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010d – Tema: Uniões Infelizes/Separações/Divórcios - nosso papo sobre
Oi Pessoal, espero ter contribuído perante o tema da semana.
Abraços
José Valdir
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OS ESPÍRITAS E O CASAMENTO
Casamento: união espiritual e física
À luz do Espiritismo, o casamento monogâmico, união permanente de um homem e uma mulher:
– é um progresso na marcha da humanidade (representa um estado superior ao de natureza, em que vivem os animais);
– atende à afinidade (que une os semelhantes) ou à necessidade de expiações (resgate ou correção de erros cometidos anteriormente), ou a missões (que regeneram e santificam);
– resulta de resoluções tomadas na vida do infinito, antes da reencarnação dos espíritos (livremente assumidas pelos que já sabem e podem fazê-lo; sob orientação dos mentores mais elevados, os que não estão habilitados para isso).
Tem, pois, o casamento um iniludível caráter e implicações espirituais. Deve-se basear no afeto e na responsabilidade recíprocos e ser respeitado e mantido o mais possível.
Empenhemo-nos com toda boa vontade, tolerância e devotamento aos nossos compromissos conjugais.
Divórcio: possível mas não aconselhável
O casamento, na Terra, não é indissolúvel de um modo absoluto, porque os espíritos aqui encarnados geralmente são pouco evoluídos: nem sempre atendem ao que ficara planejado na vida espiritual e nem sempre respeitam os compromissos que assumiram. A impossibilidade de separação do casal traria, em alguns casos, grandes danos morais e psicológicos aos cônjuges e poderia levar a atitudes desesperadas, como o suicídio ou o homicídio, sendo preferível, antes, a separação.
Respondendo aos israelitas sobre o divórcio, Jesus esclareceu: “Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres por causa da dureza dos vossos corações, mas ao princípio não foi assim”.(Mt. 19:8) É ainda pela dureza dos corações humanos que muitos casamentos se desfazem e o divórcio acontece.
Antes de concretizarmos uma separação conjugal, recorramos a todos os recursos de compreensão e harmonização possíveis:
– aconselhamento de psicólogos experimentados em assuntos de casais;
– meditação, oração e reuniões de assistência espiritual (muitas vezes a desarmonia do casal é provocada ou estimulada por nossos adversários espirituais).
Em caso da separação se tornar inevitável, convém que os cônjuges aguardem algum tempo sem assumirem novos interesses ou compromissos afetivos, para não obstar uma possível reconciliação.
Quando o divórcio acontece, não acaba com o objetivo espiritual daquele casamento, que apenas fica adiado e terá de ser retomado em outra oportunidade (talvez em outra encarnação). Só que a situação poderá ter-se agravado e ficado mais difícil para o cônjuge faltoso, pelo ressentimento e desconfiança que gerou ou por haver perdido a condição mais propícia para concretizar aquele objetivo.
Os cônjuges que souberem respeitar seu compromisso conjugal, tolerando-se e ajudando-se mutuamente, só terão a ganhar espiritualmente. Além de terem vencido suas provas ou expiações e de bem haverem cumprido seus deveres junto aos filhos, terão desenvolvido ou solidificado entre si invisíveis e duradouros laços de confiança e estima que os unirão de modo amigo e feliz, aqui e na vida do Além.
Quem cumpre fielmente seu papel espiritual e material no casamento, mesmo que seu cônjuge não cumpra bem sua parte, ficará liberado no plano espiritual da obrigação que o trouxera a esse casamento aqui na Terra.
O casamento dos espíritas
Que forma social ou religiosa devem os espíritas dar ao seu casamento?
Deve estar faltando orientação sobre isso nos centros espíritas porque, quando chega o momento de casar, muitos espíritas ainda não se sentem suficientemente esclarecidos ou convictos a respeito.
Examinemos, portanto, a questão. Faremos o estudo por etapas, pois apresenta diversos aspectos.
Quando os noivos são, ambos, espíritas.
O casamento civil sempre será observado, pois o Espiritismo, seguindo o evangélico preceito “dai a César o que é de César”, recomenda obediência às leis humanas que visam à ordem social.
Mas nenhuma cerimônia religiosa deverá ser programada, pois o Espiritismo – que procura nos libertar das exterioridades para nos ligar diretamente à vida espiritual – não tem sacramentos, dogmas ou rituais quaisquer nem sacerdócio organizado para efetuá-los.
Não quer dizer que falte ao espírita, em seu casamento, o aspecto espiritual. Pelo contrário, a espiritualidade estará presente em tudo.
Vejamos, por exemplo (relato ao final deste capítulo), como foi feito o casamento de Mário e Antonina, ambos espíritas, contado por André Luiz, no seu livro Entre o Céu e a Terra, psicografado por Francisco C. Xavier:
– houve cerimônia civil;
– não houve cerimônia religiosa;
– a comemoração espiritual não foi realizada em centro espírita (para não dar o caráter de cerimônia religiosa oficial);
– a prece foi proferida por um familiar dos noivos (para fazê-la não é preciso convidar um presidente de centro, um orador espírita, um médium, nem é preciso que um espírito se comunique para “dar a bênção”);
– houve intensa participação espiritual dos noivos, dos familiares e convidados, bem como dos amigos desencarnados.
Os noivos que forem verdadeiramente espíritas – mesmo que suas famílias não o sejam e queiram dar outra opinião – já sabem como se casar perante a sociedade e a espiritualidade.
E nenhum centro ou sociedade verdadeiramente espírita deverá realizar casamentos (quer em sua sede, quer em casa dos noivos ou outro local), pois o Espiritismo não instituiu sacramentos, cerimônias, rituais ou dogmas.
Quando só um dos noivos é espírita
Neste ponto, vamos expender uma opinião pessoal, que formulamos buscando o melhor entendimento espírita para a atualidade que vivemos. Que esta opinião seja meditada pelos confrades e aceita ou não, segundo o livre-arbítrio de cada um.
Inicialmente, é preciso considerar que vivemos numa sociedade em que predominam, de longa data, idéias e fórmulas religiosas diferentes das verdades espíritas. Nessa sociedade, os espíritas verdadeiros são ainda minoria e é pequena a probabilidade de que os seus pares para o casamento estejam na minoria de verdadeiros espíritas. E se nós, espíritas, não mais nos prendemos a essas idéias e fórmulas religiosas predominantes, outros (que são a maioria) ainda não conseguem se libertar delas.
Por outro lado, é certo que o espírita precisa ajudar a renovação das idéias religiosas e não conseguirá isso, se ocultar sempre o que já conhece e se ceder sempre aos atuais costumes religiosos. Além do que, o espírita tem o direito de não ficar preso às fórmulas religiosas que nada mais lhe significam.
Como fará, então, o espírita, quando o par escolhido for de outra religião? Parece-nos que deverá:
– procurar, logo na fase de namoro, verificar o entendimento religioso do futuro cônjuge;
– se houver possibilidade evolutiva no parceiro, trazê-lo ao entendimento espírita;
– não havendo essa possibilidade, analisar se, mesmo assim, os fatores de união persistem ou se é preferível não levar adiante o namoro.
Se, apesar da divergência religiosa, os laços afetivos e compromissos anteriores (assumidos no plano do espírito, como diz Emmanuel) levarem ao casamento, então o espírita se defrontará com a questão da forma de realizar esse casamento.
Quando o parceiro não-espírita tiver sincero fervor na religião que professa, a ponto de sentir-se “em pecado” e com traumas morais sem a cerimônia que o seu credo estabelece, parece-nos que o espírita (que está mais livre de injunções dogmáticas) poderá aceitar a forma externa do casamento segundo o costume da religião do seu cônjuge. Que “pecado” poderá haver, do ponto de vista espiritual, em comparecermos a uma igreja qualquer e partilharmos de uma prece, feita ela deste ou daquele modo?
Esta tolerância, porém, tem seus limites. Só se justifica diante de uma verdadeira necessidade espiritual do parceiro e não quando ele for religioso apenas de rótulo ou por convenção social. Nem deverá ser concedida quando a exigência da cerimônia é feita pela família dos noivos, sem qualquer necessidade espiritual destes.
Também não irá a tolerância a ponto de o espírita aceitar os sacramentos individuais (batismo, confissão, comunhão) para a realização da cerimônia. Somos livres para acompanhar o cônjuge à cerimônia indispensável para ele, mas, também, somos livres para não aceitar imposições pessoais, a que só com hipocrisia poderíamos atender. Caberá à
outra parte conseguir a dispensa dos sacramentos individuais para o espírita.
E o vestido branco?
Vestir-se a noiva de branco faz parte dos costumes e tradições de nosso povo mas, a rigor, não é obrigatório nem mesmo na Igreja Católica.
Case-se com esse traje a jovem que assim o quiser, usando-o no civil ou na festa familiar, sem precisar querer uma cerimônia religiosa só para vestir o seu vestido branco, pois essa moda nada tem a ver com religião ou espiritualidade.
O casamento de Mário e Antonina
“Mário e a viúva esperavam efetuar o matrimônio em breves dias. Visitamos o futuro casal, diversas vezes, antes do enlace que todos nós aguardávamos, contentes.
Amaro e Zulmira, reconhecidos aos gestos de amizade e carinho que recebiam constantemente dos noivos, ofereceram o lar para a cerimônia que, no dia marcado, se realizou com o ato civil, na mais acentuada simplicidade.
Muitos companheiros de nosso plano acorreram à residência do ferroviário, inclusive as freiras desencarnadas que consagravam ao enfermeiro particular estima. A casa de Zulmira, enfeitada de rosas, regorgitava de gente amiga.
A felicidade transparecia de todos os semblantes. À noite, na casinha singela de Antonina, reuniram-se quase todos os convidados novamente.
