Ação e Reação

019 – Sanções e auxílios

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
(www.cvdee.org.br)

Sala de Estudos André Luiz


Livro em estudo: Ação e reação

Tema: Capítulo 19 - Sanções e auxílios


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Sanções e auxílios

Depois do entendimento com os internados, o Instrutor Druso aquiesceu em dispensar-nos alguns minutos de conversação educativa.

Explanara brilhantemente sobre o problema das provas na experiência terrestre. Alertara-nos quanto à necessária renovação mental nos padrões do bem, destacando a necessidade do estudo, para a assimilação do conhecimento superior, e do serviço ao próximo, para a colheita de simpatia, sem os quais todos os caminhos da evolução surgem complicados e difíceis de ser transitados

Junto dele, enquanto prelecionava, fora colocada singular escultura - uma estátua notável reproduzindo o corpo humano, transparente aos nossos olhos, à qual apenas faltava o sopro espiritual para revelar-se viva.
Patenteavam-se, ali, à nossa visão, todos os órgãos e apetrechos do carro físico, sob a proteção do sistema nervoso e do sistema sangüíneo.

O coração, à maneira de um grande pássaro no ninho das artérias enrodilhadas na árvore dos pulmões; o fígado, à feição de um condensador vibrante; o estômago e os intestinos como digestores técnicos e os rins, quais aparelhos complexos de filtragem, convidavam-nos a profunda admiração; contudo, nosso maior interesse concentrava-se no sistema endocrínico, no qual as glândulas se salientavam por figurações de luz. A epífise, a hipófise, a tireóide, as paratireóides, o timo, as supra-renais, o pâncreas e as bolsas genésicas caracterizavam-se, perfeitas, sobre o fundo vivo dos centros perispirituais, que se combinavam uns com os outros, em sutilíssimas ramificações nervosas, singularmente ajustadas, através dos plexos, emitindo cada centro irradiações próprias, constituindo-se o conjunto num todo harmônico, que nos impelia à contemplação extática.

Percebendo-nos a surpresa, o chefe da casa disse, bondoso;

- Habitualmente convidamos a atenção de nossos internados para os veículos de nossas manifestações, mostrando-lhes, quanto possível, a correspondência entre nossos estados espirituais e as formas de que nos servimos. É indispensável compreendamos que todo mal por nós praticado conscientemente expressa, de algum modo, lesão em nossa consciência e toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos exterioriza o modo de ser. Em todos os planos do Universo, somos espírito e manifestação, pensamento e forma. Eis o motivo por que, no mundo, a Medicina há de considerar o doente como um todo psicossomático, se quiser realmente investir-se da arte de curar.

E, tocando a bela escultura à nossa vista, continuou:

- Da mente clareada pela razão, sede dos princípios superiores que governam a individualidade, partem as forças que asseguram o equilíbrio orgânico, por intermédio de raios ainda inabordáveis à perquirição humana, raios esses que vitalizam os centros perispiríticos, em cujos meandros se localizam as chamadas glândulas endócrinas, que, a seu turno, despedem recursos que nos garantem a estabilidade do campo celular. Como é óbvio, nas criaturas encarnadas esses elementos se consubstanciam nos hormônios diversos que atuam sobre todos os órgãos do corpo físico, através do sangue. O homem comum, que já conhece a tiroxina e a adrenalina, energias fabricadas pela tireóide e pelas supra-renais, com influência decisiva no trabalho circulatório, nos nervos e nos músculos, não ignora que todas as demais glândulas de secreções interna; produzem recursos que decidem sobre saúde e enfermidade, equilíbrio e desequilíbrio nos indivíduos encarnados. Ora, em substância, como é fácil de ver, todos os estados acidentais das formas de que nos utilizamos, no espaço e no tempo, dependem, assim, do comando mental que nos é próprio. É por isso que a justiça, sendo instituto fundamental de ordem, na Criação, começa invariavelmente em nós mesmos, em toda e qualquer ocasião que lhe defraudemos os princípios. A evolução para Deus pode ser comparada a uma viagem divina. O bem constitui sinal de passagem livre para os cimos da Vida Superior, enquanto que o mal significa sentença de interdição, constrangendo-nos a paradas mais ou menos difíceis de reajuste.

