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075b – Natal na visão Espírita e Família - textos

CONSIDERAÇÕES SOBRE O NATAL
Esse acontecimento foi anunciado aos pastores de Belém por um mensageiro celeste, nos seguintes termos:
" Eis que vos trago uma boa nova de grande alegria: na cidade de David acaba de vos nascer, hoje, o Salvador, que é Cristo, Senhor... Glória a Deus nas alturas , paz na Terra aos homens de boa vontade."
Naquele vos nascer está toda a importância e transcedência do Natal. nasceu para mim. Não se trata de um fato histórico, de caráter genérico, mas de um sucedimento que, particularmente, me diz respeito, me atinge e me afeta.
Realmente, a obra redentora do Nazareno só tem início e eficácia quando individualizada. Enquanto a consideramos difusa e esparsa, abrangendo a generalidade dos homens, nada representa de positivo e concreto. Ver em Jesus o redentor do gênero humano, e encará-lo como o meu redentor pesoal, são coisas diferentes, senão na aparência, nas consequências e nos efeitos.
A redenção , que é obra de educação, tem que partir da parte para o todo, do indivíduo para a coletividade, e não desta para aquele. A transformação social há de ser a soma das transformácões pessoais. Por isso, cumpre individuar o Natal, tomando, cada um, aquele acontecimento, em sentido particular e restrito. A "parte", no assunto em apreço, nada tem que esperar do "todo". O indivíduo independe da sociedade nesta magna questão. Ele deve agir por si e para si, pois desta maneira estará contribuindo praticamente para o bem geral e coletivo.
Tratando-se da nossa evolução particular, não devemos esperar ou aguardar que tal operação se ajuste e se amolde ao conjunto, isto é, à evolução da sociedade. "A hora vem e agora é." O nosso momento é tão somente nosso, pois se acha revestido de cunho personalíssimo. Só assim se avança e se evolui de fato, dando com exemplo, impulso certo e seguro no progresso de todos. Enquanto esperamos que o ambiente se modifique e nos possibilite oportunidade de melhor nossas condições espirituais, essa oportunidade nunca chegará. O dia de encetarmos a obra de nossa libertação, indo ao encontro do Redentor, é hoje, está sempre no presente. Não convém contemporizar, de vez que não dependemos senão de nós próprios.
O Natal, pois, que nos deve interessar de modo íntimo e particular, é aquele que se consumará em nós, mediante a nossa vontade e à nossa colaboração; que terá por teatro o recesso dos nossos corações, então repassados daquela humilde simplicidade que a manjedoura de Belém prefigura.
O Estábulo e a manjedoura da cidade de David não devem prestar-se exclusivamente a divagações poéticas ou literárias. Cumpre meditá-as como símbolos de certas condições e virtudes, sem o concurso das quais nada conseguiremos no que respeita à nossa espiritualização e ao nosso aperfeiçoamento.
O Espírito encarnado neste orbe não evolverá a esmo nem à mercê do acaso, mas segundo o influxo das energias próprias , orientadas e dirigidas por "Aquele que é o caminho, a verdade e a vida".
Assim, toda a magia do Natal resulta de sua individualização. Cada um deve receber e concentrar em si aquele advento, considerando-o como um caso pessoal.
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Jesus é uma realidade e , ao mesmo tempo, um símbolo. Ele é a Verdade, é a Justiça, é o Amor. Onde estes elementos predominarem, ele aí estará, embora não lhe hajam invocado o nome. De outra sorte, onde medrar hipocrisia, onde imperar a iniquidade e o egoísmo, sob suas multiformes modalidades, ele não se encontrará, ainda que solicitado, louvado e endeusado pela boca dos homens. Jesus não é, como se imagina comumente, o criador de determinada escola, o fundador de certo credo ou seita. Ele é o revelador da Lei Eterna, o expoente máximo da Verdade, o que vale dizer, da Vontade de Deus.
Sua missão não começou em Belém, nem terminou no Calvário. Ele veio para o que era seu e os seus não o reconheceram - conforme acentua João, em seu transcendente evangelho. Jesus é a luz do mundo. Assim como o Sol não ilumina só um hemisfério, mas distribrui à Terra todos os seus benefícios, assim o divino Pastor apascenta com igual carinho todas as ovelhas do seu redil. Sobre as ïndias, a China e o Japão, como sobre a Europa e a América paira o espírito do Cristo velando pela obra de redenção humana. Não importa que o desconheçam quanto à denominação. Ele inspirará, por intermédio deste ou daquele, a revelação divina, o Evangelho do Amor. Aqui lhe darão este nome; ali título diverso, toamndo, muitas vezes, o instrumento de que ele se serve, como sendo o próprio autor das doutrinas ministradas. Que importa? Ë ele, sempre ele, o mediador, o Ungido de Deuspara intérprete da sua Lei e distribuidor da sua Graça!
Onde há o espírito do Cristo, aío ha liberdade - proclama o intimorato apóstolo da gentilidade. Jesus jamais constrangeu alguém a crer deste ou daquele modo. Tocava o íntimo do indivíduo, procurando, como sábio educador, despertar as energias latentes que ali dormitavam. Remia pela educação, porque educar é por em ação, é agitar os poderes anímicos, dirigindo-os à conquista do bem e do belo, do justo e do verdadeiro, que concretizam o ideal de perfeição, pelo qual anseia a alma cativa e prisioneira da carne.
Jesus nasceu há perto de vinte séculos. Mas o seu antalício, com tudo que com ele se relaciona, reveste-se de perpetuidade. O Natal do Divino Enviado é um fato que se repete todos os dias, foi de ontem, é de hoje, será de amanhã e de sempre. Os que ainda não sentiram em seu interior a influência do espírito do Cristo, ignoram, em realidade, que ele nasceu. Só sabemos das coisas de Jesus por experiência própria. Só após ele haver nascido em nosso coração, é que chegamos a entendê-lo, assimilando, em espírito e verdade, o seu Verbo incomparável. "
Enviado pela Lu

