Evolução em Dois Mundos
007 – Evolução e hereditariedade
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
Sala de Estudos André Luiz
Livro em estudo: Evolução em dois mundos
Autor: Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier
e Waldo Vieira (Editora FEB)
Primeira parte - Capítulo VII - Evolução e hereditariedade
ELUCIDAÇÃO DE TERMOS USADOS PELO AUTOR ESPIRITUAL
alótrofo - que não é capaz de produzir seu próprio alimento orgânico
amitose - divisão celular simples e direta por fragmentação
autótrofo - vegetal capaz de produzir seu próprio alimento orgânica, a partir de substâncias simples e de uma fonte de energia, comumente a luz solar
bióforo - o menor corpo de matéria capaz de ter vida
cariosinese - modo de multiplicação das células, por divisão indireta; mitose
citoplasma - protoplasma; massa formadora de célula, excluído o núcleo
cromatídeo - cada metade de um cromossomo, resultante do processo de divisão celular
cromatina - substância facilmente corável encontrada no núcleo das células e que é o elemento principal dos cromossomos
cromossomo - cada um dos corpúsculos que aparecem no núcleo da célula durante a divisão celular e que contêm os genes
endomitótico - relativo à divisão celular em que os cromossomos se dividem sem a divisão do núcleo, ao contrário da mitose normal
flagelado - animal unicelular que possui filamentos móveis com função de órgãos locomotores, denominados flagelos
gameta - célula sexual dos seres vivos, encarregada da reprodução mediante a fecundação
gene - partícula cromossômica pela qual se transmitem os caracteres hereditários
glúcide - nome genérico dos carboidratos e dos glicosados empregados como alimento
leptotênio - estágio na primeira fase da meiose, que é a divisão celular com produção de gametas
metazoário - animal de corpo constituído por numerosas células. É o grupo de todos os animais pluricelulares.
mitose - divisão celular em que o núcleo forma cromossomos
mônada - organismo muito simples, que se poderia tomar por uma unidade orgânica
nucleoproteína - proteína que figura entre os constituintes fundamentais do núcleo da célula e se localiza principalmente na cromatina
orgânulo - minúsculo órgão presente tanto na célula vegetal como na animal
osmótico - que se relaciona com a esmotose, processo em que se dá o transporte de uma solução através de tecidos ou membranas semipermeáveis
paquitênio - estágio na meiose em que os filamentos cromossômicos encurtam-se e engrossam-se, formando pares longitudinalmente
paraplasma - parte do conteúdo da célula, que consiste de matérias inertes, com certo carboidratos
prófase - primeira fase da divisão indireta (mitose)
pronúcleo - núcleo da célula germinal (gameta) após conclusão da maturação e ingresso do espermatozóide no óvulo
protofarma - primeira forma, forma primitiva
protoplasma - substância gelatinosa que constitui a massa essencial da célula animal ou vegetal, sendo a base das funções vitais
protozoário - designação dos animais unicelulares, que constituem um grande sub-reino, tendo-se como representante a ameba
psicossomático - que pertence simultaneamente aos domínios do corpo físico e do psicossoma (corpo espiritual ou perispírito)
reflexo condicionado - reflexo adquirido pela reação a certo estímulo e que passa a repetir-se sempre que se produz o estímulo
sistema nervoso - constitui o mecanismo que permite ao animal um contato permanente com o meio
telófase - quarta e última fase da divisão celular indireta (mitose)
vacúolo - pequena cavidade na massa do protoplasma, com funções de armazenamento e execração
(extraído do livro Elucidário de evolução em dois mundos, de José Marques Mesquita)
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
Sala de Estudos André Luiz
Livro em estudo: Evolução em dois mundos
Autor: Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier
e Waldo Vieira (Editora FEB)
Primeira parte - Capítulo VII - Evolução e hereditariedade
Comentários: Eurípides Kühl
VII
Evolução e hereditariedade
PRINCÍPIO INTELIGENTE E HEREDITARIEDADE _ Reportando-nos à lei da hereditariedade, é imperioso, de certo modo, recordar a Geometria para simplificar-lhe os conceitos.
Considerando a Geometria por ciência que estuda as propriedades do espaço limitado, vamos encontrar a hereditariedade como lei que define a vida, circunscrita à forma em que se externa.
