os colegas do grupo estavam achando aquele parecer da pericia um horror porque magoaria ainda mais o nosso colega, que era preciso esconder dele e tentar fazer alguma coisa para defendé-lo a tempo dele náo precisar saber disso, estavam inclusive procurando alguém que trabalhasse no DETRAN para pedir um aliviamento do processo.

Fiquei pensando comigo : E o outro carro envolvido e as pessoas que foram atingidas como ficariam se isso acontecesse ?

É claro que ficamos com pena quando isso acontece com nossos conhecidos, familiares ou amigos, mas tomar partido sem avaliar um posicionamento moral adequado é inaceitável.

E assim acontece na maioria das vezes quando somos envolvidos e temos que pesar na balancinha da consciëncia ...será que náo fazemos o mesmo , e nossos filhos viráo a fazer porque nos viram fazendo e assim consequentemente ?
Se um dia tivermos que enfrentar um problema causado por nossos filhos ou familiares, estamos preparados para julgar imparcialmente ?

Somos educados moralmente para defendermos os nossos principios até o fim ?

Se refletirmos e chegarmos a conclusáo que ainda náo somos táo fieis assim , é hora de reavaliar o nosso íntimo, porque aos olhos dos outros pode parecer bom, mas e a nós mesmos , como estamos nos vendo ?

Um beijo e bom feriado
Paty Bolonha
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Olá a todos...
é a primeira vez q estou me pronunciando em um "estudo virtual" da doutrina... Realmente educação é um tema bastante complexo e certamente com muitas colocações que geram controvérsias entre os interessados.
Colocando-me como mãe e, portanto, educadora, com uma filha adolescente de 17 anos, ambas frequentadoras e participadoras de Casa Espírita, já ha dois anos, só posso oferecer minha pouca experiência com uma colocação: sempre deve-se ter com os filhos um diálogo transparente, coerente e respeitoso. Nem sempre temos razão nas nossas colocações. É muito importante sabermos ouvir, sem julgar o que nossos filhos pensam, os julgamentos nos remetem a radicalismos, o que precisamos é saber conseguir fazer com que eles também pensem a respeito de nossas colocações para eles mesmos chegarem a uma conclusão a respeito de seus próprios atos. É assim que procuro agir com relação a minha filha e a entrada dela no Centro Espírita veio de forma expontânea. Discutimos sempre o que ela está estudando e tenho certeza que isso faz com que nos aproximemos cada vez mais uma da outra.
Procuro sempre lembrá-la que as verdades são relativas, de acordo com o ponto de vista de cada um... e que elas mudam com o passar dos anos e com os acontecimentos da nossa jornada.
A liberdade do diálogo é o início do entendimento.
Abraços a todos.
Ceres
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Ceres,

Bem vinda ao grupo.
Vc me fez lembrar de que um tempo destes eu sempre tratava o meu filho com tom de autoritarismo. Sempre querendo impor, querendo que ele entendesse a todo custo o meu ponto de vista. Quanto mais assim eu agia, percebia que ele menos fazia. Talvez pra desafiar-me... Um dia "caiu a minha ficha" e percebi que qto mais eu dizia não, mais ele fazia...
Comecei a adotar outra postura, a do diálogo como informação, como troca de experiências, como conhecimento... resumindo com Amor... Ele mudou de reação. Agora ele simplesmente escuta, repensa e muitas vezes qdo eu nem mais me lembro do assunto ele puxa a conversa... Tenho constatado mudanças de comportamento e o mais legal é que agora ele me pede opinião. E eu procuro não abster, mas orientar da melhor forma possível, sempre dizendo que num sou a dona da verdade e q o que pode funcionar comigo, pode não funcionar com ele...
Estamos em paz no nosso relacionamento de Mãe e filho.
A coisa do julgamento é do ser humano. Jamais podemos julgar, mas sobretudo amar, aceitar, respeitar, compreender e principalmente exemplificar...

Bom feriado a todos!

Cida - Setor de Benefícios
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Boa noite a todos.
A Educação Segundo o Espiritismo.

O Amor ás Crianças

Deveria ser óbvio, mas não é para muitos: para se pensar em colocar um

Conclusão