O Evangelho segundo o Espiritismo

122 – A Candeia debaixo do Alqueire

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho

-------------------------------------------------------------------
EESE122b - Cap. XXIV - Itens 1 a 5
Tema: A Candeia debaixo do Alqueire
-------------------------------------------------------------------

A - Texto de Apoio:
Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa. (S. MATEUS, cap. V, v.15.)

Ninguém há que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso, ou a ponha debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim de que os que entrem vejam a luz; - pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente. (S. LUCAS, cap. VIII, vv. 16 e 17.)

Aproximando-se, disseram-lhe os discípulos: Por que lhes falas por parábolas? - Respondendo-lhes, disse ele: É porque, a vós outros, foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus; mas, a eles, isso não lhes foi dado (1). Porque, àquele que já tem, mais se lhe dará e ele ficará na abundância; àquele, entretanto, que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará. - Falo-lhes por parábolas, porque, vendo, não vêem e, ouvindo, não escutam e não compreendem. -E neles se cumprirá a profecia de Isaías, que diz: Ouvireis com os vossos ouvidos e não escutareis; olhareis com os vossos olhos e não vereis. Porque, o coração deste povo se tornou pesado, e seus ouvidos se tornaram surdos e fecharam os olhos para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, para que seu coração não compreenda e para que, tendo-se convertido, eu não os cure. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 10 a 15.)

É de causar admiração diga Jesus que a luz não deve ser colocada debaixo do alqueire, quando ele próprio constantemente oculta o sentido de suas palavras sob o véu da alegoria, que nem todos podem compreender. Ele se explica, dizendo a seus apóstolos: "Falo-lhes por parábolas, porque não estão em condições de compreender certas coisas. Eles vêem, olham, ouvem, mas não entendem. Fora, pois, inútil tudo dizer-lhes, por enquanto. Digo-o, porém, a vós, porque dado vos foi compreender estes mistérios." Procedia, portanto, com o povo, como se faz com crianças cujas idéias ainda se não desenvolveram. Desse modo, indica o verdadeiro sentido da sentença: "Não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entrem a possam ver." Tal sentença não significa que se deva revelar inconsideradamente todas as coisas. Todo ensinamento deve ser proporcionado à inteligência daquele a quem se queira instruir, porquanto há pessoas a quem uma luz por demais viva deslumbraria, sem as esclarecer.

Dá-se com os homens, em geral, o que se dá em particular com os indivíduos. As gerações têm sua infância, sua juventude e sua maturidade. Cada coisa tem de vir na época própria; a semente lançada à terra, fora da estação, não germina. Mas, o que a prudência manda calar, momentaneamente, cedo ou tarde será descoberto, porque, chegados a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; pesa-lhes a obscuridade.

Tendo-lhes Deus outorgado a inteligência para compreenderem e se guiarem por entre as coisas da Terra e do céu, eles tratam de raciocinar sobre sua fé. E então que não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, visto que, sem a luz da razão, desfalece a fé. (Cap. XIX, nº 7.)

Se, pois, em sua previdente sabedoria, a Providência só gradualmente revela as verdades, é claro que as desvenda à proporção que a Humanidade se vai mostrando amadurecida para as receber. Ela as mantém de reserva e não sob o alqueire. Os homens, porém, que entram a possuí-las, quase sempre as ocultam do vulgo com o intento de o dominarem. São esses os que, verdadeiramente, colocam a luz debaixo do alqueire. É por isso que todas as religiões têm tido seus mistérios, cujo exame proíbem. Mas, ao passo que essas religiões iam ficando para trás, a Ciência e a inteligência avançaram e romperam o véu misterioso. Havendo-se tornado adulto, o vulgo entendeu de penetrar o fundo das coisas e eliminou de sua fé o que era contrário à observação.

Não podem existir mistérios absolutos e Jesus está com a razão quando diz que nada há secreto que não venha a ser conhecido. Tudo o que se acha oculto será descoberto um dia e o que o homem ainda não pode compreender lhe será sucessivamente desvendado, em mundos mais adiantados, quando se houver purificado. Aqui na Terra, ele ainda se encontra em pleno nevoeiro.


B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Qual o sentido da frase: "... não se acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire"?

2 - O que devemos entender por "... àquele que já tem, mais lhe será dado... àquele que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará"?

Conclusão

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho

-------------------------------------------------------------------
EESE122b - Cap. XXIV - Itens 1 a 5
Tema: A Candeia debaixo do Alqueire
-------------------------------------------------------------------

A - Conclusão do Estudo:
Devemos espalhar os conhecimentos que possuímos em benefício de todos, pois a verdade não é para ser escondida de ninguém. Entretanto, ela pode ser gradualmente percebida por aqueles que se propõem a ir ao seu encontro.



B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Qual o sentido da frase: "... não se acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire"?

Significa que, assim como não se acende uma luz senão para dissipar a escuridão e iluminar o ambiente, do mesmo modo aquele que possui o conhecimento das leis divinas não deve guardá-lo para si, mas divulgá-lo através da palavra e, sobretudo, do exemplo.

Os que conhecem as leis divinas deverão divulgá-las para o maior número possível de criaturas.

Não espalhar os conhecimentos espirituais é esconder egoisticamente a luz que poderia beneficiar a muitos.

2 - O que devemos entender por "... àquele que já tem, mais lhe será dado... àquele que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará"?

Devemos perceber, nesta passagem, uma referência aos bens espirituais: a observância dos preceitos divinos faz com que estes bens, que constituem a verdadeira riqueza do espírito, aumentem incessantemente. Por outro lado, aqueles que se ocupam apenas da vida material, esquecem-se de desenvolver os bens espirituais e o pouco progresso que possuem fica estacionado.

Não sabendo conservar nem cultivar a semente das verdades eternas, ela acaba por ser temporariamente ofuscada, dando a sensação de perda.