Ação e Reação
018 – Resgates coletivos
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Estudo das obras de André Luiz
Eis, Gente Linda do coração, tudo azul azul? 🙂
Beeem, hoje a gente inicia mais um capítulo do livro Ação e Reação...
Como euzinha acho que o capítulo inteiro é importante , dividi os mails de estudo em dois, tá? 🙂
Um, com o texto integral; outro, com as perguntinhas iniciais, ok? 🙂
Aguardando a participação de vcs, tá? 🙂
tarde cor e amor
beijocas mineiras com carinho no coração
Equipe André Luiz
eqpal@cvdee.org.br
Livro : Ação e Reação
Capítulo: 18
Assunto: Resgates coletivos
de: 23/12/2004 até 06/01/2005
Texto
18- Resgates coletivos
Entendíamo-nos com Silas, acerca de variados problemas, quando expressivo chamamento de Druso nos reuniu ao diretor da casa, em seu gabinete particular de serviço.
O chefe da Mansão foi breve e claro.
Apelo urgente da Terra pedia auxílio para as vítimas de um desastre aviatório.
Sem alongar-se em minúcias, informou que a solicitação se repetiria, dentro de alguns instantes, e conviria esperar a fira de examinarmos o assunto com a eficiência precisa.
Com efeito, mal terminara o apontamento e sinais algo semelhantes aos do telégrafo de Morse se fizeram notados em curioso aparelho. Druso ligou tomada próxima e vimos um pequeno televisor em ação, sob vigorosa lente, projetando imagens movimentadas em tela próxima, cuidadosamente encaixada na parede, a pequena distância.
Qual se acompanhássemos curta notícia em cinema sonoro, contemplamos, surpreendidos, a paisagem terrestre.
Sob a crista de serra alcantilada e selvagem, destroços de grande aeronave guardavam consigo as vítimas do acidente.
Adivinhava-se que o piloto, certamente enganado pelo traiçoeiro oceano de espessa bruma, não pudera evitar o choque com os picos graníticos que se salientavam na montanha, silenciosos e implacáveis, à maneira de medonhos torreões de fortaleza agressiva.
Em pleno quadro inquietante, um ancião desencarnado, de semblante nobre e digno, formulava requerimento comovedor, rogando à Mansão a remessa de equipe adestrada para a remoção de seis das catorze entidades desencarnadas no doloroso sinistro.
Enquanto Druso e Silas combinavam medidas para a tarefa assistencial, Hilário e eu olhávamos, espantados, o espetáculo inédito para nós ambos.
A cena aflitiva parecia desenrolar-se ali mesmo.
Oito dos desencarnados no acidente jaziam em posição de chague, algemados aos corpos, mutilados ou não; quatro gemiam, jungidos aos próprios restos, e dois deles, não obstante ainda enfaixados às formas rígidas, gritavam desesperados, em crises de inconsciência.
Contudo, amigos espirituais, abnegados e valorosos, velavam ali, calmos e atentos.
Figurando-se cascata de luz vertendo do Céu, o auxílio do Alto vinha, solícito, em abençoada torrente de amor.
O quadro patético era tão real à nossa observação, que podíamos ouvir os gemidos daqueles que despertavam desfalecentes, as preces dos socorristas e as conversações dos enfermeiros que concertavam providências à pressa...
De alma confrangida, vimos desaparecer a notícia televisada, enquanto Silas cumpria as ordens do comandante da instituição com admirável eficiência.
Em poucos instantes, diversos operários da casa puseram-se em marcha, na direção do local minuciosamente descrito.
Voltando ao gabinete em que lhe aguardávamos o retorno, Silas ainda se entendeu com o orientador, por alguns minutos, com respeito ao serviço em foco.
Foi então que Hilário e eu indagamos se não nos seria possível a participação na obra assistencial que se processava, no que Druso, paternalmente, não concordou, explicando que o trabalho era de natureza especialíssima, requisitando colaboradores rigorosamente treinados.
Cientes de que o generoso mentor poderia dispensar-nos mais tempo, aproveitamos o ensejo para versar a questão das provas coletivas.
Hilário abriu campo livre ao debate, perguntando, respeitoso, por que motivo era rogado o auxílio para a remoção de seis dos desencarnados, quando as vítimas eram catorze.
