O Evangelho segundo o Espiritismo

130 – Eficácia da Prece

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho

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EESE130b - Cap. XXVII - Itens 5 a 8
Tema: Eficácia da Prece
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A - Texto de Apoio:
Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes. (S. MARCOS, cap. XI, v. 24.)

Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna expor-lhas. E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus.

Sem dúvida alguma, há leis naturais e imutáveis que não podem ser ab-rogadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade, vai grande distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do que instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a cabeça ao jugo dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não devera ter procurado desviar o raio. Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência, para que ele as deixasse sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo. Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.

Desta máxima: _Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece_, fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.

O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante idéias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação.

Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: "Ajuda-te, que o Céu te ajudará"; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço. (Cap. XXV, nº 1 e seguintes.)

Tomemos um exemplo. Um homem se acha perdido no deserto. A sede o martiriza horrivelmente. Desfalecido, cai por terra. Pede a Deus que o assista, e espera. Nenhum anjo lhe virá dar de beber. Contudo, um bom Espírito lhe sugere a idéia de levantar-se e tomar um dos caminhos que tem diante de si Por um movimento maquinal, reunindo todas as forças que lhe restam, ele se ergue, caminha e descobre ao longe um regato. Ao divisá-lo, ganha coragem. Se tem fé, exclamará: "Obrigado, meu Deus, pela idéia que me inspiraste e pela força que me deste." Se lhe falta a fé, exclamará: "Que boa idéia tive! Que sorte a minha de tomar o caminho da direita, em vez do da esquerda; o acaso, às vezes, nos serve admiravelmente! Quanto me felicito pela minha coragem e por não me ter deixado abater!"

Mas, dirão, por que o bom Espírito não lhe disse claramente: "Segue este caminho, que encontrarás o de que necessitas"? Por que não se lhe mostrou para o guiar e sustentar no seu desfalecimento? Dessa maneira tê-lo-ia convencido da intervenção da Providência.

Primeiramente, para lhe ensinar que cada um deve ajudar-se a si mesmo e fazer uso das suas forças. Depois, pela incerteza, Deus põe a prova a confiança que nele deposita a criatura e a submissão desta à sua vontade. Aquele homem estava na situação de uma criança que cai e que, dando com alguém, se põe a gritar e fica à espera de que a venham levantar; se não vê pessoa alguma, faz esforços e se ergue sozinha.

Se o anjo que acompanhou a Tobias lhe houvera dito: "Sou enviado por Deus para te guiar na tua viagem e

Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: "Ajuda-te, que o Céu te ajudará"; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço. (Cap. XXV, nº 1 e seguintes.)

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Como podemos interpretar o ensinamento de Jesus: "Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes"?

2 - Afinal, se tudo no Universo obedece a leis eternas, como poderão nossas súplicas alterar-lhe o sentido?

3 - Como age a Providência Divina em relação aos nosso pedidos?

Conclusão

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EESE130b - Cap. XXVII - Itens 5 a 8
Tema: Eficácia da Prece
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A - Conclusão do Estudo:
Deus sempre nos atende os pedidos. Esse atendimento é conforme a nossa real necessidade e merecimento, e na medida em que nossos pedidos não visem à satisfação de meros caprichos ou futilidades. A ajuda divina sempre ocorre para a criatura que sabe ajudar-se a si mesma.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Como podemos interpretar o ensinamento de Jesus: "Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes"?

Deus sempre nos atende os pedidos. Mas é claro que esse atendimento só ocorre conforme a nossa real necessidade e merecimento, e na medida em que nossos pedidos não visem à satisfação de meros caprichos ou futilidades.

"Desta máxima... fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem."

2 - Afinal, se tudo no Universo obedece a leis eternas, como poderão nossas súplicas alterar-lhe o sentido?

É que, quando somos atendidos em nossos pedidos, não significa que Deus alterou o curso de suas leis, que são imutáveis, mas que, dentro da flexibilidade das mesmas, apraz a Ele acatar nossas súplicas, desde que as considere merecidas. Com isso, a Providência nos dá uma demonstração de respeito à nossa iniciativa e livre arbítrio.

Se Deus nunca aquiescesse aos pedidos, estaria Ele nos tolhendo o livre arbítrio e iniciativa.

"Há, pois, devidos à sua iniciativa (do homem), sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais."

3 - Como age a Providência Divina em relação aos nossos pedidos?

Deus nos atende em todas as nossas necessidades. Porém, nem sempre isso coincide com aquilo que pedimos, uma vez que somos atendidos conforme nossas carências reais e não segundo o que desejamos.

"Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura."