O Livro dos Espíritos
153 – Caridade e amor ao próximo
a) Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
b) A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, mas abrange todas as relações com os nossos semelhantes, quer se trate de nossos inferiores, iguais ou superiores.
c) Ser indulgentes, porque temos a necessidade de indulgência.
d) O homem verdadeiramente bom procura elevar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos.
e) Amar aos inimigos é perdoá-los e pagar-lhes o mal com o bem.
f) Não é a esmola que é censurável, mas quase sempre a maneira por que ela é dada.
g) O homem de bem, que compreende a caridade segundo Jesus, vai ao encontro do desgraçado sem esperar que ele lhe estenda a mão.
h) A verdadeira caridade é sempre boa e benevolente; tanto está no ato quanto na maneira de fazê-la. Um serviço prestado com delicadeza tem duplo valor, se o for com altivez, a necessidade pode fazê-lo aceito mas o coração mal será tocado.
i) A ostentação apaga aos olhos de Deus o mérito do benefício.
j) Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, divina lei pela qual Deus governa os mundos.
k) Não olvideis jamais que o Espírito, qualquer que seja o seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnado ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior perante o qual tem deveres iguais a cumprir.
l) Sede caridodos, não somente dessa caridade que vos leva a tirar do bolso o óbolo que friamente atirais ao que ousa pedir-vos, mas ide ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes para com os erros dos vossos semelhantes.
m) Em lugar de desprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os.
n) É da boa educação moral que depende o melhoramento da Terra.
Questões iniciais para o diálogo em estudo da semana:
01) Qual o verdadeiro sentido da caridade?
02) Como devemos praticar a caridade?
03) Há diferença entre caridade moral e caridade material? Qual é? Por que?
Conclusão
01) Qual o verdadeiro sentido da caridade?
A caridade , como a entendia Jesus, é aquela onde se tem a benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
É a caridade virtude por excelência, constituindo-se na mais alta expressão do sentimento humano , que se irradia em ações nobre em prol de todas da criaturas.
02) Como devemos praticar a caridade?
A caridade para ser praticada nada exige e, no entanto, tudo oferece.
A verdadeira caridade tanto está no ato, quanto na maneira de fazê-la, posto que se realizada com ostentação perde seu mérito.
E no entanto, quase sempre, quando realizamos algum ato de bondade, esperamos por gratidão.
Desejamos que alguém reconheça o nosso ato, que ao menos alguém tenha
observado e percebido nosso gesto nobre.
Ou, então, em nossa ânsia de ajudar alguém, deixamos de perceber como a
nossa dádiva pode ser embaraçosa para uma pessoa sensível. Ou, ainda, como pode parecer pesado para quem recebe, o dever da gratidão.
No entanto, a caridade é um ato de sabedoria, que exige apenas percepção aguda e um coração que compreenda.
03) Há diferença entre caridade moral e caridade material? Qual é? Por que?
A caridade inclui tanto a material quanto a moral, uma vez que todo gesto de generosidade, quando realizado a fim de fornecer um lenitivo àquele que padece vez que irá renovar o ânimo e fortalecer a alma, é valioso.
No entanto, muitas pessoas acabam deixando de fazer todo o bem que poderiam , sob a fundamentação de falta de recursos suficientes, como se somente a caridade material fosse caridade.
Mas há quem não possa doar do seu trabalho, do seu tempo, do seu repouso, do seu sorriso, do seu olhar, de suas simples palavras de bom dia, boa noite, boa tarde?
E quantas vezes somente um olhar que nos enxerga, nos vê, é o que necessitamos para renovar o ânimo d'alma?
Quantas vezes é de um simples sorriso, de um simples bom dia que precisamos para deixarmos a tristeza de lado?
A verdadeira caridade excede, sob qualquer aspecto que seja considerada, às simples doações externas e transitórias.
Embora haja a necessidade do homem promover e praticar a caridade material, também e especialmente mais necessário é pratique a caridade moral, que é a que exige mais e melhores condições ao Espírito.
A caridade moral é aquela que não se cansa, não reclama, tudo dá , mais do que dá: dá-se; tal qual Jesus , em sua passagem na Terra, que após inúmeras doações de compaixão, misericórdia, compreensão, doou-Se, deu sua própria vida como testemunho de amor e inapagável luz de Caridade.
Para encerrar nosso estudo, nada melhor que as palavras de Paulo, em I Coríntios 13 1-13 :
"Se falar as línguas de homens e de anjos, mas não tiver caridade, sou como bronze que soa ou címbalo que retine.
E se possuir o dom da profecia, e conhecer todos os mistérios e toda a ciência, e alcançar tanta fé que chegue a transportar montanhas, mas não tiver caridade, nada sou.
E se repartir toda minha fortuna e entregar meu corpo ao fogo, mas não tiver caridade, nada isso me aproveita.
A caridade é paciente,
a caridade é benigna,
ela não é invejosa,
a caridade não é jactanciosa, não se ensoberbece;
não é descortes, não é interesseira,
não se irrita, não guarda rancor;
não se alegra com a injustiça, mas compraz-se na verdade;
tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo tolera.
A caridade não sucumbe jamais;
as profecias? terão o seu fim,
as línguas? cessarão,
a ciência? terminará.
No presente , o nosso conhecimento é imperfeito,
e assim também a profecia.
Quando chegar a consumação, desaparecerá o que é imperfeito.
Quando era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança;
quando cheguei a ser homem, deixei como inúteis as coisas de criança
Agora vamos por um espelho e obscuramente;
então veremos face a face.
No presente, conheço só em parte;
então conhecerei como sou conhecido.
Agora permanecem essas três coisas: fé, esperança, caridade; porém a mais excelente delas é a caridade."
(Paulo - I Coríntios 13 - 1-13)