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121_ – Tema : Pode-se trabalhar autoconhecimento e reforma íntima na criança e no jovem? - estudo já com opiniões dadas
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
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Temas destinados à Família e à Educação no Lar
Tema : Pode-se trabalhar autoconhecimento e reforma íntima na criança e no jovem?
OOis, Gente Linda do coração, tudo joiinha com vcs? 🙂
A maioria ficou caladinha caladinha semana passada hein(inclusive euzinha - tsitsitsi) :-)) Estou adiantando o tema um cadinho, por causa do texto abaixo ser grandinho, tá bom? 😉
Boom, o tema dessa semana começou a se configurar como tema para a gente colocar na nossa grade aqui da educar, através de um questionamento feito em pvt em um outro grupo em pvt tb. E a partir daí colocamos para alguns da equipe CVDEE e um amigo de fora do trabalho. Ao final a equipe educar achou legal inserir o tema aqui para a questão família e educação no lar, para uma conversa maior. 🙂
Então, ao invés de colocar questões específicas, vou colar abaixo o papo que mantivemos(super grande foi o papo) e a partir dele vcs entram colocando suas opiniões, entendimentos, exemplificações práticas, questões, dúvidas, enfim, naquele nosso esqueminha básico: dentro do tema, vc participa da forma que achar melhor, tá legal? 😉
O papo (é grande enoooorrrmee tá gente? :-)), começou com a seguinte colocação:
----- Original Message -----
From: :
(...)
Num dado momento,
ao falarmos sobre auto conhecimento, soltei uma questão: a criança tem condições de promover o auto conhecimento, já que está no periodo egocentrico?? E o adolescente? O adolescente que depende tanto da opinião de um grupo, se vê pelos olhos dos outros, consegue fazer um mergulho em si mesmo, para o auto- descobrimento?? As respostas foram diversas. Os adolescentes (alguns), se revelaram, outros, se rebelaram...rsrsrs
No fim, fiquei sem saber, e transfiro minha dúvida para vocês: uma criança e/ou um adolescente tem condições de promover o auto-descobrimento, o auto-conhecimento e, de quebra, a reforma íntima??
Eu creio que não...
(...)
bjocas
A partir daí desenrolou-se da seguinte forma(é grande, na realidade, enooooooooooooorme o texto, tá? Mas vale a leitura :-)):
Na minha opinião o adolescente tem sim a capacidade de se conhecer.
Mas isso vai de espírito para espírito. Da mesma forma que um idoso pode ainda não ter a capacidade de se auto-conhecer e realizar a reforma íntima (algo muito difícil), um adolescente pode também não conseguir. Entretanto, como ex-adolescente (18 anos ainda é adolescente?), que começou no espiritismo aos 15 anos e mudou bastante de lá pra cá, creio que NÃO há muita coisa que diferencie as dificuldades enconstradas entre as faixas etárias no que tange à reforma íntima: preguiça, comodismo, a famosa frase: "sou assim e não
vou mudar, quem quiser que me aguente assim"... Falta de entendimento concreto dos ensinos de Jesus.
E a criança?
(agora respondo como evangelizador, visto que não lembro muita coisa a respeito)
Há um garoto de 9 anos que está em minha sala de evangelização. Quando ele chegou na Casa Espírita, era violento e tinha comentários racistas. Hoje em dia é um dos alunos mais carinhosos e caridosos de toda a Casa. Um exemplo. A reforma aí, foi, certamente, ajudada pelas aulas, pela evangelização. Entretanto, vale lembrar que há, sim, mérito da criança. Deus é tão sábio que deu aos pequeninos uma família. Isso não foi a toa. A criança necessita de um guia. Assim diz a doutrina, assim ratifica a natureza.
Acredito muito nos adolescentes, mas infelizmente tem-se muita desesperança nestes hoje em dia. O trabalho espírita com o adolescente, cresce de sobremaneira. Saber aproveitar e valorizar cada fase da vida com suas características específicas, algumas boas, outras nem tanto, é essencial para o futuro dos espíritos que encarnaram tem pouco tempo, e também para o futuro da causa espírita.
Enfim, trabalhemos todos, como melhor meio para a reforma íntima...
