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173b – tema: Importância da valorização espiritual da familia em tempos atuais - conclusão

CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
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Temas destinados à Família e à Educação no Lar



tema: Importância da valorização espiritual da familia em tempos atuais
conclusão

Eis, Lindinhos e Lindinhas, tudo joiiinha?! 🙂

Boom, esta semana conversamos e refletimos sobre a importância da valorização espiritual na família em tempos atuais.
A valorização espiritual engloba vários aspectos e formas de percebê-la e vivenciá-la, uma vez que tem em si mesma a visão acerca da realidade da vida e dos seus objetivos essenciais: buscar o crescimento e o amadurecimento interior para o fim de transformar-se a si mesmo e, consequentemente, o mundo em que se vive, e toda transformação inicia-se de forma intima e individual.
Um de seus aspectos é a religiosidade, entendida como autêntica dimensão humana, cujo cultivo é necessário para a plena realização do homem, uma vez que ela é intrinseca a nós e nos faz ter o reconhecimento de um traço comum da espécie humana e o reconhecimento de que trazemos algo que nos liga ao Criador, dentro de nós; é fator de equilíbrio que auxilia a enxergar com mais clareza situações e pessoas, auxiliando, assim no avaliar com mais segurança e decidir com sensatez.
Outro, é a religião, que desempenha um papel importante na formação moral e cultural do ser humano. A religião é portadora de significativa contribuição ética e espiritual no desenvolvimento do caráter e na afirmação da personalidade do espírito que está em desenvolvimento, porque através de seus postulados básicos, nela ocorre a consciência de si e o começo do amadurecimento dos valores significativos, que nos incorporarão em definitivo, estabelecendo-nos paradigmas de comportamento para toda a existência. Mesmo quando, por esta ou aquela razão, a religião é contestada, ou colocada em plano secundário, ou mesmo combatida, nos alicerces do inconsciente permanecem os seus paradigmas que, de uma forma ou de outra , conduzem o indivíduo nos momentos de decisão significativa ou quando necessita mudar de rumo, ressurgindo informações arquivadas que contribuirão para a decisão mais feliz.
É relevante o papel da religião na individuação do ser, que não permite a dissociação de valores morais, culturais e espirituais, reunindo-os em um todo harmônico que lhe proporciona a plenitude.
Quando o ser não encontra os paradigmas da religião, torna-se amargo e inapto para enfrentar desafios, fugindo com facilidade para a rebeldia ou o sarcasmo, portas de acesso à delinquência e ao desespero.
E devemos nos lembrar que todas as religiões preconizam o amor, a solidariedade, o perdão, a humildade, a transformação moral para melhor, a caridade,
Para encerrar nosso tema, então, deixamos um texto da Dora Incontri, para nossa reflexão acerca do assunto intrinseco na titulação do tema, embora o texto seja direcionado à escola forma, é reflexivo também quanto à educação no lar 🙂
Noite estraladinha de felicidade pra todos vcs
beijocas mineiras com carinho no coração

Ensino Religioso sem Proselitismo. É Possível?

Dora Incontri Pós-doutoranda FEUSP
Apoio Fapesp Alessandro César Bigheto
Pedagogo


