Libertação

015 – Finalmente, o socorro

Caros amigos, segue mais um estudo da obra de André Luiz.
Que possamos ser iluminados por Jesus em nossos estudos.
Um abraço a todos ...


Livro: Libertação
Capítulo XV - Finalmente, o socorro


Entusiasmado com a atuação do nosso Instrutor, Saldanha entregou-se a gestos de humildade
quase ingênua, e tanto ele quanto Leôncio passaram a cooperar ativamente conosco nos preparativos
em benefício da solução que buscávamos.

Ambos solicitaram continuidade do mesmo quadro ambiente, para não acordarmos, contra nós,
desavisadamente, a fúria das entidades ignorantes que se mantinham em posição contrária à nossa.

(...)

Ouvindo-lhes os pareceres, atentei para a situação de Gaspar, sem dissimular minha
justificada estranheza. O hipnotizador, de presença desagradabilíssima pelos fluidos menos
simpáticos que emitia, continuava ausente de nossas conversações. O próprio olhar, quase vítreo,
incapaz de fixar-nos, dava idéia de paralisia da alma, de petrificação do pensamento.

Não podendo sofrear a curiosidade por mais tempo, indaguei de Gúbio quanto ao que lhe
ocorria. (...) Respondia às mais longas e importantes perguntas, através de monossílabos, de
modo vago, e demonstrava insistência irredutível, no setor de flagelação à vítima.

O orientador, agora liberto de cuidados, esclareceu, prestimoso:

- André, há obssessores marcadamente endurecidos de coração que se petrificam quando
sob a influência de perseguidores ainda mais fortes e mais perversos que eles mesmos.
Inteligências
temíveis das trevas absorvem certos centros perispiríticos de determinadas entidades que se
revelam pervertidas e ingratas ao bem e utilizam-nas na extensão do mal que elegeram por
sementeira na vida. Gaspar encontra-se nessa situação. (...) Demora-se em aflitivo pesadelo, à
maneira do homem comum, dentro do qual a dilaceração de Margarida se lhe torna a idéia fixa,
obcecante.

- Mas não poderá reintegrar-se na posse dos sentidos naturais ? inquiri, sob forte
impressão.

- Perfeitamente. O magnetismo é uma força universal que assume a direção que lhe
ditarmos. Passes contrários à ação restitui-lo-ão à normalidade. Tal operação, contudo, exige
momento adequado. Há necessidade, no feito, de recursos regeneradores intensivos, suscetíveis
de serem encontrados junto a serviços de grupo, em que a colaboração de muitos se entrosa a
favor de um só, quando necessário.

(...)

- (...) Aguardemos a noite. Espero situar o caso em algum núcleo de amor fraternal. Até
lá convém guardarmos o ambiente doméstico sem alterações, mesmo porque Gaspar é outro doente,
exigindo especial atenção: traz o veículo perispirítico enfermiço e viciado, reclamando caridoso
concurso.

Mal não havia terminado a observação e Gabriel entrou no aposento e abeirou-se da esposa,
desalentada e abatida.

Gúbio agora, senhor da situação, aproximou-se do rapaz, sem alarde, e colocou sobre a
fronte dele a destra paternal, dominando-lhe, no cérebro, as zonas diretas da inspiração, dando
curso, naturalmente, a forças magnéticas suscetíveis de inclinar o problema de assistência a
solução favorável.

Reparei que o esposo de Margarida, sob a influência reparadora, passou a contemplar a
companheira, enternecidamente. Tomou-lhe as mãos com sincera ternura e falou, espontâneo:

- Margarida, dói-me ver-te assim, sob desânimo tão profundo.

(...)

- Ouve ! Uma idéia súbita me brotou no pensamento. Desde muitos dias estamos atropelados
por remédios violentos e medidas drásticas que não te socorreram com a eficiência precisa.
Consentes em que eu peça, em nosso favor, o concurso de algum amigo interessado em Espiritismo
Cristão ?

(...) a doente abriu os olhos, cheios de interesse novo, como quem encontrara inesperada
senda salvadora e concordou, feliz:

(...)

Internara-me em atividade absolutamente nova para mim e desejava ampliar conhecimentos
e recursos. Considerei que um trabalhador incompleto, em minha posição, precisa estudar sempre e,
aproximando-me do verdugo transformado em amigo, interroguei:

- Saldanha, como explicar tamanho temor de nosso lado, perante os companheiros
retardados ?

