Evolução em Dois Mundos

023 – 2ª pte - III - Corpo espiritual e volitação


Corpo espiritual e volitação


- Podemos receber alguma informação sobre a volitação do corpo espiritual?

- Na metamorfose dos insetos, a histólise alcança notadamente os músculos e a máquina digestiva, atingindo apenas levemente o sistema nervoso e o sistema circulatório.

Efetuado o processo histolítico, segundo referências alinhadas em outra parte do nosso estudo, os órgãos diferenciados voltam à posição embrionária que lhes era característica e só então as células entram em segmentação, formando na histogênese os órgãos definitivos do inseto adulto, armado de recursos para librar na atmosfera.

Assim também, após a transfiguração ocorrida na morte, a individualidade ressurge com naturais alterações na massa muscular e no sistema digestivo, mas sem maiores inovações na constituição geral, munindo-se de aquisições diferentes para o novo campo de equilíbrio a que se transfere, com possibilidades de condução e movimento efetivamente não sonhados, já que o pensamento contínuo e a atração, nessas circunstâncias, não mais encontram certas resistências peculiares ao envoltório físico.

Ao homem comum, na encarnação, não é fácil, todavia, a articulação de uma idéia segura com respeito às condições de seu próprio corpo espiritual, além-túmulo, porque a mente, no plano físico, está inteiramente condicionada ao trabalho específico que lhe compete realizar, inelutavelmente circunscrita aos problemas de estrutura, e, por isso mesmo, incapacitada de identificar o reino inteligente de raios e ondas, fluidos e energias turbiIhonantes em que vive.

- Como entendermos a mente em si, individualizada e operante, se as células do corpo espiritual têm vida própria como as do corpo físico?

- O problema é de simples orientação, qual acontece numa fábrica de largas proporções em que a gerência, unificada em seus programas de ação, supervisiona e comanda centenas de máquinas com diversos implementos cada uma, convergindo todas as peças do serviço para fins determinados.

- Quais os mecanismos das alterações de cor, densidade, forma, locomoção e ubiqüidade do corpo espiritual?

- A pergunta está criteriosamente formulada; no entanto, para a ela responder com segurança precisaremos dispor, na Terra, de mais avançadas noções acerca da mecânica do pensamento.

- Em que condições o corpo espiritual de um desencarnado sofrerá compressões, escoriações ou ferimentos?

- Dentro do conceito de relatividade, isso se verifica nas mesmas condições em que o corpo físico é injuriado dessa ou daquela forma na Terra.

Não dispomos, entretanto, presentemente, de terminologia adequada na linguagem terrestre para mais amplas definições do assunto.

- Qual é a ordem de formação dos centros vitais pelo princípio inteligente no seu corpo espiritual?

- Sabemos que a formação dos centros vitais começou com as primeiras manifestações da plasmocinese nas células, sob a orientação das Inteligências Superiores; contudo, não dispomos ainda de particularidades técnicas para penetrar nesse domínio da ciência ontogenética.

- Como se processa a exteriorização dos centros vitais?

- Associando conhecimento magnético e sublimação espiritual, os cientistas humanos chegarão, por si próprios, à realização referida, como já atingiram noções preciosas quanto à regressão da memória e exteriorização da sensibilidade.

- Qual a importância da relação existente entre o baço e o centro esplênico, se o baço pode ser extirpado sem maiores prejuízos

à continuação da existência do encarnado?

- Compreendamos que a extirpação do baço em sua expressão física, no corpo carnal, não significa a anulação desse órgão no corpo espiritual e que, interligado a outras fontes de formação sanguínea no sistema hematopoético, prossegue funcionando, embora imperfeitamente, no campo somático, atento às articulações do binário mente-corpo.

- Como compreenderemos a situação dos centros vitais no caso dos "ovóides"?

- Entendereis facilmente a posição dos centros vitais do corpo espiritual, restritos na _ovoidização_ _ apesar de não terdes elementos terminológicos que a exprimam _ pensando na semente minúscula que encerra dentro dela os princípios organogênicos da árvore em que se converterá de futuro.



Uberaba, 23/4/58.
QUESTÕES PARA ESTUDO

1) Como o espírito readquire a faculdade de volitação, ao regressar para o plano espiritual?

2) Qual a função da mente, ante o corpo espiritual?

3) É possível sabermos como se operam alterações no corpo espiritual, quanto à cor, densidade e as resultantes de
ferimentos, por exemplo?

4) Como se dá a formação dos centros vitais de seu corpo espiritual pelo princípio inteligente?

5) Como André Luiz explica a continuação da vida do corpo após a extirpação do baço?

6) No caso dos ovóides, como ficam os centros vitais?

