O Evangelho segundo o Espiritismo

123 – Não são os que gozam de saúde que precisam de médico

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho

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EESE123b - Cap. XXIV - Itens 11 e 12
Tema: Não são os que gozam de saúde
que precisam de médico
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A - Texto de Apoio:
Estando Jesus à mesa em casa desse homem (Mateus), vieram aí ter muitos publicanos e gente de má vida, que se puseram à mesa com Jesus e seus discípulos; - o que fez que os fariseus, notando-o, disseram aos discípulos: Como é que o vosso Mestre come com publicanos e pessoas de má vida? - Tendo-os ouvido, disse-lhes Jesus: Não são os que gozam saúde que precisam de médico. (S. MATEUS, cap. IX, vv. 10 a 12.)

Jesus se acercava, principalmente, dos pobres e dos deserdados, porque são os que mais necessitam de consolações; dos cegos dóceis e de boa fé, porque pedem se lhes dê a vista, e não dos orgulhosos que julgam possuir toda a luz e de nada precisar. (Veja-se: "Introdução", artigo: Publicanos, Portageiros.)

Essas palavras, como tantas outras, encontram no Espiritismo a aplicação que lhes cabe. Há quem se admire de que, por vezes, a mediunidade seja concedida a pessoas indignas, capazes de a usarem mal. Parece, dizem, que tão preciosa faculdade devera ser atributo exclusivo dos de maior merecimento.Digamos, antes de tudo, que a mediunidade é inerente a uma disposição orgânica, de que qualquer homem pode ser dotado, como da de ver, de ouvir, de falar. Ora, nenhuma há de que o homem, por efeito do seu livre-arbítrio, não possa abusar, e se Deus não houvesse concedido, por exemplo, a palavra senão aos incapazes de proferirem coisas más, maior seria o número dos mudos do que o dos que falam. l)cus outorgou faculdades ao homem e lhe dá a liberdade de usá-las, mas não deixa de punir o que delas abusa.

Se só aos mais dignos fosse concedida a faculdade de comunicar com os Espíritos, quem ousaria pretendê-la? Onde, ao demais, o limite entre a dignidade e a indignidade? A mediunidade é conferida sem distinção, a fim de que os Espíritos possam trazer a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos retos, para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir. Não são estes últimos os doentes que necessitam de médico? Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria do socorro que o pode arrancar ao lameiro? Os bons Espíritos lhe vêm em auxílio e seus conselhos, dados diretamente, são de natureza a impressioná-lo de modo mais vivo, do que se os recebesse indiretamente. Deus, em sua bondade, para lhe poupar o trabalho de ir buscá-la longe, nas mãos lhe coloca a luz. Não será ele bem mais culpado, se não a quiser ver? Poderá desculpar-se com a sua ignorância, quando ele mesmo haja escrito com suas mãos, visto com seus próprios olhos, ouvido com seus próprios ouvidos, e pronunciado com a própria boca a sua condenação? Se não aproveitar, será então punido pela perda ou pela perversão da faculdade que lhe fora outorgada e da qual, nesse caso, se aproveitam os maus Espíritos para o obsidiarem e enganarem, sem prejuízo das aflições reais com que Deus castiga os servidores indignos e os corações que o orgulho e o egoísmo endureceram.

A mediunidade não implica necessariamente relações habituais com os Espíritos superiores. E apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos dúctil aos Espíritos, em geral. O bom médium, pois, não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência. Unicamente neste sentido é que a excelência das qualidades morais se torna onipotente sobre a mediunidade.



B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Com relação ao texto, qual o sentido da expressão "não são os que gozam de saúde que precisam de médico"?

2 - Por que Jesus dá ênfase e acolhe com destaque as pessoas tidas como de má vida?

Conclusão

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EESE123b - Cap. XXIV - Itens 11 e 12
Tema: Não são os que gozam de saúde
que precisam de médico
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A - Conclusão do Estudo:
Jesus dirigiu-se, principalmente, aos que tinham o coração dilacerado, no entanto, resignados, pois estes estavam preparados para receber o bálsamo suavizante do seu Evangelho. O banquete aos publicanos e pecadores demonstra que o Senhor abraça a todos os que desejam a excelência de sua alimentação espiritual, em qualquer tempo e situação.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Com relação ao texto, qual o sentido da expressão "não são os que gozam de saúde que precisam de médico"?

Os publicanos e aquelas pessoas consideradas como de má vida eram, na verdade, doentes da alma e, por isso, Jesus os acolheu, reconhecendo neles os reais necessitados de consolo.

Entre os publicanos existiam pessoas estimáveis, mas que, pelas funções que exerciam, eram vistos com desprezo. Jesus, porém, reconhecia-lhes as verdadeiras intenções.

2 - Por que Jesus dá ênfase e acolhe com destaque as pessoas tidas como de má vida?

Porque, normalmente, as pessoas nessa situação encontram-se sofridas e com o coração mais maleável para aceitar as diretrizes do Evangelho. Não esperam mais nada do mundo e por isso melhor se apegam ao amor de Jesus.

Quando nada nos falta, pouco lembramos de Jesus.