Libertação

009 – Perseguidores invisíveis


Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
Sala Nosso Lar


Livro em estudo: Libertação
Tema: Perseguidores invisíveis
Referência: Capítulo IX
Data: 04/10/01


RESUMO DO CAPÍTULO


" No dia imediato, pela manhã, em companhia de entidades ignorantes e transviadas, dirigimo-nos para
confortável residência, onde espetáculo inesperado nos surpreenderia.

" Indiscutivelmente, aquela construção residencial permanecia vigiada por carcereiros frios e impassíveis, a
julgar pelas sombras que os cercava.
Transpus o limiar, de alma opressa.
O ar jazia saturado de elementos intoxicantes. Dissimulei, a custo, o mal-estar, recolhendo impressões
aflitivas e dolorosas.
Entidades inferiores, em grande cópia, afluíram à sala de entrada, sondando-nos as intenções. De posse,
porém, das instruções do nosso orientador, tudo fazíamos para nos assemelharmos e delinqüentes vulgares.
Reparei que o próprio Gúbio se fizera tão escuro, tão opção na organização perispirítica, que de modo algum
se faria reconhecível, à exceção de nós que o seguíamos, atentos, desde a primeira hora.

" ... Saldanha, o diretor da falange operante, veio receber-nos. ...
- A jovem senhora vai cedendo, devagarinho - esclareceu o singular personagem.

" Margarida, pelo corpo perispirítico, jazia absolutamente presa, não só aos truculentos perturbadores que a
assediavam, mas também à vasta falange de entidades inconscientes, que se caracterizavam pelo veículo
mental, a se lhe apropriarem das forças, vampirizando-a em processo intensivo.
Em verdade, já observara, por mim, grande quantidade de casos violentos de obsessão, mas sempre dirigidos
por paixões fulminatórias. Entretanto, ali verificava o cerco tecnicamente organizado.
Evidentemente, as "formas ovóides" haviam sido trazidas pelos hipnotizadores que senhoreavam o quadro."

" A vampirização era incessante. As energias usuais do corpo pareciam transportadas às "formas ovóides",
que se alimentavam delas, automaticamente, num movimento indefinível de sucção."

" Margarida demonstrava-se exausta e amargurada.
Dominadas as vias do equilíbrio no cerebelo e envolvidos os nervos óticos pela influência dos hipnotizadores,
seus olhos espantados davam idéia dos fenômenos alucinatórios que lhe acometiam a mente, deixando
perceber o baixo teor das visões e audições interiores a que se via submetida."

" A meu ver, Gúbio conhecia todas as particularidades do assunto, mas, no propósito evidente de captar
simpatia, interrogou:
- E o marido?
- Ora - esclareceu Saldanha com escarninho sorriso -, o infeliz não tem a menor noção de vida moral. Não é
mau homem; todavia, no casamento foi apenas transferido de "gozador da vida"a "homem sério". A paternidade
constituir-lhe ia um trambolho e filhinhos, se os recebesse, não passaria para ele de curiosos brinquedos. Hoje,
conduzirá a esposa à igreja.
E, reforçando a inflexão sarcástica, acentuou:
- Vão à missa, na esperança de melhoras."

" Descendo à porta de elegante santuário, observei estranho espetáculo. A turba de desencarnados, em posição
de desequilíbrio, era talvez cinco vezes maior que a assembléia de crentes em carne e osso. Compreendi, logo,
que em maior parte ali se achavam com o propósito deliberado de perturbar e iludir."

" Penetramos o templo onde se comprimiam nada menos de sete a oito centenas de pessoas.
A algazarra dos desencarnados ignorantes e perturbadores era de ensurdecer. A atmosfera pesava. A respiração
fizera-se-me difícil pela condensação dos fluidos semicarnais ali reinantes; todavia, ao fixar os altares, confortante
surpresa aliviou-me o coração. Dos adornos e objetos do culto emanava doce luz que se espraiava pelos cimos
da nave visitada de sol: fazia-se perceptível a nítida linha divisória entre as energias da parte inferior do recinto e
as do plano superior. Dividiam-se os fluidos, à maneira de água cristalina e azeite impuro, num grande recipiente."

" Contemplando a formosa claridade dos nichos, perguntei ao nosso Instrutor:
- Que vemos? não reza o segundo mandamento, trazido por Moisés, que o homem não deve fazer imagens de
escultura para representar a Paternidade Celeste?
- Sim - concordou o orientador -, e determina o Testamento que ninguém se deve curvar diante delas. Efetivamente,
pois, André, é um erro criar ídolos de barro ou de pedra para simbolizar a grandeza do Senhor, quando nossa
obrigação primordial é a de render-lhe culto na própria consciência; entretanto, a Bondade Divina é infinita e aqui
nos achamos perante apreciável quantidade de mentes infantis.
E sorrindo, acrescentou:
- Quantas vezes, meu amigo, a criança acalenta bibelôs, a fim de preparar-se convenientemente para as
responsabilidades da vida madura? Ainda existem n Terra tribos primitivas que adoram o Pai na voz do trovão e
coletividades vizinhas da taba que fazem de vários animais objeto de idolatria. Nem por isso o Senhor as abandona.
... Há quase um século, as preces fervorosas d milhares deles aqui envolvem os nichos e apetrechos do culto. É
natural que resplandeçam, Através de semelhante material, os mensageiros celestes distribuem dádivas espirituais
com todos quantos sintonizem com o plano superior. A luz que oferecemos ao Céu serve sempre de base às
manifestações do Céu para a Terra."

