Educar

042b – Tema: Família e Férias - nossa conversa sobre 02

Bom dia à todos...


Márcio,

Essa questão da comunicação, de expressão, do tom de voz, do olhar, dos gestos é
para mim uma luta interior.
Pois "minha boca fala do que meu coração está cheio".
Tenho infinita paciência, amor, carinho para falar e tratar com crianças e idosos.
Mas não tenho a menor paciência com adultos(resmungam, traem, não perdoam ...
bem, pelo menos não tanto quanto a criança.)
Não que esteja desiludida com o adulto, mas é uma dificuldade. Mas eu chego lá.

Bem esse não é o tema da semana, me desculpem todos.
Sobre a comunicação, fica para outra vez.

bjs.

ELAINE MIL
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Bebel,

Graças a Deus você não guardou rancor de seu pai
e devemos sempre agradecer pelos pais que recebemos(escolhemos,merecemos)

Em casa eu era a única menina, então ficava com o serviço de casa
enquanto meu irmão estudava muito.
Meu pai viajava muito e fez uma lista de tarefas, as quais eu devia seguir
a risca com horários, e ordem.
7:00hs - Escovar os dentes, lavar o rosto e arrumar a cama
8:00hs - Tomar café, arrumar a casa e fazer lição
11:00hs. tomar banho, almoçar e ir para a escola
na volta ajudar no jantar, cuidar do meu irmão menor, sei lá ... escovar os dentes
e dormir (agora eu te pergunto: que horas eu poderia brincar, asisstir TV...?) não é
doido?

Hoje eu dou risada... Pois ele não tinha como me controlar.
Acho que acabei ficando perfeccionista demais por causa desse jeito do meu pai.
Mas agradeço demais, pois a honestidade, a sinceridade dele são exemplos sempre.
Hoje ele com mais idade, doente, requer um pouco mais de atenção, mas continua
exigente.

Tudo serviu de exemplo para eu saber o que não fazer com meus filhos.
Acho que será assim com você também.

BJS,

ELAINE MIL
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Elaine,

As vezes eu não entendo certas conclusões que são expostas aqui. Veja, pelo que pude entender você e a Bebel tiveram educação bastante rígida, certo? E qual o resultado? É difícil avaliar com o pouco conhecimento que tenho sobre vocês, é claro, porém me parece que ambas foram vitoriosas na vida, dentro do razoável. São pessoas de bem, honestas etc.. Não entendo, então, a sua conclusão de que "tudo serviu de exemplo para eu saber o que não fazer com meus filhos"! Em ciência, um método deve ser avaliado pelos seus resultados. Parece-me que a forma como vocês foram educadas funcionou e assim não deve ser tão errada.
Uma questão para se pensar: será coincidência que, após a tendência que se iniciou na década de 60 do século passado de afrouxamento dos procedimento educacionais, tanto em casa como na escola, é que passamos a observar cada vez mais casos de desvios de comportamento de crianças, adolescentes e de adultos?

Cordialmente,
Paulo
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Bebel é uma grande satisfação ter mais uma irmã colaborando com nossos estudos e debates, e não importa que você tem ou não filhos, mas com certeza em outras vidas você já foi mãe e pai também, portanto não acho que exista ninguém sem preparo para debater nesta sala.
Gostaria de fazer algumas colocações sobre algumas coisas que você disse que me estimulam a comentar.
Na questão da explicação dos nãos gostaria de dizer que muitas pessoas como você cresceram com muitos nãos secos sem explicações e são pessoas maravilhosas. Para isso tem um porque. Há espíritos que tem uma capacidade de aceitar certas coisas mesmo que não entendam, mas já outros quando não entendem saem na busca das respostas que não obteve em casa, é aí que entra as drogas lícitas e ilícitas.
Os espíritos evoluem, assim como o mundo evolui, hoje sabemos que não podemos comparar a juventude daquela época com a juventude de hoje, porque o mundo evoluído também dá condições para que a juventude se extravie. A tarefa de ser educador hoje, seja pai ou seja mãe é bem mais difícil e está para se complicar ainda mais, requerendo uma preparação muito grande dos educadores para esta tarefa que Deus nos confia tanto. A educação dada aos nosso filhos deve também evoluir e os educadores também acompanhar esta evolução. Porque muitos educadores querem repetir a criação que tiveram no passado e sabemos hoje mais que nunca que cada espírito merece uma criação especial, mas há pontos básicos que muitos educadores também se esquecem que é amor, atenção, diálogo, amizade, etc.
O mundo evoluiu e os buracos do caminho (dificuldades) também, mas nós espíritas temos a literatura espírita vastíssima em obras que tratam desta questão de educar. Na verdade os educadores devem se reciclar diante do mundo globalizado, porque aqueles métodos antigos são pouco eficazes hoje em dia e estudar é obrigação pra quem não quiser falhar na educação dos filhos.
Claro que existe a situação dos filhos não aceitarem os conselhos de mães que são anjos enviados dos Céus para ajudá-los, nesta questão a culpa não é do educador, mas da vontade do espírito encarnado de não querer mudar.
Mas estudar é a melhor opção para os educadores, porque aprendem a educar e aprendem a entender quando um filho rejeita os seus conselhos educativos.

