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095a – Tema: Família e a depressão à luz da Doutrina Espírita - nosso papo COM textos

Crianças também são vítimas







Aos 8 anos, Kelly Moreira, de tão deprimida, não queria nem ir para a escola.

_Quando minha mãe me chamava, eu ficava deitada, não queria acordar_, conta a menina.

Matheus Cavalcanti, antes ainda de completar 5 anos, só pensava em morte, era agressivo com os outros e se maltratava.

_Quando ficava muito nervosos, ele tinha o hábito de bater a cabeça na parede, a mão na cabeça, ele se agredia muito. Ele falava em se matar. Dizia que não sabia por que vivia, que deveria ter nascido morto_, relata a dona de casa Ligia Cavalcanti.

Matheus, em São João do Meriti, na Baixada Fluminense; Kelly, em Belo Horizonte. Situações distintas, em cidades diferentes, levaram essas crianças a sofrer _ em uma idade que é associada a brincadeiras, alegria, inocência. A depressão é terrivelmente democrática _ não distingue rico de pobre, adulto de criança.

Kelly mora em um bairro violento. Com a incerteza ameaçando a vida, já teria motivos para se sentir estressada. Mas foi no início deste ano, quando começou a ganhar peso, que ela entristeceu. Uma mudança repentina. Tereza, a mãe, logo identificou a doença.

_Notei que a minha filha estava exatamente entrando nesse quadro, de ficar calada, quieta, sem movimento, já não estava no quadro normal_, conta a acompanhante Tereza Lemos Moreira.

Matheus era míope e ninguém sabia. Na escola, era agressivo, batia nos colegas, não conseguia acompanhar as aulas e repetiu de ano.

_Ele tinha o problema da vista, só que não era só esse o problema. Os problemas da vista acarretaram outro problema detectado pelo psiquiatra: a depressão_, diz a mãe do menino.

Ligia não se intimidou diante da doença. Ao contrário, colocou todo o empenho na cura do filho.

_O que você pode esperar de uma criança de 6 anos que diz que o mundo não presta?_, comenta ela.

Ligia aceitou, sem qualquer preconceito, a indicação médica: antidepressivos e psicoterapia. E ainda fez a parte dela: participou do grupo de pais e ganhou mais segurança para cuidar do filho.

_Muitas pessoas avaliam que a pessoa depressiva deve ser tratada como se fosse coitadinha, doente, pobrezinha. Negativo. Ele era tratado, medicado, orientado pela psicóloga, mas também era corrigido, ensinado na hora certa_, diz Ligia.

Mesmo com toda essa determinação, sabendo que o filho ia melhorar, se emocionou com os resultados.

_Eu estava na cozinha, fazendo o almoço normalmente, e ouvi uma pessoa dando gargalhada na sala. Eu saí para ver quem era. Eu chorei, porque eu nunca tinha visto meu filho sorrir daquela maneira. Não imaginava que ele algum dia ia ser uma pessoa alegre. Eu dizia para a psicóloga que o meu filho não era normal e ela dizia que era, ele estava passando uma fase difícil, mas ia melhorar_, conta Ligia.

Matheus teve alta há mais de um ano. Não toma mais remédios, está integrado na escola e se mistura nas brincadeiras com os amiguinhos.

_Normalmente quando você chega para um pai e fala, ele quer tirar o filho da escola, não quer encarar o problema de frente. Deu certo graças à ajuda que a família deu ao nosso aluno Matheus_, avalia a diretora da Escola Vila Jurandyr, Rosane Maia Bicchieri.




Em casa, Matheus não desgruda do videogame, a não ser para jogar bola com a garotada na rua.

_Esse tratamento me ajudou a lutar. Agora eu posso brincar com meus amigos. Estou mais feliz_, garante o menino.

Em Belo Horizonte, Tereza encontrou um apoio fora do comum na escola da filha. Ao levar a ioga para a Escola Madre Luísa Locatelli, os objetivos eram claros: aumentar a concentração nos estudos, melhorar a auto-estima e diminuir a agressividade das crianças. Mas os resultados foram muito além disso, principalmente na prevenção da depressão infantil.

A escola fica no centro de uma região carente da cidade, com as crianças expostas a um ambiente estressante e são poucas as oportunidades de tratamento. A ioga praticada na escola ajudou os alunos a lidar com a realidade do dia-a-dia.

_O medo de viver 24 horas por dia inseguro causa um estresse e desestrutura. Então, nós acreditamos que a ioga ajuda, dá um suporte emocional para que você possa conviver com essa situação de violência, de medo, de insegurança_, comenta Irmã Maria do Rosario Caldeira, diretora da escola.

