A Gênese

093 – Ação dos espíritos sobre os fluidos - Criações fluídicas - Fotografia do pensamento (itens 13 a 15)

1.- Podemos definir os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, como:
- a atmosfera dos seres espirituais;
- o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam;
- o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do espírito, mas que escapam aos
sentidos carnais, impressionáveis somente à matéria tangível;
- o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos da luz ordinária;
- o veículo do pensamento, como o ar o é do som.

2.- Os espíritos atuam sobre os fluidos espirituais empregando o pensamento e a vontade. Para os espíritos, pensamento e vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual
direção, aglomeram, combinam ou os dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma
forma, uma coloração determinadas. Mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros
corpos, combinando-os segundo certas leis.

3.- Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são produto de um pensamento
inconsciente. Basta que o espírito pense uma coisa, para que esta se produza. É assim, por exemplo, que um espírito
se faz visível a um encarnado que possua a vista psíquica, sob as aparências que tinha quando vivo na época em que
este o conheceu, embora haja ele tido, depois dessa época, muitas encarnações. Pode se apresentar com o vestuário,
os sinais exteriores de enfermidades, cicatrizes, membros amputados, etc. que tinha então. Um decapitado se
apresentará sem a cabeça. Não quer isso dizer que haja conservado essas aparências, porquanto, como espírito, não
é coxo, nem maneta, nem zarolho, nem decapitado.

4.- O que se dá é que, retrocedendo o seu pensamento à época em que tinha tais defeitos, seu perispírito lhes toma
essas aparências, que deixam de existir logo que o mesmo pensamento cessa de agir naquele sentido. Se, pois, de
uma vez ele foi negro e branco de outra, apresentar-se-á como branco ou negro, conforme a encarnação a que se refira
a sua evocação e à que se transporte o seu pensamento.

5.- Por igual efeito, o pensamento do espírito cria fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar. Um avarento manuseará ouro, um militar trará suas armas e seu uniforme, um fumante o seu cachimbo, um lavrador a sua charrua e
seus bois. Para o espírito, que é, também ele, fluídico, esses objetos fluidicos são tão reais, como o eram, no estado
material, para o homem vivo. Mas, pela razão de serem criações do pensamento, a existência deles é tão fugitiva quanto
a do próprio pensamento.

6.- Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar. Os fluidos nos trazem
o pensamento, como o ar nos traz o som.. Pode-se pois dizer, sem receio de errar, que há, nesses fluidos, ondas e
raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros.

7.- Criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico como num espelho, toma corpo e, de
certo modo, se fotografa. Por exemplo: tenha um homem a idéia de matar outro. Embora não o faça, seu corpo fluídico
é posto em ação pelo pensamento e reproduz todos os seus matizes. Executa fluidicamente o ato que intentou praticar.
O pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola no espírito.

8.- Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico e que uma alma pode ler
noutra como num livro, vendo o que não é perceptível aos olhos do corpo. Vendo a intenção, pode ela pressentir a
execução do ato que lhe será a consequência, mas não pode determinar o instante em que o mesmo ato será executado
nem lhe assinalar os pormenores ou afirmar que ele se dê. Circunstâncias ulteriores poderão modificar os planos e mudar
as disposições. Ele não pode ver o que ainda não esteja no pensamento do outro; o que vê é a preocupação habitual do
indivíduo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios bons ou maus.


QUESTÕES PARA ESTUDO

a) Como podemos definir os fluidos espirituais?

b) De que modo se dá a ação dos espíritos sobre os fluidos?

c) O que são criações fluídicas?

d) O que é fotografia do pensamento?


Conclusão

C O N C L U S Ã O

Os fluidos espirituais são a atmosfera do mundo espiritual, o meio de onde os espíritos tiram a matéria que operam para produzirem os fenômenos espirituais. Eles atuam sobre estes fluidos empregando o pensamento e a vontade. Por meio do pensamento, podem expressar a sua vontade conscientemente ou inconscientemente. Os espíritos podem mudar as propriedades dos fluidos, como um químico na vida terrena, sempre de acordo com as Leis da Natureza, podem operar modificações em seu perispírito e produzir criações fluídicas, que vão se constituir nos objetos do mundo espiritual.