Abraços capixabas e recheados de humildade e paz,
Márcio.
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É isso aí, Marcio.

Faço das suas palavras as minhas.

Você tocou no ponto primordial.
Um erro não justifica o outro.
Minha vida é cheia de acertos e erros. Atos pensados e impensados.
Mas não faço com os outros o que não gostaria que fizessem( ou já fizeram) comigo.
Tenho certeza que meu pai fez o melhor. Ele foi abandonado pelo meu avô quando
tinha 15 anos. Minha avó(por parte de mãe) é que acolheu-o em sua casa.
Dava-lhe comida e roupa lavada. Mas ele tinha que dormir no trabalho(oficina mecânica).
Assim, ele conheceu minha mãe. E ela aprendeu a amar essa pessoa esforçada, carente
e acima de tudo carinhosa.
Depois de muito trabalho ele voltou a estudar (mal sabia escrever) e entrou na faculdade.
Foi qdo. uma doença muito séria (Mal de Renou-Falta de circulação nas extremidades dos membros)
fez com que ele perdesse as duas pernas e uma parte de um dedo da mão.
Aposentou-se por invalidez(sabe lá o que é isso, um homem super ativo).

Só para resumir: Hoje ele é o herói de meu filho (João de 3 anos). Com certeza foram grandes
amigos/irmãos em outras vidas. É incrível ver o amor, dedicação, carinho, com que os dois se
tratam. E isso para mim cai como uma benção. Pois sei que ele colocou amor em seu
coração e mudou sua visão de educar...

Tem coisas que só o amor explica.

BJS.

ELAINE MIL
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Não sou pai ainda, mas acho que a preparação e principalmente a decisão de ser deve ser muito pensada.
Eu tenho a certeza que tudo que ocorre aqui, nesta vida, com cada um de nós, está dentro da lógica perfeita Divina, nada é demais, nada é por acaso, não existe injustiças, merecemos ou precisamos das situações como elas surgem.
Temos os pais que precisamos!
As vezes quando falamos de pais rigidos com filhos, não podemos esquecer que Deus nos conhece melhor do que nós mesmos, assim ele sabe de nossas tendências, de nossas inclinações e daquilo que devemos melhorar nesta etapa.
Pelo que estou percebendo a Elaine e a Bebel, tiveram sim uma rigidez em sua educação, mas foi com essa rigidez que elas tornaram-se pessoas de bem, espíritas, talvez se o pai não fosse tão rígido.....quantas meninas se perdem no sexo, na marginalidade, na falta de respeito por elas mesmas..

Penso que tudo está certo...devemos somente fazer a nossa parte...nos conhecermos e nos corrigirmos...

Abraços Fraternos.
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Oi pessoal,

fico muito feliz de estar fazendo parte nova modalidade de estudo através da
internet, achei realmente perfeito.
Sobre o assunto em questão, acredito sinceramente que a educação é uma forma
de dar amor ao nossos filhos, claro que não é a única, e dizer não faz
parte. Claro no entanto que por mais que nos esforcemos para sermos bons
pais, nunca seremos perfeitos, porque ainda somos também FILHOS e muito
precisamos aprender.

