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086b – Tema: Separação (divórcio) e a família - nosso papo 02


Olá pessoal espero que estejam todos bem.

Sobre o caso em particular da Rita eu gostaria de dizer que cada caso é um caso, e nós escolhemos nesta vida determinadas coisas com base na nossa capacidade de suportar os desafios. Quero logo deixar claro que não estou chamando as pessoas que se divorciam de fracas. Mas eu acho que Jesus não só teve coragem como estava preparado para desencarnar daquela forma. Por isso cada espírito encarnado usa de seus argumentos baseado no discernimento conquistado para tomar diversas decisões inclusive o divórcio. Isso é completamente válido com relação ao livre-arbítrio que dispomos.
Na verdade eu acho que muitas pessoas vieram a este mundo não totalmente preparadas para enfrentar determinadas tarefas, talvez por querer logo expirar tais cometimentos do passado, reencarna com um caminho muito árduo para seguir, obviamente sem ter pernas para isso. Sabemos que na carne a coisa é diferente e sem as faculdades que temos no Astral ficamos a mercê de faculdades naturais da sociedade.
Por isso o casamento é tão difícil de ser levado a frente. Eu sempre digo que casamento não é felicidade. E quem procura casar achando que vai ser feliz tem que driblar muitas coisas e alcançar pontos onde é melhor perder para garantir a chegada.
Casamento é muito complicado e portanto quem não consegue no meu humilde modo de ver é por falta de resignação.

Abaixo coloco algumas de minhas participações na antiga sala Nosso Lar durante o estudo do livro "Entre a Terra e o Céu".


A resignação deveria estar em muitos lares, mas não esta, porque as pessoas não tem idéia do que é sofrer. A doutrina nos diz que só em casos extremos de prejuízos de ordem física, como prevenção de assassinatos passionais, é que devemos nos separar. Mas sofrimentos de ordem moral, devemos nos resignar sempre, para que tenhamos a satisfação de dever cumprido após a desencarnação. Mas o livre arbítrio nos permite seguir outros caminhos e desistir assim da tortura moral.

Um caso que acompanhei foi de um amigo da minha família que quando bêbado agredia fisicamente a sua esposa e sua mãe já idosa. E sua mulher com 4 filhos não desistiu apanhou muito, e hoje Graças a Deus ele está sem beber e sem ficar agressivo. Será que se a esposa tivesse desistido do casamento ele teria se recuperado?



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Quanto a primeira pergunta que indaga quanto a verdadeira missão do casamento, se casamos para sermos felizes ou se casamos para trabalharmos e construirmos a felicidade interior, digo que o casamento é quase que na sua maioria de resignação de um ou de ambos. Mas há aqueles casais que mesmo sofrendo ainda são felizes, parece que a esperança e o amor os fortalece. Assim como uma mulher que se resigna perante o marido alcoólatra, mas ela é tão doce com seus amigos, familiares que nem demonstra o sofrimento que passa. E se você perguntar como ela está ela ainda é capaz de dizer que esta tudo bem. Tudo isso é porque a sua resignação e a sua benevolência lhe conforta e faz nascer o amor, que tudo fortifica e fortalece.

Portanto um casamento pode ser o pior de todos mas se temos resignação tudo se equilibra e Deus também nos dá a força que precisamos, apenas uns que acham não ser fortes. Então sempre pode haver casamento de trabalho árduo, mas sempre que se busca a resignação e fortifica o amor no coração, parece que o caminho não se torna fácil, mas suportável.

_Devemos encontrar a felicidade nos obstáculos mais difíceis, porque é dai que vem a energia fortalecedora de resignação._

Naquele caso que citei na outra mensagem de um amigo que agredia sua mulher e sua mãe, a mulher dele sempre estava disposta, apanhava de noite, mas de manhã estava lá pra cumprir com as sua obrigações e indo sempre a Igreja Evangélica não desistiu, mas encontrou um abrigo para suportar a dor moral que era maior do que a física.



