Evolução em Dois Mundos

020 – Corpo espiritual e religiões

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
Sala de Estudos André Luiz

Livro em estudo: Evolução em dois mundos (Editora FEB)
Autor: Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier
e Waldo Vieira

Primeira parte - Capítulo XX - Corpo espiritual e religiões (I)

Comentários: Eurípides Kühl

Corpo espiritual e religiões
(I)

RESPONSABILIDADE E CONSCIÊNCIA - À medida que a responsabilidade se lhe apossou do espírito, iluminou-se a consciência do homem.

A centelha da razão convertera-se em chama divina.

A inteligência humana entendeu a grandeza do Universo e compreendeu a própria humildade, reconhecendo em suas entranhas a idéia inalienável de Deus.

Conduzindo-se, então, de modo racional, experimentou profundas transformações.

Percebe, nesse despertamento, que, além das operações vulgares da nutrição e da reprodução, da vigília e do repouso, estímulos interiores, inelutáveis, trabalham-lhe o âmago do ser, plasmando-lhe o caráter e o senso moral, em que a intuição se amplia segundo as aquisições de conhecimento e em que a afetividade se converte em amor, com capacidade de sacrifício, atingindo a renúncia completa.

Até à época recuada do paleolítico, interferiram as Inteligências Divinas para que se lhe estruturasse o veículo físico, dotando-a com preciosas reservas para o futuro imenso.

Envolvendo-a na luz da responsabilidade, conferiam-lhe o dever de conservar e aprimorar o patrimônio recebido, e, investindo-a na riqueza do pensamento contínuo, entregaram-lhe a obrigação de atender ao aperfeiçoamento de seu corpo espiritual.

Aceitar-se-á, razoavelmente, que até semelhante fase os tremendos conflitos da Natureza, em que se mesclavam a violência e a brutalidade, foram debitados à conta da evolução necessária para a discriminação de indivíduos e agrupamentos, espécies e raças.



Comentários - Com o passar do tempo e em razão dos aprendizados adquiridos a consciência do homem entendeu a grandeza

da Natureza e assimilou a sua pequenez diante de Deus _ a centelha da razão converteu-se em chama divina!

E assim o homem despertou da longa seqüência de barbarismo e, transformando-se profundamente, intuiu que além do

automatismo das principais funções orgânicas, outras energias internas respondiam pela formação do seu caráter.

Nascia no ser humano a capacidade de amar e de renunciar.

Antes disso, monitorado pelas Inteligências Divinas, o ser humano palmilhou longamente pelos entrechoques bárbaros dos

primeiros passos, do troglodita ao homem moderno. Só depois se tornou autônomo no comportamento, responsável único moral

por si mesmo e pelo aperfeiçoamento do seu perispírito.

Todos esses tormentosos tempos se deveram à necessidade do conhecimento para a evolução, daí advindo agrupamentos,

espécies e raças.



ATIVIDADE RELIGIOSA _ Estabelecido, porém, o princípio de justiça e aflorando a mentação incessante, o homem começou a examinar em si mesmo o efeito das próprias ações, de modo a crescer, conscientemente, para a sua destinação de filho de Deus, herdeiro e colaborador da Sua Obra Divina.

Espicaça-se-lhe, então, a curiosidade construtiva.

Faminto de elucidações adequadas quanto ao próprio caminho, ergue as antenas mentais para as estrelas, recolhendo os valores do espírito que lhe consubstanciam o patrimônio de revelações do Céu, através dos tempos.

Era necessário satisfazer ao acrisolamento do seu veículo sutil, na essência íntima, assegurar-lhe o transformismo anímico, revesti-lo de luminosidade e beleza e apurar-lhe os princípios para que, além do angusto círculo humano, pudesse retratar a glória dos planos superiores.

Para isso, o pensamento reclamava orientação educativa, de modo a despojar-se da espessa sedimentação de animalidade que lhe presidia os impulsos.

Exigia-se-lhe a depuração da atmosfera vital, imprescindível à assimilação da influência divina.

E a atividade religiosa nasceu por instituto mundial de higiene da alma, traçando ao homem diretrizes à nutrição psíquica, de vez que, pela própria perspiração, exterioriza os produtos que elabora na usina mental, em forma de eflúvios eletromagnéticos, nos quais se lhe corporificam, em movimento, os reflexos dominantes, influenciando o ambiente e sendo por ele influenciado.