Ele fixou em mim o olhar espantado e observou:

- Meu caro, conheço suficientemente este capítulo. Se nos dispusermos a lutar abertamente,
conservando conosco esta jovem senhora enferma, em padrão físico de menor resistência, o malogro
em nossos objetivos de socorro a ela será questão de alguns minutos. Nos círculos inferiores em
que nos encontramos, a maldade é força dominante em quase toda parte, contando com intérpretes que
nos vigiam através de todos os flancos e nã nos é fácil escapar. Para combater o mal e vencê-lo,
urge possuir a prudência e abnegação dos anjos. De outro modo é perder tempo e cair, sem defesa,
em perigosas armadilhas das trevas.

(...)

- Eu mesmo, logo depois de minha vinda, tudo fiz por fugir ao mal, mas em vão. Velhas
orações por mim aprendidas no recesso do lar, que o tempo não consumiu de todo em meu espírito,
articuladas então por minha boca, mereceram sarcasmo cruel dos inimigos do bem. Em verdade,
pensamentos menos dignos me povoavam a cabeça, mas a vontade de melhorar-me era sincera em meu
coração. Esforcei-me de alguma sorte, reagi quanto pude; todavia, meu impulso para o bem
legítimo era, no fundo, um sopro frágil à frente de um tufão. Ao contacto dessa gente
desencarnada,
infeliz e vingativa, perdi o resto da compustura moral que procurava debalde sustentar. Se a alma,
liberta do corpo de carne, não se encontra amparada em princípios robustos de virtude
santificante,
sentida e vivida, é quase impossível sair vitoriosa das ciladas escuras que nos armam.

- Entretanto - objetei -, não será essa atitude mero reflexo da ignorância insustentável ?

- Admito que sim - elucidou o obssessor modificado, surpreendendo-me pela clareza de
argumentação -; todavia não desconheces que a maior dificuldade não nasce da ignorância em si
mesma,
mas de nossa dureza contrária à capitulação indispensável. A sabedoria golpeia a insciência, a
bondade humilha a perversidade, o amor verdadeiro sitia o ódio num círculo de ferro; no entanto,
aqueles que são surpreendidos no campo da inferioridade manobram contra o bem, deliberadamente,
mil
armas de despeito, calúnia, inveja, ciúme, mentira e discórdia, provocando pertubação e desânimo.

Assinalando-lhe a palavra tão fortemente esclarecida, cuja desenvoltura e acerto me
assombravam, ponderei:

- Teu próprio caso é um exemplo vivo. Espanta-me o cabedal de teus comentários inteligentes.
De nenhum modo poderias ser um ignorante.

- Ah ! sim ! - replicou o ex-verdugo, sorrindo - inteligência não me falta. Leitura, idem.
Estou positivamente informado com relação aos deveres de ordem geral que me competem. Faltava-me,
contudo, a companhia de alguém que conseguisse mostrar-me a eficiência e a segurança do bem, no
meio de tantos males.

(...)

- Sei, porém, de experiência própria, quem são os revoltados em cuja equipe trabalhei até
ontem. Francamente, ainda não sei com certeza que será de mim mesmo. Perseguir-me-ão sem tréguas.
Se puderem, conduzir-me-ão ao vale de miséria e penúria. Noto, contudo que transformação salutar
me possui agora o espírito. Convenci-me de que o bem pode vencer o mal e espero que o nosso
Instrutor não me abandone. Ainda que eu sofra, a ele acompanharei. Não pretendo regressar ao
repugnante caminho percorrido.

(...)

Sorriam satisfeitos, quando Gúbio retornou ao compartimento da enferma, notificando que o
problema fora resolvido. Margarida e o esposo compareceriam na noite próxima a uma reunião
familiar,
importante setor de socorro mediúnico.

A doente encarnada e Gaspar, o hipnotizador traumatizado, receberiam recursos eficientes.

Com ansiedade, aguardamos o anoitecer.

De quando em quando, Gúbio colocava a destra sobre a fronte da enferma, como a acentuar-lhe
a resistência geral.

Por volta de vinte horas, um automóvel recebia o casal, que se fêz acompanhado por nós e
pelo grande número de "ovóides", ainda ligados à cabeça da enferma sob processo de imantação.

Saldanha tivera o cuidado de despistar todos os companheiros perturbadores que intentavam
seguir-nos. Tranquilizou-os com palavras amigas, afirmando, aliás com muita razão, que o assunto
vinha sendo bem tratado.

Alcançando confortadora vivenda, fomos admiravelmente recebidos.

