O Evangelho segundo o Espiritismo
102 – A verdadeira propriedade
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho
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EESE102b - Cap. XVI - Itens 9 e 10
Tema: A verdadeira propriedade
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A - Texto de Apoio:
O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura. Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir.
Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de seu, vai dormir numa enxerga. O mesmo sucede ao homem, a sua chegada no mundo dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele o pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres. - Pascal. (Genebra, 1860.)
Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui a seu grado, não sendo o homem senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente desses bens. Tanto eles não constituem propriedade individual do homem, que Deus freqüentemente anula todas as previsões e a riqueza foge àquele que se julga com os melhores títulos para possuí-la.
Direis, porventura, que isso se compreende no tocante aos bens hereditários, porém, não relativamente aos que são adquiridos pelo trabalho. Sem dúvida alguma, se há riquezas legitimas, são estas últimas, quando honestamente conseguidas, porquanto uma propriedade só é legitimamente adquirida quando, da sua aquisição, não resulta dano para ninguém.
Contas serão pedidas até mesmo de um único ceitil mal ganho, isto é, com prejuízo de outrem. Mas, do fato de um homem dever a si próprio a riqueza que possua, seguir-se-á que, ao morrer, alguma vantagem lhe advenha desse fato? Não são amiúde inúteis as precauções que ele toma para transmiti-la a seus descendentes? Decerto, porquanto, se Deus não quiser que ela lhes vá ter às mãos, nada prevalecerá contra a sua vontade. Poderá o homem usar e abusar de seus haveres durante a vida, sem ter de prestar contas? Não. Permitindo-lhe que a adquirisse, é possível haja Deus tido em vista recompensar-lhe, no curso da existência atual, os esforços, a coragem, a perseverança. Se, porém, ele somente os utilizou na satisfação dos seus sentidos ou do seu orgulho; se tais haveres se lhe tornaram causa de falência, melhor fora não os ter possuído, visto que perde de um lado o que ganhou do outro, anulando o mérito de seu trabalho. Quando deixar a Terra, Deus lhe dirá que já recebeu a sua recompensa. - M., Espírito protetor. (Bruxelas, 1861.)
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Qual a verdadeira propriedade do homem?
2 - Como deve agir o homem, em relação aos bens materiais?
3 - Pode o homem usar e abusar de seus haveres durante a vida, sem ter que a ninguém prestar contas?
Conclusão
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho
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EESE102b - Cap. XVI - Itens 9 e 10
Tema: A verdadeira propriedade
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A - Conclusão do Estudo:
Os bens da alma - inteligência, conhecimentos e qualidades morais são perenes e constituem a nossa verdadeira propriedade. Dos bens do corpo somos efêmeros usufrutuários, pois estes pertencem a Deus, que nos pede contas de sua administração.
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Qual a verdadeira propriedade do homem?
"Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais.
"O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo."
2 - Como deve agir o homem, em relação aos bens materiais?
Reconhecendo que, na condição de espírito encarnado, não pode prescindir do seu auxílio; mas utilizando-os como meio para o atenndimento de suas necessidades e do serviço ao próximo. Nunca como um fim em si mesmo.
Os bens materiais devem ser destinados à manutenção da vida do corpo, à aquisição de conhecimentos e ao serviço fraterno.
3 - Pode o homem usar e abusar de seus haveres durante a vida, sem ter que a ninguém prestar contas?
Não. Se ele os utilizou somente na satisfação de seus sentidos ou do seu orgulho, melhor fora que não os tivesse possuído, pois a justiça divina lhe pedirá contas.
"Quando deixar a Terra, Deus lhe dirá já recebeu sua recompensa."