O Livro dos Médiuns

091 – SEGUNDA PARTE-Capítulo XXVII–Das evocações-item 301

Reflexões

1) Como minimizar as contradições de interpretação entre espíritos e médiuns?

2) Como se pode explicar que:"As respostas, (...) embora diferentes, seriam fundamentalmente idênticas."?

3) Como se pode avaliar uma comunicação que venha de lugares diferentes por médiuns diferentes e parecem se contradizer?

4) Como explicar essa afirmação: "... não é a resposta que é contraditória, mas a maneira por que é dada"?

5) O que faz com que uma doutrina afirme que somente Deus ou Jesus poderia se comunicar?

6) O Espírito Verdade nos ensina que "(...) o Espiritismo tem de mais belo e de mais consolador: as relações do mundo visível com o mundo invisível" - porque este é um aspecto consolador?

7) Como é possível que, apesar de desencarnar e reencarnar inúmeras vezes, ainda há espíritos (encarnados e desencarnados) que dizem não haver reencarnação?

8) Isso depende ou não do grau de evolução moral do espírito? Explique.

9) Como o erro nos pode ser útil?


Conclusão

CONCLUSÃO

1) Buscando o fundo da mensagem, ou seja, deixando a forma de lado, o que sobra? O teor da comunicação. Esse é que deve ser avaliado e entendido. "Estudai, comparai, aprofundai. Incessantemente vos dizemos que o conhecimento da verdade só a esse preço se obtém".

2)As respostas dos espíritos se adequam ao médium, isto é, as respostas são dadas conforme a crença, a cultura e o adiantamento intelectual de quem recebe a mensagem, para que seja aceita primeiramente, e depois ser estudada, esmiuçada - assim o fundo, a verdade, não difere de uma para outra comunicação; porém, "Para se discernir do erro a verdade, preciso se faz que as respostas sejam aprofundadas e meditadas longa e seriamente. E um estudo completo a fazer-se. Para isso, é necessário tempo, como para estudar todas as coisas".

3) Pelo teor, como dissemos acima; sempre há que se fazer um estudo minucioso do fundo e não da forma - da mesma forma que fazemos com as parábolas e as alegorias utilizadas por Jesus: interpretando seu teor, sua forma, procuramos captar a verdade por traz das palavras.


4) Como explicar essa afirmação: "... não é a resposta que é contraditória, mas a maneira por que é dada"? Abandonando a ideia da forma, procurando o significado do não dito, ou melhor, do dito de modos diferentes, chegamos à verdade, que deve ser a mesma apesar das formas diferentes de se dizer tal conceito. "Longe, porém, não está o dia em que o ensino dos Espíritos será por toda parte uniforme, assim nas minúcias, como nos pontos principais. A missão deles é destruir o erro, mas isso não se pode efetuar senão gradativamente."

5) O desejo de ser única na crença das pessoas, pois tudo o que ela ensina, provindo de Deus ou Jesus, não pode ser posto em cheque já que são seres infalíveis - no caso de se admitir a comunicação entre outros espíritos, alguns dogmas podem ser questionados e até rejeitados, o que não é o que deseja um mistificador em conluio com encarnados dispostos a orgulhosamente se colocarem como donos da verdade, por exemplo.

6) Porque vem nos mostrar que nossos afetos, aqueles a quem a amamos, não morrem e estão ainda ao alcance do nosso amor - isso nos consola e conforta, tornando a saudade amena e saudável. É essa esperança no futuro o que nos mantém na luta das vicissitudes da vida.

7) São espíritos (encarnados ou desencarnados) ainda bastante presos ao presente material - não preocupam-se com o futuro e nem refletem sobre as questões que afligem a maioria das pessoas - de onde se vem, para onde se vai, etc Manoel Philomeno, na sua série, como Manuel bem lembrou, cita assombrado a quantidade de espíritos na erraticidade por longos anos, mas que desconhecem totalmente as paisagens espirituais. Conservam os mesmos preconceitos religiosos, negam a reencarnação e a comunicação com a vida material - são as almas "cegas".

8) Depende. Quanto mais evoluído nas questões morais são os espíritos melhor compreenderão e aceitarão as coisas da vida de reencarnação; se ainda atrasados moralmente, mesmo que com altos conhecimentos intelectuais, o espírito pode permanecer nessa ignorância que poderíamos chamar de zona de conforto.

9) Como experiência - se formos capazes de ver que em tudo, principalmente os erros, há o ensinamento que está intrínseco e, como disse Manuel, "Porém, o erro não é garantia de progresso, pois muitos são os espíritos que se apegam a ele, dando vazão, ainda que temporária, às paixões. Ora, ainda não enxergaram o contraste, ou nas palavras de Jesus, ainda não escolheram a boa parte."