Se entendermos a religiosidade como autêntica dimensão humana, cujo cultivo é necessário para a plena realização do homem, então será óbvia a necessidade de contemplarmos também este aspecto na proposta de sua educação.
Presentes em todas as culturas, entre todos os povos, de todos os tempos, e assumindo diversas formas de devoção, doutrinas e princípios éticos, buscando o sentido da vida e a transcendência em relação à morte, as religiões têm suas especificidades, mas têm também um patamar comum de moralidade e busca humana, onde é possível e urgente estabelecer um diálogo respeitoso e solidário. O reconhecimento de uma raiz comum, profundamente humana e, por isso mesmo, divina, é vital para que o diálogo se projete além de uma conversa cordialmente superficial, para se tornar uma vivência enriquecedora.
Diz um autor contemporâneo que _a única esperança real por uma tolerância verdadeira está em descobrir o que _nós_ temos em comum e também em respeitar a diversidade_ (LYON, 1998:117).
A Constituição Brasileira garante a liberdade de culto e a nova Lei de Diretrizes e Bases abre espaço para um ensino religioso interconfessional (Art.33). Nova redação foi dada a esse artigo, em 20/12/96, para assegurar _o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo_. No âmbito estadual, a resolução de 27/7/2001, do conselho Estadual de Educação, regulamenta este artigo e propõe um programa aberto:
_O ensino religioso nas escolas deve, antes de tudo, fundamentar-se nos princípios da cidadania e do entendimento do outro. O conhecimento religioso não deve ser um aglomerado de conteúdos que visam evangelizar ou procurar seguidores de doutrinas, nem associado à imposição de dogmas, rituais ou orações, mas um caminho a mais para o saber sobre as sociedades humanas e sobre si mesmo._
Assim, conhecer o universo religioso, delimitando as próprias crenças, em relação às crenças diferentes, admitindo que todas elas têm valor intrínseco, e procurar um diálogo saudável entre as diversas tradições pode fazer o homem situar-se no mundo de forma muito mais segura e fraterna. Saber que as respostas e os cultos da fé que integram a nossa identidade têm eco entre outras identidades religiosas pode aumentar a nossa própria fé e ao mesmo tempo nos fazer mais compreensivos e empáticos com a riqueza e a beleza das religiões do planeta. Como diz Berkenbrock: _É importante que o diálogo inter-religioso seja impulsionado pelo desejo de um melhor entendimento humano (_) que contribua para uma melhor convivialidade humana._ (BERKENBROCK, 1996: 327). Mas também: _O encontro com o diferente pode apontar para a própria identidade e levar a perguntar justamente sobre o específico dela._ (BERKENBROCK, 1996: 320)
Assim, o ensino religioso, sem nenhum propósito doutrinante de uma determinada visão religiosa, de maneira respeitosa e reverente para com o domínio de cada culto e de cada doutrina, deve incentivar e desencadear no aluno um processo de conhecimento e vivência de sua própria religião, mas também um interesse por outras formas de religiosidade.
Poderíamos, pois, teorizar que o ensino religioso deveria ter como objetivos orientadores: 1) despertar e cultivar a religiosidade do aluno; 2) levá-lo à compreensão da importância do fenômeno religioso em sua própria vida e na história humana; 3) trazer conhecimento sobre as diferentes formas de religiosidade, dentro de seus respectivos contextos culturais e históricos; 4) criar um espírito de fraternidade e tolerância entre as diferentes religiões; 5) sensibilizar o aluno em relação aos princípios morais, propostos pelas religiões, promovendo ao mesmo tempo uma reflexão sobre eles.
Sendo a religião um fenômeno humano abrangente, que está entranhado em todas as áreas da cultura, suas diversas facetas permitem perfeitamente a interdisciplinaridade no seu tratamento. Assim, ao mesmo tempo que o ensino religioso serve para ampliar o universo cultural do aluno, este ensino se torna muito mais consistente, enraizando-se nas múltiplas áreas do conhecimento. Cumpre-se assim a proposta do Forum Nacional Permanente do Ensino Religioso:
__a abordagem didática se dá numa seqüência cognitiva, possibilitando a continuidade das aprendizagens que deve considerar: a bagagem cultural religiosa do educando, seus conhecimentos anteriores; a complexidade dos assuntos religiosos, principalmente devido à pluraridade; a possibilidade de aprofundamento._ (Forum, 1998:39)(negrito nosso)

beijocas mineiras com carinho no coração


Equipe Educar - CVDEE - http://www.cvdee.org.br/contato.asp
Ivair(em licença), Fúlvia, Lu , Márcio e Rosane


Conclusão