O Evangelho segundo o Espiritismo

045 – Injúrias e Violências

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho

-------------------------------------------------------------------
EESE045b - Cap. IX - Itens 1 a 5
Tema: Injúrias e Violências
-------------------------------------------------------------------

A - Texto de Apoio:

Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (S. MATEUS, cap. V, v. 4.)

Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Id., v. 9.)

Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. - Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenado no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que aquele que lhe disser: És louco, merecerá condenado ao fogo do inferno. (Id., vv. 21 e 22.)

Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes. Raca, entre os hebreus, era um termo desdenhoso que significava homem que não vale nada, e se pronunciava cuspindo e virando para o lado a cabeça. Vai mesmo mais longe, pois que ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.

Evidente se torna que aqui, como em todas as circunstâncias, a intenção agrava ou atenua a falta; mas, em que pode uma simples palavra revestir-se de tanta gravidade que mereça tão severa reprovação? E que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade que deve presidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade que entretém o ódio e a animosidade; é' enfim, que, depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei primeira de todo cristão.

Mas, que queria Jesus dizer por estas palavras: "Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra", tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do céu? Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância do que aos primeiros.

Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Quem são os considerados "brandos e pacíficos"?

2 - Afinal, o que há de tão ruim em alguém se colocar em cólera?

3 - Como sobreviver com brandura num mundo de violência?

4 - Mas, se mesmo com nossos atos de brandura, recebermos em troca pedradas de violência?

Conclusão

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho

-------------------------------------------------------------------
EESE045b - Cap. IX - Itens 1 a 5
Tema: Injúrias e Violências
-------------------------------------------------------------------

A - Conclusão do Estudo:

A violência, sentimento contrário à lei de Deus, que é de paz, constitui um desregramento transitório. Deixará de existir na Terra, na medida em que adotarmos, para neutralizá-la, a brandura, a mansuetude, a afabilidade, a moderação e a paciência, sentimentos que nos farão merecedores de habitar este Planeta, despois que ele houver se transformado pelo amor, num mundo melhor.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Quem são os considerados "brandos e pacíficos"?

São aqueles que, reconhecendo a necessidade de disseminar a paz entre os homens, a exemplo do Cristo, propagam a tranquilidade nos corações revoltados e violentos, estabelecendo a concórdia entre eles.

"... a paz começa em nós e por nós. Os pacificadores são aqueles que aceitam em si o fogo das dissensões, de modo a extingui-lo com os recursos da própria alma, doando tranquilidade a todos que lhes compartilham a marcha." (Emmanuel - Caminhos da Volta - Diante da Paz)

2 - Afinal, o que há de tão ruim em alguém se colocar em cólera?

A cólera, além de consistir numa atitude anti-fraterna das mais censuráveis para com o semelhante, provoca sérios desajustes orgânicos naquele que a cultiva, fazendo deste a sua principal vítima.

"... a cólera é tempestade magnética, no mundo da alma, e qualquer palavra que arremessarmos, no momento da cólera, é semelhante ao raio fulminatório que ninguém sabe onde vai cair." (Emmanuel - Livro da Esperança - nº 24)

3 - Como sobreviver com brandura num mundo de violência?

Cumprindo o nosso papel, segundo as recomendações do Mestre, agindo com brandura, moderação e paciência, e tendo sempre a confiança em Deus.

Nossa vida está sujeita a leis imutáveis, de sabedoria e amor. A violência é um desregramento transitório que a dor corrigirá.

4 - Mas, se mesmo com nossos atos de brandura, recebermos em troca pedradas de violência?

Nossa ação de brandura transformará essas pedras em flores de esperança aos infelizes protagonistas da violência, sob os acordes da justiça e da bondade de Deus, cuja atuação é individualizada para cada ser humano.

Os bens da Terra, hoje, ainda são dominados pelos fortes e violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos. Mas a perseverança destes se encarregará de conter o egoísmo daqueles.