O senhor Silva, dono da casa, acolheu Gabriel e a esposa com inequívocas demonstrações de
carinho e Sidônio, o diretor espiritual dos trabalhos que se realizariam, estendeu-nos braços
fraternais. Lá dentro, quatro cavalheiros e três senhoras, os componentes habituais do circulo
doméstico, ao que fomos informados, passaram atrocar idéias com os visitantes, reanimando-os e
instruindo-os, até que o relógio indicasse o momento extao para os serviços da noite.

À indagação de Gúbio, Sidônio esclareceu, muito seguro:

- Nosso agrupamento produz satisfatoriamente; entretanto, poderia levar mais ampla colheita
de bençãos se a confiança no bem e o ideal de servir fossem mais dilatados em nossos colaboradores

no plano físico. Sabemos que a instrumentalidade é essencial em qualquer serviço. (...) Sem
companheiros encarnados que nos correspondam aos objetivos na ação santificante, como estabelecer
a
espiritualidade superior na Crosta da Terra ? Efetivamente, encontramos irmãos dispostos ao
concurso
fraternal, embora, é forçoso dizer, a maioria espere a mediunidade espetacular, a fim de cooperar
conosco. Não procuram saber que todos somos médiuns de alguma força boa ou má, em nossas
faculdades
receptivas. Não aceitam as necessidades do serviço que nos aconselham a buscar desenvolvimento
substancial na auto-iluminação, através do serviço aos nossos semelhantes, e tocam a exigir dons
medianímicos, quais se fossem dádivas milagrosas a serem transmitidas graciosamente àqueles que se
lhes candidatam aos benefícios, por intermédio da antiga "varinha de condão". esquecem-se de que a

mediunidade é uma energia peculiar a todos, em maior ou menor grau de exteriorização, energia essa

que se encontra subordinada aos princípios de direção à lei do uso, tanto quanto a enxada que pode

ser mobilizada para servir ou ferir, conforme o impulso que a orienta, melhorando sempre, quando
em
serviço metódico, ou revestindo-se de ferrugem asfixiante e destrutiva, quando em constante
repouso.
Nossos amigos não percebem o valor de uma atitude desassombrada e permanente de fé positiva,
dentro
do caminho louvável, haja o que houver, e, não obstante cuidarmos devotadamente da crença deles,
com
a mesma ternura consagrada pelo lavrador vigilante à plantinha tenra que encerra a esperança do
porvir,
basta que espíritos perturbadores ou maliciosos os visitem, sutis, à maneira de melros num
arrozal, e
lá se vão os germens superiores que lhes confiamos, incessantemente, ao solo do coração. De um
instante
para outro, duvidam de nosso esforço, desconfiam de si mesmos, cerram os olhos ante a grandeza das
leis
que os cercam nos ângulos da natureza terrestre, e as energias mentais que deveriam centralizar em

construção ativa e santificante, com vistas ao aprimoramento próprio, são desbaratadas quase que
diariamente pela argumentação mentirosa de espíritos ingratos e menos permeáveis ao bem.

(...)

- Sim, coletivamente considerando, reúnem-se agora, sob este teto amigo, e procuram-nos a
companhia espiritualizante. Isto, porém, acontece por seis horas, nas cento e sessenta e oito
horas de
cada semana. Enquanto conosco, deixam-se envolver nas suaves irradiações da paz e da alegria, do
bom
ânimo e da esperança, registrando-nos as vibrações edificantes das quais desejávamos fossem eles
nossos portadores permanentes e seguros na esfera vulgar da luta humana. Todavia, tão logo se
encontram
a pequena distância de nossas portas, aceitam ou provocam milhares de sugestões sutis, diferentes
das
nossas. (...) Raros se capacitam de que a fé representa benção suscetível de ser aumentada,
indefinidamente, e fogem ao serviço que a conservação, a consolidação e o crescimento desse dom
nos
oferecem a todos.

(...)

Para os trabalhos da reunião que congregava nove pessoas terretres, vinte e um colaboradores
espirituais se movimentaram em nosso círculo de ação.

Gúbio e Sidônio, em esforço conjugado, efetuaram operações magnéticas ao redor de Margarida,
desligando finalmente os "corpos ovóides" que foram entregues a uma comissão de seis companheiros
que os conduziram, cuidadosamente, a postos socorristas.

Logo após, enquanto a prece e os estudos evangélicos se faziam ouvir, dentro das
contribuições de nosso círculo, grande cópia de forças nêurica, com a devida compensação em
fluidos
revigoradores de nossa esfera, foi extraída, através da boca, narinas e mãos dos assistentes
encarnados, força essa que Gúbio e Sidônio aplicaram sobre Margarida e Gaspar, no evidente intuito
de erstaurar-lhes as energias perispiríticas.