Druso, no entanto, replicou em tom sereno e firme:
- O socorro no avião sinistrado é distribuído indistintamente, contudo, não podemos esquecer que se o desastre é o mesmo para todos os que tombaram, a morte é diferente para cada um. No momento serão retirados da carne tão-somente aqueles cuja vida interior lhes outorga a imediata liberação. Quanto aos outros, cuja situação presente não lhes favorece o afastamento rápido da armadura física, permanecerão ligados, por mais tempo, aos despojos que lhes dizem respeito.
- Quantos dias? - clamou meu colega, incapaz de conter a emoção de que se via possuído.
- Depende do grau de animalização dos fluidos que lhes retêm o Espírito à atividade corpórea - respondeu-nos o mentor. - Alguns serão detidos por algumas horas, outros, talvez, por longos dias... Quem sabe?
Corpo inerte nem sempre significa libertação da alma.
O gênero de vida que alimentamos no estágio físico dita as verdadeiras condições de nossa morte. Quanto mais chafurdamos o ser nas correntes de baixas ilusões, mais tempo gastamos para esgotar as energias vitais que nos aprisionam à matéria pesada e primitiva de que se nos constitui a instrumentação fisiológica, demorando-nos nas criações mentais inferiores a que nos ajustamos, nelas encontrando combustível para dilatados enganos nas sombras do campo carnal, propriamente considerado. E quanto mais nos submetamos às disciplinas do espírito, que nos aconselham equilíbrio e sublimação, mais amplas facilidades conquistaremos para a exoneração da carne em quaisquer emergências de que não possamos fugir por força dos débitos contraídos perante a Lei. Assim é que "morte física" não é o mesmo que "emancipação espiritual".
- Isso, no entanto - considerei -, não quer dizer que os demais companheiros acidentados estarão sem assistência, embora coagidos a temporária detenção nos próprios restos.
- De modo algum - ajuntou o amigo generoso -, ninguém vive desamparado. O amor infinito de Deus abrange o Universo. Os irmãos que se demoram enredados em mais baixo teor de experiência física compreenderão, gradativamente, o socorro que se mostram capazes de receber.
- Todavia - reparou Hilário -, não serão atraídos por criaturas desencarnadas, de inteligência perversa, já que não podem ser resguardados de imediato?
Druso estampou significativa expressão facial e ponderou:
- Sim, na hipótese de serem surdos ao bem, é possível se rendam às sugestões do mal, a fim de que, pelos tormentos do mal, se voltem para o bem. No assunto, entretanto, é preciso considerar que a tentação é sempre uma sombra a atormentar-nos a vida, de dentro para fora. A junção de nossas almas com os poderes infernais verifica-se em relação com o inferno que já trazemos dentro de nós.
A explicação não poderia ser mais clara.
Talvez por isso, algo desconcertado pelo esclarecimento direto, meu companheiro que, tanto quanto eu, não desejava perder a oportunidade de mais ampla conversação, acentuou, humilde:
- Nobre instrutor, decerto não temos o direito de questionar qualquer determinação que lhe dimane da autoridade; ainda assim, estimaria conhecer mais profundamente as razões pelas quais nos é defeso o trabalho de colaboração nos serviços pertinentes ao socorro nos resgates de conjunto. Não poderíamos, acaso, cooperar com os obreiros desta casa, nas expedições de auxílio às vítimas de acidentes diversos, de modo a pesquisar as causas que os determinaram? Indiscutivelmente a Mansão, com as responsabilidades de que se encontra investida, desincumbir-se-á de trabalhos dessa espécie todos os dias...
- Quase todos os dias - corrigiu Druso, sem pestanejar.
E, fitando Hilário de estranha maneira, aduziu:
- É imperioso observar, porém, que vocês coletam material didático para despertamento de nossos irmãos encarnados, quase todos eles em fase importante de luta, no acerto de contas com a Justiça Divina. Analisando os resgates dessa ordem, vocês fatalmente seriam compelidos à autópsia de situações e problemas suscetíveis de plasmar imagens destrutivas no ânimo de muitos daqueles que ambos se propõem auxiliar.