---
Eis, Gente Linda, tudo na paz? 🙂
Ei Lindinha 🙂
Penso que ela pode sim se auto-conhecer, se auto-descobrir, talvez não no sentido de que nós adultos temos, mas no se "descobrir"(ou re-descobrir, uma vez que são espíritos antigos, só o corpo físico infantil), de saber o que ela gosta, o que ela não gosta, o que ela sente , quais as atitudes que ela tem em comparação com as atitudes de educação moral; de que forma ela pode se colocar perante ela mesma e perante o grupinho dela e onde ela convive. Saber quem ela é e quem pode vir a ser. De que forma ela percebe o mundo; de que forma ela pode agir para mudar algumas coisas que acha que não estão legais pra ela.
Na minha turminha do Centro, costumo fazer este trabalho com eles, fazendo eles pararem e refletirem sobre eles mesmos: sonhos, vontades, desejos e de que forma eles poderão alcançar isso. Isso é uma forma de auto-conhecimento, é um momento cheio de risinhos mas enriquecedor , porque sai um monte de coisas que se refere a autoconhecimento, numa noção "menor" ou "menos complexa" porque está misturado com a educação.
e o resto Lindinh V falou e concordo com ele 🙂
tarde feliz procês
beijocas mineiras com carinho no coração
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Verdade, Lu,
concordo com vc. Posso dar um relato melhor quanto aos jovens. Fizemos uma confraternização de juventude este ano cujo tema foi justamente o auto-conhecimento. Foi ótimo. Muito produtivo. O estudo, as atividades, oficinas, tudo levando o jovem a se auto descobrir para se melhorar. Inclusive fizemos um jogo de tabuleiro, com diversas situações do cotidiano do jovem, onde ele tinha q se auto-avaliar, com relação às suas reações. Muito bom.
Beijos p vcs!
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Primeiro, obrigada pelas respostas. Bom demais compartilhar....
Lulu...
Td bem?
Olha só, vejo o auto conhecimento como uma busca de si em si. Um momento absolutamente solitário, independente de influências externas, próprio e único. Uma reflexão profunda, livre de preconceitos, de julgamentos, de medidas. Vc se vê como é, e pronto. Percebo na criança a incapacidade de tal mergulho. Tudo, ainda, fica muito no superficial, ou melhor, tudo gira em torno dela, o mundo é ela. Embora, ela pareça reunir as condições para auto-conhecer-se, pelo próprio egocentrismo, existe algo, que ainda não sei o que seja, que não permite que isso aconteça. Penso que uma criança,na primeira infância, esteja pronta para receber a Educação Moral, o momento é esse mesmo, mas não tem condições de olhar de si para si. Engraçado isso, justamente, e talvez, porque ela não reconhece o outro. Mas não tenho muita certeza...
R
Fiquei surpresa quando li tua participação, obrigada...
Com relação ao jovem, acho que a situação fica mais complicada ainda, justamente por ele ser dependente, num determinado período, das opiniões alheias, da necessidade de um grupo, de ter que se adequar a um grupo para ser aceito e tudo o mais. Quando digo jovem, digo adolescente, porque juventude independente da idade cronológica, penso. Talvez, ele consiga caminhar para dentro de si, mas não muito, não sei ainda. Mas penso: e os hormônios, mudança da estrutura do corpo, alterações de humor, pelos nascendo e tudo o mais, são impeditivos do adolescente se conhecer. Mal conseguem se olhar no espelho, mal conseguem lidar com o próprio corpo, com sua emoções e paixões em tão alto nível. Tudo é o fim, tudo é muito grave, os amores, arrasadores.... Não sei se o adolescente tem condições psíquicas para tal. O auto-descobrimento é um caminho solitário, e o menino ou menina nessa faixa etária, quer mais é fazer parte. Estar sozinho para eles, é o fim, causa muita dor, depressão e tudo mais. Nem sei se é saudável o auto conhecimento nesse período, justamente por ser profundo. A não ser que seja compartilhado, mas aí, sei lá, vai contra o que penso ser o caminho a seguir...
V
Como vai? Eu bem que queria te chamar: Oi bonitinho!!!, mas de repente vc fica bravo...