Aproveitando breve pausa, Hilário observou:

- É admirável o trabalho educativo em andamento nas zonas inferiores, com vistas à reencarnação...

- Inegavelmente - respondeu o instrutor. - É preciso informar a todos os nossos irmãos, em vias de retorno ao círculo dos homens, que o corpo carnal, com as tarefas que lhe são conseqüentes, vale por verdadeiro prêmio da Bondade Divina, que é necessário valorizar.

Aqui, nas esferas purgatoriais, contamos com verdadeiras multidões de criaturas desencarnadas que procedem do mundo, em deploráveis crises alucinatórias, após malversarem os bens da vida humana. Muitas, por infelicidade da própria ignorância, não puderam acomodar-se a qualquer tipo de concepção religiosa, entretanto, milhões de pessoas, longe do respeito pela fé maternal que as esclarecia, nos compromissos esposados perante Deus, entregavam-se, conscientemente, à crueldade mental, cavando ruína e amargura para si mesmas porque o mal infligido a outrem era sempre mal que amontoavam sobre as suas cabeças. É assim que, desentrançadas da matéria densa, aqui aportam, batidas pelo remorso e pelo arrependimento, padecendo frustrações lamentáveis, quando não estacionam por tempo mais ou menos longo em furnas expiatórias, nas quais, presas de antigos adversários ou de velhos comparsas do vício, sofrem tristes alterações em seus centros de força, a se lhes expressarem na mente por desequilíbrios funestos.

Depois de acolhidas em nosso pouso de amor, refazem-se a pouco e pouco... A reencarnação retificadora, isto é, a internação na carne em condições penosas, surge por alternativa inevitável. Será preciso renascer, suportando os obstáculos tremendos, oriundos da desarmonia perispirítica criada por nós mesmos. Ainda assim, quanto possível, antes do novo berço entre os homens, é imprescindível melhorar as contas... Daí o motivo por que instituições qual a nossa funcionam, em vários campos das regiões inferiores, que, na velha teologia, equivalem a regiões infernais... O que, porém, existe, de fato, é o imenso Umbral, situado entre a Terra e o Céu, dolorosa região de sombras, erguida e cultivada pela mente humana, em geral rebelde e ociosa, desvairada e enfermiça. Os companheiros desencarnados que despertam, devagarinho, para a responsabilidade de viver, encarando face a face o imperativo do renascimento difícil no mundo, passam a trabalhar aqui laboriosamente, vencendo óbices terríveis e superando tempestades de toda a sorte, para a conquista dos méritos que descuraram durante a permanência no corpo, de modo a implantarem, no próprio espírito, os valores morais de que não prescindem para a sustentação de novas e abençoadas lutas no plano material.

O orientador, mostrando O olhar coruscante de entendimento e carinho, à feição do professor emérito e bondoso que deseja o progresso dos aprendizes, fez longa pausa e perguntou-nos:

- Compreenderam?

- Sim, sim... - respondemos a um só tempo, interessados em maior amplitude da lição.

- É assim que todos nós - continuou ele -, para o recomeço das lides carnais, solicitamos o regime de sanções, ou alguém, quando não disponhamos do direito de fazê-lo, no-lo obtém, suplicando-o, em nosso benefício, às autoridades superiores.

- Regime de sanções? - indagou Hilário, surpreendido.

- Perfeitamente. Não nos reportamos aqui ás medidas de natureza moral, pelas quais enfrentamos, compreensivelmente, na família consangüínea ou na intimidade da luta, a reaproximação com os Espíritos de que sejamos devedores de paciência e ternura, tolerância e sacrifício, na solução de certas dívidas que nos obscurecem a senda, mas sim a providências retificantes, depois de muitas quedas reiteradas nos mesmos deslizes e deserções, que imploramos em favor de nós e em nós mesmos, quais sejam as deficiências congeniais com que ressurgimos no berço físico. Aqueles que por vezes diversas perderam vastas oportunidades de trabalho na Terra, pela ingestão sistemática de elementos corrosivos, como sejam o álcool e outros venenos das forças orgânicas, tanto quanto os inveterados cultores da gula, quase sempre atravessam as águas da morte como suicidas indiretos e, despertando para a obra de reajuste que lhes é indispensável, imploram o regresso à carne em corpos desde a infância inclinados à estenose do piloro, à ulceração gástrica, ao desequilíbrio do pâncreas, à colite e às múltiplas enfermidades do intestino que lhes impõem torturas sistemáticas, embora suportáveis, no decurso da existência inteira. Inteligências notáveis, com sucessivas quedas morais, através da leviandade com que se utilizaram do esporte e da dança, espalhando desespero e infortúnio nos corações afetuosos e sensíveis, pedem formas orgânicas ameaçadas de paralisia e reumatismo, visitadas de achaques e neoplasmas diversos, que lhes obstem os movimentos demasiado livres.

