O Livro dos Espíritos

147 – Livre Arbítrio

a) O ser humano tem a liberdade de pensar e portanto tem tambem a liberdade de escolher suas acoes. Essa liberdade de escolha chamada de livre-arbítrio se manifesta desde a infancia e nos acompanha por toda a existencia.

b) Sabemos que o ser humano tem a capacidade de resistir a certos "instintos" e portanto é responsavel por seus atos. O homem nao pode canalizar seu pensamento somente para as coisas materiais, mas aquele que assim age o faz por vontade propria.

c) existem casos em que o livre-arbitrio é retirado do ser humano, até como resgate para o Espirito que necessita reparar seus atos em encarnacoes passadas. Temos entao Espiritos que renascem em corpos deficientes mentais ou mesmo em situacoes de vida onde é escravizado e nao pode exercer sua liberdade de acao. Nao podemos usar nossos vicios (embriagues por exemplo) como desculpas para nossas atitudes incoerentes.

d) podemos resumir assim: o uso da razão se constitui de tres aspectos:
- liberdade de pensar que nos leva a liberdade de existir
- liberdade de consciencia que nos leva a liberdade de ser
- o livre arbítrio que nos leva a liberdade de evoluir.

PERGUNTAS PARA ESTUDO E DEBATE VIRTUAL

1. Em que consiste o livre-arbítrio?

2. Podemos considerar as predisposições instintivas como limitadoras do exercício do livre-arbítrio?

3. Segundo os Espíritos, quais são os fatores que limitam o exercício do livre-srbítrio pelo homem?

4. Qual a influência da matéria no exercício do livre-arbítrio?

Conclusão

CONCLUSÃO DO ESTUDO


1. Em que consiste o livre-arbítrio?

R - Podemos resumir a definição do livre-arbítrio como a liberdade de pensar e obrar, de que todo espírito é dotado. É a faculdade que tem o espírito, encarnado ou desencarnado, de determinar a sua própria conduta, de fazer a escolha entre duas ou mais maneiras de querer e agir, fazendo com que prevaleça uma delas sobre a (s) outra (s). Nos primeiros anos de vida terrena, as faculdades corpóreas ainda não se encontram suficientemente desenvolvidas, o que torna quase nulo
o livre-arbítrio. A criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário. O mesmo ocorre com o selvagem, que aplica a liberdade às suas necessidades. Tanto na criança, como no selvagem, o livre-arbítrio vai se desenvolvendo à medida que estas faculdades se desenvolvem.

2 - Podemos considerar as predisposições instintivas como limitadoras do exercício do livre-arbítrio?

R - Como mencionado durante o estudo, as predisposições instintivas são trazidas pelo espírito de outras reencarnações. São, portanto, resultado do modo como o espírito utilizou o livre-arbítrio. Podem, com efeito, arrastar o homem à prática de atos contrários às Leis Naturais. Entretanto, como explicam os Espíritos, não havendo arrastamentos irresistíveis, ele pode, utilizando-se do livre-arbítrio, fazer prevalecer a vontade de resistir. Assim, as predisposições instintivas não podem ser consideradas limitadoras do livre-arbítrio, primeiramente, porque resultam de sua utilização e, em segundo lugar, porque não impedem o homem de agir contrariamente a elas.

3. Segundo os Espíritos, quais são os fatores que limitam o exercício do livre-arbítrio pelo homem?

R - O livre-arbítrio não é absoluto, pois não há como deixar de reconhecer as inúmeras contingências e limitações a que estamos sujeitos, que condicionam e cerceiam a nossa liberdade. Segundo os Espíritos, são fatores que limitam o exercício do livre-arbítrio pelo homem as condições do organismo físico, as turbações mentais, que atingem a inteligência, como a idiotia e a posição em que se encontra na Terra. Com relação a esta última, podemos apontar inúmeras circunstâncias que, conjunta ou isoladamente, impõem restrições ao nosso livre-arbítrio, tais como os costumes, o clima, o solo e o meio social em que vivemos; a educação, os princípios religiosos e os exemplos que recebemos; o regime alimentar, o sexo no qual estamos reencarnados. São fatores, que, sem dúvida, limitam o exercício do livre-arbítrio pelo homem, a quem cabe empregar esforços para vencê-los.

4. Qual a influência da matéria no exercício do livre-arbítrio?

R - Inegavelmente, a matéria exerce influência na vida do espírito, podendo embaraçar-lhe as manifestações, notadamente na Terra, onde os corpos são ainda muito densos. Nos mundos onde os corpos são menos materiais, todas as faculdades do espírito desenvolvem-se mais livremente, o que não significa que é o corpo físico é que dá essas faculdades. Assim,
muitas das vezes, como no caso daquele que é portador de alguma enfermidade no cérebro, a matéria restringe a liberdade do espírito, a quem falta o instrumento necessário à sua livre manifestação. O exercício pleno do livre-arbítrio depende dos órgãos que lhe servem de instrumento.