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109c – Tema: O Natal e a Família Espírita - nosso papo 3 - com textos

Oi pessoal da sala, tudo joinha com vocês?
O tema tá interessantíssimo, né mesmo?

Não tenho nada a acrescentar às palavras e perguntas da Rosane: simplesmente demais!

Sempre pensamos no Natal como sendo uma festa onde se tem muitos presentes e comida e bebida farta (embora eu tenha que levar uma marmitinha vegetariana pra mim...). Mas, será que o Natal é isso mesmo? Será que não é época de olharmos para dentro da gente e vermos no que poderemos melhorar? Será que não é época de abrirmos os olhos e começarmos a ajudar o próximo, mesmo que seja o nosso irmão, filho, marido, esposa, pai, mãe, avô?

Vamos participar, gente linda!!! Eu vou mandar dois textos que achei interessantíssimos sobre o Natal, pra termos mais base pra estudarmos, ok?

Beijos no coração de todos vocês, bons estudos e bom Natal

Equipe Educar CVDEE
Ivair, Márcio, Rosane, Lu e Fúlvia
eqpeducar@cvdee.org.br

Os povos sempre viveram, em todos os tempos, sob o jugo impiedoso dos poderosos, dos conquistadores terrenos implacáveis, fazendo com que as expectativas de paz e as necessidades de equilíbrio emocional/espiritual se constituíssem num dos maiores anseios do ser humano.

Paz é a palavra do momento e muitos movimentos estão sendo realizados por todo o Brasil e por todo mundo, numa verdadeira rogativa para que haja na convivência humana pacificação, base fundamental para a fraternidade.

Saibamos, no entanto, que a paz não vem de fora para dentro, mas em sentido contrátio, ou seja, de nós para a sociedade. Pacificando-nos contribuiremos para a pacificação da comunidade à qual pertencemos.

O povo judei, que buscou a paz, não fugiria a esta verdadeira regra negra vigente na Humanidade. Foi escravizado por largos períodos de miséria e aflição. É fora de dúvida que ninguém sofre por acaso. Todavia, este povo nunca deixou de acalentar o sonho de libertação que lhe permitisse encontrar o ideal da vida - a felicidade sua e a de seus filhos, o que é muito natural.

Transformado em servo da situação infeliz, onde as mentes e os corações eram tangidos pelas paixões inferiores e inconfessáveis, este povo viu descaracterizados os seus sonhos de libertação e felicidade que tanto esperava, segundo afirmavam as profecias existentes nas velhas letras escriturísticas.

A dominação romana era tomada pelas dramáticas paixões morais, sombrias, em razão da ambição e da corrupção que se transformaram numa verdadeira epiemia, arrastando-se até hoje em todos os recantos do Palneta, levando as criaturas a viver dias de situações morais deploráveis.

As pessoas sofriam o abandono e a perseguição inclemente dos esbirros de ambos os lafos, afligindo-as impiedosamente.

Foi exatamente nesse panorama nebuloso de sofrimentos que surgiu a figura incomum de Jesus, com Sua energia expressando brandura, Sua bondade sem mostrar pieguismo, Sua coragem vivida sem temor, Sua sabedoria irradiando-se sem constranger os menos cultos e Seu amor abrangendo todos os seres.

Muito complexo até hoje penetrar o pensamento de Jesus, entender-lhe a vida aqui na Terra, sua excruciante dor moral-espiritual ao dizer "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". Que estaria sentindo o Divino Mestre naquele momento terrível de Sua passagem pela Terra? Só Ele pode dizer.

Será que não haveria um outro modo dEle deixar sua mensagem sem passar pelo que passou? Precisaria deixar escorrer o Seu sangue, ser alvo de tanto escárnio, sofrer todos aqueles achincalhes e tipos de violência? Devem ser perguntas que fervilham na mente de muitos. Só encontramos uma resposta: não. E por quê? Porque os seres humanos, daquela época, como os atuais e os seguintes, somente através de exemplos tão marcantes e diferentes dos demais enviados à Terra por Deus poderiam sentir-se estigmatizados de forma indelével pelos exemplos deixados por Ele. Ele foi diferente, nunca nada nem ninguém Lhe comparou. Outros vieram antes e depois de Jesus sem conseguirem marcar a vida do homem como só Ele o fez. A história do homem dividiu-se: antes e depois dEle.

Sua vida foi muito rica de exemplificações que agradavam ao Pai, Pai que O enviara para nos servir de Guia e Modelo. E Ele cumpriu até o último dos detalhes previstos para Aquele que seria o Enviado Divino. Queria, precisava ser reconhecido, em Sua época como agora. Submeteu-se a tudo por esta causa: ser identificado.

A Psicologia e todas as ciências da alma tardarão em compreendê-Lo em Sua essencialidade de enviado de Deus, nosso Criador, mais ainda quando Ele foi taxativo em Sua metáforas: "Eu sou a porta...", "Eu sou o pão da vida...", "Eu sou o caminho...", "Eu sou a luz do mundo...", "Eu sou o bom pastor...".