Só a inteligência consegue traçar linhas inteligentes.
Em razão disso, e atendendo-se aos objetivos finalistas do Universo, não será possível esquecer o Plano Divino, quando se trate de qualquer imersão mais profunda na Genética, ainda mesmo que isso repugne aos cultores da ciência materialista.
Como se estruturaram os cromatídeos nos cromossomas é problema que, de todo, por enquanto, nos escapa ao sentido, mas sabemos que os Arquitetos Espirituais, entrosados à Supervisão Celeste, gastaram longos séculos preparando as células que serviriam de base ao reino vegetal, combinando nucleoproteínas a glúcides e a outros elementos primordiais, a fim de que se estabelecesse um nível seguro de forças constantes, entre a bagagem do núcleo e do citoplasma.
Com semelhante realização, o princípio inteligente começa a desenvolver-se do ponto de vista fisiopsicossomático.
Não apenas a forma física do futuro promete então revelar-se, mas também a forma espiritual.
Comentário: Tanto quanto a Geometria estuda aquilo que acontece dentro de determinado espaço, assim também a hereditariedade é como lei que estuda e define a vida que palpita na parte exterior desse espaço.
Tendo por base o núcleo da célula, cuja formação ainda escapa ao conhecimento do Autor Espiritual, registra ele que a massa formadora da célula que recapa esse núcleo foi estruturada por Arquitetos Espirituais, por delegação Divina.
Essa estruturação no Princípio Inteligente (P.I.) insere nele a forma, tanto do corpo físico, quanto do espiritual (perispírito).
Já se pode vislumbrar que o porvir está chegando, nessa sublime rota evolutiva do P.I.
OBS: Cabe registrar que também havia sido longo o percurso desse P.I. até aqui, para que a ele aqueles mesmos Engenheiros Siderais da Vida pudessem incorporar vários automatismos biológicos _ de ação espiritual e terrena.
FATORES DA HEREDITARIEDADE _ Na intimidade dos corpúsculos simples que evoluiriam para a feição de máquinas microscópicas, formadas de protoplasma e paraplasma, fixam-se, vagarosamente, sob influenciação magnética, os fragmentos de cromatina, organizando-se os cromossomas em que seriam condensadas as fórmulas vitais da reprodução.
Processos múltiplos de divisão passam a ser experimentados.
A divisão direta ou amitose é largamente usada para, em seguida, surgir a mitose ou divisão indireta, em que as alterações naturais da mônada celeste se refletem no núcleo, prenunciando sempre maiores transformações.
Lentamente, os cromossomas adquirem a sua apresentação peculiar, em forma de ponto-alça-bastonete-bengala, e a evolução que lhes diz respeito na cariocinese, desde a prófase à telófase, merece a melhor atenção dos Construtores Divinos, que através do centro celular mantêm a junção das forças físicas e espirituais, ponto esse em que se verifica o impulso mental, de natureza eletromagnética, pelo qual se opera o movimento dos cromossomas, na direção do equador para os pólos da célula, cunhando as leis da hereditariedade e da afinidade que se vão exercer, dispondo nos cromatídeos, em forma de granulações perfeitamente identificáveis entre o leptptênio e o paquitênio, os genes ou fatores da hereditariedade, que, no transcurso dos séculos, são fixados em número e valores diferentes para cada espécie.
Comentário: Por ativo magnetismo foram sendo fixados no núcleo de cada célula (comparadas a microscópicas máquinas) substância colorida corante, a qual iria contribuir para a organização de fórmulas vitais, com vistas à reprodução. É aqui que se iniciam os experimentos das divisões celulares (clonagem natural), a cargo do Plano Maior.
Deixamos de detalhar esse processo, pelo qual todos nós passamos um dia (!!!), mas não podemos deixar de render a mais profunda gratidão a Deus e aos Seus Prepostos, que contemplaram cada espécie atendendo por inteiro às necessidades hereditárias de cada uma.
ARQUIVO DOS REFLEXOS CONDICIONADOS _ Através dos estágios nascimento-experiência-morte-experiência
-renascimento, nos planos físico e extrafísico, as crisálidas de consciência, dentro do princípio de repetição, respiram sob o sol como seres autótrofos no reino vegetal, onde as células, nas espécies variadas em que se aglutinam, se reproduzem de modo absolutamente semelhante.
