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066a – Como educar nossos filhos com relação ao casamento civil e religioso?-nosso papo

From: Rosane
Boa tarde à todos !!!!
Nossa, todos estão tão quietinhos !!!!
Bem, para quebrar o gelo, vou responder à algumas questões, dando minhas opiniões bem pessoais ...
- Como devemos educar os nossos filhos com relação ao casamento civil e religioso ?
Imaginamos que o fato de duas pessoas se amarem e que desejam ficar juntas, devem a princípio achar que será para o resto de suas vidas. Devemos ensinar que o verdadeiro casamento é aquele que o coração elege, e se educamos nossos filhos a respeitar o próximo e a serem respeitados, não será muito diferente no envolvimento emocional. No caso do casamento religioso, na minha opinião é mera formalidade social, que outras religiões praticam, mas no caso de nós espíritas, o importante mesmo é o casamento perante Deus, que no caso faz o papel de Juiz de Paz, e deve ser testemunha da união das duas almas que estão se compromentendo perante a espiritualidade.
- Como devemos encarar o fato de nosso(a) filho(a) que é espírita e vai casar-se com alguém de outra religião e este faz questão de uma cerimônia religiosa.
Não acho que haja problema algum. Mesmo sendo espíritas, devemos respeitas todas as religiões, sejam elas quais forem. Se duas pessoas que são de religiões diferentes (no caso aqui, coloco um sendo espírita e o outro sendo de outra religião qualquer)... se um deles faz questão da cerimônia religiosa, nenhum mal fará.
- Como transmitir aos nossos filhos a seguinte afirmativa: "o casamento civil é um dever a ser cumprido pelos espíritas".
Bem, entendo que, como somos ainda seres muito falhos e com inúmeros defeitos, o casamento civil ainda é um "freio" para que controlemos nossos impulsos negativos. E como o casamento civil assegura os direitos e deveres dos conjuges, é por enquanto a melhor forma de se fazer valer a justiça.
- E se nos depararmos com a situação de que os jovens, que já à algum tempo namoram, decidem morar juntos ?
Devemos orientar os jovens que o melhor a fazer é o casamento. Neste ponto, sou muito "careta".
É claro, se esses jovens já tem maturidade suficiente para decidir e se são independentes, temos simplismente que mostrar nosso ponto de vista, já que ambos tem o livre arbítrio para agir como bem entenderem. Mas como pais devemos mostrar qual o melhor caminho a ser seguido. É que os jovens veem na possbilidade de morar juntos, uma certa facilidade do tipo: "se não der certo, é mais fácil separar... divórcio dá muita dor de cabeça.". Mas na prática, a coisa não é tão simples assim. Afinal de contas, estamos lidando com sentimentos humanos, e muitos esquecem disso.
Acho que o jovem deve pensar não duas vezes, mas 70 x 7 vezes antes de pensar em uma união, já que sabemos que no plano espiritual esta união acarretará muitas responsabilidades.
- O fato da doutrina espírita não haver cerimônias religiosas torna o casamento menos importante ?
Não acho, pois o verdadeiro casamento está na convivência entre os conjuges, e não em fazer festa, gastar um dinheiro que muitos não tem, para mostrar à sociedade algo que cabe somente aos dois, nada mais.
- E diante de uma gravidez precoce, qual deverá ser nossa atitude ? O Casamento, neste caso, deve ser uma obrigatoriedade ?
Não uma obrigatoriedade, mas um dever a ser cumprido. Claro, cada caso é um caso, depende de vários fatores. Mas obrigar, ser forçado nunca. Conversar, mostrar pontos de vista, discutir a situação, mostrar os prós e os contras... é o melhor caminho a ser seguido.
Bem, espero que todos conversem bastante, pois ainda temos muito o que debater.
Um milhão de beijos no coração de todos.
Rosane.
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From: Lu CVDEE
OOis, Gente Linda do Coração, tudo joiiiinha com vcs?:))
Todo mundo quietinho essa semana né? Ah Meninos e Meninas!! :)))
Tava pensando aqui e lá venho euzinha com meus pitaquinhos :))
Voltamos ( aliás volta e meia a questão básica em meu entedimento) à fundamental educação, que passa pela nossa própria compreensão e evolução, para podermos ir remoldando consciências junto aos nossos filhos...
Lá na questão 701, do LE , a informação é que "O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem."
Eis aí então a primeira conscientização: o casamento deve se basear na afeição do seres. - Preparamos nossos Jovens(iniciando-se pela infância) a isso?