Esboçando leve sorriso em que deixava transparecer a humildade que lhe adornava o espírito de escol, aditou:
- Parece-me que não seríamos capazes de comentar um desastre de grandes proporções, no campo dos homens, sem lhes insuflar o vírus do medo, tanta vez portador do desânimo e da morte.
A palavra do orientador, serena e evangélica, reajustava-nos os impulsos menos edificantes.
Inegavelmente, a Terra jaz repleta de criaturas, tanto quanto nós, algemadas a escabrosos compromissos, carentes de ação contínua para o necessário reequilíbrio.
Não seria justo atormentá-las com pensamentos de temor e flagelação, quando através do bem, sentido e praticado, podemos cada hora arredar de nossos horizontes as nuvens de sofrimentos prováveis.
Assinalando-nos a atitude inequívoca de compreensão e de obediência, como não podia deixar de ser, o chefe da instituição continuou em tom afável, depois de ligeira pausa:
- Imaginemos que fossem analisar as origens da provação a que se acolheram os acidentados de hoje... Surpreenderiam, decerto, delinqüentes que, em outras épocas, atiraram irmãos indefesos do cimo de torres altíssimas, para que seus corpos se espatifassem no chão; companheiros que, em outro tempo, cometeram hediondos crimes sobre o dorso do mar, pondo a pique existências preciosas, ou suicidas que se despenharam de arrojados edifícios ou de picos agrestes, em supremo atestado de rebeldia, perante a Lei, os quais, por enquanto, somente encontraram recurso em tão angustioso episódio para transformarem a própria situação. Quantos milhares de irmãos encarnados possuímos nós, em cujas contas com os Tribunais Divinos figuram débitos desse jaca? Entretanto, não desconhecemos que nós, consciências endividadas, podemos melhorar nossos créditos, todos os dias. Quantos romeiros terrenos, em cujos mapas de viagem constam surpresas terríveis, são amparados devidamente para que a morte forçada não lhes assalte o corpo, em razão dos atos louváveis a que se afeiçoam!...
Quantas intercessões da prece ardente conquistam moratórias oportunas para pessoas cujo passo já resvala no cairel do sepulcro?!... quantos deveres sacrificiais granjeiam, para a alma que os aceita de boamente, preciosas vantagens na Vida Superior, onde providências se improvisam para que se lhes amenizem os rigores da provação necessária?! Bem sabemos que, se uma onda sonora encontra outra, de tal modo que as "cristas" de uma ocorram nos mesmos pontos dos "vales" da outra, esse meio, em conseqüência aí não vibra, tendo-se como resultado o silêncio. Assim é que, gerando novas causas com o bem, praticado hoje, podemos interferir nas causas do mal, praticado ontem, neutralizando-as e reconquistando, com isso, o nosso equilíbrio.
Desse modo, creio mais justo incentivarmos o serviço do bem, através de todos os recursos ao nosso alcance.
A caridade e o estudo nobre, a fé e o bom ânimo, o otimismo e o trabalho, a arte e a meditação construtiva constituem temas renovadores, cujo mérito não será lícito esquecer, na reabilitação de nossas idéias e, conseqüentemente, de nossos destinos.
Entregara-se o chefe a mais longa pausa e, movido pelo propósito de aprender, indaguei de Druso se ele mesmo não teria acompanhado algum processo de resgate coletivo, em que os Espíritos interessados não teriam outro recurso senão a morte violenta, como remate aos dias do corpo denso, ao que o instrutor respondeu, presto:
- Guardo em minha experiência alguns casos expressivos que seria justo relacionar, no entanto, reportar-nos-emos simplesmente a um deles, pois nossas obrigações são inadiáveis.
Depois de momentos rápidos em que naturalmente apelava para a memória, comentou, benevolente:
- Há trinta anos, desfrutei o convívio de dois benfeitores, a cuja abnegação muito devo neste pouso de luz. Ascânio e Lucas, Assistentes respeitados na Esfera Superior, integravam-nos a equipe de mentores valorosos e amigos... Quando os conheci em pessoa, já haviam despendido vários lustros no amparo aos irmãos transviados e sofredores. Cultos e enobrecidos, eram companheiros infatigáveis em nossas melhores realizações.