Nesse domínio, o princípio inteligente, servindo-se da herança, e por intermédio das experiências infinitamente recapituladas, habilita-se à diferenciação nos flagelados, ascendendo progressivamente à diferenciação maior na escala animal, onde o corpo espiritual, à feição de protoforma humana, já oferece moldes mais complexos, diante das reações do sistema nervoso, eleito para sede dos instintos superiores, com a faculdade de arquivar reflexos condicionados.
Comentário: O P.I. vai vencendo os séculos, os milênios...
O Sol, de pontualidade absoluta, lá no horizonte ao amanhecer ou no poente, todos os dias, por bilhões de vezes, aquece o mundo e todos os que nele habitam. É o grande protetor da Vida, testemunha de nascimentos, mortes e renascimentos, infinitos...
O reino vegetal é exuberante e o P.I. vive demorados tempos nele...
Acumulando toda a enorme gama de experiências e aprendizados naquele reino, chega o tempo de avançar, sempre avançar e é aí então que já está habilitado a estágios mais elevados, agora no reino animal! Para tanto, recebe um incomparável equipamento: sistema nervoso, paralelamente a um indelével departamento de arquivo, onde são preciosamente guardadas as
experiências até então vivenciadas. Com isso, inaugura-se a ação dos reflexos condicionados de incalculável valia para o futuro, rumo à eternidade...
CONSTRUÇÃO DO DESTINO _ Sofrem as células transformações profundas, porque o elemento espiritual deve agora viver como ser alótrofo, somente conseguindo manter-se com o produto de matérias orgânicas já elaboradas.
Com a passagem do tempo, e sob a inspiração dos Arquitetos Espirituais que lhe orientam a evolução da forma, avança na rota do progresso, plasmando implementos novos no veículo de expressão.
Entre a esfera terrena e a esfera espiritual, adquire os orgânulos particulares com que passa a atender variadas funções entre os protozoários, como sejam, os vacúolos pulsáteis para a sustentação do equilíbrio osmótico e os vacúolos digestivos para o equilíbrio da nutrição.
Nos metazoários, conquista um carro fisiológico, estruturado em aparelhos e sistemas constituídos de órgãos, que, a seu turno, são formados de tecidos, compostos por células em complicado regime de diferenciação e, passando por longas e porfiadas metamorfoses, atinge o reino hominal, em que os gametas se erigem, especializados e seguros, no aparelho de reprodução, com elementos e recursos característicos para o homem e para a mulher, no imo do centro genésico, entre os aparelhos de metabolismo e os sistemas de relação.
No ato da fecundação, reúnem-se os pronúcleos masculino e feminino, mesclando as unidades cromossômicas paternas e maternas, a fim de que o organismo, obedecendo à repetição na lei da hereditariedade, se desenvolva, dentro dos caracteres genéticos de que descende; mas agora, no reino humano, o Espírito, entregue ao comando da própria vontade, determina com a simples presença ou influência, no campo materno, os mais complexos fenômenos endomitóticos no interior do ovo, edificando as bases de seu próprio destino, no estágio da existência cujo início o berço assinala.
Comentário: O P.I., sempre e ainda sob supervisão das Entidades Celestiais, já no reino animal, avança e progride, adquirindo pequenos órgãos que irão realizar funções de nutrição/digestão/excreção/reprodução.
A partir daqui terá que buscar alimento para sobreviver.
Mas a Natureza é mãe dadivosa e pródiga e aloca cada espécie em habitat consentâneo ao atendimento às necessidades dos indivíduos dessa espécie.
Na sucessão de incontáveis tempos e experiências, diferenciam-se e aprimoram-se os órgãos, que por infinitas metamorfoses levam o P.I. para o reino hominal!
No reino humano, pela própria vontade, presente ou influenciando o campo materno, edifica as bases do seu destino.
HEREDITARIEDADE E AFINIDADE _ Nas épocas remotas, os Semeadores Divinos guiavam a elaboração das formas, traçando diretrizes ao mundo celular, em favor do princípio inteligente, então conduzido ante a sociedade espiritual como a criança irresponsável ante a sociedade humana; todavia, à medida que se lhe alteia o conhecimento, passa a responsabilizar-se por si mesmo, pavimentando o caminho que o investirá na posse da Herança Celestial no regaço da Consciência Cósmica.