" Reconheci que os crente elegante, ainda mesmo que desejassem orar com sinceridade, precisariam despender
imenso esforço.
... procedendo de mais alto, três entidades de sublime posição hierárquica se fizeram visíveis à santa mesa, com
o evidente propósito d ali semearem os benefícios divinos. Magnetizaram as águas expostas, saturando-as de
princípios salutares e vitalizantes, como acontece nas sessões de Espiritismo Cristão, e, em seguida, passaram
a fluidificar as hóstias, transmitindo-lhes energias sagradas à fina contextura."

" ... Logo após, quando se preparou a distribuir o alimento eucarístico entre os onze comungantes que se
prosternavam, humildes, à mesa adornada de alvo linho, notei que as hóstias, no prateado recipiente que as
custodiava, eram autênticas flores de farinha, coroadas de doce esplendor. Irradiavam luz com tanta força que o
magnetismo obscuro das mãos do ministro não conseguia inutilizá-las. Todavia, à frente da boca que se dispunha
a receber o pão simbólico, enegreciam como por encanto. Somente uma senhora, ainda jovem, cuja contrição era
irrepreensível, recolheu a flor divina com a pureza desejável. Vi a hóstia, qual foco de fluidos luminescentes,
atravessar a faringe, alojando-se-lhe a claridade em pleno coração."

" - Aprendeste a lição? O celebrante, apesar de consagrado para o culto, é ateu e gozador dos sentidos, sem
esforço interior de sublimação própria. A mente dele paira longe do altar. Acha-se sumamente interessado em
terminar a cerimônia com brevidade, de modo a não perder uma alegre excursão em perspectiva. Quantos aos que compareceram à mesa da eucaristia, cheios de sentimentos rasteiros e sombrios, eles mesmos se incumbem
de anular as dádivas celestes, antes que lhes tragam benefícios imerecidos. Temos aqui grande quantidade de
crentes titulares, mas muito poucos amigos do Cristo e servidores do bem."

" Absorto em fundas reflexões, ante o que me fora dado observar, acompanhei o nosso orientador e Elói, para
junto da enferma e do esposo, que se retiraram, de regresso ao lar, cercados pelo mesmo séquito de entidades
infelizes, sem a menor alteração."


QUESTÕES PARA ESTUDO

1.- Como explicar a transformação sofrida por Gúbio, espírito evoluído, de muita luz, incansável trabalhador do
plano espiritual, tornando-se "tão escuro, tão opaco na organização perispirítica, que de modo algum se faria
reconhecível"?

2.- André Luiz nos descreve um quadro em que a enferma é dominada pelas forças obsessoras de maneira
absoluta. Como aceitarmos essa situação sem questionarmos os atributos de justiça e bondade da divindade?

3.- Por que, apesar do ambiente sombrio da igreja a que se dirigiu a enferma estar dominado por entidades
perversas, os adornos e objetos de culto encontravam-se resplandecentes de luz?

4.- Com relação à hóstia que seria oferecida no sacramento da comunhão, o Autor relata que também irradiavam
luz resplandecente. Qual a razão de se tornarem enegrecidas ao serem introduzidas na boca dos comungantes?

5.- Concluindo o capítulo, André Luiz afirma que a enferma e o marido retornaram ao lar acompanhados da mesma
coletividade de entidades trevosas. Por que a ida àquele culto religioso não produziu o resultado esperado?


Muita paz a todos e bom estudo.

EQUIPE NOSSO LAR
C V D E E

Conclusão

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
Sala Nosso Lar


Livro em estudo: Libertação
Tema: Perseguidores invisíveis
Referência: Capítulo IX
Data: 04/10/01



C O N C L U S Ã O

A equipe de benfeitores chega à casa de Margarida. Encontram a enferma sob cerrado cerco das entidades
obsessoras. Inicialmente, Gúbio procurou tomar conhecimento da situação, constatando a gravidade do
quadro que encontrara. André Luiz afirma que jamais presenciara algo semelhante. Buscando auxílio
espiritual, a enferma, acompanhada de seu marido, compareceram a um culto religioso católico, sempre
acompanhada das entidades perseguidoras que não a largavam. O trio de benfeitores também lá foram,
narrando-nos, o Autor, nesse capítulo, como se desenrolou o culto e o seu resultado.


QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

1.- Como explicar a transformação sofrida por Gúbio, espírito evoluído, de muita luz, incansável trabalhador
do plano espiritual, tornando-se "tão escuro, tão opaco na organização perispirítica, que de modo algum se
faria reconhecível"?