Acontece, porém, que depois de largos decênios de luta, nos prélios da fraternidade santificante, suspirando pelo ingresso nas esferas mais elevadas, para que se lhes expandissem os ideais de santidade e beleza, não demonstravam a necessária condição específica para o vôo anelado. Totalmente absortos no entusiasmo de ensinar o caminho do bem aos semelhantes, não cogitavam de qualquer mergulho no pretérito, por isso que, muitas vezes, quando nos fascinamos pelo esplendor dos cimos, nem sempre nos sobra disposição para qualquer vistoria aos nevoeiros do vale... Dessa forma, passaram a desejar ardentemente a ascensão, sentindo-se algo desencantados pela ausência de apoio das autoridades que lhes não reconheciam o mérito imprescindível. Dilatava-se o impasse, quando um deles solicitou o pronunciamento da Direção Geral a que nos achamos submissos. O requerimento encontrou curso normal até que, em determinada fase, ambos foram chamados a exame devido.
A posição imprópria que lhes era característica foi carinhosamente analisada por técnicos do Plano Superior, que lhes reconduziram a memória a períodos mais recuados no tempo.
Diversas fichas de observação foram extraídas do campo mnemônico, à maneira das radioscopias dos atuais serviços médicos no mundo e, através delas, importantes conclusões surgiram à tona... Em verdade, Ascânio e Lucas possuíam créditos extensos, adquiridos em quase cinco séculos sucessivos de aprendizado digno, somando as cinco existências últimas nos círculos da carne e as estações de serviço espiritual, nas vizinhanças da arena física; no entanto, quando a gradativa auscultação lhes alcançou as atividades do século XV, algo surgiu que lhes impôs dolorosa meditação... Arrebatadas ao arquivo da memória e a doer-lhes profundamente no espírito, depois da operação magnética a que nos referimos, reapareceram nas fichas mencionadas as cenas de ominoso delito por ambos cometido, em 1429, logo após a libertação de Orleães, quando formavam no exército de Joana dArc... Famintos de influência junto aos irmãos de armas, não hesitaram em assassinar dois companheiros, precipitando-os do alto de uma fortaleza no território de Gâtinais, sobre fossos imundos, embriagando-se nas honrarias que lhes valeram, mais tarde, torturantes remorsos além do sepulcro. Chegados a esse ponto da inquietante investigação, pela respeitabilidade de que se revestiam foram inquiridos pelos poderes competentes se desejavam ou não, prosseguir na sondagem singular, ao que responderam negativamente, preferindo liqüidar a dívida, antes de novas imersões nos depósitos da subconsciência.
Desse modo, em vez de continuarem insistindo na elevação a níveis mais altos, suplicaram, ao revés, o retorno ao campo dos homens, no qual acabam de pagar o débito a que aludimos.
- Como? - indagou Hilário, intrigado.
- Já que podiam escolher o gênero de provação, em vista dos recursos morais amealhados no mundo íntimo - informou o orientador -, optaram por tarefas no campo da aeronáutica, a cuja evolução ofereceram as suas vidas. Há dois meses regressaram às nossas linhas de ação, depois de haverem sofrido a mesma queda mortal que infligiram aos companheiros de luta no século XV.
- E o nosso caro instrutor visitou-os nos preparativos da reencarnação agora terminada? - inquiri com respeito.
- Sim, por várias vezes os avistei, antes da partida.
Associavam-se a grande comunidade de Espíritos amigos, em departamento específico de reencarnação, no qual centenas de entidades, com dívidas mais ou menos semelhantes às deles, também se preparavam para o retorno á carne, abraçando, assim, trabalho redentor em resgates coletivos.
- E todos podiam selecionar o gênero de luta em que saldariam as suas contas? - perguntei, ainda, com natural interesse.
- Nem todos - disse Druso, convicto. - Aqueles que possuíam grandes créditos morais, qual acontecia aos benfeitores a que me reporto, dispunham desse direito.
Assim é que a muitos vi, habilitando-se para sofrer a morte violenta, em favor do progresso da aeronáutica e da engenharia, da navegação marítima e dos transportes terrestres, da ciência médica e da indústria em geral, verificando, no entanto, que a maioria, por força dos débitos contraídos e consoante os ditames da própria consciência, não alcançava semelhante prerrogativa, cabendo-lhe aceitar sem discutir amargas provas, na infância, na mocidade ou na velhice, através de acidentes diversos, desde a mutilação primária até a morte, de modo a redimir-se de faltas graves.
