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097a – Tema: Família e desencarne - nosso papo

Acho sempre muito interessante o medo que muitos
espíritas tem da morte, já que pelo conhecimento da
doutrina deveriam entender que é apenas uma passagem
para outra dimensão da vida, e que, se fazemos aqui a
nossa parte, não há o que temer; e se não fazemos,
sempre podemos contar com a infinita misericórdia e
compaixão de Deus.
vou contar uma experiência recente minha: há apenas 3
meses perdi uma grande amiga minha, quase uma irmã,
tlvez mesmo possa dizer que é minha irmã; desencarnou
aos 47 anos, vítima de um aneurisma cerebral. Quando
fui visitá-la, já em seus últimos dias na Terra, eu
mesma me surpreendi com a minha tranqüilidade diante da
gravidade do seu estado; praticamente em coma, sem
responder a nada, eu tive a idéia de conversar com ela,
consolando-a e falando que fosse em paz, que tivesse
confiança em Deus e nada temesse. Ao pé de seu leito,
cantei aquela música do Milton Nascimento, que diz
assim: "qualquer dia,amigo, a gente vai se encontrar",
querendo transmitir a ela a minha convicção de que a
vida continua e que ainda vamos ter outras
oportunidades de conviver. Eu me despedi dela ali,
ainda com vida, pois senti que o seu desencarne estava
próximo, e tinha que voltar para minha cidade.
Após avisada de seu desencarne, mantive a minha
serenidade; não vou negar que fiquei alguns dias um
pouco triste, pois sinto saudades, e não sei quando vou
encontrá-la novamente; mas procuro visualizá-la sempre
alegre, recuperada e em paz, e às vêzes tento
transmitir-lhe mensagens de encorajamento e paz.
Procuro transmitir aos meus filhos e aos meus
evangelizandos estas noções: que somos espíritos
imortais, que a morte afeta apenas o corpo físico e que
a vida continua; e que, por tudo isso, não é causa de
desespero, revolta ou aflição o desencarne de um
familiar.
Quem tem a verdadeira fé na doutrina dos espíritos
enfrenta a morte com tranquilidade, sabendo que apenas
estamos cumprindo mais uma etapa da nossa existência de
espíritos eternos.
Quis transmitir esta mensagem porque eu mesma me
admirei e às vêzes ainda me surpreendo com a minha
reação, pois quando não tinha esta fé a morte para mim
era uma situação de muita angústia e revolta.
Espero que valha como depoimento!
Maria
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Bom Dia!! Boa Tarde!!Boa Noite!!

Lidar com o tema desencarne na familia, é algo q considero dificil,
principalmente quando as demais pessoas nao seguem o Espiritismo, a dor
sempre é grande quando a perca é totalmente próxima, vale a pena manter as
forças sim, e agir depois de algum tempo apos o desercarne do ente querido,
mas acho q de principio, nos até mesmo para o proprio espirita sobra a dor
da perca.
Se tratando das crianças acho q todos os adultos abordam de uma maneira
correta de principio, que é dizer que a pessoa q desencarnou foi para um
lugar bonito "no caso céu", mas acho que este argumento depois tem q
continuar a ser explicado, para que a criança compreenda mais sobre o q
seria este "céu" que todos os adultos falam.
Fica aqui a minha opinião!
Abraço a todos, luz e união.
Quase Anjo
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Bom dia, queridas amigas e amigos. Sou nova na sala. Na verdade comecei
hoje, mas estou muito feliz em compartilhar com vcs o estudo da Doutrina.

Quanto à questão do desencarne e a criança, nós devemos informá-las do que
realmente acontece. Não podemos nos esquecer de que a criança é uma espírito
reencarnado, que guarda suas experiências, tanto quanto nós. As colocações
não serão as mesmas que falariamos para um adulto. Devemos, acima de tudo,
nos lembrar de como Jesus agia. Parábolas para os mais "ignorantes" e
explicações corretas e profundas para aqueles que já tinham condições de
entender. Nossas crianças são assim. Não são bobas e percebem o que acontece
à sua volta, muito mais do que nós pensamos. Devemos ser honestos com elas
na questão do desencarne, trazendo informações que estão ao nível do
entendimento delas, pois, nenhum de nós sabe o momento que isso acontecerá e
é sempre bom aproveitarmos o momento que tivermos para esclarecer aqueles
que estão à nossa volta.

Agora, tenho que ir. Estou começando meu horário de trabalho. Um bom fim de
semana para todos vcs.