A jovem senhora passou a demonstrar abençoados sibnais de alívio e Gaspar, de impassível
que se achaca, pos-se a gemer, qual se houvera acordado de intenso e longo pesadelo.

A essa altura, nosso orientador preparou Dona Isaura, senhora daquele doméstico e médium
do culto familiar, adestrando-lhe a faculdade de incorporação, por intermédio de passes magnéticos

sobre a laringe e, em particular, sobre o sistema nervoso. Quando a hora de amor cristão aos
desencarnados começou a funcionar, os orientadores trouxeram Gaspar à organização medianímica, a
fim de que pudesse ele recolher algum benefício, ao contacto dos companheiros materializados na
experiência física, que lhe haviam fornecido energias vitalizantes, tal como acontece às flores
que sustentam, sem perceber, o trabalho salutar das abelhas operosas.

Reparei que os sentidos do insensível perseguidor ganharam inesperada percepção. Visão,
audição, tato e olfato foram nele subitamente acordados e intensificados. Parecia um sonâmbulo,
despertando À medida que se lhe casavam as forças às energias da médium, mais se acentuava o
fenômeno de reavivamento sensorial. Apossando-se provisoriamente dos recursos orgânicos de Dona
Isaura, em visível processo de "enxertia psíquica", o hipnotizador gritou e chorou lamentosamente.
(...) Escutando agora, com aguçada sensibilidade, conversou detidamente com o doutrinador. O
senhor Silva, marido da médium, fez-lhe sentir a necessidade de renovação espiritual em edificante

lição que nos tocava as fibras mais íntimas, e, depois de sessenta minutos de exaustivo embate
emocional, Gaspar foi conduzido por dois servidores de nossa equipe ao lugar que lhe correspondia,
isto é, à posição de demente com retorno gradativo à razão.

Findos os serviços ativos, a reunião foi encerrada, notando-se que imensa alegria
transbordava de todos os corações.

Margarida estava, enfim, aliviada e, em pranto, pedia ao esposo agradecesse, de viva voz,
as dádivas recebidas.

Gúbio, porém, vendo Saldanha espantadiço, obtemperou:

- O triunfo essencial não veio. Margarida recebeu amparo imediato, mas precisamos agora
socorrer-lhe a casa, até que ela mesma incorpore à própria individualidade, em caráter definitivo,

os benefícios aqui recolhidos.

Sorriu bondosamente e acrescentou:

- Para que uma planta seja efetivamente preciosa, não basta que esteja bela e perfumada na
estufa protetora. É necessário receber o auxílio externo, consolidando a resistência própria, de
modo a produzir utilidades no bem comum.

E passando a entender-se com Sidônio, aceitou a colaboração, por dez dias sucessivos, de doze
companheiros espirituais incorporados ao agrupamento destinado a reforçar as atividades defensivas
na
moradia de Gabriel, de vez que, segundo Saldanha e Leôncio, do dia seguinte em diante, teríamos
guerra
aberta com os assalariados de Gregório, que viriam naturalmente sobre nós, temíveis e insistentes.


Questões para estudo:

1) No trecho: "Se a alma, liberta do corpo de carne, não se encontra amparada em princípios
robustos de virtude santificante, sentida e vivida, é quase impossível sair vitoriosa das ciladas
escuras que nos armam.", verifica-se a importância não somente do conhecimento como da

Conclusão



Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE


Sala Nosso Lar


Livro em estudo: Libertação
Tema: Finalmente, o socorro
Referência: Capítulo XV
Data: 15/11/01


C O N C L U S Ã O

Nesse capítulo, André Luiz nos narra uma reunião realizada em residência que servia de posto de socorro
mediúnico usado pela Espiritualidade. Através da aplicação de passes magnéticos, transfundindo-lhes energias
vitalizantes, os benfeitores conseguiram liberar Margarida da imantação dos ovóides que a tormentavam. Também
mediante esse tratamento, um de seus perseguidores foi libertado do estado próximo ao sonambulismo em que se
encontrava, que o fazia agir quase que mecanicamente na tortura que infligia à enferma.



QUESTÕES PARA ESTUDO

1.- No trecho: "Se a alma, liberta do corpo de carne, não se encontra amparada em princípios robustos de virtude
santificante, sentida e vivida, é quase impossível sair vitoriosa das ciladas escuras que nos armam.", verifica-se a
importância não somente do conhecimento como da prática cristã. Comente.