- E os pais? - inquiriu meu colega, alarmado. Em que situação surpreenderemos os pais dos que devem ser imolados ao progresso ou à justiça, na regeneração de si mesmos? a dor deles não será devidamente considerada pelos poderes que nos controlam a vida?
- Como não? - respondeu o orientador - as entidades que necessitam de tais lutas expiatórias são encaminhadas aos corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito distante ou recente ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao instituto da família. A dor coletiva é o remédio que nos corrige as falhas mútuas.
Estabelecera-se longa pausa.
A lição como que nos impelia a rápidos mergulhos no mundo de nós mesmos.
Hilário, contudo, insatisfeito como sempre, perguntou, irrequieto:
- Instrutor amigo, imaginemos que Ascânio e Lucas, após a vitória de que nos dá notícia, continuem anelando a subida aos planos mais altos... Precisarão, para isso, de nova consulta ao passado?
- Caso não demonstrem a condição específica indispensável, serão novamente submetidos à justa auscultação para o exame e seleção de novos resgates que se façam precisos.
- Isso quer dizer que ninguém se eleva ao Céu sem quitação com a Terra?
O interlocutor sorriu e completou:
- Será mais lícito afirmar que ninguém se eleva a pleno Céu, sem plena quitação com a Terra, porquanto a ascensão gradativa pode verificar-se, não obstante invariavelmente condicionada aos nossos merecimentos nas conquistas já feitas. Os princípios de relatividade são perfeitamente cabíveis no assunto. Quanto mais céu interior na alma, através da sublimação da vida, mais ampla incursão da alma nos céus exteriores, até que se realize a suprema comunhão dela com Deus, Nosso Pai.
Para isso, como reconhecemos, é indispensável atender à justiça, e a Justiça Divina está inelutavelmente ligada a nós, de vez que nenhuma felicidade ambiente será verdadeira felicidade em nós, sem a implícita aprovação de nossa consciência.
O ensinamento era profundo.
Cessamos a inquirição e, como serviço urgente requeria a presença de Druso, em outra parte, retiramo-nos em demanda do Templo da Mansão, com o objetivo de orar e pensar.
QUESTÕES INICIAIS DE ESTUDO:
01) Através da assertiva: "Com efeito, mal terminara o apontamento e sinais algo semelhantes aos do telégrafo de Morse se fizeram notados em curioso aparelho. Druso ligou tomada próxima e vimos um pequeno televisor em ação, sob vigorosa lente, projetando imagens movimentadas em tela próxima, cuidadosamente encaixada na parede, a pequena distância."
Como entender a questão dos aparelhos no plano espiritual?
02) Por que Druso negou a participação de André Luiz e seu amigo na obra assistencial de socorro às vitimas do acidente? Como podemos entender ser um trabalho "especialíssimo"?
03) Como entender as seguintes assertivas:
03a) "que se o desastre é o mesmo para todos os que tombaram, a morte é diferente para cada um"?
03b) "grau de animalização dos fluidos que lhes retêm o Espírito à atividade corpórea" ?
03c) "Corpo inerte nem sempre significa libertação da alma"?
03d) "Assim é que "morte física" não é o mesmo que "emancipação espiritual"."?
04) Explique, justificando, de que forma entendermos Resgates Coletivos?
05) Explique, justificando, a questão sobre as escolhas de provas e resgastes.
06) Relacione, explicando e justificando, a questão sobre os pais perante os débitos e resgates dos filhos.
07) Comente o seu entendimento do capítulo, o que mais lhe chamou a atenção, qual ensinamento vc obteve com ele.
Conclusão
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Sala de Estudos André Luiz
Livro em estudo: Ação e reação
Tema: Capítulo 18 - Resgates coletivos (Conclusão)
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1) Através da assertiva: "Com efeito, mal terminara o apontamento e sinais algo semelhantes aos do telégrafo de
Morse se fizeram notados em curioso aparelho. Druso ligou tomada próxima e vimos um pequeno televisor em ação,
sob vigorosa lente, projetando imagens movimentadas em tela próxima, cuidadosamente encaixada na parede, a
pequena distância." Como entender a questão dos aparelhos no plano espiritual?