Beijos,

Regina
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Oi Marcio, oi todo mundo...
A tua fala sobre comunicação e mais a resposta sobre ter paciência me lembraram uma outra historinha... Nunca fui casada, mas sei que tem aquela clássica "história da pasta de dentes", que o marido (ou a mulher) aperta no meio e a mulher (ou o marido) fica irritada e acabam brigando porque sempre um dos dois tem que apertar o tubo embaixo prá ficar tudo "perfeito". É um problema! Mas a solução é muito simples: quando um dos dois aperta no meio, o outro aperta embaixo e pronto, tá resolvido e não precisa nem comentar nada. Bom, o que eu quero dizer é que a gente pode ganhar tempo e muitas outras coisas boas, simplesmente tendo paciência, respeitando-se e seguindo cada um fazendo o seu melhor. Citei marido e mulher, mas serve também com os filhos. É importante impor disciplina? Sim! Mas também é importante saber o que é útil e o que é fútil na formação dos hábitos. É importante dizer não? É! Mas é importante também saber e explicar o por quê. Somente assim se está dando ao filho a verdadeira "liberdade": liberdade de escolha entre o certo e o errado. Do contrário não há liberdade, há ou pura repressão ou uma "cruel" maneira de fazê-lo sentir a dor, quebrar a cara... É certo que nem sempre podemos esperar que o filho (ou o outro) siga o caminho que indicamos, mas não podemos nos eximir de apresentar-lhe os fatos e as conseqüências.
Bom, espero ter contribuído e, mais que tudo, que isso sirva especialmente para mim, quando a Mariana precisar.
Beijos a todos e muita paz
Ana
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Não poderia deixar de completar o que a Ana disse a poucos minutos. Com relação a liberdade que ela disse no seu e-mail, completo que os educadores devem ter sempre a consciência de que os filhos podem ser pequenos e imaturos, mas são como nós adultos espíritos que labutaram em diversas épocas neste e em outros mundo, e que assim como nós estão reencarnados para aprender. Alguns filhos podem até ser mais evoluído do que os próprios educadores. Analisando este ponto devemos concluir que devemos sim explicar o porque das nossas decisões que de forma direta possa os afetar. Educando bem hoje é certeza de que fizemos nossa parte e que daqui a alguns anos são eles que serão os educadores e assim como a Elaine que soube aproveitar os exemplos do pai e hoje aplica em seus filhos. A educação não é só para preparação de nossos filhos para enfrentar o mundo, mas também para preparar nossos filhos, para que eduquem bem os nossos netos.
A educação que hoje damos aos nossos filhos é como o leito de um rio, que se tiver muita areia para assoreá-lo a pouca água que irá passar irá fazer falta lá em baixo.

Abraços capixabas e recheados de humildade e paz,
Márcio.
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Paulo e Cesar, bom dia!

Não sei se são pais, mas mudei muito minha maneira de ver as coisas quando
fui mãe pela primeira vez.

Foi muito boa a questão de vocês, pois me fez relembrar dessa época.
Muito medo mas muita felicidade.

Hoje sou outra pessoa. Compreendi muitas coisas que meus pais tentavam me passar.

- Estava(e ainda estou) com problemas de relacionamento com minha filha(hoje c/13 anos)
Um dia em "conversa fraterna"em nosso CE, uma dirigente me falou: Não tente mudá-la,
mude você, procure conhecê-la, suas necessidades, suas verdades, e mude suas atitudes
com ela. Quando ela atacar, converse. Quando ela calar, procure. Mostre-se disponível, sempre.

Não consegui colocar tudo em prática. Mas sabendo de minhas faltas, pedi à ela que me avise
sempre que eu estiver errada. Quando estiver impondo, falando alto, enfim ela me cobra
muito, mas arrumei uma aliada. Pois sei que faço muito isso com ela com a desculpa de
estar ensinando. Se é assim, ela também pode me ensinar.

Quanto à ciência, métodos e resultados acho que o espírito em sua totalidade não pode ser
definido e analisado pelos simples conceitos que temos nós encarnados.

bjs.
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Questões para estudo e diálogo virtual
1 - Como nos prepararmos para essas situações?
2 - Como prepararmos nossos filhos?
Para mim esta preparação vem através da instrução e principalmente da exemplificação, estas são as únicas ferramentas que temos para trabalharmos nossos filhos e nós mesmos para um dia enfrentarmos com serenidade uma situação dessas. Ops, e já ia me esquecendo do principal, muito amor e respeito acima de tudo.
3 - Qual seria nosso comportamento ideal perante essa situação: fazermos com que nossos filhos passem suas férias conosco até atingirem a idade adulta, ou permitirmos que eles vivenciem sua férias um período conosco e um período somente com os amigos?
Minha filha ainda tem apenas 3 anos, ainda não fala (graças a Deus) em sair sozinha, e espero que isto demore uns 20 anos no mínimo para acontecer (ah, ah). Mas tenho uma opnião muito particular a respeito disto. Ouço muitos pais reclamarem, (ou se vangloriarem) de que os filhos nãio querem mais sair com eles, que preferem sair com a turma; mas vejo também alguns adolecentes e jovens que gostam sim de estar perto dos pais e que tem com eles uma verdadeira relação de amizade, são "jovens diferentes" , como digo para o meu marido, normalmente os vejo em CIs ou, com grande frequencia em um grupo do qual somos parte e que se chama Pro Vida.
Penso que a diferença está no tratamento que esses pais deram para os seus filhos quando estes eram pequenos. A questão do chamar para si, do mostrar para a criança o quanto é bom a sua companhia, o quanto é bom estar do lado dela, fazendo as atividades que ela gosta de fazer, e aí é o ponto , é aí que entra o grande vilão, o egoísmo:
-Abrir mão da novela, do noticiário, para assistir o desenho que meu filho gosta? Imagine só? Colocar uma televisão no quarto dele e deixá-lo lá é muito mais prático...
- Abrir mão da minha hora de lazer, do meu cinema para ficar com ele no final de semana, minha festa, minha ginástica, meu chopinho com amigos???? Contrato uma babá e está tudo certo. Boa noite filhinho, obedece a moça... Dorme cedo que a mamãe e o papai vão se divertir...
- Ir para uma viagem de férias e levar a criança junto? Imagina só vaio atrapalhar e eu não vou curtir nada. Filhinho, você fica na casa da vovó, ou da empregada, ou da titia, que a mamãe vai na praia, no hotel, na piscina com os amigos dela. (Mas para compensar) Quando a mamãe voltar traz um brinquedo bem bonito para você.