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Será que quando falamos em resignação generalizamos ou colocamos a fragilidade ou os limites individuais de suportação de dificuldades?

A resignação tão falada no meio espírita, é uma coisa só em sua tradução para a vida física, onde é suportar as dificuldades sem abandona-las. A resignação é mais que tudo, saber contornar os obstáculos e não ficar tentando tira-los do caminho. Assim como André Luiz disse que devemos ser como um rio que contorna seus obstáculos para atingir seus objetivos. Devemos na resignação não ficarmos parados e nem tentarmos remover os obstáculos do caminho, mas contorna-los com fé. É na resignação que muito se utiliza o livre-arbítrio para fugir de suas obrigações reencarnatórias. Portanto cada qual tem a sua resignação e não podemos dizer nem afirmar que todas as pessoas terão a mesma resignação. No espiritismo aprendemos que cada caso é um caso. Portanto há diferentes obstáculos, diferentes espíritos, diferentes evoluções morais e diferentes missões. Tudo isto difere o tamanho da proporção que cada um tem. A medida que o espírito em resignação é elevado moralmente é também aumentado a sua capacidade em se resignar diante dos obstáculos. Portanto quando falamos em resignação falamos de um modo geral na sua importância e na capacidade de alguns em situações extremas, como a do álcool que parece um caso padrão a todos, mas existem diferenças dentro de uma única situação.



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Quando a gente vê casos em que a violência doméstica (não só a física, mas a moral) impera, sempre deve-se tentar manter a união existente? Mesmo havendo prejuízo moral para algum dos espíritos?

O correto nestes casos é buscar a justiça terrena, onde deve se fazer uma denúncia na delegacia mais próxima. Porque nestes casos o agressor usou o seu livre-arbítrio para cometer a agressão. Já não sendo mais necessário se resignar. Mas o agressor deve ter o apoio, da família, para que se reerga. Não é denunciar o agressor e torcer pra ele ficar preso, mas deve se fazer uma campanha para a sua recuperação, nestes casos o apoio da família serve de estimulo Já pensou se todos virassem as costas para os criminosos? É neste ponto que começa novamente a resignação. A maioria das leis existentes na Terra servem para a correção do punido, mas as punições é que as vezes ficam um pouco de fora das Leis Universais.



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O que é um casamento feliz?

Felicidade é estar de bem consigo mesmo, com paz interior. A partir disto ser feliz no casamento é resignar se, abrir mão de certas coisas para existe uma comunhão de idéias. A resignação no casamento deve ser regida pela lei dos homens e pelas Leis de Deus. No casamento se os dois se resignarem serão felizes, mas se apenas um se resignar a vida será árdua e exigirá muito do resignado. Mas a justiça deve ser feita, se Deus não aprovasse não existiria leis aqui na Terra, se elas existem são para serem cumpridas. Para um casamento ser feliz devemos amar e resignar a quase tudo. Não adianta a mulher separar de um homem que bebe, sendo que a sua dívida espiritual será acumulada, e um dia deverá ser paga. O que deve ser feito é a mulher estimular o marido a parar de beber. Vai ver ela reencarnou para ajudar o marido que em uma outra reencarnação ela foi quem o viciou.

_Se hoje carregamos fardos além da conta é porque um dia deixamos algum fardo para trás._



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A resignação no caso do casamento, será que não poderíamos substituir por aceitação?

Para mim aceitar é se conformar, e na resignação o conformismo não é o pilar ideal para sustentá-la. O pilar ideal para sustentar a resignação é a compreensão. Não há muitas coisas que a gente só aprende quando entende (compreende)? Se alguém utiliza o pilar da aceitação para sustentar a resignação é como construir uma casa em uma praia de arrebentação, onde um dia tudo irá acabar, com o avanço do tempo. Já o pilar da compreensão nos dá garantia de termos a resignação sólida em nossos corações em nossas mentes. Por isso o espiritismo está no mundo, para não nos conformar, mas para nos trazer a compreensão necessária para não sermos desgastados pelo tempo, mas sim sólidos em compreensão como uma rocha.