Eu estava dando aula uma vez, substituindo apenas, uma professora de uma classe de adolescentes, na verdade pré adolescentes. A coordenadora chegou e falou para mim: Beth, cuidado com eles, são muito barulhentos, não respeitam o professor, não dá moleza prá essa classe. Era aula de educação física. Eu fiquei olhando para aquelas crianças, sentadas, me olhando, esperando eu dar as orientações para a aula, todas quietinhas, sorrindo prá mim, então eu pensei: Cadê os "capetinhas"?? São esses?? Eu falei para a coordenadora: eles são ótimos!!! Eles foram ótimos comigo....(diga-se de passagem que eu sou barulhenta...tb)
Parece que a criança, um pouco maiorzinha, traz consigo as crenças recebidas dos adultos: ela (a criança) é violenta, burra, cabeça dura, sem jeito, não adianta mais..., e começa a acreditar nisso, dar isso como verdade. As crianças estão... O auto conhecimento não deixaria isso acontecer. Tanto é que a criança, por sua própria energia, tem tudo para conseguir, tem um mundo para conquistar, muitas vezes chega achando que não pode nada, não consegue, não é capaz....Cara(rs), com quem ela aprendeu isso? Com os adultos, claro....
No teu centro, vcs devem ter dado muito amor para esse menino, pq ele mudou o comportamento. Vcs acreditaram nele primeiro, e ele passou a acreditar em vocês...
Olha a responsabilidade...rs
Mas, mesmo assim, não entendo isso como auto descobrimento. O que é reforma íntima, conhece-te a ti mesmo, para uma criança??
(...)
---
Pois é ...
Em algumas coisas eu concordo com vc, no q diz respeito ao jovem querer ser aceito no grupo, n gostar de ficar sozinho e tal.
Mas veja bem.. Por que devemos nos auto-conhecer?
Na minha concepção, nos auto-conhecemos para saber nossos limites, nossas falhas, nossos acertos... a partir de então, buscar corrigir os erros, adquirir novas virtudes, destacar ainda mais as virtudes q já temos.
E como é q fazemos isso? Trancados no nosso mundo? Legal: agora eu entro no meu quarto e vou ser mais paciente, vou ser mais prestativo, vou amar mais e deixar de lado meu orgulho e meu egoísmo. A partir do momento q eu saio do meu mundo e entro em contato com as pessoas, n preciso mais fazer isso? É esse q é o ponto. Nos melhorarmos significa seguir o ensinamento maior: Amar ao próximo como a si mesmo. É colocar em prática o q descobrimos interiormente.
Por isso eu acho super importante dar à criança e ao jovem a oportunidade de momentos de se auto-descobrir, de conhecer suas dificuldades, suas qualidades, para melhorar o convívio no grupo sim.
Claro, a oportunidade deve vir de fora para crianças e jovens (como o q fizemos na confraternização de jovens - estimulamos os jovens, pelo estudo, pelas oficinas, pelos jogos a se auto-conhecerem).
Mas pense bem como é com relação a nós adultos: q momento resolvemos, por nós mesmos, q devemos buscar esta interiorização? Ela vem, na maior parte das vezes, por estímulos externos - situações complicadas q passamos no trabalho, no convívio familiar, no convívio social, com os amigos, no centro espírita. são situações q nos fazem refletir e parar p pensar: será q o mundo tá errado ou eu q estou sendo intolerante, impaciente, exigente demais? e a partir de então, paramos e olhamos p dentro de nós.
no mundo que vivemos hoje, com esse boom de informações, de estímulo ao consumismo, ao sexo desregrado, à violência, será que n devemos permitir q os jovens façam essa reflexão?
observem a quantidade de escolhas diárias q o jovem precisa fazer: desde q roupa vai colocar até se vai ficar ou n com fulana ou sicrana na rave q ele tem p ir no sábado a noite, se ele deve contabilizar qtas bocas beijou na micarê q ele participou p ser melhor aceito no grupo como o garanhão, se perde a virgindade aos 14 ou aos 17, se gosta de piercing ou tatuagem ou ambos...
será q nós, como espíritas q somos (muitos até evangelizadores), devemos deixar o jovem agir apenas socialmente, sem se preocupar com este tipo de reflexão, pq ele passa por um momento conturbado, onde os hormônios estão a mil por hora, onde ele sofre conflitos emocionais e sociais "estrondosos"?
