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076p – Tema: Família e Homossexualidade – texto 7
Família e Homossexualidade – texto 7
Querido[a] irmão[ã],
Que a paz de Deus esteja em seu coração!
Inicialmente vamos examinar a questão do homossexualismo à luz da nossa consoladora Doutrina Espírita. Ao final, propomos algumas reflexões e damos sugestões que esperamos possam ajudá-lo.
Na questão 202 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta:
"Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?" A resposta: "Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar".
Os Espíritos superiores querem dizer com isto que, escolhida a
opção, deve-se enfrentar as provas referentes a tal opção. Se a escolha for o corpo masculino, deverá enfrentar as experiências reservadas ao homem; se a encarnação ocorrer no vaso feminino, as provas serão as reservadas às mulheres, como, por exemplo, a maternidade. Em conseqüência, devem suportar com resignação as provas que dizem respeito ao sexo escolhido.
Segundo o pensamento espírita, o homossexual é um espírito que
enfrenta momento de provação, e que deve estar vigilante para que saia
vitorioso desta provação, em vez de agravar os seus débitos perante a lei
divina. Você deve estar se perguntando: E o que é estar de acordo com a lei divina? A resposta foi dada por Jesus: Fazer aos outros todo o bem que gostaríamos que nos fizessem. Certamente que isso se manifesta também em nossos relacionamentos afetivos, através de gestos de respeito e carinho por aqueles seres com quem nos relacionamos. Então, o equilíbrio sexual (que se manifesta por um comportamento que não é promíscuo e nem desrespeitoso para com os sentimentos alheios) é caminho seguro tanto para homossexuais como para heterossexuais.
Todos nós, amigo[a], somos seres em busca do equilíbrio espiritual.
A maior parte de nós traz graves comprometimentos no que diz respeito no campo sexual. O Espírito Emmanuel, em sua obra "Vida e Sexo", psicografada por Chico Xavier, nos informa que, quase sempre, os que chegam no além-túmulo, sexualmente desequilibrados, depois de longas perturbações, renascem no mundo tolerando moléstias insidiosas, ou em condição homossexual, amargando pesadas provas como consequência dos excessos que cometeram no passado.
Depreende-se, portanto, que os homossexuais são Espíritos que podem ter cometido abusos sexuais em sexo diferente do atual, respondendo, tal comportamento no passado, pela atual atração que sente por pessoas do mesmo sexo, devendo resistir a esses apelos instintivos em prol do seu aperfeiçoamento moral.
Ainda o Espírito Emmanuel, em O Consolador, nos mostra que Deus não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evoluir, convertendo-as pela dor em sagrados patrimônios da alma, competindo às criaturas dominar o coração, guiar os impulsos, orientar as tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos.
Informa Emmanuel que observamos almas numerosas aprendendo, entre as angústias sexuais do mundo, a renúncia e o sacrifício, em marcha para as mais puras aquisições do amor divino.
A recomendação do Espiritismo para o respeito e a compreensão para com os irmãos que transitam em condições sexuais inversivas
(homossexualismo) ocorre em função do sentimento de fraternidade ou caridade que deve presidir o relacionamento humano, mas igualmente pelo fato de que nenhum de nós tem autoridade suficiente para condenar quem quer que seja, pois todos temos dificuldades morais e/ou materiais graves que precisam de educação. A esse respeito, Emmanuel finaliza o livro Vida e Sexo com a seguinte recomendação: "Diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, colocai-vos, em pensamento, no lugar dos acusados, analisando as vossas tendências mais íntimas e, após verificardes se estais em condições de censurar alguém, escutai no âmago da consciência, o apelo inolvidável do Cristo: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
O escritor e médico psiquiatra Jorge Andréa, no seu livro Forças
Sexuais da Alma, editado pela FEB, considera que o homossexual, ao atender os sentidos em satisfação sexual, não estará em processo de realização plena. Na homossexualidade, como em qualquer outro processo provacional, sofremos as consequências de nossos atos anteriores. Então, se reencarnamos com uma distonia relacionada a área sexual, isso nos deve ser encarado como sinalizador de que cometemos deslizes graves nessa área e que necessitamos de ajustes, principalmente no setor moral. Segundo Jorge Andréa, a falta de sintonia entre o ser e o querer ser, ou entre o que se é e o que se pensa ser, transforma o homossexual, masculino ou feminino, num ser frustrado (ainda que a negativa seja comum, num mecanismo psicológico por demais conhecido), atormentado por ilusões e anseios de consumação às vezes impossível e que o debilitam moralmente, abrindo porta larga a graves obsessões (obsessão é a influenciação negativa de um espírito desencarnado sobre uma pessoa).