Abraços capixabas e recheados de humildade e paz.
Márcio de Mensisa

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Olá amigos e Rita,


O tema desta semana é muito polêmico, o que eu acho excelente pois deste modo podemos avaliar as mais diferentes opniões e situações.

Casamento não é felicidade ? Casamento é sofrimento ?
Divorcio não é permitido ? Ou quando é permitido ?

Casamento assim como tudo na vida não é garantia de felicidade, mas acredito que podemos e devemos sim ser felizes junto aquele que escolhemos para partilhar o caminho desta vida, junto daquele (a) que escolhemos para receber os filhos que Deus nos enviar.
Essa felicidade só é possível se for fundamentada ao meu ver se :

Houver RESPEITO

COMPANHEIRISMO

AMIZADE

AMOR

CARINHO

e tantos outros sentimentos.

Me casei muito jovem aos 18 anos enfrentei muitos atritos no meu casamento como outro casal qualquer, porém, sou feliz amo e sou amada temos um filho maravilhoso. Quer felicidade maior ? Eu não .

Dos atritos do meu casamento restaram aprendizado, acho que conforme os atritos foram surgindo e ainda surgem vamos nos moldando de acordo com o que o casamento pede, exige e o que queremos. È aprendizado puro, é parar e refletir até que ponto minha felicidade depende de outra pessoa, até que ponto eu interfiro na felicidade do outro, onde podemos chegar juntos !

Na educação dos filhos mais um ponto a ser discutido, pensado, refletido, analisar de modo a não fazer prevalecer as vontades de um ou de outro mas o que for melhor para a FAMILIA !

Mas se o Casamento não oferecer este aprendizado, mas for árvore para brigas e discussões intermináveis, prejudicando os conjuges e os filhos, e sim um agravante para dívidas futuras, aí sim, eu acredito que seja a melhor forma a separação ou o divorcio.

Conheço casais que eram péssimos como marido e mulher, mas que depois da separação são ótimos amigos e conseguem hoje partilhar melhor a educação dos filhos.

Acredito que se não há brigas, agressões, mas o amor acabou então também é melhor o divorcio porque a base do casamento tem que ser o amor, a sinceridade e não a prisão por ter casado. Ambos os conjuges tem o direito de seguir a vida em frente e procurar uma relação amorosa e frutífera !

Rita, não conheço sua história mas pelo seu relato talvez você e seu ex-marido já tenham saldado dívidas anteriores senão você não teria a sensação de dever cumprido !

A resposta está em nós, em como nós sentimos, em como agimos de que modo estamos buscando e contribuindo para evolução de nosso companheiro (a).


Deixo aqui minha opnião !

Muita Paz a todos !

Viviane
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Oi Rita.
Acredito que têm pessoas que vivem de maneira expontânea e as que tem sempre segundas intenções, querendo se aproveitar dos outros. Pelas suas palavras, vejo que voce tentou fazer dar certo, mas, quando não da, paciência.
A maioria daqueles que na presente encarnação puderam se encontrar com outro espírito afim e formam uma familia harmoniosa, sem grandes conflitos, acham que todos deviam viver da mesma maneira e julgam de modo preconceituoso os que são obrigados a tentar outras ligações.
Nós que vivemos a cultura espírita, podemos sempre seguir a orientação de Jesus: "não fazer aos outros o que não queremos que façam para nós", e, quando tivermos que tomar alguma atitude, nos colocarmos no lugar de quem vai receber o impacto desta atitude, para ver se gostaríamos que acontecesse conosco.
Visite o site www.centroespiritacristao.com.br e de-nos sua opinião.
Marcos.
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Fabíola aí está a minha resposta em azul a suas questões abaixo.

