A Gênese
007 – Caráter da revelação espírita (ítens 31 a 38)
1.-Através da Doutrina Espírita o homem tem agora certeza de é um ser único, com características próprias, capaz de estabelecer contatos com outros mundos e com os chamados "mortos". Tem ciência de que em seu futuro colherá o que está plantando hoje, assim como está colhendo o que plantou no passado através dos seus atos e sabe também que a morte é somente uma passagem para a verdadeira vida, que fomos criados para sermos imortais e felizes.
2.- Pela observação e estudo da situação dos espíritos desencarnados tem conhecimento de que sua felicidade ou infelicidade depende somente de suas atitudes. Sabe que o verdadeiro e sincero arrependimento de suas faltas e consequente reparacao de seus erros lhe trará essa tão almejada felicidade. Com isso fecham-se para sempre as portas do inferno e do purgatório, pois estes são incompatíveis com a justiça divina.
3.- O Espiritismo vem nos mostrar a reencarnação como instrumento de evolução e aperfeiçoamento. Pela pluralidade das existências explicam-se todas as aparentes injustiças que existem no mundo assim como as diferenças individuas, intelectuais e morais.
4.- A Doutrina Espirita acaba com os privilégios materiais, raciais e geográficos, visto que podemos renascer nas mais diferentes situações e locais. Hoje somos senhores, amanhã poderemos renascer como escravos, se hoje somos ricos, em um futuro próximo poderemos reencarnar pobres. Esse aprendizado, através das várias encarnações, nos propicia o crescimento e o melhor entendimento do nosso próximo tornando-nos iguais perante as leis naturais. Temos portanto o Espiritismo igualando os homens, tornando-os irmãos, libertando-nos dos preconceitos.
5.- Os laços familiares e de amizade se tornam mais sólidos, porque nao duram somente uma vida, são eternos e trabalhados e vividos em várias vidas, fazendo com que haja um compromisso moral do individuo para com o seu semelhante e com ele mesmo.
6.- A alma pré-existe e portanto cai por terra a teoria do pecado original que torna todos os homens responsáveis pelo ato de um só (Adão), o que vai contra a justiça de Deus. Como espiritos eternos, trazemos ao renascer o carater e personalidade que fomos formando ao longo de vidas sucessivas. Reencarnamos com nossas tendencias boas e más e estas ultimas sim são nossos vícios originais. Mas isso não quer dizer que tenhamos que conviver com eles para sempre.
7.- O renascimento é a oportunidade que temos para nos melhorar, combatendo nossas más tendências e quando chegar a hora de partirmos possamos seguir viagem, melhores do que aqui chegamos fazendo com que em nossas próximas vidas levemos na nossa bagagem mais virtudes originais até o momento em que espiritos puros poderemos então continuar a trabalhar e a crescer, pois esta é a nossa missao: trabalhar sempre, estudar sempre, melhorar sempre.
QUESTÕES PARA ESTUDO E PARTICIPAÇÃO:
a) As relações estabelecidas entre os espiritos encarnados e espiritos desencarnados levam-nos a quais certezas?
b) De quem depende a nossa felicidade e por que?
c) Qual a finalidade da reencarnação?
d) Qual a diferença entre pecado original e vicio original?
e) Quando renascemos trazemos conosco uma bagagem. Ao encerrarmos esta vida qual a bagagem que levamos? É a mesma?
Se mudou, mudou em que?
Conclusão
C O N C L U S Ã O
O Espiritismo, ainda que apenas trouxesse ao homem a comprovação da vida futura, teria feito mais pelo seu aperfeiçoamento moral do que todas as leis disciplinares, que o detêm algumas vezes, mas que o não transformam. Estabelecendo o intercâmbio entre aqueles que deixaram a Terra e os que aqui se encontram e melhor esclarecendo acerca da lei natural da reencarnação, até então conhecida mas não corretamente compreendida, o Espiritismo não só comprova, materialmente, a realidade da existência e da individualidade do espírito, como faz o homem melhor compreender sua realidade existencial e a necessidade de sua transformação moral para que consiga alcançar a almejada felicidade.
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
a) De que forma o conhecimento das relações entre espíritos encarnados e desencarnados faz o homem melhor compreender
a realidade da sua existência?
R - As relações entre os dois planos de vida traz ao homem a prova material da sua natureza espiritual, da sua individualidade como espírito imortal e da solidariedade que une todos os seres da criação, encarnados, desencarnados e até os que estão vinculados a outros planetas. Além disso, este relacionamento contribui para uma melhor compreensão da nossa realidade existencial ao trazer o conhecimento:
- da situação dos espíritos que deixaram a Terra e que se encontram no mundo espiritual;
- de suas migrações, através das sucessivas reencarnações;
- das suas alegrias e de seus sofrimentos, enquanto espíritos desencarnados;
- das causas por que são felizes ou infelizes, conforme o bem ou o mal que tenham feito, pois a felicidade ou desdita na vida espiritual depende do seu grau de perfeição ou imperfeição, pois cada um é punido naquilo em que pecou.
- de que todos podem abreviar seus sofrimentos, fazendo-os cessar através do arrependimento e da reparação ou prorrogá-los,
se persistirem na prática do mal.
b) E a revelação da pluralidade das existências?
R - Com a correta compreensão da lei natural da reencarnação, o homem passa a entender as causas das anomalias com que tem de conviver durante a vida terrena. A realidade da pluralidade das existências torna incongruente os preconceitos de raças
e de castas, pois demonstra que um espírito que hoje é rico e poderoso pode renascer pobre e subordinado. Nenhum outro argumento contra os preconceitos e as injustiças sociais é tão convincente e toca tanto na consciência do homem como o fenômeno da reencarnação. Comprovando a sobrevivência do espírito, o homem não se sente livre para aumentar seus gozos da vida presente, independente de qualquer forma de moralidade, pois sem ela nada o esperaria após a morte. Por outro lado, seus sofrimentos ficariam sem perspectivas de terem fim, somente lhe restando o desespero. Trazendo-lhe a certeza da vida futura e do reencontro com aqueles a quem amou e com aqueles a quem ofendeu, o homem tem uma nova visão da sua existência. Com estas revelações, o Espiritismo dá ao homem os instrumentos de que necessita para operar a sua transformação
c) Como Kardec entende o chamado "pecado original"?
R - O pecado original, da forma como as religiões tradicionais o compreendem, é absolutamente inconciliável com os atributos de justiça e de bondade de Deus, na medida em que torna os homens responsáveis pela falta cometida por um só e quando ainda sequer existiam. Kardec interpreta de modo racional a teoria do pecado original, explicando-o à luz da realidade da pluralidade das existências. Preexistindo antes do seu renascimento, o espírito traz o gérmen das imperfeições acumuladas em existências pretéritas, das quais não conseguiu se despojar e que afloram na nova existência em forma de instintos naturais e pendores. É esse o verdadeiro pecado original, explica Kardec. O homem sofre as suas conseqüências na nova vida, mas com a diferença de que sabe que foi ele o causador, por suas próprias faltas e não pelas faltas de outrem. Além de mais conforme a justiça divina,
é, ao mesmo tempo, mais consolador, pois traz ao homem a certeza de que a misericórdia do Criador lhe proporcionará todas
as oportunidades de que necessita para se corrigir e progredir, até tornar-se purificado e não mais necessitar da vida corporal, passando a viver exclusivamente a vida espiritual, definitiva e bem-aventurada.