O Céu e o Inferno

010 – PARTE 1 – Doutrina-Cap. II O Temor da Morte-Itens 7 a 10

Reflexão:

1. Por que o cumprimento de certas fórmulas mágicas para a aquisição da salvação - sacramentos, batismo, louvores, etc - acaba afastando muitos homens do cultivo das virtudes morais?

2. Por que a prática de cerimônias de lamentação nos ofícios fúnebres - como facilmente se vê na sociedade - e a crença nos destinos traçados e irrevogáveis, e sem possibilidade de reencontro colaboram para o temor da morte?

3. "Estive em um velório diferente: não havia desespero, apenas lágrimas de saudade, misturadas de esperança. Estive em um velório espírita." Ouve-se essa expressão com certa frequência no trabalho, na família, etc. Por que o "velório espírita" é diferente?

Conclusão

CONCLUSÃO DOS ESTUDOS

1. Conforme encontramos em LE, os rituais exteriores cumprem seu papel, para algumas pessoas, de catalisadores do recolhimento íntimo - isto é, favorecem a sintonia com o sagrado. Com o tempo, estas práticas tornam-se desnecessárias para aqueles sujeitos os quais já compreenderam que a verdadeira comunhão com Deus se dá pelo pensamento, especialmente pelo cultivo das virtudes morais; mas, tornam-se perniciosas quando, já entendendo a sua dispensabilidade, certas pessoas se apoiam nos seus pretensos poderes místicos para evitar ou adiar a reforma íntima, nos moldes que Jesus nos ensinou. Assim, o cumprimento de ritos sacramentais afasta (ou pelo menos adia) a verdadeira sintonia com o Evangelho, e ainda, lamentavelmente, se presta a dar a falsa aparência de pureza moral e conquista da salvação.

2. Porquanto os ofícios fúnebres e as lamentações contrariam a interpretação que o cristianismo dá da morte: libertação da alma e conquista da verdadeira felicidade. Ora, quanta incoerência em se celebrar a vida eterna, e ao mesmo tempo lamentar a morte física! entre outras palavras, o encarcerado que sonha com a liberdade, mas evita a saída da penitenciária, e chora quando companheiros a conseguem! E a incoerência se acentua neste aspecto quando são os sacerdotes a promoverem tais eventos. O temor da morte se aprofunda quando, passada a lamentação, há o medo da condenação eterna, sem qualquer chance de arrependimento e recomeço. Neste instante, mães se separam irremediavelmente de seus filhos, mulheres de seus maridos, amigos uns dos outros, etc.

3. Pois o Espiritismo dá uma nova interpretação da morte física e da vida eterna relativamente às demais religiões cristãs tradicionais. Segundo o Consolador, a morte física é, comprovadamente, passageira; há possibilidades de reencontro: durante o sono físico, nas visitas do irmão desencarnado no nosso lar, sobretudo nos momentos do Culto do Evangelho no Lar; nas comunicações mediúnicas; e, finalmente, na reencarnação (hoje, por exemplo, 3 a 4 gerações podem conviver em uma reencarnação!); não há penas eternas, pois a misericórdia infinita é a marca fundamental da Justiça Divina, de modo que todos - nós e nossos amigos e parentes - terão sempre a chance do recomeço e do reencontro; e estamos sempre sob o amparo dos amigos espirituais, mitigando nossas lágrimas e nos enchendo de forças...