ELUCIDAÇÃO DE TERMOS USADOS PELO AUTOR ESPIRITUAL

centro esplênico - centro de força vital, no perispírito, relacionado com o plexo mensentérico e o baço, no corpo físico, que regula a distribuição e a circulação dos recursos vitais e a formação e reposição das defesas orgânicas através do sangue. O plexo mensentérico é o entrelaçamento de ramificações nervosas localizadas na região do baço

hematopoético - relativo à hamatopose, processo orgânico de formação dos glóbulos sangüíneos

histogênese - formação e desenvolvimento dos tecidos orgânicos

histólise - destruição ou dissolução de tecidos orgânicos

ontogenético - referente à ontogênese, estado do aparecimento e do desenvolvimento dos órgãos no ser vivo

ovóide - em morfologia, é a qualificação de órgão ou parte maciça em forma de ovo, a que se assemelha o "ovóide" resultante da deformação perispiritual causada por uma idéia fixa (monodeísmo)

ovoidização - transformação em "ovóide"

plasmocinese - movimento do protoplasma (massa) da célula, que contribui para dar a esta as características de vida

volitação - deslocamento do corpo espiritual no meio etéreo, por um processo de locomoção que dá a idéia de vôo

(extraído do livro Elucidário de evolução em dois mundos, de José Marques Mesquita, edição da USEERJ, União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro)


Conclusão

(Conclusão)


QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUD0
1) Como o espírito readquire a faculdade de volitação, ao regressar para o plano espiritual?

R - André Luiz compara o ressurgimento do espírito para o mundo espiritual à metamorfose que transforma determinadas espécies de insetos. A destruição dos tecidos orgânicos pela cessação da vida física desses insetos atinge, de modo mais acentuado, os músculos e o aparelho digestivo, sendo os sistemas nervoso e circulatório apenas levemente alcançados. Após essa etapa, alguns órgãos retomam o estado embrionário característico do período de formação daquele corpo físico. Somente então as células iniciam o processo de recomposição, dando início à formação do organismo definitivo do inseto adulto.



De forma análoga, o espírito ressurge no plano espiritual com seu perispírito portando as alterações na massa muscular e no aparelho digestivo, em conseqüência da desencarnação, mas sem sofrer maiores transformações na sua constituição geral. Através do pensamento contínuo e da atração ditada por seu psiquismo, que então se manifestam livres dos embaraços opostos pelo corpo físico, o espírito adquire faculdades que vão lhe permitir o deslocamento no novo plano de vida, fenômeno conhecido como "volitação", que dá a idéia de vôo. Esta é a explicação possível, pois, esclarece o Autor, não ser fácil expressar, para os que se encontram encarnados, uma idéia mais precisa acerca do corpo espiritual, uma vez que a mente, na vida física, encontra-

-se direcionada inteiramente aos problemas terrenos, incapaz de perceber o mundo composto de raios, ondas, fluidos e energias em que vive.



2) Qual a função da mente, ante o corpo espiritual?

R - Embora as células que constituem o corpo espiritual tenham vida própria, como as do organismo físico, suas ações são dirigidas pela mente, convergindo todas para o fim a que se destinam. André Luiz compara a uma fábrica no mundo corporal, em que suas peças são supervisionadas e comandadas por uma gerência, todas operando no sentido de um fim colimado, no caso um determinado produto.

3) É possível sabermos como se operam alterações no corpo espiritual, quanto à forma, cor, densidade e as resultantes de
ferimentos, por exemplo?

R - Segundo André Luiz, não há como explicar, de maneira clara, os mecanismos destas ocorrências, por faltar uma terminologia adequada na linguagem terrena. Com relação às alterações de cor, densidade e forma do corpo espiritual, do mesmo modo que ocorre com relação à ubiqüidade nas manifestações do espírito, dá a entender que se operam pela força do pensamento. Quanto a ferimentos e lesões de um modo geral, guardada a devida relatividade, o Autor explica que se dá nas mesmas condições que acontecem com o corpo físico na vida na Terra.
4) Como se dá a formação dos centros vitais de seu corpo espiritual pelo princípio inteligente?

R - A formação dos centros vitais no corpo espiritual pelo princípio inteligente dá-se com o início de vida das células, sob a direção e supervisão dos Orientadores Espirituais. Esclarece o Autor, contudo, que não dispõe ainda de conhecimentos técnicos que o permitam penetrar nos mecanismos de aparecimento e desenvolvimento dos órgãos no ser vivo.

5) Como André Luiz explica a continuação da vida do corpo após a extirpação do baço?

R - A extirpação do baço no corpo físico não implica na anulação deste órgão no corpo espiritual. Assim, interligando-se a outras fontes do sistema sangüíneo, responsáveis pela formação do sangue, o baço prossegue funcionando no perispírito, obedecendo ao comando da mente.

6) No caso dos ovóides, como ficam os centros vitais?

R - Para que possamos compreender a situação dos centros vitais num corpo espiritual que assume a forma ovóide, André Luiz nos remete ao processo de germinação da semente, que encerra dentro de si os princípios da formação da árvore futura. Ou seja, no ovóide, os centros vitais, afetados pela minimização do corpo espiritual, mantêm dentro de si, em estado latente, os princípios que os farão desenvolver-se futuramente, quando o perispírito retomar a forma normal.