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228b – TEMA: Nossas dificuldades na educação dos filhos perante a sociedade atual - conclusão - com textos

CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
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Temas destinados à Família e à Educação no Lar


TEMA: Nossas dificuldades na educação dos filhos perante a sociedade atual
Conclusão

Ois, Gente Linda, esperamos que tudo na paz 🙂
Muito legal vê-los interagir sobre o assunto proposto 🙂
Como se trata de um tema no qual a percepção, entendimento e vivência passa pelo aspecto individual do sentir, exercitar e fazer, muito embora a percepção também seja comum, não colocaremos uma conclusão, mas deixaremos três textos para nossas reflexões.
Dia cor e amor
beijocas mineiras com carinho no coração
Equipe Educar - CVDEE
Ivair(em licença), Márcio, Lu e Fúlvia
Equipe Educar: http://www.cvdee.org.br/contato.asp

texto 01:

EDUCAR COM SABEDORIA

A garotinha, de pouco mais de três anos de idade, tentava rabiscar a agenda da mãe e esta lhe dizia, com carinho, apontando o caderno que estava ao lado: "filha, esta agenda é da mamãe, e este caderno é seu. Você pode escrever no seu caderno, não na agenda da mamãe. Está bem?"
A filha tentou, disfarçadamente, mais algumas vezes, mas a mãe se manteve firme no propósito de educar e colocar limites nas ações da criança.
Minutos depois, o pai entrou na sala e a menina fez uma nova tentativa. Levou o lápis sobre a agenda da mãe, mas o pai a orientou: "querida, escreva no seu caderno e não na agenda da mamãe." A garotinha, esperta como toda criança, sentiu que não teria a ajuda do pai e passou a agir certo.
Se o pai tivesse apoiado a atitude da filha, contrariando as orientações da mãe, certamente a criança saberia onde buscar aprovação quando a mãe lhe negasse algo.
Felizmente aquele casal sabia educar com sabedoria, falando a mesma
linguagem para que a filha não tivesse outra opção a não ser obedecer.
Todavia, nem todos os casais agem dessa forma. Lamentavelmente, há pais e mães que agem de maneira infantil para conquistar o amor dos filhos, fazendo concessões que deseducam a criança e deformam seus caracteres. Se a mãe diz não, o pai diz sim, e se o pai diz não, a mãe permite. Essa disparidade é extremamente prejudicial, pois a criança se sente insegura ou passa a tirar vantagem da situação. Quando não consegue a aprovação da mãe para seu intento, ela busca o pai, e vice-versa.
A criança passa a fazer um jogo perigoso entre os pais, colocando, tantas vezes, um contra o outro, ou chantageando a um ou outro.
Ademais, o filho fica sem parâmetro, não sente firmeza nas orientações que os pais lhe passam, pois o que um diz o outro desdiz. Por essa razão, os pais devem ter sempre, pelo menos diante dos filhos, a mesma posição. Sim, sim. Não, não.
Se um, ou outro, não concordar com a orientação que foi dada, depois, a sós, discutem a questão, mas nunca na frente dos filhos.
O mais lamentável, ainda, é quando um dos cônjuges se une ao filho para criticar ou depreciar o outro, desmoralizando-o para tirar algum tipo de
vantagem afetiva.
Importante lembrar que a criança deve ser educada para respeitar limites. E os limites devem ser estabelecidos desde cedo, como, por exemplo, não permitir que ela tome conta de tudo, como se fosse a dona do mundo.
Na hora de brincar, a criança deve saber quais são os limites do seu
"território". Ela poderá usar seus brinquedos, seu espaço, seus pertences, e nunca os aparelhos de áudio e vídeo, controles remotos, vasos de flores ou outros objetos da casa.
Os limites são de extrema necessidade para que a criança cresça consciente de que vive num mundo onde vivem também outras pessoas, que também têm direitos tanto quanto ela.
Se você, pai ou mãe, ainda não havia pensado nisso, pense agora.
Pense que a única maneira de evitar conflitos e desgastes na relação com seus filhos adolescentes, mais tarde, é educar bem a criança, hoje, enquanto ela está receptiva.
Pense nisso!
A educação é a arte de formar caracteres.
E não há melhor período para educar do que o da infância, em que a criança é mais suscetível aos ensinamentos.
É por essa razão que a criança deve receber dos educadores uma base
de valores morais sólidos a fim de se conduzir com dignidade na fase adulta.
Pense nisso e analise seriamente sua importante missão de educador.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em palestra proferida pela Sra. Miroslava Rosinski, por ocasião da III CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE CURITIBA, realizada no dia 19/07/2003