O perispírito é matéria plástica, amoldável, que pode ser manipulada pelo pensamento. O grau em que
pode se operar essa manipulação depende do estado evolutivo do espírito. Quanto mais evoluído ele for,
com mais facilidade e em maior grau poderá atuar sobre o seu corpo perispiritual, dando-lhe a forma que
desejar.

Gúbio, com temos visto nos capítulos anteriores, é um espírito que se encontra em elevada posição na
escala evolutiva. É um benfeitor espiritual com muitos serviços prestados aos semelhantes. Nesta condição,
tinha ele plena capacidade para efetuar uma transformação em seu perispírito, de modo a evitar que fosse
revelada toda a sua real condição espiritual. Isso se fazia necessário para ludibriar as entidades obsessoras
que se encontravam na casa de Margarida e ser aceito como seu auxiliar no trabalho obsessivo que lá se
desenvolvia. Uma vez inserido no processo, atuaria no sentido de convencer aquelas entidades a modificarem
suas intenções.


2.- André Luiz nos descreve um quadro em que a enferma é dominada pelas forças obsessoras de maneira
absoluta. Como aceitarmos essa situação sem questionarmos os atributos de justiça e bondade da
Divindade?

Temos visto no estudo dessa e das outras obras do Autor que a obsessão é uma via de mão dupla, que
depende de sintonia entre obsessor e obsediado para se instalar. Como veremos nos capítulos seguintes,
a socorrida não mantinha uma sintonia espiritual saudável, encontrando-se ainda presa a acontecimentos
pretéritos da existência física, em que foram prejudicados seus principais atuais algozes.

Os atributos de justiça e bondade da Divindade são incontestáveis e ensinados pelos Espíritos. Todavia,
é certo, também, que o espírito tem o livre-arbítrio para gerir suas ações e seus pensamentos e que tudo o
que faz e pensa gera uma reação, boa ou má, dependendo da natureza desses atos e pensamentos. Deus
nos dá essa liberdade, mas, também, com o fim de garantir a harmonia do Universo, nos atribui
responsabilidade pela maneira como a usamos. Margarida estava colhendo o fruto do que plantara.


3.- Por que, apesar do ambiente sombrio da igreja a que se dirigiu a enferma estar dominada por entidades
perversas, os adornos e objetos de culto encontravam-se resplandecentes de luz?

A Espiritualidade Superior faz sempre a sua parte. O local, destinado a preces, contava com a proteção
dos benfeitores espirituais, que lá trabalhavam para dar aos participantes do culto todas as condições
necessárias ao melhor aproveitamento da reunião. Assim, os nichos, os adornos, os objetos de um modo
geral, que seriam utilizados para o culto, recebiam toda uma carga energética de bons fluidos, que deveria
ser absorvida pelos fiéis.


4.- Com relação à hóstia que seria oferecida no sacramento da comunhão, o Autor relata que também
irradiavam luz resplandecente. Qual a razão de se tornarem enegrecidas ao serem introduzidas na boca dos
comungantes?

Apesar de estarem positivamente fluidificadas as hóstias que seriam oferecidas aos freqüentadores, não
eram eles portadores de uma fé sincera, aquela vem do mais profundo do ser. A começar pelo próprio
celebrante do ato, que, conforme narração de André Luiz, não estava compromissado com a função, cumprindo
suas tarefas mecanicamente, totalmente desconcentrado e com o pensamento voltado às questões materiais.
Estando os comungantes no mesmo nível, à exceção de uma senhora presente, as energias negativas que
deles vibravam eram transferidas à hóstia quando esta lhes era aproximada, maculando-a. A senhora citada,
a única que se dedicava ao culto com contrição e uma fé sincera, recebeu a hóstia com fluidos luminiscentes,
que clarearam seu coração, segundo nos descreve o Autor.


5.- Concluindo o capítulo, André Luiz afirma que a enferma e o marido retornaram ao lar acompanhados da
mesma coletividade de entidades trevosas. Por que a ida àquele culto religioso não produziu o resultado
esperado?

Conforme nos foi descrito por André Luiz, tratava-se de um culto unicamente externo, meramente formal e
ritualístico. O sentimento de fé e a crença sincera em Deus não se faziam presentes. Apesar do auxílio da
Espiritualidade Superior, vibrando energias positivas sobre os objetos do culto, os participantes não se
sintonizavam com essas vibrações, não fazendo por merecê-las e impossibilitando a sua ação sobre eles.
Os que lá compareceram, assim como o próprio religioso celebrante, portavam-se como que cumprindo uma
obrigação, como se suas presenças no templo bastasse para lhes trazer o que almejavam.

Resta-nos, portanto, o exemplo de que o culto externo, meramente formal e apenas atendendo a um ritual
estabelecido, sem um sentimento sincero de amor a Deus, nenhum valor tem e não traz qualquer beneficio.
Conforme ensina a Doutrina Espírita, o culto que agrada a Deus é o interno, através da adoração verdadeira,
que é a que vem do coração, manifestada por um sentimento que sai de dentro de nós, impregnado de amor
e gratidão ao Criador de todas as coisas.


Muita paz a todos.

EQUIPE NOSSO LAR
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