O casamento, então, será sempre um exercício de cuidado para com o outro e para consigo, de aprendizado do afeto, de desenvolvimento e realizações do espírito.
Emmanuel (não me recordo em qual livro) nos disse: "os deveres assumidos, no campo do amor, ante a luz do presente, devem prevalecer, acima de quaisquer anseios inoportunos, de vez que o compromisso cria leis no coração e não se danificarão os sentimentos alheios sem resultados correspondentes na próxima vida."
Eis aí o segundo ponto: conscientização de que, acima de quaisquer regras sociais, quaisquer leis humanos, há compromisso e há leis no e do coração.
E isso , refletindo aqui, ultrapassa cerimoniais para a concretização de uma união afetiva.
Lembrando que, hoje, mesmo os casamentos de fato, ou seja, aqueles que não têm uma cerimônia civil, também se vêm protegidos por leis humanas, que é a lei da união estável.
E sabemos que o Espiritismo não apresenta nenhuma forma de cerimônia, assim uma prece simples feita no lar, ou no reduto familiar, para o casal que se une , seria um procedimento mais adequado ou condizente.
Mas, nós realmente pensamos assim? "sonhamos" assim? Orientamos assim?
Quando há diferenças quanto ao aspecto religioso, tudo dentro do exercício do amor, da compreensão e da fé será resolvido através do diálogo. E ao espírita cabe o entendimento de que nem todos nutrem os mesmos sentimentos, as mesmas convicções, os mesmos estágios evolutivos e, assim ao invés de buscar "guerrear" deve ele próprio praticar os conceitos apreendidos junto à DE, buscando levar equilibrio, bom senso e alicerce à família que está por se constituir.
Um dia cor e amor procês
beijocas mineiras com carinho no coração
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From: Lu CVDEE
OOis :)) tudo joiiinha por aís, Lindinhos e Lindinhas?:)))
Rosane, vc disse:
- E diante de uma gravidez precoce, qual deverá ser nossa atitude ? O Casamento, neste caso, deve ser uma obrigatoriedade ?
Não uma obrigatoriedade, mas um dever a ser cumprido. Claro, cada caso é um caso, depende de vários fatores. Mas obrigar, ser forçado nunca. Conversar, mostrar pontos de vista, discutir a situação, mostrar os prós e os contras... é o melhor caminho a ser seguido.
Num entendi direito o que quis dizer com: Não uma obrigatoriedade, mas um dever a ser cumprido. vc acha que o casamento pela gravidez é um dever a cumprir?
Tô perguntando porque sempre fico em dúvida quanto a esse tópico: às vezes o entendimento predominante em mim é o de que deve haver a responsabilidade dos pais jovens perante o espírito que irá chegar pela reencarnação, não havendo uma necessidade de casamento entre os pais. Porque futuramente o que se deduz da maioria dos casos é a separaçao e o divórcio com estados nao saudaveis de convivência.
Um dia cor e amor procês
beijocas mineiras com carinho no coração
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From: Rosane
Oi, Lu...
Oi todos da sala... como disse a Lu, tudo tão quietinho...
Lu, quando disse "dever a ser cumprido", quero dizer um dever puramente de consciência... sabemos do envolvimento que duas pessoas passam a ter depois de uma prática sexual, vide o tema anterior que foi bastante discutido. Quando envolve o nascimento de uma criança, a ligação fica ainda mais forte. Fica bem claro que não é uma obrigatoriedade, visto que envolvem sentimentos e todos tem o livre arbítrio para agir como bem entenderem. Mas se existe algum sentimento entre as duas pessoas e alguma chance de dar certo, por que não optar pelo casamento ? Algumas vezes, existe uma certa "acomodação" por parte de algumas pessoas em não assumirem um compromisso mais sério. Tenho exemplos até na minha família, que bastou um "empurrãozinho", para que o compromisso fosse assumido e tudo está muito bem, obrigado. Era mais cômodo para o casalzinho, mesmo com um filho, continuarem como namoradinhos, cada um na sua casa. Meu primo, depois que resolveu casar com a namorada (o filho está com três anos), melhorou muito como pessoa e ela também. Bem, pelo menos esta é minha opinião, e bem pessoal, é claro.
Mil beijinhos à todos.
Rosane.
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From: Fúlvia Zepilho de Andrade
Oi pessoal da sala Educar, tudo bom??
Estava meio sumida mesmo, né?! Sempre que ia responder o tema da semana, já era segunda-feira e já tinha outro tema. Assim foi até que hoje me deu um "clique" e eu me lembrei que tinha que responder hehehehehe.