Eu penso q não devemos esperar o tempo certo, mesmo pq, n sabemos qdo será esse tempo.
Veja bem, alguns de vcs devem ter visto nos noticiários um caso de assassinato de uma jovem aqui em brasília, q aconteceu semana passada (e foi descoberto no domingo). a jovem foi violentada e esfaqueada por um empregado da casa.
ele já é adulto. nesse momento, ele está emocionalmente perturbado. então, n é hora dele parar p pensar sobre a vida dele, o q ele tem feito.
antes tb n era hora, afinal, ele era adolescente, tb n tinha equilíbrio. qdo será a hora então?
será q, se na sua adolescência, ele tivesse a oportunidade do ensinamento religioso (independe da crença), e com isso, buscasse se conhecer melhor, adquirir novos hábitos, promover a reforma íntima, ele n poderia ter evitado esse acontecimento?
o auto-conhecimento é um processo solitário sim. mas n requer isolamento social p ser feito. mesmo pq, é muito difícil achar alguém q viva isolado socialmente, né?
acho q devemos dar a oportunidade da criança e do jovem entenderem q o q eles aprendem na salinha da evangelização, ou no estudo do evangelho no lar, é p ser colocado em prática. e q isso só vai acontecer, qdo eles trouxerem esses ensinamentos no coração.
a maturidade do espírito n tem hora certa p chegar. n é pq se faz 18, 21 anos podemos considerar uma pessoa madura. muitos jovens apresentam um nível de maturidade para estas questões morais do q muitosadultos(e eu me incluo nessa lista de adultos.. têm jovens no grupo q eu trabalho q mostram uma capacidade de se auto-conhecer e se melhorar q me fazem corar de ver o tanto q eu ainda preciso melhorar).
promover a oportunidade da criança e do jovem se auto-conhecer pode n ser o método de auto-conhecimento ideal, mas é um princípio.
bom, essa é minha opinião...
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OOis, tudo joiiinha com vcs, Gente Linda? 😉
Acho que Lindinh R num deixou nadica pra euzinha me manifestar, concordo com ela 😉
Pegando a evangelização da criança e do jovem, como exemplo, ela tem o objetivo justamente de "facilitar" pra criança(e jovem) a sua reforma do Espírito (- já que é na fase infantil que se tem mais facilidade para isso -) lhe propiciando uma visão maior do planeta, abrindo seus horizontes para além desta existência, colocando-os como cidadãos do universo, capazes de modificarem a si mesmos e o planeta em sua trajetória evolutiva, ou seja, auxiliar para termos homens de bem (veja que o objetivo ultrapassa aquela coisa catequista de formar espíritas, vai além disso. Vai na formaçao do se conhecer, conhecer o mundo ao seu redor, conhecer o além mundo e se transformar pra transformar o mundo).
Assim o autoconhecimento e a reforma intima infantil se dá de uma forma "menor" ou "menos complexa" ou "menos aparente" justamente porque está diluida e inserida na educação ou na formação dessa educação.
Quando vou dar uma aula dentro dos aspectos das Leis Morais, é justamente isso que fazemos: autoconhecimento e levando a criança a uma posterior ou futura reforma íntima , mesmo que se diga que ela não possa realizar isso sozinha, não deixa de ser um autoconhecimento fazer isso em conjunto.
No início do ano na evangelização eu propus uma semana de atividade com esse objetivo e este ano fizemos "O Meu diário" - onde as crianças deveriam durante a semana anotar à noite como tinham se comportado, sentido, vivido o dia e o que fizeram pra melhorar o dia ou o que fariam pra melhorar o dia seguinte, etc - vc ficaria surpresa com as respostas do diário e com a forma como eles próprios se conduziram e falaram de si mesmos e das atitudes deles para com os outros e dos outros para com eles, podem não ter feito uma análise profunda como os adultos fazem(ou deveriam fazer), mas dentro do desenvolvimento psicológico-físico deles, eles souberam direitinho formular esse buscar de si mesmos e uns até fizeram desenhos representativos das situaçoes e dos sentimentos ; teve uma que fez uma análise se colocando no lugar de quem tinha feito alguma coisa pra ela em resposta a algo que ela tinha feito e que se ela fosse a outra pessoa teria tido uma reação muito pior e mais severa.
