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113a – Tema: O NATAL E A FAMÍLIA ESPÍRITA - textos

NATAL

Ricardo Montedo



Esta época é diferente mesmo, não lhe parece?

Um misto de melancolia e paz toma de assalto a humanidade...

Fazemos coisas, praticamos atos, temos pensamentos tão distintos daqueles que nos são corriqueiros...

Parecemos, mesmo, outras pessoas...

Olhamos nossos irmãos com afeto, vemo-los, realmente, como seres humanos, como companheiros de jornada.

Abrandamos nosso coração, repensamos nossos atos, agimos com mais serenidade e moderação.

O amor, esta pérola divina, nos acalenta, por um fugaz instante, o coração.

A humanidade parece despertar para seu destino superior.

Virado o ano, vira-se, também, a página.

Voltamos todos a mesma postura de frieza e indiferença.

Revestem-se os homens, novamente, da carapaça da hipocrisia, da falta de afeto, do ódio, do orgulho e da vaidade.

POR QUÊ?

Porque nosso estágio evolutivo não nos permite vislumbrar a ventura de sermos bons, todo o tempo.

Não temos, ainda, a capacidade de compreender que, ao praticar um ato de caridade desinteressada, estamos beneficiando muito mais a nós mesmos, do que ao nosso próximo.

Não conseguimos alcançar, na plenitude, o significado da palavra amor.

Porém, o espírito natalino, que nos arrebata nesta época, fornece-nos dele uma pequena amostra.

A nós, cabe beber desse cálice até a última gota. Sorver, com sofreguidão, as maravilhosas vibrações que nos chegam de todos os lados.

E que esta bebida divina sirva-nos de combustível para o novo ano.

Que ela permita que nos renovemos, que repensemos, seriamente, nossa existência.

No instante em que assim o fizermos, estaremos, cada um de nós, acendendo uma pequenina chama nessa escuridão imensa, em meio a qual caminha a humanidade.

De clarão em clarão, de fagulha em fagulha, veremos surgir, então, no seio da raça humana, uma luz intensa, colossal, magnífica, divina.

Nesse instante, o coração dos homens estará abarrotado de amor.

Que assim seja!

FELIZ NATAL!

Dezembro de 2004

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Ei, Gente Linda, tudo azul azul? :-))
Euzinha encontrei alguns textos comentados sobre o Natal e o Espiritismo, vou passar aqui pra gente ter maior subsídio para nosso bate-papo, tá legal? 🙂
Só vou pedir desculpas, porque esqueci(tsitsitsi pra mimzinha) de copiar a fonte, tá? 😉
noite estreladinha de felicidade procês
beijocas mineiras com carinho no coração

Natal segundo o Espiritismo
Demétrio Pavél Bastos

Retornando o pensamento aos dias de criança, que já se colocam algo distantes, revejo as cenas dos natais que meus queridos pais me ofereceram: o necessário presépio, a árvore com os presentes e o indispensável Papai Noel... Eram expressões de seu amor para comigo; e como se esmeravam para que nenhum colorido faltasse ao mundo de fantasias de minha infância ! A proporção que o peso dos anos me vai vergando os ombros, mais e mais admiro o quanto representaram para mim.

Eles nunca esperavam gestos meus, ou palavras, de reconhecimento, pelo bem que me faziam; a recompensa de quem ama é a felicidade_e não a gratidão - dos entes queridos. Mesmo assim, rudemente intelectualizado, uma espécie de remorso me sobe à garganta, a se expressar nos olhos úmidos. A sabedoria dos pais consiste na paciência da espera de que o fruto-filho amadureça e compreenda, de forma tal que a paternidade termina por ser um prêmio por antecipação que o Pai Maior outorga a cada ser-filho, a exercitá-lo para tarefas de maior envergadura.

Mais tarde, espírita já, meus filhos não conheceram nem o presépio, nem a árvore de Natal, nem o velhinho Noel; só os presentes e as guloseimas persistiram. Em compensação, subiam morro acima comigo, juntamente com a "Mocidade Espírita João de Deus", a distribuir com "os menos afortunados da sorte", como se diz, um pouco do que nos sobrava... Aquela magia que minha infância conheceu, eles não viveram; forjavam-se noutra têmpera, de acordo com os talentos que recebi. Te-los-ei plantado bem ?

E, no escoar dos anos que se sucedem, vou acompanhando, de um lado, a progressiva massificação do conceito de que festejar o Natal é dar presentes (geralmente inúteis), é fazer festas; por outro lado, no seio do Movimento Espírita, a prudente e natural implantação de um Natal à moda espírita, num fatal aprimoramento do que reza a tradição, se vem firmando.

25 de dezembro é um pretexto mais do que bom para se reconciliarem irmãos; para se reexaminarem projetos que visem crescimento espiritual; para se vibrar intensamente a luz do Amor Universal; para se programar um Natal-Permanente.

Exemplifiquem os pais para os filhos que Natal não é dia de se cumprirem obrigações sociais, mas data convencionada para uma tomada de posição, rumo à vivência de 365 dias por ano, dos postulados da Doutrina Espírita e da sabedoria do Evangelho de JESUS !