A ciência médica, rica de experimentação e de lógica, surgiria para corresponder às necessidades do corpo físico, mas a tarefa religiosa viria ao encontro das civilizações, plena de inspiração e disciplina, patrocinando a orientação do corpo espiritual, em seu necessário refinamento.



Comentários - Por auto-exame e raciocínio permanente o homem iniciou a analisar suas ações, pelo ângulo da justiça. Seu

pensamento buscou para além das estrelas os valores maiores para incorporá-los ao Espírito e viu-se e sentiu-se como herdeiro

de Deus, sobre ser também colaborador da Sublime Obra do Criador.

A par da ciência médica, atendendo cada vez mais às necessidades e crises do corpo físico, nasceu na Humanidade a atividade

religiosa, como _instituto mundial de higiene da alma_, com isso refinando o perispírito humano.



ENXERTO REVITALIZADOR _ Nesse sentido, a Espiritualidade Sublime, amparando o homem, jamais lhe menosprezou a sede de consolo e esclarecimento.

Quando mais angustiosos se lhe esboçavam os problemas da dor, com a guerra íntima entre a razão e a animalidade, grande massa de Espíritos ilustrados, mas decaídos de outro sistema cósmico, renasceu no tronco genealógico das tribos terrestres, qual enxerto revitalizador, embora isso representasse para eles amarga penitência expiatória.

Constituiu-se desse modo a raça adâmica, instilando no homem renovadas noções de Deus e da vida.

Nota da Editora - Para mais amplo esclarecimento do assunto, aconselhamos ao leitor breve consulta ao Cap. III do livro

"A Caminho da Luz", de autoria do Espírito de Emmanuel e recebido mediunicamente por Francisco Cândido Xavier.

Levantam-se organizações religiosas primordiais.

Povos nômades e agrupamentos escravizados ao solo por extremado gregarismo adotaram as mais estranhas formas de fé, a se emoldurarem por barbárie natural, através de intercâmbio fragmentário com o plano extrafísico.

Os Espíritos exilados, presos à rede organogênica em que se lhes tecia o cárcere, no carro biológico, ainda profundamente primitivista, muita vez revoltados e endurecidos, aliavam-se às tabas selvagens, em cultos sanguinários e indescritíveis, desvairando-se nos mais aviltantes espetáculos de crueldade, em nome dos deuses com que fantasiavam as entidades inferiores do seu convívio doméstico.

Alguns deles, no entanto, movidos de compunção, entraram em fervoroso arrependimento das culpas contraídas no mundo aprimorado de que provinham, e, não obstante os embaraços que se lhes antepunham aos sonhos de recuperação, começaram instintivamente a formar núcleos isolados para o cultivo de meditações superiores, em sagrados tentames de elevação.



Comentários - A Espiritualidade Amiga, nesse contexto, em particular, marcou notável presença junto aos encarnados. Com efeito, Espíritos intelectualizados, mas de pouco amor, foram então transmigrados para a Terra, como penitências para eles, mas simultaneamente como sublime catalisador de progresso para nós.
A partir dessas transmigrações houve implantação de desvarios filosófico-religiosos, por parte de alguns desses Espíritos

_alienígenas_, mas também arrependimento de alguns outros, que inovaram o ambiente planetário com núcleos de maior

elevação moral.



QUESTÕES PARA ESTUDO

1) De que modo surgiu no homem a consciência da existência de Deus?

2) Como surgiram as primeiras atividades religiosas?

3) Qual o papel da raça adâmica na formação de uma consciência religiosa na Terra?

Primeira parte - Capítulo XX - Corpo espiritual e religiões (II)

Comentários: Eurípides Kühl

Corpo espiritual e religiões
(II)

RELIGIÃO EGIPCIANA _ Depois de longos e porfiados milênios de luta espiritual, surgem no mundo, como grupos por eles organizados, a China pré-histórica e a índia védica, o antigo Egito e civilizações outras que se perderam no abismo das eras, nos quais a religião assume aspecto enobrecido como ciência moral de aperfeiçoamento, para mais alta ascensão da mente humana à Consciência Cósmica.

Dentre todos, desempenha o Egito missão especial, organizando escolas de iniciação mais profunda.

Em obediência aos requisitos da crença popular, herdeira intransigente das fixações mitológicas, mantém o sacerdócio cultos diversos a deuses vários, nas manifestações esotéricas dos templos descerrados ao povo.



