O Evangelho segundo o Espiritismo
131 – Ação da Prece - Transmissão do Pensamento - I
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho
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EESE131b - Cap. XXVII - Itens 9 a 12
Tema: Ação da Prece - Transmissão do
Pensamento
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A - Texto de Apoio:
A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento, ou uma glorificação. Podemos orar por nós mesmos ou por outrem, pelos vivos ou pelos mortos. As preces feitas a Deus escutam-nas os Espíritos incumbidos da execução de suas vontades; as que se dirigem aos bons Espíritos são reportadas a Deus. Quando alguém ora a outros seres que não a Deus, fá-lo recorrendo a intermediários, a intercessores, porquanto nada sucede sem a vontade de Deus.
O Espiritismo torna compreensível a ação da prece, explicando o modo de transmissão do pensamento, quer no caso em que o ser a quem oramos acuda ao nosso apelo, quer no em que apenas lhe chegue o nosso pensamento. Para apreendermos o que ocorre em tal circunstância, precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres, encarnados e desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera. Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som.
A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. E assim que os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que seja o lugar onde se encontrem; é assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem suas inspirações, que relações se estabelecem a distância entre encarnados.
Essa explicação vai, sobretudo, com vistas aos que não compreendem a utilidade da prece puramente mística. Não tem por fim materializar a prece, mas tornar-lhe inteligíveis os efeitos, mostrando que pode exercer ação direta e efetiva. Nem por isso deixa essa ação de estar subordinada à vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, único apto a torná-la eficaz.
Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe idéias sãs. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. Um homem, por exemplo, vê arruinada a sua saúde, em consequência de excessos a que se entregou, e arrasta, até o termo de seus dias, uma vida de sofrimento: terá ele o direito de queixar-se, se não obtiver a cura que deseja? Não, pois que houvera podido encontrar na prece a força de resistir às tentações.
Se em duas partes se dividirem os males da vida, uma constituída dos que o homem não pode evitar e a outra das tribulações de que ele se constituiu a causa primária, pela sua incúria ou por seus excessos (cap. V, n~ 4), ver-se-á que a segunda, em quantidade, excede de muito à primeira. Faz-se, portanto, evidente que o homem é o autor da maior parte das suas aflições, às quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência.
Não menos certo é que todas essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus e que, se as observássemos pontualmente, seríamos inteiramente ditosos. Se não ultrapassássemos o limite do necessário, na satisfação das nossas necessidades, não apanharíamos as enfermidades que resultam dos excessos, nem experimentaríamos as vicissitudes que as doenças acarretam. Se puséssemos freio à nossa ambição, não teríamos de temer a ruína; se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não teríamos de recear a queda; se fôssemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido; se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maldizentes, nem invejosos, nem ciosos, e evitaríamos as disputas e dissensões; se mal a ninguém fizéssemos, não houvéramos de temer as vinganças, etc.
Admitamos que o homem nada possa com relação aos outros males; que toda prece lhe seja inútil para livrar-se deles; já não seria muito o ter a possibilidade de ficar isento de todos os que decorrem da sua maneira de proceder? Ora, aqui, facilmente se concebe a ação da prece, visto ter por efeito atrair a salutar inspiração dos Espíritos bons, granjear deles força para resistir aos maus pensamentos, cuja realização nos pode ser funesta. Nesse caso, o que eles fazem não é afastar de nós o mal, porém, sim, desviar-nos a nós do mau pensamento que nos pode causar dano; eles em nada obstam ao cumprimento dos decretos de Deus, nem suspendem o curso das leis da Natureza; apenas evitam que as infrinjamos, dirigindo o nosso livre-arbítrio. Agem, contudo, à nossa revelia, de maneira imperceptível, para nos não subjugar a vontade. O homem se acha então na posição de um que solicita bons conselhos e os põe em prática, mas conservando a liberdade de segui-los, ou não. Quer Deus que seja assim, para que aquele tenha a responsabilidade dos seus atos e o mérito da escolha entre o bem e o mal. E isso o que o homem pode estar sempre certo de receber, se o pedir com fervor, sendo, pois, a isso que se podem sobretudo aplicar estas palavras: "Pedi e obtereis."
Mesmo com sua eficácia reduzida a essas proporções, já não traria a prece resultados imensos? Ao Espiritismo fora reservado provar-nos a sua ação, com o nos revelar as relações existentes entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual. Os efeitos da prece, porém, não se limitam aos que vimos de apontar.
Recomendam-na todos os Espíritos. Renunciar alguém à prece é negar a bondade de Deus; é recusar, para si, a sua assistência e, para com os outros, abrir mão do bem que lhes pode fazer.
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Como podem ser as preces?
2 - Com base no trecho lido, explique como a prece atinge seu objetivo, ou seja, como a mesma é conduzida ao alvo a que se destina.
3 - De que forma os espíritos nos ajudam a vencer as dificuldades?
Conclusão
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EESE131b - Cap. XXVII - Itens 9 a 12
Tema: Ação da Prece - Transmissão do
Pensamento
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A - Conclusão do Estudo:
As nossas preces são atendidas por Deus, através dos espíritos incumbidos da execução de suas vontades. Os espíritos ouvem-nos as preces qualquer que seja o lugar onde se encontrem.
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Como podem ser as preces?
Para pedir, para agradecer e para louvar.
a) pedir: é a que fazemos para rogar auxílio em favor de alguém ou de nós próprios. Exemplo: podemos pedir paciência, tolerância para passarmos por uma dificuldade com mais tranquilidade.
b) agradecer: é a que fazemos para agradecer uma ajuda recebida, um objetivo atingido; por ter nos livrado de um perigo; por termos recebido uma graça, etc.
c) louvar: é aquela através da qual demonstramos o nosso reconhecimento a Deus de sua grandeza e a de sua obra; demonstramos a nossa humildade perante o Criador.
Devemos nos esforçar para que nossas preces sejam mais para agradecer e louvar do que para pedir.
É bem melhor termos pouco a pedir e muito a agradecer, pois é demonstração de resignação diante das provações da vida.
2 - Com base no trecho lido, explique como a prece atinge seu objetivo, ou seja, como a mesma é conduzida ao alvo a que se destina.
Para explicar é preciso que nos consideremos todos mergulhados no fluido universal, de modo que todos, encarnados e desencarnados, possamos nos comunicar uns com os outros. Assim, a nossa prece é transmitida a quem nos dirigimos, através desse fluido, que efetua o papel como o de um telefone que transmite a nossa voz, de um a outro ponto qualquer.
"Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som."
3 - De que forma os espíritos nos ajudam a vencer as dificuldades?
Através da prece sincera nos ligamos aos espíritos superiores, que, sondando a nossa vontade e boa intenção, nos vêm em socorro, dando-nos a força moral necessária para superar os problema, ou retomar o caminho reto, se dele porventura nos desviamos.
Através da prece podemos nos prevenir para não cair no caminho do mal. A prece, no caso, tem a função de nos propiciar forças para resistir ao mal.