Companheiros que, em muitas circunstâncias, se deixaram envenenar pelos olhos e pelos ouvidos, comprometendo-se em vasta rede de criminalidade, através da calúnia e da maledicência, imploram veículos fisiológicos castigados por deficiências auditivas e visuais que lhes impeçam recidivas desastrosas. Intelectuais e artistas que despedem sagrados recursos do espírito na perversão dos sentimentos humanos, por intermédio da criação de imagens menos dignas, rogam aparelhos cerebrais com inibições graves e dolorosas para que, nas reflexões de temporário ostracismo, possam desenvolver as esquecidas qualidades do coração. Homens e mulheres que abusaram de dotes físicos, manobrando a beleza e a perfeição das formas para disseminar a loucura e o sofrimento naqueles que lhes admitiam as falsas promessas, solicitam corpos vulneráveis às dermatoses aflitivas, quais o eczema e a tumoração cutânea, ou portadores de alterações da tireóide que os constranjam a reiteradas lutas educativas. Grandes faladores que escarneceram da divina missão do verbo, conturbando multidões ou enlouquecendo almas desprevenidas, suplicam doenças das cordas vocais, para que, atravessando afonias periódicas, desistam de tumultuar os espíritos por intermédio da palavra brilhante. E milhares de pessoas que transformaram o santuário do sexo numa forja de perturbações para a vida alheia, arruinando lares e infelicitando consciências, imploram equipamentos físicos atormentados por lesões importantes no campo genésico, experimentando, desde a puberdade, inquietantes desequilíbrios ovarianos e testiculares. A cegueira, a mudez, a idiotia, a surdez, a paralisia, o câncer, a lepra, a epilepsia, o diabete, o pênfigo, a loucura e todo o conjunto das moléstias dificilmente curáveis significam sanções instituídas pela Misericórdia Divina, portas a dentro da Justiça Universal, atendendo-nos aos próprios rogos, para que não venhamos a perder as bênçãos eternas do espírito a troco de lamentáveis ilusões humanas.

- Mas, existem institutos especiais que providenciem, por exemplo, as irregularidades orgânicas pedidas para a reencarnação? - perguntou meu colega, intrigado.

O interlocutor generoso sorriu, significativamente, e acentuou:

- Sim, Hilário, a Bondade do Senhor é infinita e permite-nos a graça de suplicar os impedimentos a que nos referimos, porque o reconhecimento de nossas fraquezas e transgressões nos faz imenso bem ao espírito endividado. A humildade, em qualquer situação, acende luz em nossas almas, gerando, em torno de nós, abençoados recursos de simpatia fraterna. Entretanto, ainda mesmo que não pedíssemos a aplicação das penas de que necessitamos, nossa posição não se modificaria, porquanto a prática do mal opera lesões imediatas em nossa consciência, que, entrando em condição desarmônica, desajusta, ela própria, os centros de força em que se mantém. Desse modo, os nossos institutos de trabalho para a reencarnação colaboram para que todos venhamos a receber na ribalta terrestre a vestimenta carnal merecida.

- Então, de que vale a súplica, rogando essa ou aquela medida, atinente à nossa reeducação?

