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089a – Tema: Responsabilidade Moral dos Pais - texto 01

Cenas de Educação Familiar
O comportamento no lar e as atitudes na sociedade.

Bruno Zaminsky

Nem sempre as pessoas param um instante na vida para analisarem seu comportamento no lar, dentro de casa, junto aos familiares e, principalmente, com as crianças e adolescentes. E se não costumam fazer isso em casa, mais raro é faze-lo na rua, entre seus passeios e compromissos diversos. Escrevo sobre isso porque acostumei-me a observar o comportamento alheio e o meu próprio com relação aos menores de idade, e coleciono de memória cenas felizes de serem recordadas, mas também cenas lamentáveis, as quais recordamos para fazer um alerta aos pais e responsáveis.


Como nem tudo na vida é miséria, iniciemos com uma cena feliz.
Observei outro dia um pai carregando ao colo seu bebê, portando uma fisionomia alegre, embevecido por estar, provavelmente, com seu primeiro filho. Olhava-o com ternura e, ao que me pareceu, endereçava-lhe palavras de carinho. É uma cena de educação. Transmissão de afeto, de carinho, de segurança, logo nos primeiros dias da criança, para que esta possa com segurança iniciar seus passos na vida.


Do lado oposto a essa cena bonita, observamos uma gritaria vinda de apartamento vizinho e, logo em seguida, o choro de uma criança, menina de seus seis anos. A mãe, enérgica, ditava ordens, ameaças, enquanto a filha soluçava, aflita, sem conseguir explicar-se. É uma cena lamentável, de deseducação, de uso da violência moral, a pior violência que existe. A mãe não poupou a filha com classificações nada recomendáveis, falando alto para que os demais familiares (e vizinhos) ouvissem. Rebaixou moralmente a própria filha e depois, com certeza, irá indagar do desprezo que a menina, então mais crescida, lhe devota.


Essa mãe, na verdade essas mães, porque a cena é mais cotidiana do que se pode imaginar nos lares de nossas cidades, não está cumprindo o papel que lhe cabe de educadora, a primeira e mais importante educadora de sua filha. Elas normalmente queixam-se dos filhos: dizem que eles são insuportáveis, desobedientes, bagunceiros e assim por diante, entretanto não olham para si mesmas: egoístas, desleixadas, orgulhosas e querendo ter todo o tempo só para si, pela lei do menor esforço.


Já ouvi muitas vezes esta expressão: "Não sei porque fui ficar grávida!". Lamentavelmente é uma frase carregada de verdade. Muitas ficaram grávidas apenas porque se entregaram ao prazer do sexo, ocorrendo então o "acidente" da gravidez. Não se sentem compromissadas com o fruto desse prazer, e a criança-filho é sempre "a coisa que atrapalha".


Somos defensores da criação, nos postos de saúde, nas escolas, nas instituições religiosas e comunitárias, de cursos da família, com o objetivo de preparar os pais para o casamento e a educação dos filhos, dando-lhes noções básicas, principalmente, de educação moral. esses cursos devem ser dados para os jovens, antes de casarem, e para aqueles pais que não se sintam seguros com os compromissos advindos do casamento. Esses cursos, ou grupos de discussão, se já existissem em larga escala, teriam em muito contribuído para uma mudança ma sociedade atual.


As cenas de educação familiar seriam bem outras, tenho certeza, e os adolescentes não seriam "aborrescentes", nem os jovens tão largados, indiferentes e com pouco amor à vida.


Deixo aqui minha sugestão. Espero que próximas cenas sejam mais amenas - procurarei uma bem estimulante como bom exemplo - e que esta crônica provoque não apenas reflexão, mas atitudes, porque é delas que necessitamos para a transformação da sociedade. De discursos, já os temos em boa quantidade.


Encerro depositando minha esperança no pai embalando seu filho no colo, naquelas palavras amigas e afetuosas que seus lábios transmitiram direto do coração para o coração daquela criança. Cena delicada e profunda, bela e cheia de sentimento.

http://www.educacaomoral.hpg.ig.com.br/aprende/aprende2.htm



Conclusão