O lar e a escola, a agricultura e o comércio, as indústrias e as artes possuem gênios especiais que os presidem, em nome da convicção vulgar, mas, na intimidade do santuário, o monoteísmo dirige a implantação da fé.

A unidade de Deus é o alicerce de toda a religião egipciana, em sua feição superior.

Para ela, os atributos divinos são a vontade sábia e poderosa, a liberdade, a grandeza, a magnanimidade incansável, o amor infinito e a imortalidade.

Em síntese, acredita que Deus plasmou os seus próprios membros, que são os deuses conhecidos. Cada um desses deuses secundários pode ser tomado como sendo análogo ao Deus Único, e cada um deles pode formar um tipo novo do qual se irradiam por sua vez, e pelo mesmo processo, outros tipos de deuses inferiores.

Claro está que essa argumentação teológica, distanciada de mais altos roteiros da evolução, imaginava erroneamente potências espirituais centralizadas no Criador Excelso, quando só Deus tem a faculdade de verdadeiramente criar, mas o conceito expressa, em sentido lato, a solidariedade constante e inevitável que existe em todas as vidas de que se constitui a família do Supremo Senhor em todo o Universo.



Comentários - Da China pré-histórica à Índia védica, do antigo Egito a outras civilizações que a poeira do tempo encobriu, os

milênios correram e a religião assumiu papel moralizador. No Egito, houve maiores avanços.

De fato, das escolas iniciáticas egípcias fluiu a mitologia, consagrando vários deuses, que foram induzidos ao povo _ deuses a

favor do lar, da escola, da agricultura, do comércio, da indústria, das artes.

Contudo, na intimidade dos iniciados, nos templos, a crença era da imortalidade e num deus único, sábio, poderoso, de amor

infinito _ gerador dos demais deuses, estes, secundários.

Essa crença, equivocada na conceituação divina, pois só Deus tem a faculdade de verdadeiramente criar, expressava desde

então um monoteísmo incipiente...



MISSÃO DE MOISÉS _ Os padres tebanos conheciam, de maneira precisa, a evidência do corpo espiritual que pode exteriorizar-se de cada criatura para ações úteis ou criminosas.

Cultivam a mediunidade em grau avançado, atendem a complexas aplicações do magnetismo, traçam disciplinas à vida íntima e comunicam-se com os desencarnados de modo iniludível, consagrando-lhes reverência especial.

Nesse campo de conhecimento mais nobre, reencarna-se Moisés como missionário da renovação, para dar à mente do povo a concepção do Deus Único, transferindo-a dos recintos iniciáticos para a praça pública. Entretanto, porque a evolução dos princípios religiosos implica sempre em levantamento dos costumes, com a elevação da alma, o desbravador enfrenta batalhas terríveis do pensamento acomodado aos circuitos da tradição em que as classes se exploram mutuamente, agravando assim os próprios compromissos, para afinal receber os fundamentos da Lei, no Sinai.

Desde essa hora, o conhecimento religioso, baseado na Justiça Cósmica, generaliza-se no âmago das nações, porquanto, através da mensagem de Moisés, informa-se o homem comum de que, perante Deus, o Senhor do Universo e da Vida, é obrigado a respeitar o direito dos semelhantes para que seja igualmente respeitado, reconhecendo que ele e o próximo são irmãos entre si, filhos de um Pai Único.

A religião passa, desse modo, a atuar, em sentido direto, no acrisolamento do corpo espiritual para a Vida Maior, através da educação dos hábitos humanos a se depurarem no cadinho dos séculos, preparando a chegada do Cristo, o Governador Espiritual da Terra.

As idéias da justiça e da solidariedade, dos deveres coletivos e individuais com a higiene do corpo e da mente atingem ampla divulgação.



Comentários - Entre os sacerdotes de Tebas (Egito) havia o conhecimento do perispírito e de alguma de suas propriedades. Ali,

a mediunidade era cultivada entre eles. Os padres tebanos consagravam grande respeito aos desencarnados, com os quais se

comunicavam.

Moisés nasce naquela civilização com a missão renovadora da fé num Deus Único e para dar conhecimento popular dessa

verdade.