Em casa, Tereza notou que o comportamento da filha, silenciosa e sonolenta, começou a mudar.

_Agora já estou melhor. Ela me chama, eu levanto, visto a roupa e vou para a escola. Está legal. Estava triste, não sorria. Agora já estou brincando, estou alegre_, comemora Kelly.

A receita que deu certo para Kelly foi ioga; dieta alimentar sem gordura e açúcar, para diminuir o colesterol; e psicoterapia. Ela não precisou de antidepressivos.

Abraços capixabas e recheados de humildade e paz.

Márcio de Mensisa
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Depressão Infantil (Estudo 402 de 500)
DEPRESSÃO INFANTIL

Dentre as possíveis soluções para melhora dos sintomas colocamos o passe e a
prece à cabeceira da criança. Além é claro de educar os atuais jovens a ter
um melhor relacionamento com seus filhos cuidando para que tenham o carinho
e o amor necessários para não se tornarem doentes.

Só assim teremos uma sociedade melhor, é longa a caminhada , mas temos a
eternidade para isto lembrem-se.

DEPRESSÃO INFANTIL

Eliane Pisani Leite

Pode parecer estranho imaginar que um bebê possa sofrer de depressão, porém
isso acontece e na maioria dos casos passa desapercebido pelos adultos que o
cercam.

Muitas vezes acontece o fato de encontrarmos um bebê que chora muito, ou o
oposto um bebê apático, que não responde aos estímulos do meio. Esses casos
tornam-se um desafio para os pediatras resolverem. Descartadas todas as
hipóteses de males físicos, só resta ao profissional o auxílio de um colega
especializado em Terapia Familiar. Quando o terapeuta inicia seu trabalho,
começam a surgir todos os entraves existentes dentro daquele contexto
familiar, como por ex: uma mãe depressiva, que não consegue estabelecer um
vínculo afetivo desejado com o filho, e este acaba por sofrer as
conseqüências desse período conturbado da relação mãe-filho.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) realizou um estudo onde demonstra que
20% das crianças e adolescentes apresentam sintomas da doença, como
irritabilidade ou apatia e desânimo. Dentro da realidade brasileira, esse
número cai para 10% segundo o psiquiatra gaúcho Salvador Célia, presidente
do Departamento de Saúde Mental da Sociedade Brasileira de pediatria, afirma
porém, que se não houver intervenção médica, essas crianças são fortes
candidatos a tornarem-se adultos depressivos pelo resto da vida.

A observação da interação mãe-filho tem demonstrado que quando a criança não
tem oportunidade de estabelecer contatos físicos íntimos e agradáveis,
apresenta reações negativas tais como a recusa em sugar, a perda de apetite,
a regressão marcada por uma quietude depressiva, a falta de interesse por
tudo ao seu redor, sono pesado, respiração irregular, rigidez muscular e
problemas gastrintestinais, tais como vômitos e diarréias.

Em crianças maiores, estas podem manifestar tristeza, falta de prazer com as
atividades e até sintomas físicos, como dor de cabeça ou de barriga. Algumas
são vistas como desajeitadas, pela propensão a acidentes. A forma extrema de
tais reações é um estado de letargia no qual os reflexos corporais se
deterioram e a criança não demonstra interesse pelos estímulos ambientais.

A mãe torna-se uma fonte insubstituível de varias recompensas para a
criança.

As carícias, o aconchego do colo, o toque são experiências muito importantes
para o recém-nascido, pois lhe garante prazer e colaboram para que
estabeleça um vínculo saudável com a mãe e conseqüentemente com o meio.

Nem todos os bebês que sofrem restrições com a pessoa cuidadora seja por
desinteresse desta ou longos períodos de internação hospitalar estão fadados
a tornarem-se depressivos.

O vínculo pode ser reconstruído, se forem tomadas medidas rápidas.

Por outro lado também existem os pequenos resistentes, aqueles bebês que
conseguem tirar das experiências tristes a força para vencerem obstáculos.

São vários os recursos dos quais os familiares podem se utilizar para ajudar
a restabelecer a saúde psíquica dos menores. São eles:

· Terapia familiar ou terapia mãe-bebê: realizado com profissionais
especializados em atendimento clínico familiar.

· Ludoterapia: é uma modalidade da Psicologia que visa o atendimento
terapêutico da criança, através de atividades com brinquedos, desenhos,
pinturas, modelagens e jogos.