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Noite de Natal
Não olvides que o Natal é uma festa do céu, para a noite da Terra.
A Estrela de Belém brilhando, além das nuvens..
Vozes angelicais, rompendo as trevas...
E um berço, na manjedoura invalida de sombra, em que o Rei da Luz começou o apostolado Divino, entregando a Boa Nova de Eterna alegria aos pastores de vida singela. Que o afogavam com mãos calejadas e trêmulas...
É por isso que a tua noite de Natal esta povoada de júbilos santos.
Quase sempre, a doce comunhão com aqueles que mais amas...
A árvore simbólica, adornada por dádivas de carinho...
O doce calor do lar, defendendo-te contra a ventania, que reina lá fora...
O bolo festivo....
Os cânticos e as orações, que te recordam a chegada do Redentor...
Entretanto, lembra-te de Jesus e não te detenhas!!
Vives a tua hora de beleza, qual se respirasses num dia maravilhoso de regozijo e esperança, mas, não te esqueças de que milhões de almas choram, anônimas, no agoniado nevoeiro do sofrimento.
São criancinhas esfomeadas, mães desfalecentes, que a dor aprisiona em garras mortíferas, enfermos cansados de abandono e velhinhos torturados pela sede de afeto, a soluçarem de frio!!
Pela memória do Celeste Renovador, que dizes amar, desce do trono doméstico para o vale dos que vagueiam sem rumo, e estende-lhes mãos amigas.
Deixa que o anjo da caridade te guie os passos e oferece algo de tua mesa e de tua fé aos filhos da aflição e sentirás que o orvalho de tua alegria será precioso bálsamo, sobre as lagrimas que encharcam os corações perdidos no infortúnio...
Recorda que o Divino Soberano escolheu a noite para clima Revelador de sua grandeza...
Desce, pois, com a tua lâmpada, à sombra de quantos se debatem entre as chagas da ignorância e da miséria, e, ajudando os que padecem, estarás, junto dele, a exaltar-lhe a mensagem de Amor e Luz.
Meimei - Psicografia de Chico Xavier
Revista o Reformador de 1957
Enviado pela Rosane

Conclusão