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142b – Tema: Corrigindo com Amor - conclusão

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Como vimos, corrigir não significa bater no filho sempre que ele faz algo errado, mas isso não quer dizer que não deva ser punido. O que não podemos fazer é exagerar na punição. Por exemplo: a criança rabiscou a parede, para desenhar, e, por isso, batemos muito forte nela. Pra que tanta violência? Ela não funciona, e temos muitos exemplos de que a violência não funciona, não é mesmo? Basta vermos o caso das FEBEMs de São Paulo, que acham que o melhor modo de corrigir os menores infratores é aplicando corrigendas físicas, agressões. Em outras FEBEMs o tratamento é diferente: ensinam-se os jovens alguma ocupação, como oficina mecânica, marcenaria, computação etc. Além de aulas normais. Isso sim é educar, corrigir com amor, não é mesmo?



A violência não leva a nada, gera apenas mais violência. Meu pai nunca me bateu (minha mãe sim, mas muito pouco) e nem por isso eu sou uma pessoa sem limites. O que eles fizeram foi mais dialogar, apreender castigos sim, mas nunca físicos e sim, um tempo isolada, pra pensar, refletir no que tinha feito e, depois disso, sentar e conversar com eles. Essa é a melhor maneira de corrigir nossos filhos numa idade maior, com uns 12 anos para cima. Os menores precisam de um pulso mais firme, mas nem por isso significa que devemos bater muito neles. Como disseram; aquela palmadinha mais pra assustar do que pra machucar, só pra mostrar que o que ele fez não era o certo. Só assim teremos filhos capazes de viver no mundo competitivo de hoje, e não aquele filho mimado, que tem tudo o que deseja e, quando virar adulto, não saberá o significado da palavra _não_ e que ele não é protegido pela sociedade como o foi na casa de seus pais.



E não devemos, nunca, nos esquecer do RESPEITO.



A seguir, um trecho do livro _Quem ama, educa_, de Içami Tiba, que fala um pouco sobre o _Não_:



O Desperdício do _Não_



Quantas ordens dos pais aos filhos são descumpridas? Que acontece aos filhos desobedientes? A melhor maneira de perder a autoridade é dar uma ordem que não será cumprida. E esse processo começa na mais tenra idade, quando a criança desobedece aos _nãos_ dos pais.



Quantos _nãos_ os pais dizem num dia? Numa semana? Durante a infância dos filhos? São muitos, mas muitos mesmo... Destes, quanto as crianças realmente obedeceram? Todos os demais expressam o desperdício do _não_.



Para recuperar a autoridade essencial à educação, é importante compreender a psicodinâmica da desobediência do _não_ e, a partir daí, buscar a modificação.



Antes de proibir, é preciso analisar a situação:



O filho corre forte risco de vida (ser atropelado, brincar com armas, cair perigosamente, pôr na boca produtos tóxicos e venenosos, querer acariciar um cão bravio e rosnando etc.). Deve ser parado com um _não_ forte e incisivo, num grito, enquanto se faz a contenção corporal no braço, na camisa, onde conseguir pegar. É uma emergência, portanto esse deve ser um _não_ proibitivo, sem acordos...
O risco de vida é fraco (brigas com armas entre irmãos, abuso de jogos/brinquedos/esportes/situações perigosas, radicais ou violentas etc.). O _não_ também deve ser muito claro e firme, em voz alta, mas sem gritos. Geralmente cabe um acordo e não é tão emergencial. Significa: _Pare (ou cuidado) com isso para não se machucar_.
O filho infringe normais locais em ambientes que requerem comportamento adequado (fura filas, não pára quieto, grita, mexe no que não deve, faz bagunça, incomoda outras pessoas, provoca crianças ou animais de estimação dos outros etc.).
O filho atrapalha ou incomoda pessoas que precisam se concentrar.


Então o pai e a mãe devem refletir:



Se dizem o _não_ muito mais por motivos pessoais (impaciência, falta de tempo, desinteresse, preguiça, para agradar às visitas etc.) que para educar o filho.
Se é realmente necessário dizer _não_, pois se falta convicção ele predispõe à desobediência.


A criança que desrespeita o _não_ da mãe ou do pai tende a desrespeitar o _não_ de outras pessoas. Além do mais, desenvolve a incapacidade de se controlar, isto é, não consegue dizer _não_ a si mesma.



A criança que costuma desacatar o _não_ torna-se voluntariosa, impulsiva, instável, imediatista e intolerante, prejudicando os outros e também a si própria. Sua personalidade fica tão frágil que não suporta ser contrariada. Daí insistir, teimar, fazer birras e chantagens para conseguir o que quer.



É uma criança infeliz, pois nunca fica satisfeita. Despreza logo o que custou tanto a conseguir. O brinquedo que ela _mais queria na vida_ é jogado fora sem remorso. Em seguida volta a usar o esquema que todos conhecem para obter outro _sonho da sua vida_. É assim que os pais criam as _crioncinhas_, que depois se transformam em _aborrecentes_ não só em casa mas também na escola na escola e na sociedade.



Uma semana de muita paz a todos!

Equipe Educar - CVDEE


Conclusão