- Oh! não formule semelhante problema! - falou Druso em voz grave. - A prece, no sentido a que aludimos, é sempre um atestado de boa-vontade e compreensão, no testemunho da nossa condição de Espíritos devedores... Sem dúvida, não poderá modificar o curso das leis, diante das quais nos fazemos réus sujeitos a penas múltiplas, mas renova-nos o modo de ser, valendo não só como abençoada plantação de solidariedade em nosso benefício, mas também como vacina contra reincidência no mal. Além disso, a prece faculta-nos a aproximação com os grandes benfeitores que nos presidem os passos, auxiliando-nos a organização de novo roteiro para a caminhada segura.

Meu companheiro guardou, reverente, a anotação e considerou:

- Caro instrutor, depreendemos da elucidação que, ao nos reencarnarmos, conduzimos conosco os remanescentes de nossas faltas, que nos partilham o renascimento, na máquina fisiológica, como raízes congeniais dos males que nós mesmos plantamos...

- Perfeitamente - acentuou o mentor amigo -, nossas disposições, para com essa ou aquela enfermidade no corpo terrestre, representam zonas de atração magnética que dizem de nossas dívidas, diante das Leis Eternas, exteriorizando-nos as deficiências do espírito.

Druso meditou alguns instantes, como se estivesse ponderando no íntimo a gravidade do assunto, e apreciou:

- Nossas assertivas não excluem, decerto, a necessidade da assepsia e da higiene, da medicação e do cuidado preciso, no tratamento dos enfermos de qualquer procedência. Desejamos simplesmente acentuar que a alma ressurge no equipamento físico transportando consigo as próprias falhas a se lhe refletirem na veste carnal, como zonas favoráveis à eclosão de determinadas moléstias, oferecendo campo propício ao desenvolvimento de vírus, bacilos e bactérias inúmeros, capazes de conduzi-la aos mais graves padecimentos, de acordo com os débitos que haja contraído, mas também carrega consigo as faculdades de criar no próprio cosmo orgânico todas as espécies de anticorpos, imunizando-se contra as exigências da carne, faculdades essas que pode ampliar consideravelmente pela oração, pelas disciplinas retificadoras a que se afeiçoe, pela resistência mental ou pelo serviço ao próximo com que atrai preciosos recursos em seu favor. Não podemos esquecer que o bem é o verdadeiro antídoto do mal

- Ainda assim - ajuntou Hilário -, será lícito recordar que os animais igualmente sofrem moléstias diagnosticáveis, como sejam a aftose, a raiva e a pneumonia. . .

- Como também as plantas experimentam enfermidades peculiares, reclamando adubos e fungicidas completou o mentor, sorrindo.

E acrescentou:

- A dor é ingrediente dos mais importantes na economia da vida em expansão. O ferro sob o malho, a semente na cova, o animal em sacrifício, tanto quanto a criança chorando, irresponsável ou semiconsciente, para desenvolver os próprios órgãos, sofrem a dor-evolução, que atua de fora para dentro, aprimorando o ser, sem a qual não existiria progresso. Em nosso estudo, porém, analisamos a dor-expiação, que vem de dentro para fora, marcando a criatura no caminho dos séculos, detendo-a em complicados labirintos de aflição, para regenerá-la, perante a Justiça... É muito diferente...

- Curioso! - exclamou Hilário - não havia pensado ainda em semelhantes conceitos... Dor-evolução, dor-expiação...

- Como temos ainda dor-auxílio - atalhou Druso, benevolente.

- Como assim?

E percebendo a surpresa que se nos estampava no rosto, o orientador aduziu:

- Em muitas ocasiões, no decurso da luta humana, nossa alma adquire compromissos vultosos nesse ou naquele sentido. Habitualmente, logramos vantagens em determinados setores da experiência, perdendo em outros. Às vezes, interessamo-nos vivamente pela sublimação do próximo, olvidando a melhoria de nós mesmos. É assim que, pela intercessão de amigos devotados à nossa felicidade e à nossa vitória, recebemos a bênção de prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório físico, seja para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade, seja, mais freqüentemente, para o serviço preparatório da desencarnação, a fim de que não sejamos colhidos por surpresas arrasadoras, na transição da morte. O enfarte, a trombose, a hemiplegia, o câncer penosamente suportado, a senilidade prematura e outras calamidades da vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxílio, para que a alma se recupere de certos enganos em que haja incorrido na existência do corpo denso, habilitando-se, através de longas reflexões e benéficas disciplinas, para o ingresso respeitável na Vida Espiritual.

