O Evangelho segundo o Espiritismo

031 – Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho

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EESE031b - Cap. V - Item 28
Tema: Será lícito abreviar a vida de um
doente que sofra sem esperança
de cura?
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A - Texto de Apoio:

Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústias, apressando-se-lhe o fim?
Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o homem até à borda do fosso, para dai o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias diversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A Ciência não se terá enganado nunca em suas previsões?

Sei bem haver casos que se podem, com razão, considerar desesperadores; mas, se não há nenhuma esperança fundada de um regresso definitivo à vida e à saúde, existe a possibilidade, atestada por inúmeros exemplos, de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância. Desconheceis as reflexões que seu Espírito poderá fazer nas convulsões da agonia e quantos tormentos lhe pode poupar um relâmpago de arrependimento.

O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro. - S. Luís. (Paris, 1860.)

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - A eutanásia consiste em abreviar, sem dor ou sofrimento, a vida de um enfermo incurável. Não seria essa prática um bem, uma vez que a intenção é impedir que o doente sofra?

2 - O sofrimento prolongado traz algum benefício para o espírito?

3 - É válido, portanto, sempre prolongar a vida de um doente desenganado?


Conclusão

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EESE031b - Cap. V - Item 28
Tema: Será lícito a breviar a vida de um
doente que sofra sem esperança
de cura?
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A - Conclusão do Estudo:

A vida nos foi outorgada por Deus, a quem, exclusivamente, compete tirá-la, quando lhe aprouver. Não nos é lícito abreviar a vida de quem quer que seja, sob qualquer pretexto. Uma reflexão, na última fração de segundo de vida que resta ao moribundo, pode evitar-lhe séculos de sofrimento, após a morte.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - A eutanásia consiste em abreviar, sem dor ou sofrimento, a vida de um enfermo incurável. Não seria essa prática um bem, uma vez que a intenção é impedir que o doente sofra?

Não. Primeiro, porque não nos compete tirar a vida de quem quer que seja; segundo, porque desconhecemos e não podemos pré julgar os desígnios de Deus; terceiro, porque a morte física não determina o fim do sofrimento.

"O homem não tem o direito de praticar a eutanásia, em caso algum, ainda que a mesma seja a demonstração aparente de medida benfazeja." (Emmanuel / O Consolador - questão 108).

2 - O sofrimento prolongado traz algum benefício para o espírito?

Sim. Nada ocorre sem a permissão de Deus e sem que tenha uma finalidade útil. O sofrimento constitui corretivo indispensável para o espírito que errou e se prolonga de acordo com a necessidade deste. Impedir-lhe que sofra é tirar-lhe a oportunidade de se regenerar perante o Pai.

"A agonia prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do espírito em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal." (Emmanuel / O Consolador - questão 108).

3 - É válido, portanto, sempre prolongar a vida de um doente desenganado?

Sim. É este um dever da mais legítima caridade; é permitir que a provação para o espírito se cumpra até o momento designado por Deus.

"Existe a possibilidade (...) de o doente, no momento mesmo de exalar o último suspiro, reanimar-se e recobrar por alguns instantes as faculdades! Pois bem: essa hora de graça, que lhe é concedida, pode ser-lhe de grande importância."