Temos a necessidade de ir até Ele, deixarmo-nos por Ele penetrar e e procurarmos sentir no mais recôndito de nosso ser toda a Sua grandeza espiritual. Será o momento do nosso encontro com a Luz da Vida.

A melodia de Natal traz de novo a mensagem de Jesus aos nossos ouvidos espirituais, ela que é toda tecida de sabedoria, ternura, paz, fazendo com que a palavra do Mestre possa tornar-se na maior das conquistas a serem logradas em nossa caminhada evolutiva. Pobre de quem isto não reconhecer!

Inesquecível é a noite de Natal de Jesus, cuja lembrança leva os homens a se deixarem dominar pelos sentimentos mais nobres, bem acima das sombrias ânsias de dominação, pairando sobre todos a claridade de Seu amor.

Deixemo-nos levar pelos sentimentos de fraternidade e convertamos nossos atos em demonstrações de paz e amor, pois que estamos sob a égide do "amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei".

Deixamos algumas sugestões para o encontro da paz. Aceitemos a existência como nos foi programado por Deus; auxiliemos a todos sem absorver-lhes as responsabilades; desinteressados e desorganizados, ajudemo-los sem violentar-lhes o livre-arbítrio; amemos os familiares sem querê-los como objetos em nossas mãos, reconhecendo-os como criaturas de Deus; não nos iludamos em querer mudar apressadamente as pessoas, porque também resistimos quando observados em erros; feridos, esqueçamos, lembrando-nos de quantas vezes também magoamo-nos; a felicidade obedece o ideal de cada um, não queiramos impor o nosso; respeitemos os pontos de vista contrários aos nossos, visto que somos diferentes; acatemos a fé dos outros, pois Deus oferece trilhas variadas para o acesso ao Reino do Céu; aprendamos aqui a ser cada dia melhores, acumulando tesouros imperecíveis, pois só levamos para o mundo espiritual os valores inapagáveis do Espírito; mantendo a consciência tranqüila, trabalhemos servindo sempre. Caso consigamos agir assim, mesmo sem perceber, estaremos dominados pela paz.

Feliz Natal, leitores! Feliz Ano Novo! São os nossos sinceros votos. Tenham dias muito felizes, vocês e todos os seus entes queridos!

Fonte: Reformador, Dezembro de 2004.
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Oi pessoal!!! Mais um texto sobre o Natal! Pelo visto, tem bastante texto pra gente debater, né mesmo?
Bons estudos, aguardando a participação de cada um de vocês, hein?!

Beijos,

Equipe Educar CVDEE
Ivair, Márcio, Rosane, Lu e Fúlvia
eqpeducar@cvdee.org.br

Natal com Jesus

Até aqui não temos feito outra coisa senão comemorarmo, à nossa moda, o Natal de Jesus. Profusão de lantejoulas e ornamentações a caráter.

Árvores esgalhadas, sem flores e sem frutos, sem raízes e sem frondes, sem seiva e sem vida, transformadas em lampadários multicoloridos.

Manifestação de votos de boas festas, expressas em cartões que variam em tipos, tamanhos e importância.

Saudações ditadas pelo gênio inspirador da Amizade.

Brindes e presentes, sugeridos, em alguns casos, pelos interesses e conveniências; em outros, inspirados pela extensão e intensidade de sinceros e acrisolados afetos.

Cânticos religiosos, músicas sacras, cultos externos traduzindo o teor multiforme das homenagens.

Artigos e crônicas, pontos e contos, poemas e sonetos - prosa e poesia estreitamente conjugadas para o mesmo fim.

Peças oratórias, páginas radiofônicas, representações pictóricas, criações cenográficas, explorando o mesmo filão histórico.

Lautas mesas, servidas de guloseimas e iguarias que fazem a delícia de refinados paladares.

Mas, impõe-se uma radical modificação nesta ordem de apresentação das coisas pelas criaturas, em relação ao Magno Evento.

É imperioso que o Homem avance um pouco mais e passe a compreender o Natal de Jesus como sendo o Natal com Jesus.

Desvencilhando-se da gastronomia e consagrando-se à meditação.

Desapegando-se das exterioridades e concentrando-se no mundo de si mesmo, através das doces e repousantes recordações de todos os fatos que se relacionam, remota e diretamente, com o nascimento do Filho de Deus.

Ausentando-se do Presente tumultuado e internando-se na cripta augusta e silenciosa do Passado, para projetar-se nas claridades do Futuro, em arrojados vôos de esperança e idealismo.

Examinando-se conscienciosamente.

Alcandorando-se em idéias e aquisições.

Acrisolando-se em sentimentos.

Crescendo em espiritualidade.

Renascendo para Deus.

Natal com Jesus representa, antes e acima de tudo, nossa inquebrantável disposição de ânimo de caminhar para Ele, ou a obtenção da possibilidade de Sua vinda até nós, pelas condições favoráveis de hospedagem que Lhe ensejemos em nossos corações.

Fonte: Reformador - Dezembro de 2003.

Conclusão