Com alicerces na hereditariedade, toma a forma física e se desvencilha dela, para retomá-la em nova reencarnação capaz de elevar-lhe o nível cultural ou moral, quando não seja para refazer tarefas que deixou viciadas ou esquecidas na retaguarda.
Contudo, ligado inevitavelmente aos princípios de seqüência, é compelido a renascer na Terra, ou a viver além da morte, com raras exceções, entre os seus próprios semelhantes, porquanto hereditariedade e afinidade no plano físico e no plano extrafísico, respectivamente, são leis inelutáveis, sob as quais a alma se diferencia para a Esfera Superior, por sua própria escolha, aprendendo com larga soma de esforço a reger-se pelo bem invariável, que, em lhe assegurando equilíbrio, também lhe confere poder sobre os fatores circunstanciais do próprio ambiente, a fim de criar valores mais nobres para os seus impulsos de perfeição.
Comentário: Se nas épocas remotas os Semeadores Divinos guiavam o P.I. na elaboração das formas, agora, já no reino hominal, essa é tarefa individual dele (P.I.). O que fizer será de sua inteira responsabilidade.
OBS: Convém registrar que ao ser promovido para viver em humanidade o Espírito é galardoado pelo Criador com três formidáveis e sublimes potências, que manejará a seu critério: inteligência contínua, livre-arbítrio e consciência. Com a primeira, resolverá qualquer problema e mais que isso, será co-criador na obra da Criação; com a segunda, escolherá que caminho seguir ou que aplicação fará com os meios colocados por Deus à sua disposição; a terceira ser-lhe-á bússola infalível, cujo norte sempre apontará para o Bem.
Por hereditariedade e afinidade viverá entre semelhantes, seja no plano material, seja no extrafísico. O progresso no bem dá ao Espírito o poder sobre fatores circunstanciais.
GEOMETRIA TRANSCENDENTE _ Chegada a essa eminência, a criatura submete-se à lei da hereditariedade, com o direito de alterar-lhe as disposições fundamentais até ponto não distante do limite justo, segundo o merecimento de que disponha. Para ajudar aos semelhantes na escalada a mais amplas aquisições na senda evolutiva, recolhe, assim, concurso precioso dos Organizadores do Progresso, na mitose do ovo que lhe facultará novo corpo no mundo, de vez que toda permuta de cromossomas, no vaso uterino, está invariavelmente presidida por agentes magnéticos ordinários ou extraordinários, conforme o tipo da existência que se faz ou refaz, com as chaves da hereditariedade atendendo aos seus fins.
Eis porque, interpretando os cromossomas à guisa de caracteres em que a mente inscreve, nos corpúsculos celulares que a servem, as disposições e os significados dos seus próprios destinos, caracteres que são constituídos pelos genes, como as linhas são formadas de pontos, genes aos quais se mesclam os elementos chamados bióforos, e tomando os bióforos, nesses pontos, como sendo os grânulos de tinta que os colorem, será lícito comparar os princípios germinativos, nos domínios inferiores, aos traços da Geometria elementar, que apenas cogita de linhas e figuras simples da evolução, para encontrar, nesses mesmos princípios, nos domínios superiores da alma, a Geometria transcendente, aplicada aos cálculos diferenciais e integrais das questões de causa e efeito.
Comentário: Agentes magnéticos, imortais, adquiridos na soma das multiplicadas experiências, darão ao Espírito a chave para a formação do corpo, atendendo ao seu programa evolutivo e obedecendo às Leis Divinas de merecimento.
Se a Geometria terrena trata das formas, a Geometria transcendente (espiritual) tem foco na Lei de Causa e Efeito.
Tal é a expressão da Justiça Divina!