Para o homossexual, querido[a] amigo[a], há necessidade intransferível de vivência equilibrada no campo sexual a fim de encontrar a
harmonia para as futuras reencarnações. Tanto o homossexual como o heterossexual devem buscar a sua reforma interior, não cedendo aos arrastamentos provocados pelos impulsos instintivos e sensuais. Ensinam-nos os espíritos que a energia sexual é criação divina e que o sexo em bases de amor e carinho, respeito e atenção pelo sentimento alheio, é força maravilhosa.
A Doutrina Espírita não condena a pessoa do homossexual. Ao contrário, recomenda que tenhamos para com ele todo o respeito, a consideração e o carinho, uma vez que é um espírito que atravessa momento difícil (até mesmo tormentoso) em que necessita promover a sua edificação moral, através de uma conduta sexual equilibrada. O que não é lícito ao hetero, também não pode ser ao homossexual. Para ambos, os abusos, tais como as orgias, o sadomasoquismo, a necrofilia, a pedofilia e outros, são práticas que comprometem o equilíbrio no manuseio das forças genésicas e são contrárias às leis naturais, dando uso aos órgãos sexuais de maneira diversa do que recomenda a sua natureza.
O Espírito André Luiz, no seu livro Conduta Espírita, psicografado
por Chico Xavier, recomenda "distinguir no sexo a sede de energias superiores que o Criador concede à criatura para equilibrar-lhe as atividades, sentindo-se no dever de resguardá-la contra os desvios suscetíveis de corrompê-la".
Geziel Andrade, autor de "Doenças, Cura e Saúde à Luz do Espiritismo", em consonância com André Luiz, Jorge Andréa e Ney Prietto Peres, afirma que a sexualidade desvirtuada conduz a graves consequências, ocasionando repercussões dolorosas para o Espírito no Além e na própria reencarnação.
Bem, amigo[a], essa é a visão do Espiritismo a respeito da questão.
Se ele não aprova a prática desregrada do sexo, tanto por parte do
homossexual, quanto pelo heterossexual, também é certo que ele não condena ninguém pelas escolhas que fizer em sua Vida. Apenas nos alerta a respeito da Lei de Ação e Reação, segundo a qual recebemos de volta os efeitos de nossa própria conduta. Conforme asseverou Jesus: "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória".
(...)
Logo abaixo colamos um texto do pensador espírita Hernani Guimarães
Andrade, presidente do Instituto Brasileiro de Psico-Biofísica. Também
colamos para você um outro texto explicativo do escritor Richard Simonetti.
Ambos os textos trazem explicações muito profundas sobre o homossexualismo.
(...)
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TEXTOS ANEXOS:
1. "Não ignoramos que há inúmeras formas de manifestação do
homossexualismo. Entre elas, a mais marcante (...) é o "transexualismo". O
transexual poderia ser descrito como aquele indivíduo que possui a alma de
um dado sexo, inserida no corpo de um outro sexo. Por exemplo, uma alma
feminina habitando um corpo masculino, e vice-versa".
Esse fato "(...) favorece a hipótese de que pelo menos o
transexualismo seja motivado por uma herança reencarnatória. Neste caso, se
um indivíduo, que se reencarnou reiteradas vezes com um determinado sexo,
vem a renascer com um sexo oposto, ele provavelmente sofrerá problemas do
gênero transexualismo. Pelo menos há uma grande possibilidade de isto
ocorrer.