· Massagens: a mais indicada é a Shantalla, trata-se de uma massagem
indiana, na qual foram constatados os benefícios terapêuticos que o toque
proporciona à criança. Esse método é facilmente encontrado em livros, que
demonstra passo a passo da técnica, geralmente é utilizando óleos vegetais
como os de amêndoas.

· Florais: são utilizados para equilibrar as energias. Porém vale a pena
ressaltar, que é sempre prudente seguir o tratamento com profissional
especializado, pois existe todo um estudo e método para o acompanhamento do
caso.

· Boa leitura: Existe uma quantidade imensa de bons livros para uma
maternagem eficaz e mais esclarecida.

· Antidepressivos: Nos casos de depressão já consolidada, é imprescindível o
acompanhamento médico psiquiátrico, como auxiliar ao tratamento terapêutico
psicológico.

O importante é que os pais estejam atentos aos comportamentos das crianças,
dessa forma podemos evitar maiores problemas, e proporcionar uma vida
saudável aos menores.

* Eliane Pisani Leite - Psicologia - Psicopedagogia - Assessoria Escolar

(texto recebido de Flávio e Luiz Gonzaga Scalzitti)
http://www.cvdee.org.br/ev_estudotexto.asp?id=403
1998-2004 | CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo

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Eis, Gente Linda, tudo na paz?;-)
Tivemos alguns problemas técnicos na máquina onde funcionam os programas CVDEE, daí nosso atraso com relação aos mails, ok?;-)
Esperamos que nos compreendam 🙂
Recebi o texto abaixo referente à depressão, nosso tema desta semana 🙂
tarde cor e amor
beijocas mineiras com carinho no coração
DEPRESSÃO: O MAL DO SÉCULO
Vitor Ronaldo Costa - vitorrc@solar.com.br

"Remontando à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são conseqüência natural do caráter e proceder dos que os suportam." ( Allan Kardec, E.E., cap V, item 4.)

Os lidadores da saúde se empenham, no momento, no combate a uma doença, em verdade conhecida há vários séculos, mas que, em virtude do aumento de sua incidência, tem merecido maiores cuidados, pois acomete o integrante de qualquer classe social e não escolhe sexo nem etnia; - refiro-me à depressão - , considerada, hoje em dia, o mal do século.
A depressão é uma enfermidade afetiva, de natureza cíclica e que na fase propriamente depressiva se caracteriza pela presença de sintomas psicoemocionais e somáticos. No primeiro caso destacam-se a ansiedade, a apatia, o desânimo, a tristeza, a indiferença pelos circunstantes, a falta de iniciativa, a estafa mental e a auto-depreciação. No segundo caso, encontramos os sintomas orgânicos ou somáticos, caracterizados por cefaléia, redução do apetite, perturbação do sono, hipertensão arterial, alteração do ritmo intestinal, etc.
Os autores em sua maioria sinalizam dois tipos principais do distúrbio:
1 - A depressão endógena, cuja a manifestação ocorre sem um motivo aparente e com menor incidência na prática. A sua evolução é bem mais comprometedora em decorrência da gravidade dos sintomas. São os casos considerados complicados pelo fato de cursarem com extrema debilidade orgânica e comprometimento acentuado dos sintomas psíquicos, destacando-se, inclusive, a persistência de idéias suicidas. Costumam exigir cuidados hospitalares, medicamentos controlados e vigilância constante por parte da enfermagem, até que haja a redução dos sintomas e o paciente possa retornar ao convívio familiar, permanecendo sob controle médico ambulatorial e assistência psicoterápica.
2 - A depressão reativa, ao contrário, manifesta-se de forma menos intensa, é bem mais generalizada e os sintomas, freqüentemente, alternam ansiedade e tristeza. Decorre de uma experiência vivencial capaz de desestruturar temporariamente o campo emocional do indivíduo sem, no entanto, implicar na suspensão das atividades laborativas nem exigir internação. Geralmente, relaciona-se com um sentimento de perda, por exemplo: morte de um ente querido; conflito conjugal seguido de separação e afastamento dos filhos; perda do emprego, etc.
A reação depressiva pode manifestar-se ainda em conseqüência de outras situações conflitantes, pois nem todos apresentam suficiente maturidade emocional para lidar equilibradamente com as mudanças circunstanciais e a quebra de rotinas. É o caso de alguns, que premiados com uma promoção no emprego, reagem depressivamente em conseqüência do receio de não dar conta das novas responsabilidades. Em outras circunstâncias, a solidão decorrente da transferência para outra cidade, e que implique na separação dos entes queridos, muitas vezes, constitui-se no gatilho responsável pelo desencadeamento do problema. Da mesma maneira observa-se tal tendência naqueles que experimentam enfermidades demoradas ou se deparam com decepções de variada ordem.
Contudo, o ideário espírita nos permite entender tais manifestações na conta de aflições passageiras, provações naturais, passíveis de serem solucionadas na medida do esforço adaptativo de cada um às novas situações e da certeza que nada acontece na existência ao sabor do acaso.
" Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa." ( E E, cap.V, item 3)
Por isso, muitos profissionais da saúde, na atualidade, reconhecem o valor profilático da auto-conscientização e do esforço dispensado na busca do amadurecimento do senso de moralidade.
Há que se destacar, neste processo, a importância do cultivo do otimismo, do espírito de cooperação, da boa-vontade, da fé em Deus e da vontade de ser útil aos semelhantes.
A auto-educação do ser destaca-se como ponto de partida na conquista da saúde integral. E quem melhor se desempenha em relação aos atributos enobrecidos da alma, valorizando a paciência, a tolerância e a esperança, mais facilmente gerencia as próprias reações emocionais, minimizando a possibilidade de ser acometido pelas depressões reativas.
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Mulheres são mais vulneráveis