Pena que , como não achei justo ficar comigo, devolvi pra eles; senão te enviaria - e olha que as "minhas" crianças são socialmente desassistidas, convivem diretamente com a violência, com as drogas, com o ferir leis, muitas têm pais presos, drogados...
O que a gente não pode é confundir as fases de desenvolvimento natural como questão impeditiva de se conhecer e de se reformar; nem limitar a capacidade do espírito pelo estágio do corpo físico.
E pra mim autoconhecimento não tem conceituaçao, forma nem fórmulas rígidas e imutáveis , entendo que ao buscar se conhecer e através desse conhecimento se modificar, se transformar, se reformar é autoconhecimento. Um bebê que experimenta rabanete e gosta - ele tá aí em um processo de autoconhecimento: ele reconhece naquele gosto algo que lhe é agradável (isto é um processo de autoconhecimento dentro do que ele tem de capacidade psicologica/fisica naquele momento); uma criança mente e recebe uma resposta x pra mentira(seja de atitude, de castigo do que seja) ela aprendeu ao mesmo tempo que reconheceu nela mesma a capacidade de mentir( isto é um processo de conhecimento tb dentro do que lhe proporcia a capacidade psicologica/física) e assim por diante. Pra mim, na realidade , todo aprendizado será naturalmente um processo de autoconhecimento - o que difere aí é o objetivo , o nome, a consciência, a forma pela qual se verifica ou se auxilia ou se educa ou se orienta ou se estimula ou se é indiferente...
viiixeee ...desculpa o capítulo testamentário 😉
tarde feliz procês
beijocas mineiras com carinho no coração
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R...
Talvez...
Quem sabe, né??
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na dúvida, fiquemos com Kardec...
385. Que é o que motiva a mudança que se opera no caráter do indivíduo em certa idade, especialmente ao sair da adolescência? É que o Espírito se modifica?
"É que o Espírito retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual era."
"Não conheceis o que a inocência das crianças oculta. Não sabeis o que elas são, em o que foram, nem o que serão. Contudo, afeição lhes tendes, as acaricias, como se fossem parcelas de vós mesmos, a tal ponto que se considera o amor que uma mãe consagra a seus filhos como o maior amor que um ser possa votar a outro. Donde nasce o meigo afeto, a terna benevolência que mesmo os estranhos sentem por uma criança? Sabeis? Não. Pois bem! Vou explicá-lo."
"As crianças são os seres que Deus manda a novas existências. Para que não lhe possam imputar excessiva severidade, dá-lhes Ele todos os aspectos da inocência. Ainda quando se trata de uma criança de maus pendores, cobrem-se-lhe as más ações com a capa da inconsciência. Essa inocência não constitui superioridade real com relação ao que eram antes, não. É a imagem do que deveriam ser e, se não o são, o conseqüente castigo exclusivamente sobre elas recai. "Não foi, todavia, por elas somente que Deus lhes deu esse aspecto de inocência; foi também e sobretudo por seus pais, de cujo amor necessita a fraqueza que as caracteriza. Ora, esse amor se enfraqueceria grandemente à vista de um caráter áspero e intratável, ao passo que, julgando seus filhos bons e dóceis, os pais lhes dedicam toda a afeição e os cercam dos mais minuciosos cuidados. Desde que, porém, os filhos não mais precisam da proteção e assistência que lhes foram dispensadas durante quinze ou vinte anos, surge-lhes o caráter real e individual em toda a nudez. Conservam-se bons, se eram fundamentalmente bons; mas, sempre irisados de matizes que a primeira infância manteve ocultos. "Como vedes, os processos de Deus são sempre os melhores e, quando se tem o coração puro, facilmente se lhes apreende a explicação. "Com efeito, ponderai que nos vossos lares possivelmente nascem crianças cujos Espíritos vêm de mundos onde contraíram hábitos diferentes dos vossos e dizei-me como poderiam estar no vosso meio esses seres, trazendo paixões diversas das que nutris, inclinações, gostos, inteiramente opostos aos vossos; como poderiam enfileirar-se entre vós, senão como Deus o determinou, isto é, passando pelo tamis da infância? Nesta se vêm confundir todas as idéias, todos os caracteres, todas as variedades de seres gerados pela infinidade dos mundos em que medram as criaturas. E vós mesmos, ao morrerdes, vos achareis num estado que é uma espécie de infância, entre novos irmãos. Ao volverdes à existência extraterrena, ignorareis os hábitos, os costumes, as relações que se observam nesse mundo, para vós, novo. Manejareis com dificuldade uma linguagem que não estais acostumado a falar, linguagem mais vivaz do que o é agora o vosso pensamento. (319)
"A infância ainda tem outra utilidade. Os Espíritos só entram na vida corporal para se aperfeiçoarem, para se melhorarem. A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão de dar contas.