Druso, no entanto, a essa altura, foi chamado a outras linhas de ação, deixando-nos entregues aos nossos pensamentos.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1) Como podemos entender a relação mente/corpo, no que diz respeito ao estado de equilíbrio ou desequilíbrio deste último?

2) Como definir o "regime de sanções", a que se refere Druso?

3) Segundo o ensinamento do mentor, qual a importância da dor para o progresso do espírito? Como o mentor classifica a dor, segundo os seus objetivos?

4) " ... a alma ressurge no equipamento físico transportando consigo as próprias falhas a se lhe refletir na veste carnal." Esta conseqüência é inevitável ou há como ser atenuada?

5) Que ensinamentos podemos extrair das seguintes assertivas do mentor:

a) " O bem constitui sinal de passagem livre para os cimos da Vida Superior, enquanto que o mal significa sentença de interdição, constrangendo-nos a paradas mais ou menos difíceis de reajuste."?

b) " Entretanto, ainda ainda mesmo que não pedíssemos a aplicação das penas de que necessitamos, nossa posição não se modificaria, porquanto a prática do mal opera lesões imediatas em nossa consciência, que, entrando em condição desarmônica, desajusta, ela própria, os centros de força em que se mantém. Desse modo, os nossos institutos de trabalho para a reencarnação colaboram para que todos venhamos a receber na ribalta terrestre a vestimenta carnal merecida."?

Um grande abraço a todos e bom estudo

Equipe CVDEE
Sala André Luiz
Coordenação: eqpal@cvdee.org.br

Conclusão

CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - www.cvdee.org.br - Sala de Estudos André Luiz


Livro em estudo: Ação e reação

Tema: Capítulo 19 - Sanções e auxílios
conclusão

QUESTÕES PARA ESTUDO

1) Como podemos entender a relação mente/corpo, no que diz respeito ao estado de equilíbrio ou desequilíbrio deste último?

Hoje já se sabe que a mente não pertence ao cérebro e o cérebro não explica a mente, embora exista uma interação entre os dois.
A mente é uma entidade independente e não é um órgão. Ela acontece pelo cérebro, mas não pertence a ele e muito menos é uma segregação cerebral. Assim, se a nossa mente independe do cérebro, então a mente sobrevive ao cérebro. Segundo Clóvis Nunes: "Pesquisadores concluíram que o cérebro não gera pensamento e não explica a mente. O pensamento ocorre no cérebro, mas não pertence a ele, da mesma forma que a fala acontece ao telefone e não é o telefone que fala. A fala é que fala pelo telefone. Então, não é o cérebro que pensa. O pensamento é que pensa pelo cérebro. Portanto, a mente, consciência, o espírito hoje são palavras quase sinônimas no campo da ciência moderna". Ele ainda diz que "A mente pré-existe ao nascimento do cérebro, comanda todo cérebro, mas sobrevive à dissolução cadavérica do cérebro. a mente é eterna, o cérebro não. O cérebro nasce, cresce, atinge a sua plenitude, entra em decadência, degenera e morre. Mas a mente sobrevive."
Tal explicação vem corroborar com a orientação que nos dá o instrutor neste capítulo, indo ele, instrutor, mais além, nos informando acerca da responsabilidade, posto que qualquer alteração na mente, seja de que ordem for, irá repercutir no corpo físico e no perispírito. O instrutor é claro ao dizer que: _·É indispensável comprendamos que todo mal por nós praticado conscientemente expressa, de algum modo, lesão em nossa consciencia e toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos exterioriza o modo de ser. Em todos os planos do Universo, somos espírito e manifestação, pensamento e forma.

2) Como definir o "regime de sanções", a que se refere Druso?

Sofremos as sanções inexoráveis e infalíveis da Lei de Ação e Reação ou Lei de Causa ou Efeito. O nosso passado se mantém vivo dentro de nós ditando, segundo a Lei do equilíbrio universal as correições precisas para o justo cumprimento da vontade de Deus; ou seja, regime de sanções seria as limitações necessárias ao nosso crescer espiritual. Uma forma de frear em nós as tendências milenares com as quais vimos repetindo os padrões de comportamentos. Seria como limitações orgânicas que visam o despertar em nós do compromisso espiritual.