R - No capítulo VIII do Livro dos Médiuns, Kardec aborda a questão da formação de objetos no mundo espiritual. Explica o Espírito São Luís que os espíritos têm um poder sobre os elementos materiais disseminados no espaço que ainda estamos longe de conhecer. "Podem, pois, eles concentrar à sua vontade esses elementos e dar-lhes a forma aparente que corresponda à dos objetos materiais." Sendo assim, a criação do ambiente espiritual, com tudo quanto nele existe, é produto da criação mental dos espíritos, que o fazem proporcionalmente a seu estado mental-moral-intelectual. O pensamento modela as formas obedecendo ao estado evolutivo do espírito. É dessa maneira que materializam escolas, reformatórios, hospitais, colônias e todos os objetos de que necessitam. O pensamento age sobre os fluidos, aglutinando-os, dispersando-os, dando-lhes formas, cores, funções e qualidades e é pela sua ação que os espíritos podem fazer alimentos, vestimentas, habitações, medicamentos, aparelhos, utensílios e tudo quanto desejarem.
2) Por que Druso negou a participação de André Luiz e seu amigo na obra assistencial de socorro às vitimas do
acidente? Como podemos entender ser um trabalho "especialíssimo"?
R - Segundo explicou Druso, o socorro espiritual em casos semelhantes requer colaboradores rigorosamente treinados para este fim, pois se tratava de desencarnações ocorridas em circunstância de violência e envolvendo espíritos ainda muito apegados ao plano físico. Além disso, André Luiz encontrava-se colhendo informações para a elaboração de material didático a ser transmitido à Terra, para servir como despertamento aos espíritos que aqui se encontram encarnados. Analisando resgates através de acidentes desta ordem, segundo o orientador, " ... fatalmente seriam compelidos à autópsia de situações e problemas suscetíveis de plasmar imagens destrutivas no ânimo de muitos daqueles que ambos se propõem auxiliar.", insuflando-lhes " ... o vírus do medo, tanta vez portador do desânimo e da morte."
3) Como entender as seguintes assertivas:
a) "que se o desastre é o mesmo para todos os que tombaram, a morte é diferente para cada um"; "Corpo inerte
nem sempre significa libertação da alma" e "Assim é que morte física não é o mesmo que emancipação espiritual"?
R - Após a morte do corpo físico, o espírito não se desprende instantaneamente. Ao contrário, este desprendimento se dá gradualmente, variando conforme o estado evolutivo do espírito. Em alguns opera-se rapidamente; em outros pode levar dias, meses e até anos. Aquele que se dedicou na vida terrena a atividade intelectual e moral, mantendo pensamentos elevados, o desprendimento pode começar antes mesmo da cessação da vida do corpo, dando-se a separação quase que instantaneamente após a morte. Ao contrário, nos que se acham mais fortemente identificados com a matéria, o desprendimento é mais penoso, demandando um tempo maior para a separação definitiva. Por esta razão é que o Instrutor Druso afirmou que o desastre é o mesmo, mas a morte é diferente para cada um, ou seja, a mesma causa pode gerar conseqüências diferentes.
b) "grau de animalização dos fluidos que lhes retêm o Espírito à atividade corpórea"?
R - Para que o espírito, envolvido em seu perispírito, possa se unir ao corpo físico, é indispensável a ação do fluido vital. Este funciona como se fosse uma "cola", "colando" o perispírito ao corpo de carne. É o elemento que une o espírito e seu perispírito ao corpo físico, animando-o. Sem ele, a matéria é inerte e não pode abrigar um espírito. Quando os elementos essenciais ao funcionamento do corpo se tornam impotentes para reter o fluido vital, o corpo morre. O espírito, sempre com seu perispírito, se "descola" da matéria e se libera, retornando, livre, ao plano espiritual. O princípio vital volta à massa de onde saiu e a matéria, inerte, se decompõe e vai formar novos organismos.