"Assim, portanto, a infância é não só útil, necessária, indispensável, mas também conseqüência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo."
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Lulu...
Ainda penso diferente de vocês, mesmo sendo espírita e "Evangelizadora", ou melhor, tentando ser ambas as coisas. Hoje, sou apenas aprendente. Estou E., mãe, filha, esposa, irmã, estou apenas.
Vou refletir sobre tudinho o que vc disse, mesmo pq, algo temos em comum: trabalhamos com crianças carenciadas (justamente pq os sãos não precisam de médicos, penso).
Sem fazer apologia a crime algum, à violência alguma, continuo pensando sobre a questão levantada, partindo ainda de minha própria experiência. Mesmo pq, penso Lulu, que eu posso ensinar tudo, e fazer de tudo para alguém aprender algo, mas se aprendeu de fato, os frutos é que me dirão. Não é um aprendizado somente cognitivo, tipo 2+2=4, é muito mais do que isso. Ensinar o que é certo e o que é errado, é nossa responsabilidade, quase obrigação, mas assegurar que o indivíduo vai optar pelo certo, não podemos prever, outros fatores estarão envolvidos. Mas, aí é outro assunto.
Mesmo assim, obrigada...
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Oi I...
td bem?
Sim, a Educação é importante, não tenho dúvida em relação a isso.
Falava eu sobre auto-conhecimento e reforma íntima.
Mas tudo bem, obrigada assim mesmo
bjocas
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Mas foi justamente sobre o que falei...
Como pode um Espírito trabalhar auto-conhecimento e reforma íntima se ele nem sabe quem é ainda? se não tem total domínio sobre seu patrimônio ???
Kardec nos coloca a fase de saída da adolescencia, de quando o Espírito retoma a sua Natureza. Veja os itens em negrito
É a partir daí que se pode trabalhar com um Espírito o auto-conhecimento e a reforma íntima.
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Todas as crianças necessitam de evangelização. Sejam carentes ou não.
Não existe modo de compara quais delas necessitam mais. É como se um
pai tivesse que escolher qual filho recebe e qual não recebe o ensino
moral. É algo para o qual todos são doentes (todos necessitam de
médico).
Sobre a reforma íntima no adulto, creio que seja a chave saber sua
concepção desta. A auto-reforma é quando olhamos para dentro de nós e
detectamos o que precisamos mudar, isso apenas após nos conhecermos.
Mas nós não fazemos a reforma íntima sazinhos. Frequentamos a palestra
pública, lemos milhares de livros, isso por anos, por encarnações,
pois a reforma íntima não é como uma "reforma previdenciária" , em que
uma lei substitui outra. Ela demenda tempo. É um processo. Devemos
entender a reforma, pois, como um caminhar de mudanças que efetivamos
em nosso íntimo. O que é uma re-forma? É, como o nome diz, mudar a
forma. É trans-formar. É re-modelar. É modificar. Isso não se faz em
um ano. Podemos - e conseguimos - melhorar em um ano. Mas acho difícil
chamar isso de REFORMA concretizada. É a reforma começando a
funcionar.