Ajudemos a se consolidar O NATAL, SEGUNDO O ESPIRITISMO!

(REFLEXÕES DE NATAL - Demétrio Pavél Bastos)

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OOis 🙂 euzinha :-)) mais um texto, tá bao? 🙂
noite feliz
beijocas mineiras com carinho no coração

O Natal
Mércia Carvalho

de Natal, RN

O Natal sempre foi para mim, desde criança, um momento mágico. Não pelos presentes, brinquedos, visitas ou uma ceia repleta de pratos especiais, mas pelo que eu sentia nele: uma mansuetude sem igual, uma alegria muito terna quando via as luzes a piscar, iluminando e colorindo tudo diante dos meus olhos.

Na vitrine enfeitada, ali estava a figura central de toda esta intensa alegria que enchia o coração das pessoas - Jesus. Ficava quieta a cismar olhando as figuras que representavam Jesus, Maria, José, os animais deitados no chão batido da gruta e os pastores ajoelhados do lado de fora. E no alto da gruta, um galo com o pescoço esticado cantando como que a anunciar o nascimento de Jesus.

Diante do presépio, eu me postava e observava a simplicidade de tudo que cercava Jesus. Em contato com a natureza o filho de Deus tinha a seus pés, com toda a sua singeleza e humildade, os elementos fundamentais da vida. Todo o quadro interligava-se àquele menino cheio de ternura e soberanamente meigo, de uma forma natural e bela. Os pastores, tocados por um profundo sentimento de respeito, os animais envolvidos na aura de sua candura e a estrela era o sinal de que Deus tinha enviado uma pessoa muito, muito especial para iluminar os caminhos dos homens.

A emoção chegava devagar, enchendo minha alma de uma felicidade muito grande, um enorme desejo de fazer todos felizes, de ajudar, porque era isso que Jesus repassava para meu coração infantil. Ele era singelo, humilde, cheio de amor e dava a impressão de que não cobrava nada de ninguém. Ele era como precisava ser.

Eu ficava olhando as pessoas a comprar presentes, comidas, roupas novas; a manter as casas enfeitadas, pintadas, arrumadas e me perguntava: Mas será isso que Jesus quer de nós? É isto que representa o seu nascimento? E os que não tinham dinheiro para nada comprar, os que estavam doentes, os caídos na estrada, as mulheres escandalosas, mal vistas, mas que choravam às escondidas?

Tinha uma certeza muito forte dentro de mim de que o Natal não era só o que eu via. O tempo passou, ensinando-me a viver e mais tarde, bem mais tarde, conviver.

As alegrias, as dores, as lágrimas, as expectativas, a saudade e a tristeza fizeram parte dos meus dias de uma forma intensa. As cicatrizes, as marcas do aprendizado me levaram a parar, refletir e perguntar: O que Jesus quer de mim?

Diante da violência, da miséria, da fome, das chagas morais que dilaceram o coração do homem, questionava: Onde está Jesus?

Em especial, na época natalina, as cenas iam se repetindo, sempre iguais, acrescidas pelo número de corações solitários, insatisfeitos, reprimidos, esfomeados das almas e dos corpos, que deixavam nas vitrines iluminadas, as marcas de suas mãos. Eu refletia: _foi para ver tudo isso que Jesus veio à Terra?_

Um dia, _O Evangelho Segundo o Espiritismo_ chegou às minhas mãos e senti as emoções jorrarem novamente de meu peito. Em cada frase, cada explicação encontrava a presença do Cristo a me dizer: _Necessário vos é nascer de novo_, _A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória_, _Quem pela espada fere, pela espada perecerá_, _Aquele que não tomar a sua cruz e me seguir, de mim não é digno_. Completava tantas coisas dizendo: _Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, porque eu vos aliviarei_. Mais adiante dizia: _Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro consolador, a fim de que fique eternamente convosco_.

Compreendi então o sentido do Natal. Jesus viera trazer todo o seu amor aos homens e oferecer à humanidade o seu sublime roteiro para se viver feliz. Simples, fez da sua passagem pela Terra o Hino da Libertação, um Poema de Amor Imortal e Permanente.

Ele veio para compartilhar das nossas dores e dispensar amor onde se fizesse necessário, independente de credos religiosos, procedência social. Deixou um convite a todos nós, para que adotássemos como norma de vida a máxima _Amais-vos uns aos outros, como eu vos amei_.

Então aprendi que Natal é o exercício do amor a cada dia, em renascimento constante. Natal é o trabalho diário no bem a serviço do Cristo. Natal é o acolher, amparar, compreender, perdoar, amar, como Jesus faz diariamente conosco.

Natal é ter o Cristo dentro de si, todos os dias e tornar-se o _sal da terra_, o semeador de estrelas nas noites escuras de sofrimento do homem.

Sim, este é o espírito do Natal!

(Jornal Verdade e Luz Nº 191 de Dezembro de 2001)


Conclusão