Enfrentou dificuldades mas, a partir dos fundamentos da Lei, recebidos no Sinai, conseguiu registrar e espalhar a mensagem

reveladora do respeito recíproco, por serem todos os homens filhos de um Pai Único, o que implica em todos serem irmãos entre

si.

Moisés, destarte, pavimentou a estrada até então pedregosa, para que nela palmilhasse o Governador Planetário: Jesus!

Os ideais de justiça e solidariedade, bem como da responsabilidade com a higiene do corpo e da mente atingiram grande

divulgação.

(continua)



QUESTÕES PARA ESTUDO

1) Qual a importância da religião praticada no Egito para a evolução do conhecimento religioso?

2) Quais as principais características dessa religião?

3) Em que essa religião contrariava o conhecimento religioso atual?

4) Qual a principal missão de Moisés?

5) Que mudanças se operaram no conhecimento religioso após a vinda de Moisés?

Primeira parte - Capítulo XX - Corpo espiritual e religiões (III)

Comentários: Eurípides Kühl

Corpo espiritual e religiões
(III)

OS DEZ MANDAMENTOS _ Os dez mandamentos, recebidos mediünicamente pelo profeta, brilham ainda hoje por alicerce de luz na edificação do direito, dentro da ordem social.

A palavra da Esfera Superior gravava a lei de causa e efeito para o homem, advertindo-o solenemente:

_ Consagra amor supremo ao Pai de Bondade Eterna, nEle reconhecendo a tua divina origem.

Precata-te contra os enganos do antropomorfismo, porque padronizar os atributos divinos absolutos pelos acanhados atributos humanos é cair em perigosas armadilhas da vaidade e do orgulho.

Abstém-te de envolver o Julgamento Divino na estreiteza de teus julgamentos.

Recorda o impositivo da meditação em teu favor e em benefício daqueles que te atendem na esfera de trabalho, para que possas assimilar com segurança os valores da experiência.

Lembra-te de que a divida para com teus pais terrestres é sempre insolvável por sua natureza sublime.

Responsabilizar-te-ás pelas vidas que deliberadamente extinguires.

Foge de obscurecer ou conturbar o sentimento alheio, porque o cálculo delituoso emite ondas de força desorientada que voltarão sobre ti mesmo.

Evita a apropriação indébita para que não agraves as próprias dívidas.

Desterra de teus lábios toda palavra dolosa a fim de que se não transforme, um dia, em tropeço para os teus pés.

Acautela-te contra a inveja e o despeito, a inconformação e o ciúme, aprendendo a conquistar alegria e tranqüilidade, ao preço do esforço próprio, porque os teus pensamentos te precedem os passos, plasmando-te, hoje, o caminho de amanhã.



Comentários - O médium Moisés capta do Plano Maior o _Decálogo_, verdadeiro alicerce de luz, consagrando o Amor a Deus e

ao próximo, além de exaltar a lei de ação e reação, expressando a Justiça Divina.

A palavra _mandamento_ infere que alguém, com a devida autoridade, comanda, e aquele que quiser andar na ordem social, que

obedeça.

Assim é que fluíram do Mais Alto dez enérgicas sugestões comportamentais, para o dia-a-dia e a vida toda: que as ações de

hoje sejam boas, tendo em vista que se refletirão no amanhã do caminho de cada agente.



JESUS E A RELIGIÃO _ Com Jesus, no entanto, a religião, como sistema educativo, alcança eminência inimaginável.

Nem templos de pedra, nem rituais.

Nem hierarquias efêmeras, nem avanço ao poder humano.

O Mestre desaferrolha as arcas do conhecimento enobrecido e distribui-lhe os tesouros. Dirige-se aos homens simples de coração, curvados para a gleba do sofrimento e ergue-lhes a cabeça trêmula para o Céu. Aproxima-se de quantos desconhecem a sublimidade dos próprios destinos e assopra-lhes a verdade, vazada em amor, para que o sol da esperança lhes renasça no ser. Abraça os deserdados e fala-lhes da Providência Infinita. Reúne, em torno de sua glória que a humildade escondia, os velhos e os doentes, os cansados e os tristes, os pobres e os oprimidos, as mães sofredoras e as crianças abandonadas e entrega-lhes as bem-aventuranças celestes. Ensina que a felicidade não pode nascer das posses efêmeras que se transferem de mão em mão, e sim da caridade e do entendimento, da modéstia e do trabalho, da tolerância e do perdão. Afirma-lhes que a Casa de Deus está constituída por muitas moradas, nos mundos que enxameiam o firmamento, e que o homem deve nascer de novo para progredir na direção da Sabedoria Divina. Proclama que a morte não existe e que a Criação é beleza e segurança, alegria e vitória em plena imortalidade.