Texto 02:
DEVERES DOS PAIS


Por impositivo da sabedoria divina, no homem a infância demora maior período do que em outro animal qualquer.
Isto, porque, enquanto o Espírito assume, a pouco e pouco, o controle da organização fisiológica de que se serve para o processo evolutivo, mais fácil se fazem as possibilidades para a fixação da aprendizagem e a aquisição dos hábitos que o nortearão por toda a existência planetária.
Como decorrência, grande tarefa se reserva aos pais no que tange aos valores da educação, deveres que não podem ser postergados sob pena de lamentáveis conseqüências.
Os filhos _ esse patrimônio superior que a Divindade concede por empréstimo _, através dos liames que a consangüinidade enseja, facultam o reajustamento emocional de Espíritos antipáticos entre si, a sublimação de afeições entre os que já se amam, o caldeamento de experiências e o delinear de programas de difícil estruturação evolutiva, pelo que merecem todo um investimento de amor, de vigilância e de sacrifício por parte dos genitores.
A união conjugal propiciatória da prole edificada em requisitos legais e morais constitui motivo relevante, que não deve ser confundida com as experiências do prazer, que se podem abandonar em face de qualquer conjuntura que exige reflexão, entendimento e renúncia de algum ou de ambos nubentes.
*
Os deveres dos pais em relação aos filhos estão inscritos na consciência.
Evidentemente as técnicas psicológicas e a metodologia da educação tornam-se fatores nobres para o êxito desse cometimento. Entretanto, o amor _ que tem escasseado nos processos modernos da educação com lamentáveis resultados _ possui os elementos essenciais para o feliz desiderato.
No compromisso do amor, estão evidentes o companheirismo, o diálogo franco, a solidariedade, a indulgência e a energia moral de que necessitam os filhos, no longo processo da aquisição dos valores éticos, espirituais, intelectuais e sociais.
No lar, em conseqüência, prossegue sendo na atualidade de fundamental importância no complexo mecanismo da educação.
Nesse sentido, é de essencial relevância a lição dos exemplos, a par da assistência constante de que necessitam os caracteres em formação, argila plástica que deve ser bem modelada.
No capítulo da liberdade, esse fator basilar, nunca deixar esquecido o dever da responsabilidade. Liberdade de ação e responsabilidade dos atos, ajudando no discernimento desde cedo entre o que se deve, convém e se pode realizar.
*
Plasma, na personalidade em delineamento do filhinho, os hábitos salutares.
Diante dele, frágil de aparência, tem em mente que se trata de um Espírito comprometido com a retaguarda, que recomeça a experiência a penates, e que muito depende de ti.
Nem o excesso de severidade para com ele, nem o acúmulo de receios injustificados, em relação a ele, ou a exagerada soma de aflição por ele.
Fala-lhe de Deus sem cessar e ilumina-lhe a consciência com a flama da fé rutilante, que lhe deve lucilar no íntimo como farol de bênçãos para todas as circunstâncias.
Ensina-lhe a humildade ante a grandeza da vida e o respeito a todos, como valorização preciosa das concessões divinas.
O que lhe não concedas por negligência, ele te cobrará depois...
Se não dispões de maiores ou mais valiosos recursos para dar-lhe, ele saberá reconhecer, e, por isso, mais te amará.
Todavia, se olvidaste de ofertar-lhe o melhor ao teu alcance também ele compreenderá e, quiçá, reagirá de forma desagradável.
Os pais educam para a sociedade, quanto para si mesmos.
Examina a tua vida e dela retira as experiências com que possas brindar a tua prole.
Tens conquistas pessoais, porquanto já trilhaste o caminho da infância, da adolescência e sabes de motu próprio discernir entre os erros e acertos dos teus educadores, identificando o que de melhor possuis para dar.
Não te poupes esforços na educação dos filhos.
Os pais assumem desde antes do berço com aqueles que receberão na condição de filhos compromissos e deveres que devem ser exercidos, desde que serão, também, por sua vez, meios de redenção pessoal perante a consciência individual e a Cósmica que rege os fenômenos da vida, nos quais todos estamos mergulhados.
(De _Leis morais da vida_, de Divaldo Pereira Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis)

Texto 03:
E A FAMÍLIA, COMO VAI?