Eu te pergunto, quando existe a violência verbal, muitas vezes decorrente pela insegurança e falta de confiança de companheiro agressor? O que fazer? Devemos nos esforçar na resignação, perdoar, pedir forças a Deus, conversar, etc. Mas quando este tipo de situação já vem se estendendo por muito tempo e não se vê progressos. O que fazer? Quando houver comportamentos quase doentios a cerca do ciúme por parte do agressor. O que fazer?

Olha minha amiga, o ciúme nunca é nem nunca foi um ato saudável, seja ele pouco ou muito. Este sentimento de posse é na verdade uma questão sem fundamento e com certeza indica baixa evolução moral. Isso é uma questão muito séria onde há casos de crimes passionais envolvendo o ciúme. Na verdade o ciúme deve ser tratado e a pessoa ciumenta deve ter consciência disso e buscar melhorar e aprender a controlar. Mas no seu caso o que posso te dizer é pra ter paciência, embora sinto que você já está cansada de enfrentar esta solução, mas sabemos pela literatura espírita que podemos desencarnar e sofrer muito por estar quase perto de cumprir uma missão e tê-la abandonado logo no finalzinho. E outra questão é que para nós o tempo de encarnação demora a passar, mas quando estamos desencarnados este tempo que anulamos era ínfimo a eternidade do espírito.
Sei que é pedir demais a você neste momento, mas tenha calma e paciência. Resignação é o meio mais eficaz de se obter sucesso nesta vida onde não viemos para brincar, nem tirar férias, viemos é pra sofrer e aprender ou pelo amor ou pela dor.
Lembre-se que só se vence uma luta quem não desiste de lutar, portanto não desista, se você chegou até aqui, pode agüentar mais. Tenha sempre em mente todos aqueles homens bons, como Chico Xavier que sofreu e soube resignar sem nunca reclamar do labor que o Mestre tivesse designado a ele.
Obrigado por ter colocado aqui suas dúvidas e espero ter te ajudado. Jesus espera a nossa resignação, lembre-se dos mártires do Cristianismo que deram sua vida pelo Cristo. Doe sua vida a Jesus.

"Vinde a mim, todos vós que sofreis e que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós, e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração, e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu fardo é leve."
(São Mateus, cap. XI, v. 28, 29, 30)

Amigos da sala eu ia enviar este e-mail em pvt, mas achando estar de acordo com o tema atual da semana resolvi enviar pelo CVDEE, para que todos leia.

Abraços capixabas e recheados de humildade e paz.
Márcio de Mensisa

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Caro Márcio,

Agradeço pela ajuda, que Deus o abençoe!
São emanadas de forças positivas suas palavras. Agradeço a Deus que sempre que me surgem momentos que me sinto fraquejar, Ele me envia, de alguma, forma uma maneira de tornar tal situação suportável.

Um bom dia a todos e muita paz!
Fabíola
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Amigos de Estudo,

No livro a Terra e o Semeador de Chico Xavier com o espirito Emmanuel
ele diz - nos que a sem a família organizada caminharíamos para a selva e
isso não tem razão de ser.
A família terá de fazer grandes aberturas porque estamos aí com os
anticocepcionais, com os problemas psicologicos, com os conflitos da mente e
as exigências afetivas de várias nuances.
Os assuntos familiares assim tb como o divorcio, assemelham -se hoje
aos viajantes que transitam em determinada estrada . Com exagerado acúmulo
de veiculos construimos mais pistas para que haja menos desastres. A família
precisa abrir novas pistas de compreensão para que os componentes dela
possam viver em regime de respeito recíproco, com os problemas de que são
portadores,sem a agressão que tantas vezes se verifica, contra criaturas que
sofrem aflitivos problemas dentro da constituição psicologica diferente da
maioria.


Bjos

Bruna

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Conclusão