Pelas revelações com que vence a superstição e o crime, a violência e a perversidade, paga na cruz o imposto de extremo sacrifício aos preconceitos humanos que lhe não perdoam a soberana grandeza, mas, reaparecendo redivivo, para a mesma Humanidade que o escarnecera e crucificara, desvenda-lhe, em novo cântico de humildade, a excelsitude da vida eterna.



Comentários - Mas será com Jesus que, de forma educativa sublime, a religião alijará dogmas, deixará a suntuosidade,

eliminará a hierarquia, para cada homem ir do exterior do mundo para o seu interior _ a alma!

Jesus dirigiu-se aos simples de coração, aos desorientados, aos desajustados e aos carentes de tudo, a todos abraçando e

insuflando esperança, bem-aventuranças celestiais e ensinamentos de como ingressar no Reino do Céu.

O Mestre dos mestres desfaz o mito da morte, vence as superstições e informa que na _Casa de Deus há muitas moradas_.

É crucificado, dá o maior exemplo de perdão jamais visto e depois de três dias surge redivivo aos Apóstolos.




REVIVESCÊNCIA DO CRISTIANISMO _ Erige-se, desde então, o Evangelho em código de harmonia, inspirando o devotamento ao bem de todos até o sacrifício voluntário, a fraternidade viva, o serviço infatigável aos semelhantes e o perdão sem limites.

Iniciam-se em todo o orbe imensas alterações. A crueldade metódica cede lugar à compaixão. Os troféus sanguinolentos da guerra desertam dos santuários. A escravidão de homens livres é sacudida nos fundamentos para que se anule de vez. Levanta-se a mulher da condição de alimária para a dignidade humana. A filosofia e a ciência admitem a caridade no governo dos povos. O ideal da solidariedade pura começa a fulgir sobre a fronte do mundo.

Moisés instalara o princípio da justiça, coordenando a vida e influenciando-a de fora para dentro.

Jesus inaugurou na Terra o princípio do amor, a exteriorizar-se do coração, de dentro para fora, traçando-lhe a rota para Deus.

E eis que o Cristianismo grandioso e simples ressurge agora no Espiritismo, induzindo-nos à sublimação da vida íntima, para que nossa alma se liberte da sombra que a densifica, encaminhando-se, renovada, para as culminâncias da Luz.



Pedro Leopoldo, 13/4/58.



Comentários - Após Jesus, num trabalho que os séculos testemunharam, o Evangelho é eleito o código da paz, conclamando

o homem ao bem de todos, elegendo a fraternidade por conduta e o perdão sem limites.

Passadas as tribulações da dureza de alma de homens poderosos e de épocas escravizadoras, o mundo melhora a passos

entos, mas ininterruptos.

Moisés instalou o princípio da justiça.

Jesus implantou na Terra a doutrina do Amor.

E o Cristianismo, aceito por uma terça parte da Humanidade encarnada, prega por toda parte a caridade e a fraternidade,

colocando o homem em contato perene com o Criador.

Ressurgem as lições de Jesus pelo Espiritismo, colocando o homem em contato direto com os prepostos do Cristo, os quais,

incessantemente sugerem, declamam e recomendam a todas as almas: auto-reforma, auto-reforma, auto-reforma.



NOTA: Ao encerrar este despretensioso e humilde trabalho de elaborar com breves comentários à Primeira Parte dessa

abençoada obra de André Luiz, olho para o Céu e bendigo a oportunidade de estar junto a essas sublimidades educativas. De

coração, agradeço aos amigos do CVDEE e aos internautas que tiveram a bondade de terem caminhado comigo nessa estrada

de luz.

Ribeirão Preto/SP _ Inverno/2006 - Eurípedes Kühl



QUESTÕES PARA ESTUDO

1) Que importante ensinamento introduzido pelos dez mandamentos é destacado por André Luiz?

2) Quais as novas propostas para a prática religiosa trazidas por Jesus?

3) Qual o significado do Espiritismo para o Cristianismo?

