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076h – Tema: Família e Homossexualidade – Texto 4

Família e Homossexualidade – Texto 4

A delicada questão do homossexualismo
Autor: José Queid Tufaile Huaixan


Dentre as incoerências que freqüentemente circulam no Movimento Espírita,
através da opinião nem sempre abalizada de oradores espíritas, uma se
destaca por sua gravidade: é o problema do homossexualismo. Andam dizendo em
palestras públicas que o Espiritismo não tem nada contra o homossexualismo,
desde que não haja promiscuidade.

Esta é uma afirmativa despida de qualquer coerência moral e que pode levar
as pessoas a achar que os espíritas são a favor das uniões entre duas
pessoas do mesmo sexo.

Allan Kardec não tratou diretamente desse assunto, tendo tão somente
afirmado que alguns homens com caracteres femininos, ou mulheres com
masculinos, poderiam ter tido a última encarnação no sexo oposto. Alguns
Espíritos que ditaram obras complementares logo interpretaram essa assertiva
do Codificador como sendo a troca de sexo, no processo encarnatório, uma das
causas da homossexualidade.

Se isso fosse verdadeiro, teríamos a matéria como sendo a responsável por
certas condutas morais nocivas do Espírito na vida social. Em resumo,
estaríamos nos tornando materialistas.

Neste delicado assunto, precisamos ver as coisas sob dois aspectos:
1 - O amor entre duas pessoas do mesmo sexo fora do centro espírita.
2 - O amor entre duas pessoas do mesmo sexo dentro do centro espírita.

O que se quer dizer com a palavra amor? Se ela estiver sendo interpretada
como o amor dos Espíritos, existente entre duas criaturas que se gostam por
afinidade de pensamentos e que, por isso, querem estar sempre juntas, não há
qualquer problema, nem na casa espírita, nem fora dela. Se, no entanto, a
ligação entre essas pessoas do mesmo sexo os predispõe a pensarem em
atividades sexuais conjuntas, conclui-se que está presente o homossexualismo
ou pelo menos os seus indícios.

Fora da casa espírita o homossexualismo é aceito em algumas sociedades como
sendo um comportamento normal. Na casa espírita, onde se tem um conhecimento
mais amplo do ser humano e de seus objetivos evolutivos, não se pode aceitar
este tipo de conceito.

Sabe-se que a bissexualidade e a homossexualidade são anomalias
comportamentais provindas de abusos provocados pelo Espírito em suas
encarnações. Portanto, é como uma anormalidade que o homossexualismo deve
ser tratado. Não se quer com isso dizer que os irmãos com essa problemática
não tenha os mesmos direitos que outros. O que não se pode aceitar com
naturalidade é que os homossexuais casem-se, ou que tenham o direito de
criar filhos, como ocorre em alguns países. Ou seja, que sejam encarados com
casais normais.

Os argumentos que levam algumas sociedades a lhes conceder status de família
são inspirados nas doutrinas materialistas. Não se deve ter nenhum
preconceito contra o homossexual, porém, é preciso ajudá-lo a encontrar seu
equilíbrio psicológico. Na casa espírita o tema deve ser tratado conforme se
trata de qualquer outra disfunção psíquica. O problema todo reside no medo
de discutir coisas consideradas tabus e, o mais grave, receio de desagradar
muitos.

O homossexual tem o direito de participar dos trabalhos espíritas? Bem,
ainda aqui se deve optar pelo bom senso. Primeiro, devemos ajudá-lo a
encontrar-se. Mais tarde, depois de ter conseguido equilibrar-se no campo
sexual que lhe é próprio, poderá ser colocado para estudar o Espiritismo e
participar da casa. A condição de homossexual não impede ninguém de
freqüentar reuniões públicas. Se o homossexual tem vida sexual ativa no
campo anormal em que se situa, ele não será admitido na casa espírita como
trabalhador, do mesmo modo que não se admitirá pessoas impressionáveis,
obsediadas, desonestas, adúlteras etc, para desempenhar um trabalho que se
propõe acima de tudo a exemplificar as mudanças que o Espiritismo opera no
ser imortal.

Mais uma vez enfatize-se aqui a diferença capital, em termos de
responsabilidades, existente entre trabalhador espírita e frequentador da
casa espírita.

Texto publicado no A Voz do Espírito, edição 76, 1995.
http://www.novavoz.org.br/polemico-11.htm

Conclusão