A Gênese

041 – Os desertos do espaço (ítens 45 a 47)

1.- Inimaginável deserto sem limites estende-se além da aglomeração de estrelas fixas. Incomensuráveis planícies de
vácuo se distendem pela amplidão em fora. Os amontoados de matéria cósmica se encontram isolados no espaço,
como ilhas flutuantes de enormíssimo arquipélago. Se, de alguma forma, apreciarmos a distância enorme que separa
o aglomerado de estrelas de que fazemos parte, dos outros aglomerados mais próximos, veremos que essas ilhas
estelares se encontram disseminadas e que são raras no vastíssimo oceano dos céus. A extensão que as separa é
incomparavelmente maior do que as que lhes medem as respectivas dimensões.

2.- A nebulosa estelar mede, como já vimos, em números redondos, mil vezes a distância das estrelas mais próximas.
A distância que existe entre elas, sendo muito mais vasta, não poderia ser expressa por números acessíveis à nossa
compreensão. Só a imaginação é capaz de transpor tão prodigiosa imensidade.

3.- Além de tão vastas solidões, rebrilham mundos, tanto quanto nas regiões acessíveis às investigações humanas.
Para lá desses desertos, vagam, no éter límpido, esplêndidos oásis, que sem cessar renovam as cenas admiráveis da
existência e da vida. Sucedem-se lá os agregados longínquos de substância cósmica, que o profundo olhar do
telescópio percebe através das regiões transparentes do nosso céu e a que se dá o nome de nebulosas irresolúveis,
parecendo ligeiras nuvens de poeira branca, perdidas num ponto desconhecido do espaço etéreo.

4.- Lá, se revelam e desdobram novos mundos, cujas condições variadas e diversas das que são peculiares ao nosso
globo lhes dão uma vida que as nossas concepções não podem imaginar, nem os nossos estudos comprovar. É lá que,
em toda a sua plenitude, resplandece o poder Criador. Àquele que vem das regiões que o nosso sistema ocupa, outras
leis se deparam em ação e cujas forças regem as manifestações da vida. E os novos caminhos que se apresentam em
tão singulares regiões abrem-nos surpreendentes perspectivas.


Nota de Allan Kardec:

Dá-se, em Astronomia, o nome de nebulosas irresolúveis àquelas em cujo seio ainda se não puderam distinguir as
estrelas que as compõem. Foram, a princípio, consideradas acervos de matéria cósmica em vias de condensação para
formar mundos. Hoje, porém, geralmente se entende que essa aparência é devida ao afastamento e, com instrumentos
bastante poderosos, todas seriam resolúveis.

Para se ter uma idéia, Kardec compara aos grupos de centelhas projetadas pelas bombas dos fogos de artifício, no
momento de explodirem. Cada uma dessas centelhas figurará uma estrela e o conjunto delas a nebulosa, ou grupo de
estrelas reunidas num ponto do espaço e submetidas a uma lei comum de atração e de movimento. Vistas de certa
distância, mal se distinguem essas centelhas, tendo o grupo por elas formado a aparência de uma nuvenzinha de
fumaça.

Não seria exata esta comparação, se se tratasse de massas de matéria cósmica condensada. A nossa Via-Láctea é
uma dessas nebulosas. Conta perto de 30 milhões de estrelas ou sóis que ocupam nada menos de algumas centenas
de trilhões de léguas de extensão e, entretanto, não é a maior. Suponhamos uma média de vinte planetas habitados
circulando em torno de cada sol: teremos 600 milhões de mundos só para o nosso grupo.