Beijos,

Sheila
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Eu sempre fico lendo os temas da sala tipo na " moita", nunca respondi pque sempre acabo lendo as respostas dos participantes e na maioria das vezes o que penso já foi descrito por alguns deles.
Mas esse tema eu acho interessante e por algum motivo que não sei qual é, tive vontade de participar. Minhas respostas demonstram miha opinião sobre o assunto.

Como lidamos com a questão do desencarne na nossa família?

Sabe às vezes eu fico meio sem jeito em relação a minha maneira de pensar diante das pessoas, pois eu encaro o desencarne de forma tão normal, como uma consequência da vida e sempre digo que essa é a única certeza da nossa vida, eu sofro sim. Mas me comover a tal ponto de promover escândalos e choros eu acho um absurdo. Se houve o desencarne é pque tinha que haver e o fato de promover lágrimas e lágrimas não trarão aquela pessoa amada por nosso lado novamente e com certeza, aonde quer que ele esteja, consciente ou não, nossas lágrimas de tristeza e desepero só faráo com que ele sofra mais do lado de lá. É isso que procuro passar para os meus familiares e eles me chama de fria e insensível, principalmente minha mãe. Procura lembrar da pessoa amada que desencarnou como se ela ainda estivesse entre nós, me lembro dos nossos bons momentos e nunca cito a morte como um motivo de separação entre nós. Minha mãe sempre fala nos mortos com se fossem objetos de idolatria e isso me irrita, procuro me controlar, mas não consigo fazê-la entender que eles continuam sendo o que sempre foram, que apenas mudaram de plano e assim como minha mãe sei que muitas pessoas são assim. Será que sou errada?

Nos preparamos? Preparamos nossos familiares?

Costumo dizer que pra vida não estamos preparados pra nada, mas que em alguns aspectos temos mais facilidade de preparo, de aceitação. Talvez eu não esteja preparada, mas encaro o desencarne como algo natural que mais cedo ou mais tarde passaremos, que perderemos nossos entes queridos, que daqui alguns anos eles já não estarão entre nós, e costumo sempre passar isso aos meus filhos. Sempre digo que seus avós estão idosos e que pela lei natural da vida, eles irão desencarnar. Tento passar isso como algo natural, que eles guardem o melhor dos avós e os curtam muito, pque isso é passageiro. Mas digo tbém que não só os idosos desencarnam, que isso pode acontecer com qualquer um e em qualquer momento e que não deve haver mistério nenhum nisso e que tbém não tenham medo, pois Deus é igual para todos encarnados ou não.

E as crianças, de que forma abordar a questão?

Acabei respondendo na questão acima.


Como lidamos com nossos sentimentos perante a separação física momentanea?

Foi o que eu disse na primeira questão, é uma separação dolorida, sem dúvidas, mas que ter a plena consciência que é momentânea e às vezes, necessária. Procurar não sofrer pra não passar esse sentimento triste para nosso ente querido que foi para outro plano, devemos guardar as lembranças boas, lembrar sempre deles em preces que os beneficiem, amá-los, sim, mas sem prejudicá-los.
Procuro às vezes conversar com as pessoas mais queridas que perdi, como se elas estivessem me ouvindo e isso me faz bem, acho que nessa conversa, que pra mim tbém é uma espécie de prece, eu passo pra pessoa o meu amor por ela e a certeza absoluta de que vida não é só esse momento de passagem na terra, que é a vida é eterna e que quem amamos, independete do plano em que ela se encontra, estará sempre conosco em sintonia de pensamento, pensamentos esses, bons e saudáveis voltados ao amor fraternal de espíritos afins.
A morte não é uma perda, é uma dor que muitas vezes abala a estruta de um lar, de uma famíla. Mas é necessário talvez para valorizarmos o que nunca pensamos em valorizar, não é simplesmente pra idolatrar uma pessoa que a vida inteira só fez o mal, te sacaneou mesmo sabe?
Ai morreu pronto, vira santo!
Vcs já´perceberam como acontece isso?

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Oi, bom dia a todos!
Segue minhas respostas sobre o desencarne...


Como lidamos com ele na nossa família?

Quando eu era criança, tinha verdadeiro pavor que os meus pais desencarnassem (morressem, como pensava na época). Penso que hoje superei isso, principalmente depois de conhecer a doutrina espírita. Mas, sinceramente, ainda me apavora um pouco pensar na perda deles e do meu noivo e, apesar do conhecimento que já tenho; esse temor ainda é algo para superar.

