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048b – Tema: Família, Consumismo e Apego Material - nosso papo sobre 02

a) De que forma lidamos com o ter, com o consumir, com o ser meu?

Não sou uma pessoa consumista, só compro roupas, sapatos e objetos pessoais quando já estou precisando MUITO! Entretanto, quando a questão envolve livros... não posso ver!!! rs, estou tentando me corrigir.

Empresto minhas coisas numa boa, dou numa boa, minhas amigas não precisam nem pedir ( e na maior parte das vezes elas não pedem mesmo! rs)Eu gosto que elas façam isso, a coisa tá lá e tem mais é que ser usada!!!
Acho que isso se deve à minha infancia. Eu tinha 3 primas,sempre emprestava e dividia as minhas coisas, não tenho irmã (embora eu não troque meus três irmãos por nada neste mundo) então eu fazia delas as minhas irmazinhas, o problema da devolução das roupas era mais sentido pela minha mãe!!

Mas ainda estou longe de ser despreendida ou desapegada total. A questão do apego é mais complexa quando se trata de pessoas!!! eu ainda não consegui dosar! quando saí da minha cidade, eu quase morri de tanto chorar, por deixar para trás minha casa, meus amigos e meus tios, primos, avós, a minha grande família. Nós tínhamos um apego tão forte(ainda temos, é verdade, mas não é a mesma coisa), são momentos que vc perde das pessoas que vc ama, casamento, nascimento dos filhos, as novidades, as vitórias e as tristezas, a distancia corta alguns fios. o resultado é que hoje em dia eu procuro não me apegar demais aos meus amigos e isso às vezes se traduz num descaso! não procurá-los, não ligar, sei que é errado, mas ainda não consegui visualizar a formula do desapego X cuidado especial!!

Se vc ama,vc cuida e se apega. agora se vc ama, e não cuida, vc não se apega e acaba perdendo!

(Raquel)
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Ois, Lindinhos e Lindinhas, tudo na paz e iluminado pra vcs?:))

Estava lendo vcs e achei muito legal vir à tona a questão do apego material
se extender para pessoas tb, principalmente porque quando da montagem do
estudo o direcionamento pensado na hora era um, pois o outro era pensado
para outro tema :)) Muito legal ver que das conversas podemos ir fazendo
nosso abrir leques e reflexões :))

O pensamento direcionado era no sentido de que , hoje, vemos uma invasão de
consumir (ter) objetos : tenho que vestir a roupa da grife x ou da grife y;
tenho que comprar sapatos da loja w, tenho que ter celular, tenho que ter o
último modelo do computador, o ultimo modelo do carro, tenho que ter acesso
à tv paga, tenho que...tenho que... e ao mesmo tempo tudo isso ser
passageiro, em dois ou tres meses já se tem outra moda, outro modelo, outro
último tipo, etc. E no fato de que uma boa parcela ao ter , fica no meu
carro, no meu isso, no meu aquilo ninguém faz, ninguém pega, etc e tal. E de
que forma lidar com essa invasão junto às nossas crianças e jovens, que
estão sendo formados e o que se espera é uma "melhor" conscientização.

A questão do consumismo e apego afetivo ou de pessoas tinha sido planejado
para um outro tema.

No entando, está sendo super bom ver essa questão se misturar e fique aqui
pensando em: existe realmente essa diferença entre consumir e apegar a
objetos materiais e consumir e apegar a pessoas? Se sim, qual seria a
diferença? Se não, de que forma relacionamos as duas? A forma de tratar uma
é mais fácil do que de tratar a outra?

Aguardando vcs, tá legal?:))
uma tarde cor e amor
beijocas mineiras com carinho no coração
(Lu)
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Existe realmente essa diferença entre consumir e apegar a objetos materiais e consumir e apegar a pessoas?
R: Sim.

Se sim, qual seria a diferença?
R: Um objeto é muito mais perecível do que uma pessoa, a pessoa nós criamos laços de afinidade recíproca e devido a este intercâmbio de amizade que se estabelece entre ambas as partes, torna o consumo e o apego entre as pessoas muito mais sentimental e profundo.
Resumindo um objeto é propício a criação de vínculos, mas este não interage de forma semelhante com o seu dono. Já as pessoas criam laços mais tênues entre si e devido a isto o consumir e o apego se torna mais sólido.
Não tem como comparar o zelo que temos por um livro o mesmo que temos pelas pessoas ligadas a nós.

