Educar

018a – Tema: Adolescente Características - texto

Amigos do grupo Educar, esta é contribuição
que posso dar no momento, relacionado com o tema
da semana.

José Valdir



Juventude Espírita perante o Mundo

INALDO LACERDA LIMA

No capítulo XVII de O Evangelho segundo o Espiritismo há uma
profunda mensagem mediúnica assinada Um Espírito Protetor e intitulada O
homem no mundo. É possível concluir- se, de sua leitura, tratar-se da
conduta que deve ser vivida por todo aquele que procura seguir,
evangelicamente, neste mundo ainda tão conturbado pela violência social e
moral, a doutrina do Consolador prometido por Jesus, uma vez que o capítulo
em que está inserta na obra citada tem por título Sede Perfeitos. A partir
do instante em que muitos pais espíritas procuram respostas ou explicações
para tantas dificuldades em manter alguns filhos freqüentando a Casa
Espírita de que são membros, ou participar de sua Juventude Espírita, não se
pode alimentar a menor dúvida quanto a tais dificuldades. São adolescentes
que chegam a imaginar razões para escapar às reuniões semanais do Culto do
Evangelho no Lar! Desses fatos tivemos conhecimento, quando certa
instituição espírita, sabendo-no ser professor formado em Ciências da
Educação, solicitou-nos uma palestra sobre a conduta do jovem perante o
Espiritismo. Sentimo- nos, diante daquele convite e na entonação das
palavras do companheiro solicitante, pelo telefone, tratar- se de algo muito
sério observado naquela Casa Espírita, em relação a certos jovens filhos de
confrades nossos.
Na verdade, problemas com jovens não devem estar a ocorrer apenas
num ou noutro lar espírita. Centenas, talvez milhares de famílias em nosso
país poderão estar às voltas com certos tipos de infortúnios, ou problemas
relacionados com a impulsividade do moço, em face da sistemática
materialista da atualidade. Certa vez, alguém já nos indagara se de O Livro
dos Espíritos não consta alguma coisa relacionada com a educação do
adolescente. - Especificamente, não! Respondemos. Aparecem os termos
juventude ou adolescente nas questões 192, 385 e 607, mas de modo quase
acidental ( digamos, assim). Não, com vistas a uma explicação
fundamentalmente educacional espírita. Mas na questão 385 há indagação a
propósito da razão que motiva mudança no caráter do indivíduo ao sair da
adolescência, ao que os Espíritos superiores respondemtratar-se do retorno
do ser espiritual à natureza que lhe é própria, revelando-se ele tal qual é
como indivíduo consciente de si mesmo. E se segue longa e valiosa
dissertação informativa em torno dessa fase, na existência física do homem,
como que a nos esclarecer que o Espírito é sempre Espírito tal como se
sente, efetivamente, seja na vida espiritual seja na existência corpórea. A
incapacidade de agir bem, com equilíbrio ou acerto, ou de agir mal e
desequilibradamente, decorre da deficiência dos órgãos em não permitir ainda
ao encarnado perfeita expressividade de pensamento e ação, cabendo-nos - na
condição de pais, educadores, mestres, pessoas adultas - dispensar à criança
bem como ao adolescente as atenções necessárias ao competente
desenvolvimento e ajustamento deles à madureza que os aguarda,
corrigindo-os, assistindo-os, educando-os. Pois é nessa fase, esclarecem-nos
os Espíritos superiores," que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir
os maus pendores". Assim, o pai espírita precisa compreender que o
indivíduo, ao passar da infância à adolescência, à juventude e à idade
adulta, através de um processo natural relacionado com a capacitação de todo
o organismo, é natural que se choque, ou sofra influência por vezes bastante
acentuada, de uma sociedade ainda muito materialista, a ponto de valorizar
mais as coisas da matéria do que as virtudes morais e espirituais. Eis que é
essa a fase apropriada aos pais - repetimos - para tentarem reformar os
caracteres e reprimir os maus pendores de seus filhos, como nos orientam e
esclarecem os Espíritos superiores, na referida questão 385. Em suma, a
nossa sociedade não entendeu ainda que o homem é um ser em evolução; que o
ser humano de nossos dias é bem diferente daquele da época do Cristo; isto
é, já viveu mais, já aprendeu mais. Em parte, ela e as religiões dogmáticas
são responsáveis pelo fato de o indivíduo, em nosso mundo hodierno, não se
portar, ainda, como um ser espiritual preso à matéria transitória. Prestemos
muita atenção ao termo transitória. As religiões continuam vivendo e
ensinando a crença num céu paradisíaco e num inferno inconseqüentes, sem
qualquer fundamento óbvio ou científico, como se a Ciência não fosse divina,
como se as coisas no universo dos homens estivessem à revelia de Deus. Mas
tudo isso vai mudar, e está mudando. Estejamos atentos!... Há pais que não
conseguem dizer não ao filho, quando tal não se faz necessário. A própria
Psicologia contemporânea ensina, por alguns de seus psicólogos, que o jovem
não deve ser contrariado... Por quê? Porque é uma Psicologia sem psyche,
isto é, sem Espírito. É uma ciência que ignora ainda, lamentavelmente, que
no adolescente há um Espírito antigo em evolução; que as ações, por vezes
estranhas ou incoerentes que apresentam, são frutos da incapacitação dos
órgãos somáticos próprios para atenderem às carências do Espírito no domínio
de suas manifestações, sob a influência de suas imperfeições e tendências
que ainda guardam no cerne da alma. Eis por que o lar, bem constituído de
pais conscientes e religiosamente integrados na vida familiar, constitui a
primeira e principal escola na formação social e moral dos filhos. Portanto,
os pais, mormente se pais espíritas, dispõem de ampla condição deauxiliá-los
no desenvolvimento de sua formação, utilizando nesse trabalho supradinâmico
a ciência do Amor e a virtude da paciência, sem abdicar em hipótese alguma
de seus deveres essenciais de pais. Uma área, por exemplo, bastante séria e
controvertida é a da vida sexual. A partir dos doze, treze, quatorze anos o
adolescente - menino ou menina - começa a observar certas transformações
fisiológicas em seu corpo, a exigir dos pais orientação cuidadosa e sincera!
Enquanto isso, entretanto, a televisão - desavisada e imprópria - incumbe-se
de perturbar as mentes juvenis com programas lesivos a uma boa formação
moral, que nada têm de educativos, complicando o processo de maturação
biossocial e moral de nossa juventude, sem que os órgãos competentes do
Estado tomem qualquer providência. Compete à Doutrina Espírita, portanto,
esclarecer-nos em tornar-nos responsáveis por uma boa formação moral e
espiritual de nossos filhos para que, por sua vez, venham a ser num amanhã
muito breve, porquanto o tempo urge, os pais e educadores conscientes do
luminoso futuro que nos aguarda!...



Conclusão