E a vida continua

023 – Capítulo 22 – Bases de novo porvir – parte 2

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo – CVDEE

Sala de Estudos André Luiz

Livro em estudo: E a vida continua (Editora FEB)

Autor: Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier

Tema: Capítulo 22 – Bases de novo porvir – parte 2


Ribas pausou, de novo, alguns instantes e, logo após, anunciou:
— Nosso esquema inclui um acontecimento impor­tante. .. Nos dias que virão, seremos chamados a apro­ximar os lares de Serpa e Amâncio, porqüanto Desi­dério e Elisa, reencarnados, realizarão venturoso ma­trimônio em plena juventude... Envidaremos esforço máximo, para que Desidério se despeça de nós, em breve tempo, na direção da vida física...
Evelina chorava de jubilosa emoção, meditando na justiça perfeita de Deus, e Ernesto refletia, empolgado de assombro, ante a lógica do plano estabelecido.
Sopitando a comoção encharcada de lágrimas, a senhora Serpa articulou nova pergunta:
— E minha mãe?
— Sua mãezinha — aclarou o mentor — acompa­nhará os destinos de Amâncio... Seu pai desposou-a, mas não amava... Tanto assim que, nas anotações e relatórios de que dispomos, você ainda estava no berço terrestre e ele já gravitava para outros campos sentimentais.
— Tantos projetos! — especulou Fantini trans­formar figuras em obras exige trabalho e trabalho... quem se responsabilizará pela execução de semelhantes planificações?
O mentor lançou-lhe benevolente olhar e falou para ambos:
— Vocês já ouviram falar em guias espirituais?
Ernesto e a companheira esboçaram silencioso ges­to de estranheza.
E Ribas:
— Pois é... Vocês dois serão os encarregados do serviço em perspectiva, com todas as tarefas-satélites que lhe forem consequentes. Esforçar-se-ão para que Serpa e Vera se consorciem; para que Elisa se recupere após a desencarnação, no menor prazo possível; para que Desidério volte ao renascimento físico, nas condi­ções desejáveis, e auxiliarão, ainda, a Elisa, no retorno à Terra, com o dever de amparar-lhes o berço e a me­ninice, além de que estarão colaborando não só para que a futura genitora de Desidério conquiste recursos adequados a acolhê-lo no claustro materno, como também para que o nosso amigo, a reencarnar, venha a sentir-se convenientemente instalado, na posição de filho adotivo... E nada de esquecer nosso Mancini, que prossegue requerendo atenções especiais; o enca­minhamento dele no futuro, o enlace de Elisa e Desi­dério, mais tarde, depois das providências com que nos empenharemos a reaproximar as famílias Terra e Serpa...
Num gesto marcante de bom-humor:
— Trabalho para trinta anos, meus amigos! Para início de ajuste, considerem-se vinculados à nossa ci­dade, em serviço, no mínimo de trinta anos pela frente!...
Ernesto contemplou Evelina, tomado de profundo enternecimento. E pensava que ela e ele haviam sido rechaçados da memória dos que mais amavam, quase que totalmente esquecidos, recusados, afastados, subs­tituidos. A ex-senhora Serpa — pois que a moça se reconhecia francamente liberada pelas atitudes de Caio, quanto ao prosseguimento de qualquer compromisso de natureza afetiva — fixava Ernesto e sintonizava-se-lhe com a onda de ideias e emoções.
Estavam os dois com a paz de consciência e a sós um com o outro, na em­presa que os chamava. Fantini pareceu-lhe mais es­piritualizado pelos sofrimentos dos dias últimos, qual se a fogueira de aflições ocultas lhe houvesse remode­lado a forma e retocado o semblante.
Entreolharam-se e compreenderam-se. Todos os entes queridos, da Terra, exceção de Brígida que ainda mantinha pensamentos de ternura e saudade para a filha distante, dispensa­vam-lhes a presença e o concurso. Entretanto, neces­sitavam agir e construir, a favor deles mesmos. E ao modo de aliados que se reencontram para veneráveis misteres, no campo da vida, se prometeram, sem pa­lavras, irmanar os corações, transferindo um para o outro os sagrados tesouros afetivos que se lhes devol­viam da Terra, convencidos de que precisavam da es­cora recíproca para a longa jornada que se lhes des­cerrava aos anseios de redenção.

QUESTÕES PARA ESTUDO E DIÁLOGO VIRTUAL

1) De acordo com a Doutrina Espírita, qual a importância da família para o progresso espiritual?
2) Como Evelina e Ernesto Fantini poderiam ajudar aos familiares desencarnados?
3) De que modo os guias espirituais podem nos auxiliar?

Um abraço fraterno,
Equipe André Luiz

Conclusão