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

a) Como podemos definir os fluidos espirituais?

R - Os fluidos espirituais são um dos estados do fluido cósmico universal, constituindo-se na atmosfera do mundo espiritual, como o ar na nossa vida física. É dos fluidos que os espíritos tiram os materiais sobre que operam, produzindo os fenômenos do mundo espiritual, que são imperceptíveis aos sentidos do corpo físico, impressionáveis somente à matéria tangível. É, também,
o meio onde se forma a luz do mundo espiritual e o veículo do pensamento, como o ar é do som.

b) De que modo se dá a ação dos espíritos sobre os fluidos?

R - Os espíritos atuam sobre os fluidos por intermédio do pensamento e da vontade. Para eles, o pensamento e a vontade são como as mãos utilizadas pelos encarnados para manipularem a matéria. Pelo pensamento, imprimem a sua vontade sobre os fluidos, dirigindo-os, combinando-os ou os dispersando, de modo a formar os objetos do mundo invisível. Mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis.

Nem todos os espíritos podem atuar sobre os fluidos da mesma forma, pois o poder de ação deles sobre os fluidos é proporcional ao grau de evolução de cada um. Por outro lado, a ação dos espíritos sobre os fluidos nem sempre resulta de suas intenções. O pensamento inconsciente também produz efeito sobre os fluidos. Basta que o espírito pensa uma coisa, para que ela se produza. Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são produto de um pensamento inconsciente. Basta que o Espírito pense uma coisa, para que esta se produza, como basta que modele uma ária, para que esta repercuta na atmosfera. Um espírito, por exemplo, pode se fazer visível a um encarnado que possua a vista psíquica, sob as aparências que tinha quando vivo na época em que se conheceram, embora tenha ele tido muitas encarnações posteriormente.

Pode, ainda, apresentar-se com o vestuário ou os sinais exteriores, como cicatrizes ou membros amputados que tinha quando encarnado. Isto não significa que ainda porte cicatrizes ou que tenha os membros, pois, como Espírito, não está sujeito a essas circunstâncias. Ocorre que, fixando seu pensamento à época em que portava tais defeitos, plasma no perispírito estas aparências, que se modificam tão logo mude seu pensamento.
c) O que são criações fluídicas?

R - São criações do espírito através de sua ação sobre os fluidos, por intermédio do pensamento. Do mesmo modo que pode operar modificações em seu perispírito - conscientemente, expressando sua vontade ou inconscientemente, como reflexo do seu psiquismo - também pode, pelos mesmos meios, criar objetos que esteja habituado a usar ou de que sinta necessidade. Kardec cita, como exemplo, um militar em relação ao seu uniforme e às suas armas, um lavrador, com a sua charrua e seus bois, etc. Estas criações fluídicas, como são fruto do pensamento do espírito, subsistem apenas enquanto ele mantiver seu pensamento fixado nesse sentido.

d) O que é fotografia do pensamento?

R - As imagens fluídicas criadas pelo espírito através do pensamento refletem-se em seu perispírito, como num espelho, toma corpo e como que se fotografa. A esse reflexo provocado é que Kardec denominou "fotografia do pensamento". Através desse fenômeno, um espírito pode penetrar no pensamento de outro, lendo-o, como num livro. Kardec cita como exemplo a hipótese de alguém que tenha a idéia de matar a outro. Embora não intente qualquer movimento neste sentido, seu corpo fluídico é acionado pelo pensamento e reproduz a imagem, refletindo, fluidicamente, o ato que pensou praticar. O pensamento cria a imagem como num quadro. Não se pode afirmar, contudo, que os fatos se passem como fotografados fluidicamente, porque circunstâncias ulteriores poderão modificar a disposição refletida.