Os recém-casados queriam orar, em companhia dos laços afetivos, agradecendo ao Senhor a ventura daquele dia inolvidável. O telheiro humilde jazia repleto de entidades afetuosas e iluminadas, inspirando entusiasmo e esperança, júbilo e paz. Quem pudesse ver o pequeno lar, em toda a sua expressão de espiritualidade superior, afirmaria estar contemplando um risonho pombal de alegria e de luz.
Na salinha estreita e lotada, um velho tio da noiva levantou-se e dispôs-se à oração. Clarêncio abeirou-se dele e afagou-lhe a cabeça que os anos haviam encanecido, e seus engelhados lábios, no abençoado calor da inspiração com que o nosso orientador lhe envolvia a alma, pronunciaram comovente rogativa a Jesus, suplicando-lhe que os auxiliasse a todos na obediência aos seus divinos desígnios”.
(Do livro Entre o Céu e a Terra, de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier.).
Avaliação:
1) Por que os espíritas precisam casar no civil?
2) Há necessidade de cerimônia religiosa para o casamento? Por quê?
3) O aspecto espiritual estará presente no casamento de espíritas:
( ) No sentimento verdadeiro que leva os cônjuges a voluntariamente se unirem, assumindo responsabilidade espiritual pela vida em comum.
( ) No pedido de orientação e proteção espiritual que fazem os noivos, seus familiares e amigos, em favor do novo lar que se está formando.
Bibliografia:
De Allan Kardec:
– O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXII;
– O Livro dos Espíritos, perguntas 695 a 701.
De Emmanuel:
– O Consolador, pergunta 179.
(José Valdir)
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Olha, particularmente vc contribuiu muito! Eu passo por esse problema.
Meu noivo é católico, digamos, bem católico, de família católica e nós divergimos muito de opinião. Ele é bem cético com relação ao espiritismo e simplesmente não acredita em nada relacionado.
Eu ñ tenho a menor pretensão de trazê-lo para o espiritismo. Acho que as pessoas são livres para escolher no que acreditar e que religião seguir. Só exijo respeito. Se uma pessoa me diz que "acredita numa pedra" e aquela pedra é capaz me mudar a sua vida, eu vou respeitar.
Agora, claro que é difícil, pq a religião é seu modo de enxergar a vida, de levar a vida. Então, muitas vezes discutíamos seriamente por esse assunto. Mas como a sabedoria popular diz "religião não se discute". Hj, nós tentamos mutuamente amenizar mais essa diferença. Muitas vezes paramos para conversar sobre a Doutrina e eu muitas vezes tb me interesso pelo Catolicismo. Eu vou ao Centro e ele, apesar de não gostar nem um pouco, Às vezes me acompanha. Ele vai à Igreja e eu, apesar de ñ gostar, às vezes o acompanho. E acho que é por aí. Todos nós temos diferenças e elas devem ser conversadas, dicutidas e acordadadas.
Eu passei por problemas na minha família (católica) quando assumi minha postura espírita. Me chamavam de macumbeira, não aceitavam o fato de eu ñ frequentar mais a Igreja, não assistir à missa. Mas isso tudo foi superado quando provei que a razão está acima disso e que Deus é um só, a maneira como o vemos é que difere. E, se vc pratica o bem, a caridade, prega isso no seu dia-a-dia, Deus estará feliz e vc, com certeza, terá muitos créditos a seu favor. Cada um tem sua hora...
Com relação ao casamento, nós sempre conversamos sobre isso. Eu não faço questão de me casar na Igreja, mas se for preciso, se for da vontade dele, sem problemas. E como ambas as famílias são católicas, tb não vejo problema em "fazer a vontade" deles, para deixá-los mais felizes e satisfeitos. Eu não vou perder minhas crenças, nem vou deixar de ser espírita por causa disso. E todos vão ficar felizes. Claro que vou querer ler uma prece espírita e vou ver as coisas por um outro ângulo, mas não acho que devemos fazer da religião, um problema. Afinal temos que pregar a paz e o amor e isso deve ser feito em toda e qq religião.
O Brasil é um país em que as pessoas de diversas religiões convivem muito bem, não há problemas étnicos e religiosos e devemos ficar muito felizes por esse privilégio. Pq o que temos visto no mundo, são pessoas se matando em prol de uma religião. Cada um achando que está mais certo que o outro. Não foi isso que Jesus pregou, não é esse o caminho que nos levará à evolução espiritual.
O divórcio, faz parte de nosso livre arbítrio. Só acho que ele deve ser feito da melhor maneira possível de forma a não prejudicar nem o casal, nem terceiros. Acho que deve ser ´visto como a última das últimas opções, principalmente se ainda há amor. Acho eu enquanto há amor, há maneiras de resolver tudo.
Espero tb ter contrubuído com a minha opinião.
Abraços, ótimo dia para todos!
Vivian
Conclusão