Se nos pudéssemos transportar da nossa nebulosa para outra, aí estaríamos como em meio da nossa Via-Láctea,
porém com um céu estrelado de aspecto inteiramente diverso e este, mau grado às suas dimensões colossais, nos
pareceria, de longe, um pequenino floco lenticular perdido no infinito. Teríamos transposto incomensuráveis espaços
desprovidos de estrelas e de mundos, o que Galileu denominou os desertos do espaço. À medida que avançássemos,
veríamos a nossa nebulosa afastar-se atrás de nós, diminuindo de extensão às nossas vistas, ao mesmo tempo que,
diante de nós, se apresentaria aquela para a qual nos dirigíssemos, cada vez mais distinta, semelhante à massa de
centelhas de bomba de fogos de artifício. Transportando-nos pelo pensamento às regiões do espaço além do arquipélago
da nossa nebulosa, veremos em torno de nós milhões de arquipélagos semelhantes e de formas diversas contendo cada
um milhões de sóis e centenas de milhões de mundos habitados.
QUESTÕES PARA ESTUDO

a) Como podemos entender os chamados "desertos do espaço"?

b) Qual a contribuição do presente estudo para entendermos a afirmação de Jesus, de que "há muitas moradas na casa do Pai"?

c) c) Diante das informações contidas neste item, como interpretar a gênese moisaica, que considera a Terra a criação principal Deus?




Conclusão

C O N C L U S Ã O

Inimaginável deserto sem limites estende-se além da aglomeração de estrelas fixas. Incomensuráveis planícies de vácuo se distendem pela amplidão em fora. Amontoados de matéria cósmica se encontram isolados no espaço, como ilhas flutuantes de enormíssimo arquipélago. Se, de alguma forma, apreciarmos a distância enorme que separa o aglomerado de estrelas de que fazemos parte, dos outros aglomerados mais próximos, veremos que essas ilhas estelares se encontram disseminadas e que são raras no vastíssimo oceano dos céus.
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

a) Como podemos entender os chamados "desertos do espaço"?

R - Por "desertos do espaço" é denominada a inimaginável região existente no espaço universal, localizada além da Via-Láctea que é por nós conhecida. São planícies de vácuo que se distendem pela amplidão afora, formadas por amontoados de matéria cósmica que se encontram isolados no espaço, como ilhas flutuantes de enormíssimo arquipélago, em região de dimensões incomensuráveis. Sua extensão não pode ser expressa por números acessíveis à nossa compreensão. De acordo com as hipóteses mais atualizadas da ciência, os desertos do espaço que separam os superaglomerados de galáxias atingem dimensões da ordem de 150 a 200 milhões de anos-luz. Somente através da imaginação nos é possível transpor tamanha imensidade.

b) O que existe além dos desertos do espaço?

R - Nesta vasta região entre galáxias, conhecida como "desertos do espaço", sucedem-se longínquos agregados de matéria cósmica, que, por serem ainda inacessíveis às investigações humanas e que são percebidas por telescópio através das regiões transparentes do nosso céu, são denominadas em Astrologia pelo nome de "nebulosas irresolúveis". São mundos novos que surgem, com condições de vida variadas e diversas das existentes na Terra, parecendo aos nossos olhos ligeiras nuvens de poeira branca, perdidas no espaço sideral ainda desconhecido. Lá, a vida apresenta-se de forma inimaginável para nós, regida por leis e forças que nos são também desconhecidas, mas, certamente, diferentes das vigentes em nosso planeta.

c) Diante das informações contidas neste item, como interpretar a gênese moisaica, que considera a Terra a criação principal Deus?

R - A formação dos sóis, dos planetas e seus satélites, os cometas, a nossa Via-Láctea, os desertos do espaço, tudo serve para nos mostrar a grandiosidade da criação de Deus, sua magnificência e como ela é infinita. Por mais que procurássemos, em nossa imaginação, encontrar um termo, tal não seria possível. A sabedoria divina e a grandiosidade de sua criação ficam evidentes. Tudo funciona conforme projetado. Nada é inútil. Todos os corpos do Universo têm a sua finalidade, com as suas funções definidas pelo Poder do Supremo Criador. Tudo a mostrar a insignificância da Terra em todo o contexto do Universo. A gênese moisaica, com os poucos conhecimentos de que se dispunha à época, considerou, equivocadamente, a Terra como o ponto principal da Criação.