O Livro dos Espíritos
075 – Resumo teórico do sonambulismo, do êxtase e da dupla vista
LE075 - Estudo Sintetico do Livro dos Espiritos
LIVRO DOS ESPIRITOS- Allan Kardec. Da Emancipacao da Alma.
Parte Segunda. Capitulo VIII. Perguntas 455
Tema: Resumo teorico do sonambulismo, do extase e da dupla
vista.
a) Sugerimos a leitura completa da questao 455 de O Livro
dos Espiritos e remetam as duvidas e comentarios para a
sala...
Perguntas para estudo e debate:
1 - Defina sonambulismo
2 - defina o extase
3 - defina a dupla vista.
Abracos,
Equipe LE
Conclusão
LE075 - Estudo Sintetico do Livro dos Espiritos
LIVRO DOS ESPIRITOS- Allan Kardec. Da Emancipacao da Alma.
Parte Segunda. Capitulo VIII. Perguntas 455
Tema: Resumo teorico do sonambulismo, do extase e da dupla
vista.
1 - Como podemos resumir as diferenças entre o sonambulismo, o êxtase e a dupla vista?
R - O sonambulismo é um estado de independência da alma mais completo do que no sonho, em que as faculdades espirituais adquirem maior amplitude. Emancipado em relação ao corpo físico, o espírito tem percepções que não dispõe no sono, que é um estado de sonambulismo imperfeito. Durante o sonambulismo, o espírito pode praticar a uma ação qualquer para a qual necessite utilizar-se do corpo. Serve-se, então, deste, como uma pessoa se serve de uma mesa ou de qualquer outro objeto material, no fenômeno das manifestações físicas ou mesmo como o espírito se utiliza da mão do médium, nas comunicações escritas. Pode se manifestar de maneira espontânea, independente de qualquer causa exterior ou artificialmente, pela ação do agente magnético.
Êxtase é o estado pelo qual a independência entre o espírito e o corpo se manifesta da maneira ainda mais sensível, tornando-se, de certa forma, palpável. Enquanto no sonho e no sonambulismo a alma erra pelos mundos terrestres, no êxtase, ela penetra um mundo desconhecido, sem, entretanto, poder ultrapassar certos limites, que ela não poderia transpor sem romper inteiramente os laços que a ligam ao corpo. No estado de êxtase, o aniquilamento do corpo é quase completo, só se conservando, por assim dizer, a vida orgânica. Sente-se que a alma não se liga a ele mais que por um fio, que um esforço a mais poderia romper sem remédio.
Neste estado, todos os pensamentos terrenos desaparecem, para darem lugar ao sentimento puro, que é a própria essência do nosso ser imaterial. Acontece com os extáticos o mesmo que com os sonâmbulos, podendo sua lucidez ser mais ou menos perfeita, conforme for o espírito mais ou menos elevado. É também mais ou menos apto a conhecer e a compreender as coisas. Verifica-se neles, algumas vezes, mais exaltação do que verdadeira lucidez e, por isso, suas revelações são freqüentemente uma mistura de verdades e erros, de coisas sublimes e de coisas absurdas, ou mesmo ridículas. Espíritos inferiores aproveitam-se, muitas vezes, dessa exaltação, que é sempre uma causa de fraqueza, quando não se sabe vencê-la, para dominar o extático. O êxtase é, portanto, um sonambulismo mais apurado, pois a alma do extático é ainda mais independente.
Quanto à dupla vista, é também um resultado da emancipação do espírito em relação ao corpo, podendo se manifestar mesmo sem que este esteja adormecido, Dá aos que a possuem a faculdade de ver, ouvir e sentir além dos limites dos sentidos corporais, podendo perceber as coisas ausentes, por toda parte, até a alma onde possa estender a sua ação. Vêem, por assim dizer, através da vista ordinária, como por uma espécie de miragem. É susceptível de se desenvolver pelo exercício, havendo, no entanto, organismos que são refratários a essa faculdade.
No momento em que se produz o fenômeno da dupla vista, o estado físico é sensivelmente modificado. Os olhos têm qualquer coisa de vago, olhando sem ver e toda a fisionomia reflete uma espécie de exaltação. Constata-se que os órgãos da visão são alheios ao fenômeno, ao verificar-se que a visão persiste, mesmo com os olhos fechados. Afigura-se aos que a possuem tão natural como a de ver pelos sentidos físicos, como um atributo normal, que não lhes parece constituir exceção. O poder da dupla vista varia desde a sensação confusa até a percepção clara e nítida das coisas presentes ou ausentes. Mais desenvolvida, desperta os pressentimentos e mostra acontecimentos já realizados ou em vias de realização. Pode ver o mundo material e o espiritual, em um outro local de onde se encontra o seu corpo físico ou, até, em época diferente .
2 - Apresente algum comentário, observação ou dúvida a respeito do tema.
Concluindo, podemos dizer que o sonambulismo, natural ou artificial e o êxtase não são mais do que variedades ou modificações de uma mesma causa, que é a emancipação da alma. São graduações de um mesmo fenômeno, que é a emancipação da alma em relação ao seu corpo físico. Durante o êxtase, a emancipação é mais profunda do que no sonambulismo. Já a dupla vista é uma faculdade espiritual que também se manifesta através da emancipação da alma. Todavia, diferente dos outros dois fenômentos, independe do adormecimento do corpo, uma vez que pode se manifestar mesmo no estado de vigília. Esses fenômenos, da mesma maneira que os sonhos, pertencem uma ordem natural, daí terem existido desde todos os tempos. A História nos mostra que eles foram conhecidos e, até mesmo, explorados, desde a Antigüidade, neles se encontrando a explicação para uma infinidade de fatos que o desconhecimento fez passar como sobrenaturais.