Evolução em Dois Mundos
038 – 2ª pte - XVIII - Evolução e destino
Segunda parte
XVIII
Evolução e destino
- O mal está determinado no conteúdo do nosso destino?
- Ninguém nasce destinado ao mal, porque semelhante disposição derrogaria
os fundamentos do Bem Eterno sobre os quais se levanta a Obra de Deus.
O Espírito renascente no berço terrestre traz consigo a provação
expiatória a que deve ser conduzido ou a tarefa redentora que ele próprio
escolheu, de conformidade com os débitos contraídos.
Prevalece aí o mesmo princípio que vige para as sociedades terrestres,
pelo qual, se o homem é malfeitor confesso, deve ser segregado em
estabelecimento correcional adequado para a reeducação precisa, e, se é
apenas aprendiz no campo da experiência, com dívidas e créditos, sem falta
grave a resgatar, é justo possa pedir às autoridades superiores, que lhe
presidem os movimentos, o gênero de trabalho ou de luta em que se sinta
mais apto ao serviço de auto-aperfeiçoamento. Entendamos, porém, que, se
perpetrou delito passível de dolorosa punição, não é ele internado na
penitenciária ou no trabalho reparador para que se desmande,
deliberadamente, em delitos maiores, o que apenas lhe agravaria as culpas
já formadas perante a Lei.
É natural que o devedor, nessa ou naquela forma de resgate, venha a sofrer
fortes impulsos a recidivas no erro em que faliu, tanto maiores quão mais
extenso lhe tenha sido o transviamento moral; entretanto, a provação deve
ser assimilada como recurso de emenda, nunca por válvula de expansão das
dívidas assumidas.
Desse modo, ninguém recebe do Plano Superior a determinação de ser relapso
ou vicioso, madraço ou delinqüente, com passagem justificada no latrocínio
ou na dipsomania, no meretrício ou na ociosidade, no homicídio ou no
suicídio. Padecemos, sim, nesse ou naquele setor da vida, durante a
recapitulação de nossas próprias experiências, o impulso de enveredar por
esse ou aquele caminho menos digno, mas isso constitui a influência de
nosso passado em nós, instilando-nos a tentação, originariamente toda
nossa, de tornar a ser o que já fomos, em contraposição ao que devemos
ser.
- Qual a relação percentual de tempo existente entre os estágios que o
Espírito de elevação mediana vive como encarnado e como desencarnado?
- A percentagem de tempo no plano espiritual para as criaturas de evolução
mediana varia com o grau de aproveitamento de tempo no estágio recente que
desfrutaram no corpo físico.
Quão mais vasta a provisão de conhecimento e maior a aquisição de
virtudes, por parte do Espírito, mais largo período desfruta na Esfera
Superior para obtenção de mais nobres recursos para mais alta ascensão.
- Poderíamos identificar algum elo da evolução que existe no Plano
Extrafísico e que é desconhecido na Terra?
- Além do plano físico, a investigação humana encontrará material valioso
de observação para elucidar os variados problemas concernentes à evolução
do ser.
- Ainda, na atualidade, os Instrutores Espirituais intervêm na melhoria
das formas evolutivas inferiores nas quais o princípio inteligente
estagia?
- Sim, porque todos os campos da Natureza contam com agentes da Sabedoria
Divina para a formação e expansão dos valores evolutivos.
- Dentre todos os animais superiores, abaixo do homem, qual é o detentor
de mais dilatadas idéias-fragmentos?
- O assunto demanda longo estudo técnico na esfera da evolução, porque há
idéias-fragmentos de determinado sentido mais avançadas em certos animais
que em outros. Ainda assim, nomearemos o cão e o macaco, o gato e o
elefante, o muar e o cavalo como elementos de vossa experiência usual mais
amplamente dotados de riqueza mental, como introdução ao pensamento
contínuo.
Pedro Leopoldo, 22/6/58.
QUE
STÕES PARA ESTUDO
1) Segundo André Luiz, qual a origem do mal? Seria um determinismo divino?
2) Como é definido o tempo em que o espírito permanece no plano
espiritual, aguardando nova reencarnação?
3) Há evolução no plano espiritual?
4) No reino animal, o princípio inteligente é dotado de pensamento?
Conclusão
Conclusão
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1) Segundo André Luiz, qual a origem do mal? Seria um determinismo divino?
R - Ninguém está destinado ao mal, pois isto contrariaria os atributos de bondade e justiça do Criador. A nossa destinação é o bem. Ao reencarnar, o espírito traz programada a provação a que terá de se submeter ou a tarefa a ser desenvolvida na nova existência, sempre de acordo com a natureza das transgressões cometidas e com os reajustes necessários à sua reeducação. É o mesmo princípio que norteia as sociedades terrenas. Nesses casos, mesmo que os equívocos praticados o sujeitem a dolorosas penalidades, é preciso evitar que se descambe para delitos ainda maiores, o que somente agravaria a sua situação perante a Lei Maior. É comum, no entanto, quando submetido a essa forma de resgate, que venha a reincindir no mesmo erro que originou a dívida, devido aos impulsos resultantes de seu transviamento moral. A provação tem como finalidade a correção, nunca o agravamento da dívida.
Assim, ninguém está determinado ao mal. Quando a ele nos entregamos, é porque deixamo-nos levar pelo impulso de enveredar por esse caminho, que trazemos de experiências passadas. Somos influenciados por nossas próprias tendências, que nos levam a cair na tentação de optar pelo que já fomos em detrimento do que devemos ser.
2) Como é definido o tempo em que o espírito permanece no plano espiritual, aguardando nova reencarnação?
R - O tempo que o espírito passa no estado de erraticidade é variável, conforme tenha vivenciado a sua última experiência no mundo físico. Se aproveitou esta reencarnação para adquirir conhecimento e virtudes, maior será o período que passará no plano espiritual, a fim de que possa obter dos Instrutores do Mundo Maior mais recursos que o auxiliarão a ascender no processo evolutivo.
3) Há evolução no plano espiritual?
R - De acordo com o autor, os Agentes Divinos, orientadores no plano espiritual, atuam em todos os campos da Natureza com o propósito de expandir os valores evolutivos. Assim, também no plano espiritual o espírito pode galgar alguns passos no caminho da evolução.
4) No reino animal, o princípio inteligente é dotado de pensamento?
R - Na fase animal, o princípio inteligente ainda não recebeu o pensamento contínuo, que o permitiria manter-se em atividade mental permanente. Todavia, já é dotado de um pensamento fragmentado, que se manifesta em intervalos, sempre em situações ligadas à sua sobrevivência. Sua ação é guiada predominantemente pelo instinto. Esse pensamento fragmentado manifesta-se em graus diferentes, conforme a espécime em que o princípio inteligente esteja encarnado. Cada espécime é uma continuação evoluída da que lhe é imediatamente anterior. André Luiz cita o cão, o macaco, o gato, o elefante e o cavalo como exemplos das que possuem o pensamento mais desenvolvido, dotadas de maior poder mental, como fase preparatória do princípio inteligente para a aquisição do pensamento contínuo, que acontecerá ao ingressar no reino hominal.