Quero a opinião de vocês. Quem sabe possamos dizer que a reforma
"pode" começar na criança, influenciada de sobremaneira pelo contexto
e pelos estímulos externos. Prossegue nos adolescentes, agora com
maior influência deste. E continua no adulto, mais capaz de uma
conjectura profunda de si mesmo. Mas ela pode paralisar em qualquer
uma das fases. Pode estar paralisada na criança, pode se paralisar nos
jovens, pode estancar no adulto.
Que acham? Lu? R? L?
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I,
não sei se concordo. Lembro bem: eu era criança, algo como 8/9 anos.
Tinha comprado umas bombinhas, nem era das pesadas. Era uma que parece um palito. Fui andando pela rua com a caixinha no bolso. Passei ao lado de um colégio e vi que ele tinha várias janelinhas pela lateral, que permitiam visão de um porão. (sabe aqueles porões que não tem nem 1.5 metros, que servem pra apenas fazer com que a casa seja mais alta que a rua, projendo-a de enxentes, etc?) Com aquela bombinha no bolso, olhando pro porão vazio. Fiquei imaginando o barulhão que faria! Tirei a caixinha do bolso, risquei um fósforo, comeceu a mexer o braço e ia encostar na bombinha a chama quente, quando ouço um moço me gritando do portão do colégio. Ele veio correndo dizendo que aquilo era um absurdo, que podia colocar fogo em todo o colégio, que eu era um inconsequente. Falou que eu ia ter que conversar na diretoria, e era um colégio que eu nunca havia entrado. Entrei tremendo e o corredor imenso. A cada passo meu coração batia mais rápido, meu olho começou a ficar cheinho de água, e de repente não aguentei e comecei a chorar soluçando. A diretora falou mais não sei o que, que devia até chamar a polícia!!!, que minha mãe ia ficar decepcionada comigo e tudo mais.
Fui pra casa chorando, cheguei chorando, minha mãe ficou brava com a diretora do colégio que eu nem estudava, e disse que ela tinha exagerado e pra eu não me preocupar.
Quantas coisas não nos marcam qdo somos crianças? Dizer que não somos capazes de conjecturar sobre nós mesmos ou sobre nossas atitudes julgo ser errado. Eu pensei muito sobre aquilo. Por mais que a moça do colégio tenha sido rude ao extremo, as palavras dela ficaram, e sempre pensei duas vezes ao fazer coisas do tipo. Tantos outros fatos podem ser colocados nessa categoria. A vida nos ensina. E isso ocorre sempre. A reforma íntima não precisa ser consciente. Não precisamos saber que existe uma questão do LE sobre reforma íntima, nem que santo agostinha dá várias dicas. Alguém que nem religioso é, pode muito bem se reformar só de tentar se melhorar. E isso fazemos desde sempre. As crianças tem muita consciência de si mesmos, consciência do próximo.
"Como pode um Espírito trabalhar auto-conhecimento e reforma íntima se ele nem sabe quem é ainda? se não tem total domínio sobre seu patrimônio ???
Kardec nos coloca a fase de saída da adolescencia, de quando o Espírito retoma a sua Natureza. (...)
É a partir daí que se pode trabalhar com um Espírito o auto-conhecimento e a reforma íntima."
Não concordo, em especial, com esse fragmento supracitado.
Com carinho,
----
OOis, :-))
Tudo joiinha, Gente Linda? :-))
"...Para que não lhe possam imputar excessiva severidade, dá-lhes Ele todos os aspectos da inocência. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores..." e depois ele torna a repetir:
"... A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores..."
De que forma reformar caracteres sem trabalhar autoconhecimento, mesmo que em conceituação menor ou "inconsciente" ?
Este trabalhar, mesmo que venha através de orientação externa, é trabalhar, é reformular.
Quando reformo caracteres , estou reformando intimamente; quando reprimo maus pendores, estou iniciando (ainda que em nível menor(porque fazendo apenas segurar o mau pendor)) a transformação.
E pra fazer isso a criança tem que agir também e essa ação é o autoconhecimento e a reforma intima dela, cujo resultado "mais definitivo" se verá quando ela atingir a juventude , às vezes só quando chegar a adulto e às vezes sequer aparece(na presente encarnação).
V., concordo no "podemos dizer que a reforma pode começar na criança", tudo vai depender do estímulo ou da proposta educacional dos pais.