Paulo Ribeiro
Dirigente Espírita-março-abril/2004

Faz parte de nossos costumes ao encontrarmos alguém, perguntarmos: "E a família, como vai?" A resposta, quase sempre é a mesma: " Vai tudo bem, obrigado! "
Entretanto, sabemos que não é bem assim. A família na atualidade vem sofrendo duros golpes que estão abalando sua estrutura. Assuntos como violência, drogas, sexo prematuro e irresponsável e tantos outros não estão sendo devidamente solucionados, pela falta de preparo dos seus integrantes.
Preparamo-nos devidamente para exercer uma série de atividades na vida. No entanto não nos preparamos para sermos pais conscientes e responsáveis. O casal assume compromissos perante a Lei maior com relação aos filhos que lhe são confiados a guarda: de prover-lhes-ão apenas o sustento e proteção física, mas acima de tudo sua educação e formação moral. Entretanto, envolvidos pela chamada modernidade, os pais, atualmente se acham confusos e inseguros, desorientados, com dificuldades de estabelecer autoridade e limites necessários que muito ajudariam a evitar os altos riscos em relação aos jovens.
Paternidade e maternidade são consideradas como missão, segundo a questão n° 582 de o L.E., em que Deus coloca os filhos sob a tutela dos pais, para que estes os dirijam no caminho do bem, corrigindo-lhes as más tendências. Mas há aqueles que se ocupam mais em endireitar as árvores do seu jardim do em que endireitar o caráter dos filhos. Na questão n° 383 do mesmo Livro dos Espíritos pergunta-se: "Qual a utilidade de se passar pelo estado de infância?"
Resposta: - O espírito encarnado para se aperfeiçoar, é mais acessível durante esse período, às impressões que recebe e que podem ajudar ao seu adiantamento, para o qual devem contribuir aqueles que estão encarregados de sua educação. Portanto é na infância que o trabalho dos pais se reveste de capital importância.
A responsabilidade de transmitir princípios saudáveis para os filhos cabe aos pais ou responsáveis diretos (na falta dos pais), não pode ser terceirizada. Os pais devem elaborar um modelo de comportamento que contribua de forma positiva na maneira de como os filhos devem encarar a vida.
A psicologia e a psiquiatria constataram que as impressões marcadas na infância constituem o acervo positivo ou negativo que cada um carrega durante toda a sua existência. "Quantos pais são infelizes em seus filhos, porque não lhes combateram desde o início as más tendências por fraqueza ou indiferença, deixando que neles se desenvolvessem os germens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade que produzem a secura do coração. Depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem da falta de deferência e gratidão deles._ (O Evangelho Segundo o Espiritismo,cap. V item 4).
Se no passado o autoritarismo bastava para se impor limites, atualmente o diálogo e o afeto se tornaram indispensáveis. Quantas vezes a falta de diálogo com os filhos e conseqüentemente o desconhecimento do que lhes vai na alma, tem feito com que interpretemos mal suas atitudes julgando-as agressivas e desrespeitosas, quando não passam de apelos dramáticos para que nos apercebamos que eles existem. Como pretender que eles nos estimem e nos demonstrem gratidão, se o que recebem de nós são migalhas afetivas, nem sempre dadas de boa vontade, insuficientes para saciar a fome de carinho que os consome?
Enfim a atuação dos pais é de vital importância para a construção de uma família equilibrada e, concluímos que, apesar da concorrência externa, os pais ainda não foram desbancados e cremos que nunca o serão, do dever de serem os plasmadores do caráter de seus filhos" (Rodolfo Caligaris - A vida em família)
Pais preparem-se para serem verdadeiramente Pais!

Conclusão