O ex-obsessor, que agora trabalhava no mesmo sentido dos benfeitores espirituais, adverte para a necessidade
de estarmos sempre vigilantes aos nossos atos e pensamentos. As situações que se nos apresentam no mundo
espiritual, que Saldanha denominou "ciladas escuras que nos armam", são tão ou mais perigosas que as enfrentadas
enquanto encarnados. Por isso, é necessário o conhecimento e a prática dos preceitos contidos na Lei de Deus, que
Jesus veio nos lembrar, para que, ao desencarnarmos, venhamos nos encontrar amparados por esses "princípios
robustos de virtude santificante, sentida e vivida", a que se referiu Saldanha. O espírito que desencarna desprovido
desses princípios torna-se presa fácil de entidades perversas, que se destinam à prática do mal e que com ele se
afinizam, levando-o a sentimentos como o de vingança, que dominava o antigo obsessor. Com isso, sofrimento, dor e
evolução estagnada.


2.- Para que houvesse um melhor tratamento de Margarida e Gaspar, houve a necessidade do contato com energias
de colaboradores encarnados voltados a ações cristãs. Por que?

Pelo que se pode depreender do relato de André Luiz, para que Margarida e Gaspar despertassem do estado
em que se encontravam,semelhante ao estado sonambúlico era necessária uma transfusão de energias vitalizantes,
que só podem ser extraídas da matéria densa portada pelo espírito encarnado. Graças a essas energias, o perseguidor
de Margarida despertou para retomar a percepção de seus sentidos.


3.- Qual a importância do Culto no Lar? Como deve ser feito?

O chamado "Culto no Lar" deve ser uma reunião de estudo do Evangelho, à luz da Doutrina Espírita, realizada
entre os membros da família. Deve-se rogar a assistência dos bons espíritos, sem, contudo, fazer-se evocação de
espíritos, pois o ambiente familiar não é apropriado para recebimento de mensagens mediúnicas. Feita uma prece de
abertura, estuda-se um trecho do Evangelho, comenta-se esse texto, extraindo as lições nele contidas e encerra-se
a reunião com nova prece. Essa reunião higieniza o ambiente espiritual da casa, formando um cordão de proteção
contra a ação de espíritos malignos. No livro "Os Mensageiros", André Luiz narra que, ao se aproximar de uma
residência onde o culto no lar era realizado regularmente, notou, em torno dela, uma aura de luz que impedia a
aproximação de espíritos de baixa vibração.


4.- A ligação com os benfeitores espirituais deve se limitar ao Culto no Lar?

Devemos nos manter em permanente ligação com os benfeitores espirituais e não apenas durante o culto no lar.
Sabemos o quanto isso é difícil, pelas circunstâncias a que nos vemos arrastados pela experiência na matéria.
Porém, é fundamental que nos esforcemos nesse sentido, pois a qualidade da nossa sintonia é que vai definir as
nossas companhias espirituais e, em conseqüência, as influências que sofreremos.



5.- Explique: "Esquecem-se que a mediunidade é uma energia peculiar a todos, em maior ou menor grau de
exteriorização".

Sidônio, o benfeitor que iria dirigir o trabalho a ser realizado, ressaltou a importância das vibrações expendidas
pelos encarnados que participam desse tipo de reunião. Explicava que a maioria esperava a produção de fenômenos
mediúnicos admiráveis, como se fossem algo sobrenatural. Esquecem-se, continua o benfeitor em sua explicação,
que a mediunidade não é isso. A mediunidade é inerente a todos, em maior ou menor grau de manifestação externa
e que todos tem uma importante contribuição a dar nesse trabalho. A maioria dos participantes não aceitavam esse
fato de que o importante era o auxílio ao semelhante, não importando o tipo de trabalho a ser executado, por mais
simples que parecesse.


6.- Como nos defender do assalto de forças que podem desintegrar nossas convicções no caminho do bem?

Mantendo a boa sintonia acima mencionada, através do trabalho na caridade em favor do próximo necessitado, do
estudo evangélico e do cumprimento das Leis Naturais sempre. Assim procedendo, criamos barreiras que obstaculizam
a aproximação dessas forças deletérias, que podem investir contra as nossas boas convicções.


7.- De que forma foi possível reavivar sensorialmente Gaspar?

O orientador Sidônio conseguiu resgatar Gaspar do estado de quase sonambulismo em que se encontrava injetando-
-lhe energias vitalizantes extraídas da médium encarnada. À medida que ele absorvia essas energias, agregando-as às
próprias energias, sua percepção sensitiva ia sendo reavivada, até recuperar-se a ponto de conseguir se manifestar,
utilizando-se do aparelho mediúnico da médium.



Um fraternal abraço a todos.

Sala Nosso Lar
CVDEE