Se não, de que forma relacionamos as duas?


A forma de tratar uma é mais fácil do que de tratar a outra?
R: A forma de tratar varia mais pela intensidade de importância que damos a cada uma delas. Tem gente que se preocupa mais com seus bens materiais como imóveis, do que com seus filhos. Devido a isto é preciso analisar cada caso. Tem gente que tem mais amor por sua coleção de livros do que pelo cachorro.
Analisando assim o tratamento é também difícil ou fácil pelo grau de intensidade que temos por isto ou por aquilo, não depende de ser bem material ou pessoas, mas ao apego que temos a mais por algum dos dois.


Abraços capixabas e recheados de humildade e paz,
Márcio.
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Oi pessoal!
Interessante esse tema da semana. Me fez refletir e me questionar bastante. Vi que a maioria tem o mesmo "vício" que eu pelos livros... às vezes nem damos conta de ler todos os que compramos. Mas empresto-os, na boa, até ofereço aos amigos quando conversamos e entramos em assuntos que eu saiba onde fundamentar.
Mas o consumismo, o exagero, muitas vezes é imperceptível. Pensamos que somos até econômicos, moderados nas compras de certos bens, mas, de repente sempre tem alguma coisa em que deixamos transparecer nossas falhas nesse sentido. Nosso "consumo" dos livros pode ser um exemplo disso, mas creio que é um "vício" desculpável, que provém da nossa ânsia por saber, por adquirir conhecimento e isso é até muito saudável. É bem provável que à medida que vamos conhecendo passemos a selecionar melhor nossas preferências e moderar nossa tendência a "consumir" livros. E creio também que é um hábito que não parece ter nada de nocivo (desde que os conteúdos sejam bons) e que podemos até transmití-lo aos nossos filhos.
O que temos e como temos que controlar nossos impulsos no que tange ao "consumir" é aprendendo a distinguir o certo do errado, o bem do mal, o útil do inútil e assim por diante... é um princípio que se deve aplicar em todas as ocasiões e situações de nossa vida. Antes de tomar qualquer atitude, que se pense nisso. O conhecimento nós, ao menos, já o temos, resta-nos lembrar sempre disso e pôr em prática o que aprendemos... é também por aí que devemos ensinar nossos filhos. A moderação e o equilíbrio devem estar presentes em tudo o que fazemos. E, como disse semana passada, sobre o carnaval... se tivermos sempre bons hábitos e boas atitudes, não será diferente diante de uma situação determinada. Temos o livre arbítrio, mas antes dele, devemos ter o conhecimento, a base moral que nos orientará em todas as situações.
Quanto ao apego, a questão é mais complicada, pois também envolve as pessoas e não só os bens materiais. E depende muito do nível em que cada um se encontra. é difícil dar uma fórmula ou recomendar a moderação, uma vez que envolve o sentimento e é difícil precisar o grau de sentimento das pessoas. Mas é algo a que devemos estar vigilantes e nos questionar sempre... tal como a questão da super-proteção. Qual o sentimento que nos leva a tais atitudes de ciúmes, de proteção excessiva, enfim, de apego. Sentir saudade dos que amamos quando deles nos afastamos e outros sentimentos semelhantes, é natural.
Penso que o apego (excessivo) é aquilo que nos impede de seguir nossa vida com tranquilidade, nos levando a preocupação (e ocupação) com a vida dos que nos apegamos (ou amamos), ou ainda, com o cuidado excessivo pelos objetos que adquirimos ou que guardamos como "lembrança"... o apego excessivo , por outro lado impede que o outro ser, a quem nos apegamos, seja livre. Dá prá resumir dizendo que o apego é bem diferente do verdadeiro amor, porque o amor liberta e nos ensina a repartir ao invés de "concentrar" ou centralizar tudo à nossa volta.
Deixa eu ficar por aqui, porque eu me emplogo fácil quando começo a escrever...
Beijos a todos
Ana



Conclusão