HEREDITARIEDADE E CONDUTA _ Portanto, como é fácil de sentir e apreender, o corpo herda naturalmente do corpo, segundo as disposições da mente que se ajusta a outras mentes, nos circuitos da afinidade, cabendo, pois, ao homem responsável reconhecer que a hereditariedade relativa, mas compulsória lhe talhará o corpo físico de que necessita em determinada encarnação, não lhe sendo possível alterar o plano de serviço que mereceu ou de que foi incumbido, segundo as suas aquisições e necessidades, mas pode, pela própria conduta feliz ou infeliz, acentuar ou esbater a coloração dos programas que lhe indicam a rota, através dos bióforos ou unidades de força psicossomática que atuam no citoplasma, projetando sobre as células e, consequentemente, sobre o corpo os estados da mente, que estará enobrecendo ou agravando a própria situação, de acordo com a sua escolha do bem ou do mal.
Uberaba, 5/2/58.
Comentário: A hereditariedade nos diz que o corpo herda o corpo, em consonância com a sintonia anterior da mente com
outras mentes (em vidas passadas...).
Surge aqui a figura da hereditariedade relativa, mas compulsória...
É então que a responsabilidade individual nos esclarece que a escolha no bem ou no mal situará o homem na área de afinidade para reencarnar segundo suas aquisições, ou necessidades, em condições nobres ou graves.
OBS: Nesse contexto pontifica a bênção da família, que só mesmo o Amor e a Sabedoria do Pai poderia engendrar, sempre e sempre, a nosso benefício. Por isso, abençoemos a nossa família, ninho abençoado, ponto de encontro com velhos amores ou com velhas contas...
QUESTÕES PARA ESTUDO
1. - Como surgiram na Terra os fatores de hereditariedade?
2. - Em que fase o princípio inteligente recebe o sistema nervoso e qual o seu papel para a sua evolução?
3. - Quais as principais aquisições do princípio inteligente no reino animal?
4.- Quais as diferenças entre os processos de elaboração das formas físicas na fase animal e na fase hominal da evolução do princípio inteligente?
5. - O que vem a ser "...heredariedade relativa, mas compulsória...", a que se refere André Luiz no último parágrafo do capítulo?
Muita paz a todos e bom estudo
Equipe CVDEE
Sala André Luiz
Conclusão
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
Sala de Estudos André Luiz
Livro em estudo: Evolução em dois mundos
Autor: Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier
e Waldo Vieira (Editora FEB)
Primeira parte - Capítulo VII - Evolução e hereditariedade
C O N C L U S Ã O
1. - Como surgiram na Terra os fatores de hereditariedade?
R - A hereditariedade pode ser conceituada como lei que define a vida tão somente quanto à forma em que ela se externa, ou seja, no que concerne ao corpo físico. A inteligência, entendida aqui como os valores espirituais (morais e intelectuais), é definida pela inteligência individualizada, isto é, pelo próprio espírito, não estando sujeita à lei de hereditariedade.
Após longos séculos de preparação, os Arquitetos Espirituais inseriram no princípio inteligente as formas do corpo físico e do corpo espiritual (perispírito), começando a se desenvolver nele os fatores fisiopsicossomáticos. Através de ação magnética, foram fixados no núcleo da cada célula os elementos para a estruturação dos órgãos que seriam responsáveis pela reprodução. Iniciam-se, então, os experimentos dos processos de divisão celular, primeiramente, por simples fragmentação da célula e, depois, com a formação de cromossomos pelo núcleo da célula, contendo os genes. Lentamente e sempre sob a supervisão dos Construtores Divinos, os cromossomos reúnem as forças físicas e espirituais e, através do impulso mental de natureza eletromagnética, movimentam-se em direção aos pólos da célula, dispondo em cada uma de suas metades os genes portadores dos fatores de hereditariedade. No transcurso dos séculos, os genes são fixados em número e valores diferentes para cada espécie.
2. - Em que fase o princípio inteligente recebe o sistema nervoso e qual o seu papel para a sua evolução?
R - Após longos períodos de vivência nos mundos físicos e extrafísicos, alternadamente, o princípio inteligente situa-se no reino vegetal, através das mais variadas espécies, onde acumula as experiências necessárias à sua ascensão ao passo seguinte, que é o reino animal. Estagia, primeiramente, entre animais de conformação unicelular. Progredindo ainda nesse reino, a forma física em que se expressa passa a obedecer a moldes mais complexos, recebendo, aí, um equipamento que lhe vai ser valioso em sua trajetória evolutiva, que é o sistema nervoso. Através dele, onde são arquivadas as experiências até então vivenciadas, manifestam-se os reflexos condicionados, que se expressam como instintos superiores e que são de inestimável valor para as vivências futuras rumo ao estado angelical.