A troca de sexo de uma encarnação para outra pode não ser
exclusivamente a causa do homossexualismo, pois vários fatores educacionais
poderiam contribuir para despertar no indivíduo as tendências sepultadas nas
profundezas de seu inconsciente espiritual. Deve ter-se em conta, também,
outras variáveis que possam influir na equação que define o homossexualismo
(...). Assim, por exemplo, apontamos duas imediatamentes evidentes: 1) o
tempo que o indivíduo passou desencarnado (intermissão); 2) o número de
vezes que ele renasceu e viveu tendo determinado sexo. (...) É possível que
as fortes características sexuais se atenuem com uma demorada intermissão.
Por outro lado, a reiterada repetição de um mesmo tipo de sexo pode
contribuir para acentuar as tendências do indivíduo a determinado
comportamento sexual. Se, em sucessivos renascimentos, ele alternou os
sexos, talvez seu comportamento sexual venha a depender sobretudo da
educação recebida durante a infância e a juventude. Isto porque ele é
portador aproximadamente de igual carga de sexualidade masculina e feminina.
Talvez seja este o motivo pelo qual o número de homossexuais parece
aumentar à medida que o meio social se torna mais tolerante e menos
repressivo. Os indivíduos com maior tendência em relação a um dado
comportamento sexual e que poderiam proceder normalmente, serão estimulados
pelas facilidades do meio social a mudar de atitude. Antigamente a educação
muito rígida e repressiva contribuía para enquadrar o indivíduo ambisséxuo,
em seu sexo natural.
O homossexualismo não deve, pois, ser classificado como uma
psicopatia ou como um comportamento merecedor de discriminação ou medidas
repressivas. O homossexual, especialmente o "transexual", merece toda a
nossa compreensão e ajuda, para que ele possa vencer sua luta de adaptação
ao novo sexo adquirido com o renascimento. Alguns homossexuais poderão ser
reorientados, de maneira a se comportarem normalmente dentro dos padrões
impostos pelo meio social. Entretanto, igual reorientação é necessária aos
indivíduos normais para que se compenetrem da necessidade de tolerar e
aceitar fraternalmente os homossexuais". (Hernani Guimarães Andrade)
2. "Reencarnando como mulher ou como homem, consoante contingências
evolutivas, o Espírito desenvolve paulatinamente, em sua psicologia, a
masculinidade e a feminilidade. No estágio humano sempre haverá
predominância de uma delas, segundo suas próprias opções. Portanto, não há
masculinidade plena, nem plena feminilidade na Terra. Tanto a mulher tem
algo de viril, quanto o homem de feminil. Na reencarnação há o que se
costuma definir como polarização, fazendo sobressair no indivíduo as
características do sexo escolhido. (...) Em circunstâncias especiais não se
dá essa polarização, estabelecendo um confronto entre o sexo espiritual e o
físico.
"Isto pode ocorrer como uma opção do Espírito quando, em missão,
pretenda dedicar-se a determinadas tarefas, optando por esta anomalia que
inibirá seus impulsos de acasalamento. Com uma psicologia que não se ajusta
à morfologia, tenderá a sentir atração por indivíduos do mesmo sexo. Como
sua consciência não lhe permitirá um envolvimento desse tipo, que sente
contrário à Natureza, optará pela solidão afetiva, com o que passará a
dedicar-se inteiramente às tarefas a que se propôs, desdobrando sacrificial
existência. Encontramos, na História, inúmeras personalidades de destaque
nos domínios da Cultura, da Arte, da Filosofia, da Ciência, da Religião, que
viveram essa contingência. Passaram incompreendidos, ridicularizados e
caluniados por seus contemporâneos quanto à sua posição em relaçao ao sexo,
mas, mantendo severas disciplinas de castidade, canalizaram suas forças genésicas para gloriosas realizações em favor da humanidade.
"A inversão resulta, também, de expiação, envolvendo Espíritos
comprometidos em abusos sexuais. (texto de Richard Simonetti, no livro "Quem tem medo dos Espíritos?")
(texto da Equipe do IRC-Espiritismo - www.irc-espiritismo.org.br)
Conclusão