Bom, as minhas respostas podem não ser exatamente certas, me considero jovem ainda (23 anos), e vou responder com alguns exemplos, ok?!
Um beijão pra cada um de vocês,

- Como devemos educar os nossos filhos com relação ao casamento civil e religioso ?
Meus pais, mas principalmente minha mãe, nunca fizeram questão que a gente se casasse no religioso. Eles são da opinião que devemos, ao casar, escolher aquilo que queremos, fazer uma coisa que temos vontade, e não por obrigação da família. Já minhas avós fazem questão que casemos no religioso, e dizem que se um neto delas não se casar no religioso, então, para elas, não terá casamento.
Eu e o Luis não podemos fazer nada: somos espíritas e não vamos casar no religioso, somente no civil, para ficar tudo certinho perante a lei. Chegamos à conclusão que o casamento no religioso é muito caro e que, com esse dinheiro, iremos ajeitar nosso lar como queremos e fazer uma pequena viagem. Minhas avós não gostaram da idéias, mas não vemos vantagem nenhuma em casar no religioso: é uma festa onde quem menos se diverte são os noivos (muitas amigas minhas que casaram falam isso mesmo).
- Como devemos encarar o fato de nosso(a) filho(a) que é espírita e vai casar-se com alguém de outra religião e este faz questão de uma cerimônia religiosa?
Esse não é nosso caso, eu e o Luis somos espíritas. Mas é o caso de uma amiga minha, que é espírita e o namorado católico. Ele faz questão de casar na igreja e tudo, ela não. Mas ambos entraram em um acordo e vão se casar no religioso. Acho que tudo depende de comum acordo entre o casal mesmo, senão, a coisa complica =)
- Como transmitir aos nossos filhos a seguinte afirmativa: "o casamento civil é um dever a ser cumprido pelos espíritas"?
Ai, isso eu já não sei... Só acho que o casamento civil é mesmo para que nosso estado civil seja legal, perante nossas leis. Nós, espíritas, devemos sim fazer as coisas de acordo com a lei =) Mas, se for morar junto, tb seremos amparados pela lei, que considera esses casais como marido e mulher tb.
- E se nos depararmos com a situação de que os jovens, que já à algum tempo namoram, decidem morar juntos ?
Acho que devemos conversar, e muito, sobre essa opinião. Talvez eu precise fazer isso, se arrumar um emprego em São Paulo, e vá morar com o Luis. É tb o que prefiro, pois a casa dos meus avós é muito longe e eu preciso usar o computador para fazer meus "bicos", coisa que nos meus avós não tem. Mas tb é caso de se conversar com os pais, falar abertamente mesmo, até mesmo junto com o namorado / noivo.
- O fato da doutrina espírita não haver cerimônias religiosas torna o casamento menos importante ?
O casamento não é apenas uma festa. É um compromisso entre duas pessoas, uma ligação muito forte entre elas. O que mais vale em um casamento não é se existem ou não cerimônias religiosas (no espiritsmo não existe nenhuma e, nem por isso, as coisas são menos importantes - veja-se o batizado como exemplo), e sim o companheirismo entre o homem e a mulher, o amor que um nutre pelo outro, o apoio e a ajuda que existem entre os dois, o compromisso com os filhos que virão, com a educação dos mesmos etc. Acho que isso sim é que é o importante em um casamento, que, a meu ver, é pra vida toda =) Temos que trabalhar pra isso, e não virar um casamento/namoro: vc casa com um, três meses depois com outro, um ano depois com mais outro e por aí vai...
- E diante de uma gravidez precoce, qual deverá ser nossa atitude ? O Casamento, neste caso, deve ser uma obrigatoriedade ?
O casamento NUNCA deve ser uma obrigatoriedade e sim algo que ambos, homem e mulher, desejem para si, que seja algo que já esteja nos seus planos. Vou dar um exemplo que aconteceu com uma prima minha: ela namorava um rapaz, mas eles mais brigavam do que se divertiam juntos. Ela acabou engravidando dele. A família dele o obrigou a casar com ela, mas a família dela não queria que ela se casasse com ele. No fim, eles acabaram se casando. O casamento não durou nem um ano, eles não conseguiam nem olhar um pra cara do outro, um dormia na sala outro no quarto, brigavam o dia inteiro. Estão separados e não conseguem nem mais conversar direito. Nesse caso o melhor seria não ter casado pq, desde o namoro eles já não se davam bem, não é vivendo debaixo do mesmo teto que o convívio entre os dois iria melhorar.