E concordo contigo quando diz que a criança tem consciência de si mesma e dos outros; quando ela lida com a escola, com os amigos, com os familiares, com as festinhas, com as brincadeiras, com as situações a gente verifica essa consciência dela para com ela mesma e para com os outros.
Quando faço a criança pensar, convido-a a evoluir, a acessar coisas melhores para si e para o mundo... e quando ela faz isso é autoconhecimento, é reforma; ainda que não tenha o caráter abstrato que o adulto tenha.
Na realidade a própria reencarnaçao já é um processo de reforma íntima; a gente estaria numa continuidade dela que irá existir sempre, até consigamos nos aperfeiçoar enquanto espíritos que somos.
A criança nada mais é que um Espírito e como tal tem consciência dele mesmo, pode não se expressar de forma firme, mas apresenta suas tendências.
O que a criança não faz é abstrair.
Se a gente for pensar que ela só tem capacidade a partir da juventude, não ahveria sentido no orientar quanto ao respeito, quanto ao amor, quanto às diversas funções, porque se ela não tivesse consciência disso, ela não apreenderia isto; e a educaçao deveria também começar só a partir da juventude No entanto, vc orienta, educa , a criança apreende dentro dela essa orientação e o resultado disso vai aparecer de forma mais visível na juventude, onde começa outro processo de interação, num outro degrau, mais aprofundado e assim por diante.
dia feliz procês
agora só amanhã, que meu dia hoje tá enroladérrimo 🙂
beijocas mineiras com carinho no coração
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LIndinh V e Lindinha Lulu
V, vc tem mesmo 18 anos? Com essa cabecinha tão boa? Sou felizarda,acredite, por estar debatendo um assunto com você...com todos vocês.
Mas, me dá um tempo, ok?
Preciso pensar sobre isso tudo, re-construir, reformar minhas crenças, talvez eu conclua como vocês, talvez continue pensando como penso, sei lá...
Mas teus argumentos quase me convenceram...
bjocas
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I...
Puxa, eu li e não entendi ontem.....
Re-li e entendi, é isso mesmo o que eu penso....
Somente no final da adolescência o indivíduo tem condições de, em sabendo quem é, mudar a si mesmo. Acredito que esse "saber quem é", venha com o auto-conhecimento, e parti daí, a reforma-íntima, a reconstrução, que requer, a destruição do homem velho para o novo....
Obrigada
----
---.
Oi gente!!
Foi um e-mail bem produtivo
Eu poderia escrever um testamento, mas acho que as idéias básicas foram abordadas, vou ser breve...
Penso que:
a) Alguns autores falam que a criança passa por uma fase chamada de egocêntrica (Piaget), onde busca receber e olhar para si mesma. Para Freud ela vive o tal do ID, ou seja, vive procurando a satisfação de seus impulsos e desejos próprios sem olhar para o outro.
Mas, seja qual for o nome ou conceito que se adote para este período infantil, todos concordam de que é indispensável inserir na criança valores para que ela se socialize e aprenda a respeitar o outro. E isso deve ser feito desde pequenina.
Quando a criança é frustrada em suas necessidades, entende que o mundo não gira em seu redor e que precisa dar outras respostas para a vida em sua volta, ela se desenvolve. Respeitar a criança, não quer dizer permissividade ou falta de limites e orientação.
Se aprende a lidar com uma frustração enquanto criança, saberá entender as dificuldades que a vida lhe oferece quando adulto com maior facilidade.
Li uma frase que adoro: "a única diferença da criança para o adulto é o preço dos brinquedos".
Sendo assim, vamos lembrando o LE quando nos diz da importância de "reformar caracteres na criança", ou seja, entender que seus instintos e tendências devem ser transformados (não gosto do termo reprimido ou contido, pois estar impedido de algo não é estar consciente do que ele acarreta).
Eu estava conversando com V e P em JF. O papo tava muito bom, falamos sobre a criança e disse a eles de um trecho no livro "Conversa Fraterna", em que Divaldo conta a história de um menino que aos 4 anos fez armas e que manifestava agressividade incomum, já havia sido rejeitado por várias famílias... O traba
Conclusão