Entrar em depressão é como entrar em um túnel sem fim ou cair em um buraco fundo. Daí a velha expressão "entrar na fossa". A pessoa se isola, perde o interesse em tudo. Com tratamento, aos poucos, ela sai do buraco e começa a ver de novo a claridade da vida. O importante é que o doente e os parentes e amigos não vejam a depressão com preconceito, como se fosse uma fraqueza ou uma loucura. É apenas uma doença _ muito mais comum do que se imagina.

Um em cada dez homens terá pelo menos um episódio de depressão na vida. As mulheres são duas vezes mais vulneráveis: uma em cinco vai sofrer depressão. Elas são mais sensíveis ao estresse e sofrem muito com as alterações hormonais.

_O homem não tem correlação com alteração de testosterona. Geralmente a mulher tem depressão por conflito conjugal; o homem é mais por perdas ocupacionais_, explica o psiquiatra Joel Rennó, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

A mulher tem três momentos de grandes alterações hormonais: todo mês, antes da menstruação, logo após ter filho e quando ela se aproxima da menopausa. A tensão pré-menstrual pode ser um sinal de que o período pós-parto será sofrido, a depressão puerperal.

Foi assim com a escrituária Maria Aparecida Conde. Antes da menstruação ela ficava irritada, deprimida e se isolava.

_A tristeza era maior, ficava mais agressiva, com o coração acelerado, tinha tontura_, relata ela.

Maria Aparecida começou a tomar anti-depressivos. Quando engravidou da filha que tanto desejava, foi obrigada a cortar os remédios e sentiu.

_Passei o final da gravidez chorando, muito triste, com uma depressão profunda. Eu não tinha nem a alegria e a ansiedade de quando vai nascer o neném_, conta Maria Aparecida.

Quando a pequena Giovanna nasceu, Maria Aparecida não dominou uma forte rejeição pela filha, não conseguiu amamentar. A tristeza deu lugar a pensamentos distorcidos.

_Eu ficava sozinha com ela, foi terrível. Eu não gostava dela, achava que não gostava. Sentia uma tristeza profunda e culpa_, lembra ela.




Maria Aparecida foi vítima da depressão que atinge 10% das mulheres no pós-parto.

_O médico conversou comigo e disse que há muitos casos, muitas mulheres que até dão os filhos_, diz ela.

As alterações psíquicas no pós-parto podem levar à psicose, o que é muito raro _ atinge uma mulher em mil. Mais comum é a tristeza leve, chamada _blues_, vivida por 70% a 80% das mães.

_Através da abordagem de todos os fatores de risco, através de grupos de auto-ajuda, de trabalhos de psicoterapia em grupo com gestantes, sem dúvida alguma, você tem uma chance muito maior de que essas questões possam ser trabalhadas de forma construtiva_, diz o psiquiatra da USP.

O tratamento de Maria Aparecida foi simples: bastou voltar aos antidepressivos que tomava antes de ficar grávida. O amor pela filha, que sempre esteve lá, escondido no fundo da alma, desabrochou.

_Não imagino minha vida sem a Giovanna, ela é a alegria dessa casa. E ela é tão carinhosa... Uma criança que beija, abraça, conversa, ela é uma graça de menina, não tenho palavras para falar dela e do amor que eu tenho por ela. Só quem é mulher e mãe sabe o que é a maternidade_, emociona-se Maria Aparecida.

Abraços capixabas e recheados de humildade e paz.

Márcio de Mensisa





Conclusão