Muitos casamentos "obrigados" terminam assim. Isso não quer dizer que se um dia isso acontecer comigo (gravidez fora do casamento) eu não vá casar com o Luis. A gente se casar já está nos nossos planos futuros, assim como ter filhos, mas tb não significa que eu engravidando terei que casar com ele antes da criança nascer. Mais uma vez, isso tem que ser de comum acordo, e ver o que seria melhor tanto para a menina que espera um filho e o homem que será papai.
Não sei se minhas respostas são "liberais" demais, mas é mais ou menos isso que eu penso sobre esse assunto =)
Agora, vou transcrever um texto que acabei de ler no livro "O Consolador" (estou lendo esse livro agora hehehehe):
"O Consolador - Chico Xavier, pelo Espírito Emmanuel
Segunda Parte - Filosofia
Cap. II - Sentimento, Item: Afeição
Pergunta 179: No capítulo das afeições terrenas, o casar ou não casar está fora da vontade dos seres humanos?
Resposta: O matrimônio na Terra é sempre uma resultante de determinadas resoluções, tomadas na vida do Infinito, antes da reencarnação dos Espíritos, seja por orientação dos mentores mais elevados, quando a entidade não possui a indispensável educação para manejar as suas próprias faculdades, ou em conseqüência de compromissos livremente assumidos pelas almas, antes das suas novas experiências no mundo; razão pela qual os consórcios humanos estão previstos na existência dos indivíduos, no quadro escuro das provas expiatórias, ou no acervo de valores das missões que regeneram e santificam."
Olha gente, esse livro é muito legal! Parei nessa questão mesmo, e ela veio bem a calhar pro nosso estudo né?! Agora, deixa eu continuar essa leitura gostosa =)))
Beijos no coração, fiquem com Deus,

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From: Fúlvia Zepilho de Andrade
Oi pessoal!!
Olha, lendo mais um pouquinho do "O Consolador", apareceram mais algumas coisas sobre o casamento, mas desta vez no item do "Dever" e não mais "Afeição" (mesma parte, mesmo capítulo tá, quem quiser dar uma lidinha mais completa nos itens).
Lá vai:
" Pergunta 188 - Como devem proceder os cônjuges para bem cumprir seus deveres?
R. - O matrimônio muito freqüentemente, na Terra, constitui uma prova difícil, mas redentora.
Os cônjuges, desvelados por bem cumprir suas obrigações divinas, devem observar o máximo de atenção, respeito e carinho mútuos, concentrando-se ambos no lar, sempre que haja um perigo ameaçando-lhes a felicidade doméstica, porque na prece e na vigilância espiritual encontrarão sempre as melhores defesas.
No lar, muitas vezes, quando um dos cônjuges se transvia, a tarefa é de lutas e lágrimas penosas; porém, no sacrifício, toda alma se santifica e se ilumina, transformando-se em modelo no sagrado instituto da família.
Para alcançar a paciência e o heroísmo domésticos, faz-se mister a mais entranhada fé em Deus, tomando-se como exemplo divino a exemplificação de Jesus, no seu apostolado de abnegação e de dor, à face da Terra. "
Um beijo no coração de todos vocês, e participem =))

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From: Rosane
Olá Fúlvia...
Assim que chegar em casa, vou ler este capítulo... gostei muito do que você enviou.
Por isso a importância da educação referentes ao sexo e ao casamento desde a infância, e uma orientação bem direcionada na juventude, pois nos comprometemos muito perante à justiça divina quando agimos de forma errada neste campo, e muito devemos ter à resgatar do passado. Por isso que, na sua maioria, as uniões aqui na terra são de resgate, e muitas vezes dolorosos.
Emmanuel nos diz: A felicidade existe sim, porém, para usufruí-la no Outro Mundo, precisamos aqui na Terra admitir “que ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho que avança”.
Ou seja, todos nós ainda temos muito o que aprender em torno da abnegação, da tolerância, da caridade.
“O casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se encontra entre todos os povos, se bem que em condições diversas. Abolir o casamento seria regredir à infância da Humanidade e colocar o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes.” (Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”, q. 696).
“Não te esqueças de que casar-se é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges na vida permutada, de coração para coração, na qual o casamento se lança sempre para o Mais Alto, em plenitude de amor eterno.” (Francisco Cândido Xavier, Emmanuel, “Na Era do Espírito”, cap. 11).
Beijos mil.
Rosane.

Conclusão