Vivi o desencarne de minhas avós, de algumas tias e de uma amiga. Contudo, não era muito ligadas a elas, apesar de gostar de todas sinceramente e de admirar DEMAIS uma das minhas tias que desencarnou. Mas, como já era espírita, não fiz drama (PORQUE NÃO SENTI DRAMA) e procurei/procuro orar por elas e imaginá-las bem.

Quando essa amiga desencarnou, eu tinha uns 16/17 anos e não era espírita. Mas foi tão curioso e intenso o fato que vou tentar contá-lo rapidamente. Essa menina tinha a minha idade e nos conhecemos ná pré-escola (olha só!). Não sei porque, apesar de admirá-la, não gostava dela e achava que ela gostava de um amiguinho e tinha medo de perdê-lo para ela (olha que nunca fui de namoricos...). Mas, enfim, não gostava muito dela não. E era gratuito! Sim, porque, na verdade, ela era muito amável, doce, alegre e sorridente. Não convivemos (para ser sincera, acho que havia uma animosidade recíproca) apesar de amigos em comum; muitas vezes comentavam sobre ela e sempre muito bem. Muitas vezes me recriminei porque achava que essa animosidade era inveja (e me sentia horrível com isso) porque ela era muito legal, simpática, bonita. O tempo passou. Tinhámos amigos em comum, íamos nos mesmos lugares e no mesmo Clube e, com o tempo, achei que tinha passado a animosidade, como coisa de criança. Fizemos até Crisma juntas (como disse, não era espírita, mas católica).

Um dia, eu estava sozinha (até hoje não sei onde minhas amigas foram nessa hora) no vestiário do Clube e ela chegou. Também sozinha (tinha esquecido não sei o que e as amigas dela esperavam-na fora). E começamos conversar como nunca havíamos feito e falar daquela época da pré-escola!!! Ela tinha o mesmo ciúme de mim em relaçào a um amiguinho dela e o mais engraçados: esse amigo gostava dela e ele contava para mim e o mesmo acontecia em relação ao meu amigo! Aliás, ela tinha os mesmos sentimentos em relação a mim e atribuímos isso a um ciúme fruto de mal entendido da pré-escola, e isso era patético, pois, nunca mais vimos os garotos e erámos todos crianças!!! Rimos muito e começamos a conversar sobre o quanto perdemos com essa bobagem e nos entendemos tão bem que senti que ali nascia uma amizade sincera. Fiquei muito feliz. Vi que ela era alguém muito especial mesmo. Nos abraçamos e nos entendemos de verdade! Era um domingo de verão. No domingo seguinte, ela desencarnou em um acidente com um ônibus. Foi uma tristeza enorme para todos que a conheceram (até porque, nesse acidente, que abalou minha cidade, morreram muitos outros jovens que moravam no mesmo prédio onde ela morava, pois, tinham ido viajar juntos).

Quando soube do ocorrido, não quis ir ao velório (para ser sincera, detesto velório e cemitério). Queria lembrar da nossa conversa no domingo anterior, ver as fotos dela no meu albúm, lembrar de seu sorriso bonito. Porque, naquela hora eu SABIA, embora nunca tivesse houvido falar em espiritismo até então, que ela iria partir e tinha que acontecer, mas Deus nos permitiu uma reconciliação linda e que guardassemos em nós essa amizade que nasceu, ou foi redescoberta, e que, um dia, certamente, iremos vivê-la. E isso era tão certo para mim, como a certeza de que, alguém tão especial, só poderia estar bem. Não havia outra opção, alternativa: ela continuaria sorrindo, sem a menor dúvida, onde quer que ela estivesse.

Quando li, anos depois, o livro Violetas na Janela, da Patrícia (psicografia da Vera Lúcia), passei a "mandar" flores para essas pessoas que já tinham desencarnado. E até hoje, mando flores para essa querida amiga.

ACHO QUE NOSSO COMPORTAMENTO PERANTE A DESENCARNAÇÃO DEPENDE DE NOSSOS SENTIMENTOS EM GERAL. EU SENTI QUE A ANA, MINHA AMIGA, ESTARIA BEM. QUE MINHAS TIAS TAMBÉM. EU QUERIA ISSO E TRISTEZA É UMA CONTRADIÇÃO NO SENTIMENTO DE BEM QUERER. AÍ, O CONHECIMENTO ESPÍRITA AJUDA, MAS A FÉ EM DEUS E A CERTEZA QUE A VIDA CONTINUA PODEM CONSOLAR MUITO QUEM AINDA NÃO TEM ESSE CONHECIMENTO.