Muita paz a todos e bom estudo

Equipe CVDEE
Sala André Luiz
Coordenação: http://www.cvdee.org.br/contato.asp

Conclusão

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
Sala de Estudos André Luiz

Livro em estudo: Evolução em dois mundos (Editora FEB)
Autor: Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier
e Waldo Vieira

Primeira parte - Capítulo XX - Corpo espiritual e religiões (I) Conclusão


QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

1) De que modo surgiu no homem a consciência da existência de Deus?

R - Nos primórdios da evolução na fase hominal, o princípio inteligente recebeu o auxílio dos Emissários Divinos, que interferiram no sentido de auxiliá-lo no aprimoramento do veículo físico, dotando-o de valiosos instrumentos que seriam utilizados no futuro que o aguardava. Nesse período, seus procedimentos caracterizavam-se pela violência e brutalidade, consideradas necessárias ao processo evolutivo através da formação de agrupamentos e raças. Posteriormente, recebeu a responsabilidade pelo seu aperfeiçoamento moral e também de seu perispírito. Essa responsabilidade levou-o à iluminação da consciência, passando a entender a grandeza da Criação e a reconhecer, com humildade, a sua pequenez diante do Criador. Deixando de conduzir-se unicamente movido pela razão, compreendeu que, além dos hábitos necessários à conservação do corpo físico, como nutrição, reprodução, repouso, etc., havia uma força interior que o intuía à formação do caráter e do senso moral. Foi, então, despertado para a existência de Deus. Surgia no homem o amor e a capacidade de renúncia.
2) Como surgiram as primeiras atividades religiosas?

R - Conscientizado da existência de Deus, o homem passou a examinar suas ações, sob o ângulo da justiça, visando crescer na sua destinação de herdeiro e colaborador da Criação. A curiosidade despertou-lhe a necessidade de elucidações quanto ao caminho a seguir. Volta-se para as estrelas, na busca de valores espirituais a serem incorporados. Sentiu a necessidade de orientação educativa, que o ajudasse a despojar-se dos impulsos da animalidade e o permitisse assimilar a influência divina, que lhe chega em forma de emanações eletromagnéticas, influenciando o ambiente e sendo por ele influenciado. Assim como a ciência médica surgiria para atender-lhe às necessidades do corpo físico, a atividade religiosa nascia para inspirar e disciplinar o homem, orientando-o no processo de depuração de seu perispírito através da evolução do espírito.

3) Qual o papel da raça adâmica na formação de uma consciência religiosa na Terra?

R - A Espiritualidade Superior sempre amparou o homem em sua busca de consolo e esclarecimento. A raça adâmica constituiu--se de um agrupamento de espíritos com algum adiantamento intelectual mas ainda endurecidos, exilados de outro sistema cósmico, que renasceram em tribos terrestres, como conseqüência de um penoso processo expiatório. Muitos desses espíritos, revoltados com o exílio e ainda presos a práticas primitivas, juntaram-se a grupos selvagens em cultos sanguinários e repletos de crueldade, fantasiando de "deuses" espíritos inferiores com os quais conviviam. Outros, entretanto, arrependidos pelas culpas que traziam do mundo originário, formaram, instintivamente, núcleos que se dedicavam ao cultivo de meditações superiores, em tentativas de se elevarem espiritualmente. A raça adâmica, desse modo, exerceu o papel de "enxerto revitalizador", na expressão de André Luiz, para a consolidação da atividade religiosa na Terra, quando mais angustiosos se apresentavam a dor e o conflito entre a razão e a animalidade, no seio da humanidade.

Primeira parte - Capítulo XX - Corpo espiritual e religiões (II)


C O N C L U S Ã O



1) Qual a importância da religião praticada no Egito para a evolução do conhecimento religioso?

R - O Egito desempenhou papel importante na evolução do conhecimento religioso, ao introduzir na religião os conceitos de moral, como instrumento para o aperfeiçoamento do homem em direção ao Criador. Foi importante, também, pela fé fundamentada no monoteísmo, embora praticada, inicialmente, apenas na intimidade dos iniciados, pois mantinha o sacerdócio e os diversos cultos a vários deuses, em respeito à crença popular.

2) Quais as principais características dessa religião?

R - Os egípcios acreditavam nos atributos da Divindade, como a sabedoria, o poder, o amor e a imortalidade. Fundamentava-se num monoteísmo incipiente. Sua crença era no sentido de que Deus teria plasmado os deuses conhecidos até então, que seriam deuses secundários, análogos ao Deus único. Cada um desses deuses poderiam formar um tipo novo, que, por sua vez, dariam origem a outros tipos de deuses inferiores.