Conforme explicou Druso, "quanto mais chafurdamos o ser nas correntes de baixas ilusões, mais tempo gastamos para esgotar as energias vitais que nos aprisionam à matéria pesada e primitiva de que se nos constitui a instrumentação fisiológica, demorando-nos nas criações mentais inferiores a que nos ajustamos, nelas encontrando combustível para dilatados enganos nas sombras do campo carnal, propriamente considerado. E quanto mais nos submetamos às disciplinas do espírito, que nos aconselham equilíbrio e sublimação, mais amplas facilidades conquistaremos para a exoneração da carne em quaisquer emergências de que não possamos fugir por força dos débitos contraídos perante a Lei". Por esta explicação, podemos entender que, quanto mais nosso psiquismo se mantém preso à vida terrena, mais animalizados serão os fluidos que ligam o espírito ao corpo físico, tornando mais demorado o processo de rompimento desta ligação.
4) Explique, justificando, de que forma entendermos "resgates coletivos".
R - Resgates coletivos são aqueles em que espíritos que se comprometeram juntos perante a lei são reunidos por força da lei de causa e efeito para, coletivamente, saldarem suas dívidas, através da expiação coletiva. O texto a seguir transcrito, de Allan Kardec, contido no livro "Obras Póstumas", sob o título "As expiações coletivas", é bastante esclarecedor a respeito do tema:
" Não se pode duvidar de que haja famílias, cidades, nações, raças culpadas, porque, dominadas por
instintos de orgulho, de egoísmo, de ambição, de cupidez, enveredam por mau caminho e fazem
coletivamente o que um indivíduo faz insuladamente. Uma família se enriquece à custa de outra; um
povo subjuga outro povo, levando-lhe a desolação e a ruína; uma raça se esforça por aniquilar outra raça.
Essa a razão por que há famílias, povos e raças sobre os quais desce a pena de taliâo.
Quem matou com a espada perecerá pela espada, são palavras do Cristo, palavras que se podem traduzir
assim: Aquele que fez correr sangue verá o seu também derramado; aquele que levou o facho do incêndio
ao que era de outrem, verá o incêndio ateado no que lhe pertence; aquele que despojou será despojado;
aquele que escraviza e maltrata o fraco será a seu turno escravizado e maltratado, quer se trate de um
indivíduo, quer de uma nação, ou de uma raça, porque os membros de uma individualidade coletiva são
solidários assim no bem como no mal que em comum praticaram."
5) Explique, justificando, a questão sobre as escolhas de provas e resgates.
R - Salvo no caso dos que se encontram em acentuado grau de perturbação e sofrimento, ao espírito cabe a escolha do gênero
de provas a que se submeterá na nova existência corpórea. As tribulações por que passará, as ocorrências de somenos importância, secundárias, que nenhuma conseqüência trarão para a sua evolução, estas serão resultantes do tipo de prova escolhido. Somente os fatos principais, diretamente ligados às suas necessidades evolutivas são previstos antes da
reencarnação. Escolhendo o gênero de suas provas, o espírito sabe, antecipadamente, o tipo de dificuldade que encontrará.
Mas não poderá saber se cairá ou se terá êxito no seu enfrentamento.
Quando o espírito está consciente de suas faltas e imperfeições, escolhe o gênero de provas de acordo com a natureza destas, impondo-se uma existência que o permita resgatar os débitos contraídos perante a Lei: de miséria e privações, para provar sua resignação e coragem para suportá-la; outros optam por uma vida na riqueza, para provar sua resistência ao abuso e às paixões inferiores que este tipo de experiência proporciona; outros escolhem uma existência em que tenham contato com os vícios, para provarem sua força na luta contra eles e outros sujeitam-se a desencarnações em circunstâncias violentas, resgatando dívidas contraídas no passado, por terem provocado desencarnações de idêntica natureza em seus semelhantes. Enfim, ao escolher suas provas e resgates, o espírito sempre leva em consideração a sua natureza, optando por aquelas que o permitirão quitar débitos pretéritos, possibilitando a retomada de sua evolução.
6) Relacione, explicando e justificando, a questão sobre os pais perante os débitos e resgates dos filhos.
R - Conforme explicou o orientador, os espíritos que necessitam passar por lutas expiatórias reencarnam junto a outros que com eles se acumpliciaram em delitos no passado ou que faliram junto aos filhos na missão que a paternidade representa, de torná-los pessoas de bem. Estes espíritos retornam como seus pais, para que, através da saudade e da dor geradas pela desencarnação do filho de forma violenta, resgatem também suas faltas.
Amanhã na Sala:
Capítulo 19 - Sanções e auxílios
Equipe CVDEE
Sala André Luiz
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