A nossa amiga Rosa falou que ela costuma ser taxada como "FRIA E INSENSÍVEL". Eu também, e não só em desencarnes não (rsrs). Na verdade, não gosto de dramalhões que nada resolvem. Aliás, parece um paradoxo, mas busco sentir em mim o que fazer; ao contrário do drama que a cidade passou, senti (no caso da minha amiga) que talvez até ela mesma soubesse que iria embora da Terra. Tive certeza que Deus estava no comando, com muita generozidade e que, por isso, ela ESTAVA BEM e ponto. Sabia que ela não tinha "morrido". E que Deus nào iria judiar de alguém tão doce.

Mas, sinceramente, se eu vier a perder alguém que me toca mais profundamente o coração, não sei como agirei. Por isso, não julgo ninguém mesmo. Porém, acho consolador o "mandar flores". É o que procuro fazer e dizer...


Nos preparamos? Preparamos nossos familiares?
Como disse, tenho procurado preparar-me, mas não sei se terei êxito. Quanto aos familiares, bem, é difícil quando não aceitam a desencarnação como nós espíritas a entendemos... bem, na verdade, quando não aceitam que A VIDA CONTINUA e que DEUS É BOM, É PAI E NOS QUER BEM. Acho que se a pessoa crer nisso, mesmo não sendo espírita, há consolação e menos escandalos e dramas...


E as crianças, de que forma abordar a questão?
Bem, quando minha avó morreu, meu pai me fez ir até o caixão e beijar-lhe a face. Hoje até dou risada da minha reação, mas, na época, com uns 07 ou 08 anos, achei aquilo realmente horrível ! Coitada da minha avó! rsrs Minha mãe também não gostou e, graças a Deus, fez meu pai desistir da idéia de fazer com que eu e meus irmãos acompanhássemos o cortejo até o túmulo e ver o enterro (até hoje nunca vi um enterro, e nem vou ver)... Olha, sugiro: POR MAIS QUE AMEM ALGUÉM, NUNCA FAÇAM UMA COISA DESSAS AOS FILHOS DE VCS! Não recrimino meu pai, mas, até hoje, penso que é melhor lembrar da pessoa feliz, bonita, sorrindo, que num caixão cheio de flores (detesto pensar nisso).

Quanto às crianças, penso que devemos ajudá-las a encarar com naturalidade a desencarnação. Meu sobrinho quis saber do vovô já falecido. Ora, ele tinha uns três ou quatro anos - eu não ia ficar dissertando sobre a desencarnação... - acho que tudo tem seu tempo. Simplesmente, disse que o Papai do Céu achava melhor que ele fosse morar em outro lugar, onde poderia melhor ajudar ao Papai do Céu que sempre sabe o que é melhor para nós. Como o vovô era obediente, foi e mora em um lugar muito bonito e, quando, ele vem nos ver porque nos ama muito.

Quando o levamos viajar de avião, há uns dois anos, levamos ele. Ele tinha uns 05 anos. Após a decolagem, quando ele viu que não iámos "bater" na nuvem e nem ia entrar um "urubu" na turbina (se havia alguém com medo de avião perto de nosso assento, deve ter tivo vontade de sumir dali rsrsrs) ele virou-se para mim e perguntou: "Vamos ver se a agente acha Vovô aqui no céu?"

Aí sim, comecei a falar para ele sobre o "céu", sobre as "casas" do Pai, sobre os inúmeros mundos, sobre as "estrelas", os lugares bonitos pelo universo e tudo o mais. Não usei o termo Colônia (até porque minha sogra, que cuida dele é evangélica), mas dentro de certa poesia (tá, fantasia, confesso...), na linguagem infantil, falei sobre as inúmeras possibilidades sobre a Vida após a morte do corpo. Sei que ficou em seu coração...

Até hoje, com 07 anos, ele diz que o Vovô está ajudando o papai do Céu em um lugar muito bonito e que, quando pode, ele vem nos ver "em sonho" (essa parte foi por conta dele).

Recentemente, um sr. muito bonzinho, vizinho de meu sobrinho, desencarnou. Ele não chorou, lamentou, ficou asustado, nada. Olhou para o muro onde esse sr, sempre ficava e de lhe cumprimentava ou dava-lhe uma bala e disse, simplesmente: "Ah, vai ver ele está com o Vovô, lá onde o voô mora, né tia..." Sorriu, e entrou em sua casa.