3) Em que essa religião contrariava o conhecimento religioso atual?

R - A crença nos deuses secundários, criadores de outros, inferiores, contraria o conhecimento do Deus único, hoje dominante nos diversos segmentos religiosos. Hoje, é sabido que somente o Deus único tem a faculdade de criar.


4) Qual a principal missão de Moisés?

R - Moisés reencarnou com a missão principal de consolidar na mente do povo a crença no Deus único, tirando-a do restrito grupo de iniciáticos e a tornando pública. No entanto, para dar cumprimento à esta missão, Moisés encontrou grandes dificuldades, pois a evolução dos princípios religiosos implica sempre em mudança de costumes, conseqüência da elevação da alma, mas que contraria o pensamento sustentado nas classes pela tradição.

5) Que mudanças se operaram no conhecimento religioso após a vinda de Moisés?

R - Com o recebimento dos dez mandamentos, no Sinai, o conhecimento religioso baseado no Deus único espalhou-se dentre
os homens. Através da mensagem de Moisés, propagou-se a informação de que o homem deve respeitar seus semelhantes para que seja também respeitado, com base no reconhecimento de que ele e o próximo são irmãos, filhos de um mesmo Pai.
A religião passa a exercer papel importante na educação dos hábitos humanos, com a divulgação das noções de justiça e de solidariedade, dos deveres coletivos e individuais com a higiene do corpo e da mente, tudo com o objetivo de preparar a humanidade para a vinda de Jesus, o Cristo planetário, governador espiritual da Terra.

Primeira parte - Capítulo XX - Corpo espiritual e religiões (III) Conclusão


QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUD0

1) Que importante ensinamento introduzido pelos dez mandamentos é destacado por André Luiz?

R - Além de recomendar o amor a Deus sobre todas as coisas - amor supremo - e de nos legar um código de conduta orientador quanto a questões como o engano da idéia de humanização da Divindade, da necessidade da meditação, dos deveres para com os pais terrenos, do respeito à vida, aos sentimentos e aos bens materiais do próximo, da necessidade de nos abster da maledicência, da inveja, do despeito, da inconformação e do ciúme, podemos destacar como o importante ensinamento trazido por Moisés o reconhecimento da Justiça Divina, que se expressa através de lei de causa e efeito, que o Espiritismo estuda e demonstra a sua atuação, como uma força superior, acima da vontade humana.

2) Quais as novas propostas para a prática religiosa trazidas por Jesus?

R - Jesus trouxe uma proposta de prática religiosa educativa, desembaraçada de dogmas, suntuosidade e hierarquia de poder humano. Prega a religião dirigida aos simples de coração, aos que padecem da dor e do sofrimento, aos desequilibrados e carentes em geral, envolvendo a todos com uma mensagem de esperança, de bem-aventuranças celestiais e dos ensinamentos que levarão ao Reino do Céu. Desfaz o mito da morte, ao ressurgir aos Apóstolos três dias após a crucificação e ensina que a felicidade não pode se alcançada por meio da posse material, mas, sim, através da caridade, do entendimento, da modéstia, do trabalho, da tolerância e do perdão. Afirma que na Casa do Pai há muitas moradas, constituída que é dos incontáveis mundos que povoam o Universo. Ensina, ainda, a reencarnação, ao explicar o homem deve nascer de novo para poder realizar o progresso
que o conduzirá à Sabedoria Divina.

3) Qual o significado do Espiritismo para o Cristianismo?

R - Com Jesus, o Evangelho tornou-se a luz do caminho, sugerindo o homem a prática do bem, da fraternidade e do perdão incondicional. Com Moisés foi implantado na Terra o princípio da justiça. Jesus exaltou a doutrina do Amor, legando à Humanidade uma doutrina que prega a caridade e a fraternidade e coloca o homem em contato direto com o Criador. O Espiritismo veio para reviver esse ensinamento de Jesus, descortinando ao homem o mundo espiritual, do qual recebe a orientação de que necessita para alcançar a sublimação interior, libertando-o da sombra que o separa da luz.

Muita paz a todos

Equipe CVDEE
Sala André Luiz
Coordenação: http://www.cvdee.org.br/contato.asp