Queridos irmãos, me desculpem se com as críticas acima (e sei que não é certo criticar) acabei atingindo alguém , mas para mim este é o jeito errado de fazer as coisas. Para mim, a crinaça criada assim, vai agir exatamente da mesma forma quando estiver um pouquinho maior. Vai dizer mamãe, eu te atrapalhava quando era pequeno, agora você também me atrapalha, tchau, eu vou ficar com os meus amigos, que foram as pessoas que estiveram ao meu lado.

Acho que vale a pena abrir mão de certas coisas agora, e mais para frente ter na minha filha uma companheira para todas as horas. Procuro levá-la sempre aos lugares onde vamos, para isto procuramos locais adequados, onde seja possível e agradável para ela. Passamos a frequentar mais restaurantes, de preferência com área de playgroud do que barzinhos; quando viajamos a escolha do hotél é feita pensando em área para ela brincar, em local onde haja coisas agrad´aveis para se fazer das quais ela possa participar.
Quando vamos a hotéis com atividades para crianças com monitores se ela quer ir, e incentivamos que ela vá, pois o convívio, a independência é importante, deixamos que participe das atividades, mas procuramos ficar com ela sempre sob nossos olhos. Se as atividades são na área da piscina, ficamos na piscina, mantemos uma distância, mas de onde ela possa correr para nós se precisar. Se as atividades são fora do hotel, em uma praça por exemplo, vamos junto, levamos um livro e ficamos lá lencdo, conversando enquanto ela brinca. Acho que isto é compartilhar.
às vezes quando surge algum compromisso socila no qual é impossível levá-la, ela é deixada com os avós e explicamos para ela o que é o compromisso e o porque não podemos levá-la, e graças a Deus, o anjo que tenho em casa entende e faz da ida à casa dos avós uma festa.

Tenho muita pena quando viajamos e vejo os pais saindo para um lado e para o outro e as crianças ficando no hotel ou até saindo dele mas sempre na companhia de babás e (o que acho pior ainda) de monitoras de recreação do hotel. Vejo isto como uma crueldade. E se voces caros irmãos tivere a oportunidade de observar estas crianças a sua carência e o apego que criam com essas monituras ( e é nítido que é por pura carência) observem.... Será que estes não serão os jovens que mais tarde irão se apegando ao primeiro que se disser amigo que aparecer pela frente?
Só para ilustrar, em uma das viagens que fizemos havia uma menina de uns 5 anos, que nós mal viamos a mãe no hoel, sempre estava com a monitora, inclusive nas horas das refeições. Um certo momento estávamos na piscina, a mãe trouxe deixou-a com a monitora na piscina, falou para ela deixar o cabelo preso, falou tchau e foi embora. A menina veio perto de nós brincar, virou para o meu marido e disse agora que minha mãe já foi, vou desamarrar o meu cabelo. Para nós aquilo foi como um, - Já que ela pode fazer o que ela quer, e não está aqui, então eu também posso.
Sempre dizemos à ela o quanto é bom tê-la conosco, em qualquer atividade que estejamos fazendo, seja em um passeio em em uma atividade doméstica ou em uma brincadeira. E sempre dizemos a ela que ela é nossa melhor amiga, e que nós somos os melhores amigos dela, aqueles com quem ela sempre poderá contar.
Falei demais, para variar. Não sei se a forma como estamos conduzindo esta questão é a mais correta, mas esperamos colher bons frutos no futuro.
Abraços fraternos
Joanice
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Conclusão