Como lidamos com nossos sentimentos perante a separação física momentanea?
É como eu disse antes... por enquanto, tudo bem. Sem dramas. A saudade, eu dou um jeito com as flores que "mando", como a mãe da Patrícia (no livro, Violetas na Janela). Mas, não sei como reagiria no caso de pessoas mais "chegadas" a mim... Rosa, adorei sua resposta a este item: realmente, procuro encarar com naturzalidade o desencarne, mas acho que não estamos 100% preparados para nada... Beijo no coração!


Obrigada pela paciência!
Abraços a todos com muito carinho
Fabi

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Oi pessoal, tudo em paz com vcs?

Desculpem meu sumiço, mas foi por uma boa causa: estava (e estou ainda) às voltas com a arrumação da casa nova: vou casar mês q vem.

Simplesmente AMEI as respostas que eu li sobre o tema, que está simplesmente muito interessante! Vou tentar responder à altura, já que eu, apesar de espírita, ainda tenho um certo receio de como agirei caso alguém q eu ame muito desencarne.

Como lidamos com ele na nossa família?
Aqui em casa ainda ficamos meio divididos. Isso pq eu, minha mãe e minha irmã somos espíritas, mas meu pai é católico e meu irmão nao eh nada definido ainda. Meu noivo, o Luis, tb é espírita, então estamos sempre conversando sobre diversos temas, inclusive sobre esse: desencarne.
Quando conversamos sobre desencarne, é natural, mas tem dias q eu nao consigo conversar sobre o assunto... imagino como seria se meu irmão, o Luis e meu avô desencarnassem... nao me sinto confortável, sei q irei sofrer muito, apesar de saber q será apenas uma separação momentânea. Digo isso pq, qdo eu sonho q um deles morreu (a maioria das vezes eh com meu avô), eu acordo desesperada, chorando e nao quero mais dormir. O mesmo acontece qdo sonho q algum animal meu desencarnou... mas isso fica pra outra hora =)
De resto, quem mais tem medo de morrer é minha avó, aliás, as duas avós. Os outros não ligam e eu nao ligo tb, tenho mais receio dos q irão antes de mim.

Nos preparamos? Preparamos nossos familiares?
Não sei se estamos realmente preparados pra isso, é como se sempre pensássemos "isso nunca vai acontecer comigo".
Acredito que, pelo fato de sempre procurarmos conversar sobre o tema (e outros temas, claro), isso acaba nos preparando.
Mês passado desencarnou o marido de uma amiga nossa. Uma semana antes dele desencarnar, a esposa ligou aqui em casa e disse q nao estava preparada pra viver sozinha. Uns dias depois, ela estava conformada, já sabia q seria viuva, mas estava calma. Qdo ele desencarnou, eu me senti muito triste, mas procurei me lembrar dele sempre sorrindo, alegre, como ele era. Ainda hoje o sorriso dele, a voz mansa, me vêem à mente. Me sinto feliz sentindo isso. Detesto ir em velorio e enterro justamente pq sempre fica na memoria a pessoa lah, esticada e dura, nunca a pessoa q vimos "em vida".
Só não gostei de uma coisa q eu senti qdo ligaram aqui avisando que esse senhor estava doente, no hospital. Sente q ele não viveria mais deste lado, q era a hora dele.

E as crianças, de que forma abordar a questão?
Acredito que tudo tem o seu tempo. Não adianta nada querermos falar pras crianças o que nós conversamos entre nós, adultos. Devemos sim explicar o que acontece, mas de forma mais sutil. Minha mae sempre nos comprava livros espíritas infantis, que nos ajudavam a lidar com muitos temas, inclusive esses. E, sempre q tínhamos dúvidas, ela nos respondia do modo como mais entenderíamos na época.

Como lidamos com nossos sentimentos perante a separação física momentanea?
Como eu ainda nao tive nenhuma perda significativa (de humanos, de animais estou cheia e sempre sofro, pq nunca sei o q acontece com eles do lado de lah...), não posso opinar sobre isso.
Tah certo q já perdi pessoas próximas: amigos, pais de amigos, amigos de irmãos, parentes distantes (um deles eu morria de medo, nao sei pq).
Não posso ficar julgando, mas o que eu nao suporto sao aquelas pessoas q ficam fazendo escandalo, dando show no cemiterio... Acho que isso nao ajuda em nada, nem quem desencarnou (que vai ficar desesperado, se ainda nao estiver bem) e os que estão encarnados (dá uma tremenda dor de cabeça depois).

Acho que era isso =)
Beijos no coração de todos vocês, até a próxima


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Conclusão