3. - Quais as principais aquisições do princípio inteligente no reino animal?
R - Ainda entre os protozoários, avançando em formas cada vez mais complexas, as células sofrem transformações profundas, pois o princípio inteligente passa a habitar organismos físicos que não mais são capazes de produzirem seu próprio alimento orgânico. A partir de então, terá de buscar o alimento necessário à sua sobrevivência. Novos implementos são agregados aos se veículo físico, com a aquisição de pequenos órgãos destinados a atenderem funções de equilíbrio no transporte de substâncias através de tecidos e de equilíbrio da nutrição.
Passa, em seguida, a se expressar em organismos físico pluricelulares, onde conquista um organismo físico estruturado em aparelhos e sistemas constituídos de órgãos formados por tecidos que são compostos de células de diferenciadas funções. Finalmente, após longas e incontáveis experiências, em que o corpo no qual se expressa a vida passa por um longo processo de metamorfose, o princípio inteligente atinge o reino hominal, em que as células sexuais encarregadas da reprodução assumem características próprias para o homem e para a mulher.
4.- Quais as diferenças entre os processos de elaboração das formas físicas na fase animal e na fase hominal da evolução
do princípio inteligente?
R - Nas fases anteriores de sua evolução - nos reinos vegetal e animal - o princípio inteligente tem a reprodução dirigida pelos Instrutores Celestiais, que orientam a elaboração das formas de acordo com as diretrizes da realidade celular em que se situa. Obedece tão somente aos mecanismos de repetição da lei de hereditariedade, sempre dentro dos caracteres genéticos de que descende. Como compara André Luiz, até então, o princípio inteligente é conduzido perante o processo reprodutivo como uma criança irresponsável o é na vida terrena.
Atingindo o reino hominal, no entanto, o princípio inteligente, já agora sendo denominado "espírito" e dotado de inteligência contínua, livre-arbítrio e consciência, assume individualmente essa tarefa, passando a ser o único responsável pela direção do processo formador do novo corpo em que se expressará. Com a influência de sua atuação no campo materno, determina as diretrizes que nortearão a escolha dos cromossomos portadores dos genes que ditarão os caracteres formadores do novo organismo físico, no interior do ovo, num processo seletivo automático.
O mesmo processo é repetido a cada vez que necessita retornar à vida física a fim de elevar-se moral e intelectualmente, em nova reencarnação. É compelido a renascer, assim como o é enquanto no plano espiritual, com raras exceções, entre os que lhe são afins, pois a hereditariedade e a afinidade são leis irrevogáveis do Criador.
5. - O que vem a ser "hereditariedade relativa, mas compulsória", a que se refere André Luiz no último parágrafo do capítulo?
R - A submissão do espírito à lei de hereditariedade é inevitável. Porém, é-lhe garantido o direito de alterar, de modo relativo, determinadas disposições fundamentais dessa lei, atendendo-se ao seu programa evolutivo e ao merecimento que tenha conquistado. A permuta de cromossomos que moldarão o novo corpo é subjugada por efeitos magnéticos que são ditados pela forma de vida levada a efeito pelo espírito nas reencarnações pretéritas, sempre conjugados com a lei de hereditariedade. A essa conjugação, em que o corpo herda o corpo, porém em consonância com a sintonia mental do espírito, construída ao longo das reencarnações, é que André Luiz denominou "hereditariedade relativa, mas compulsória".
Concluindo, podemos dizer que o espírito não pode alterar o plano de serviço traçado segundo as suas aquisições e necessidades. Todavia, pode, por sua própria conduta, pela escolha do bem ou do mal, atenuar ou agravar a natureza do programa a que se sujeitará na nova experiência no mundo físico, através da ação das forças psicossomáticas no processo de formação das células. Conforme explica o autor, assim como a Geometria terrena trata das formas existentes no mundo físico, a Geometria transcendente, espiritual, atua por forca da lei de causa e efeito.
Muita paz a todos
Equipe CVDEE
Sala André Luiz