3) Segundo o ensinamento do mentor, qual a importância da dor para o progresso do espírito? Como o mentor classifica a dor, segundo os seus objetivos?

Segundo Druso, a dor é o mecanismo que utilizamos para evoluir.
Ele as classificou como sendo três tipos de dores:
DOR-EVOLUÇÃO: como ainda habitamos um mundo de provas e expiações, a temos. Ela vem de fora para dentro. Acomete tanto nós, humanos, como os animais e as plantas;
DOR-EXPIAÇÃO: é quando "colhemos o que plantamos". Vem de dentro para fora, só nós a temos, devido à nossa consciência, inteligência e livre arbítrio.
DOR-AUXÍLIO: quando saímos dos eixos, amigos espirituais nos dão uma mãozinha. Segundo Druso, se caracterizam pelas prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório material, seja para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade ou, mais freqüentemente, para o serviço preparatório da desencarnação, a fim de que não sejamos colhidos por surpresas arrasadoras na transição da morte. Ele dá alguns exemplos, como enfartes, câncer etc.
E como importância da dor ele fala de misericórdia e não de punição.

4) " ... a alma ressurge no equipamento físico transportando consigo as próprias falhas a se lhe refletir na veste carnal." Esta conseqüência é inevitável ou há como ser atenuada?

A cura do espírito é inevitável uma vez que não podemos desfazer nossas ações anteriores, mas nos é possível suavizar as provas, de várias formas, aceitando-as, mantendo em nós a abnegação e a resignação , tendo fé e a certeza da Lei Maior, exercitando a oração e trabalhando no bem, fazendo com que nossas ações sejam ações de caridade e fraternidade, nos modificando, nos transformando, nos reformando interiormente e não nos esquecendo de que o Amor sempre prevalece.



5) Que ensinamentos podemos extrair das seguintes assertivas do mentor:

a) " O bem constitui sinal de passagem livre para os cimos da Vida Superior, enquanto que o mal significa sentença de interdição, constrangendo-nos a paradas mais ou menos difíceis de reajuste."?

Após a passagem entre planos a criatura irá tomar consciência do espírito imortal que é; e neste processo que nos encontraremos verdadeiramente conosco , com nossos reais sentimentos e ações. Não basta, pois, o externar fé, o externar bondade, externar
solidariedade, externar fraternidade, externar amor; mas sim o mais importante é sentir , é crer ; é vivenciar a caridade, a fraternidade; pois será de nossas vivências anteriores de Amor Real, de ação no bem, que a lei de ação e reação se dará.

b) " Entretanto, ainda ainda mesmo que não pedíssemos a aplicação das penas de que necessitamos, nossa posição não se modificaria, porquanto a prática do mal opera lesões imediatas em nossa consciência, que, entrando em condição desarmônica, desajusta, ela própria, os centros de força em que se mantém. Desse modo, os nossos institutos de trabalho para a reencarnação colaboram para que todos venhamos a receber na ribalta terrestre a vestimenta carnal merecida."?

Herdamos nossa própria história. Enquanto estamos no processo evolutivo esquecemos nosso passado, mas ele vive em nós e está impregnado em nós, ainda que não tenhamos uma consciência visível dele, ele está presente. Carregamos em nós mesmos as consequências de todos os nossos atos praticados contra o próximo e consequente contra nós mesmos. E mediante isso a lei Divina se impõe e se faz presente nas nossas provas e expiações. Não existindo, pois, vítimas da vida ou vítimas de amaldiçoamentos, pois podemos ser apenas resultado de nossos próprios atos e pensamentos, e cujo resultado se dará de forma mais suave ou menos suave quanto às provas a serem vivenciadas através de nossas próprias escolhas. Para tanto, Deus nos concedeu o livre-arbítrio, que nos permite escolhermos o caminho que nos levará à perfeição possível ou não, mas também, amoroso que é, nos concedeu retomar o caminho através da concessão da reencarnação e da causa e efeito, grandes professores na escola da evolução.

beijocas mineiras com carinho no coração

Equipe CVDEE
Sala André Luiz
Coordenação: eqpal@cvdee.org.br