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224g – Homossexualidade - nosso papo 07 com texto

Prezado Walter,

sem dúvida que todas estas questões são muito complexas. E
não restam dúvidas de que o mais destacado na sexualidade
em nossos dias, no que depender da mídia em amplo
sentido, é a vulgarização, o condicionamento do ser humano
como mero objeto.

No entanto, será importante ganhar consciência de que sejamos
homos ou heteros, estamos todos cercados desses
condicinamentos massivos. Por outro lado, o melhor instrumento
de reversão nunca será uma radicalização como se fosse uma
batalha onde o verbal exclusivamente opositivo pudesse
ocasionar as transformações ideais.

Nossas instrumentações precisam ser a da educação e orientação
sensatas. E neste aspecto é que levar o ser humano à
descoberta do Amor é fundamental. Guiado pelo Amor, o ser
humano percebe a importância da construtividade em si
mesmo, com a decorrência de ver no outro o seu próximo
de verdade.

Já em relação ao controle da natalidade, como antigo ativista
da esquerda, terminei por descobrir que nem sempre os
nossos discursos de esquerda espelharam o idealismo
imaginado. Triste, mas é verdade. Sigo esquerda, mas não mais
preso a determinados discursos.

Nesta questão do controle da natalidade, o discurso de
esquerda (muito triste descobrir isso) prendia-se muito mais
ao antigo discurso do quanto pior melhor. Tanto que, na
atualidade, grandes lideranças de esquerda ganharam
consciência disto e percebem que a natalidade descontrolada
é sim um fator de incentivo da miséria. Já diferente a
questão em relação ao aborto, por motivos bem conhecidos
de todos nós.

Enfim, não apenas em relação aos tópicos que temos
comentado, de forma geral é importante que todos
nós possamos ter abertura suficiente para
analisar as questões humanas pelas lentes da
comprensão, do estudo, iluminados pela
inspiração do Amor.

Paz e Luz,
Edson Nunes
---
Prezado Nelson,

concordo totalmente quanto às suas apreciações sobre
a Ciência e ainda vou além: não há mais Ciência de
verdade, porque as pesquisas são feitas
em significativas oportunidasdes, em estreita relação
com o fator rentabilidade financeira.

No entanto, isso é Ciência que se relaciona com o
consumismo ou questões humanas que dependam desse
ou daquele produto até os medicamentos.

E como em tudo há exceção, a área da Ciência indicada
por André Luiz é exatamente uma que não sofre essa
pressão do consumismo - a Psicologia. Ao contrário,
psicoterapias podem ser processos preventivos
de uma série de estados doentios. E hoje é a Psicologia
que traz dados indicadores de que a sexualidade
que realiza não é a objeto, a sexista, é a inspirada
na afeição, no sentimento saudável.

Ah! e não nos prive das suas maravilhosas reflexões.

Paz e Luz,
Edson Nunes
---
Paz e Luz a todos.

termino este tema com imensa emoção, aprendi bastante. Aprendi que antes de mais nada é preciso estudar, estudar muito. Passo a partir de hoje a ver com outros olhos a homossexualidade, antes eu tinha algum respeito mas muitas críticas, hoje respeito com o coração e antes de fazer as críticas vou fazer sempre uma reflexão, elevar o meu pensamento ao plano superior e agradecer por poder compreender a escolha de cada um.

Agradeço imensamente a todos que me ajudaram. Paty que maravilha você e a Cida verem estrelas qdo fazem amor deve ser lindo, sua história me emocionou e contribuiu muito com meu aprendizado. Nelson, continue sim com suas reflexões nos ajudaram tanto e eu também aprendi as coisas mais importante na cozinha do centro é tudo de bom.

Edson, você foi a LUZ do estudo. saio esta semana sabendo que a presênça de DEUS está em todos os lugares e é com respeito e AMOR ao próximo que conseguiremos nossa EVOLUÇÃO.

Manoel, concordo com você, acreditando que devemos sim vencer nossas más tendências. Você também me iluminou.

Obrigada a todos que participaram conosco esta semana.

Beijos a todos.
(Tania)
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Ola a todos.
Contribuindo com o tema, sugiro dois livros muito interessantes, um totalmente dedicado a questao em pauta, e o outro com um capitulo muito elucidativo sobre a mediunidade e homossexualidade. Ambos tratam do assunto com muito respeito.
1) http://www.candeia.com/produto.asp?section=1&id=13925
2) http://www.candeia.com/produto.asp?section=1&id=15281
Paz em nossos coracoes.
Andre
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Um comentário sobre Dr. Eliezer Mendes.

Mas, antes, as melhores vibrações
da Fraternidade - que nos diz André Luiz "ser
o amor que se expande" - para a nossa
querida Tânia.

Sobre o Dr. Eliezer, que foi citado, salvo engano,
pelo nosso prezadíssimo Manuel, e que acabei
deixando sem comentar, quando isso é
da maior importância.

Conheci o Dr. Eliezer em 1975, quando estive em
Salvador ministrando um curso sobre Parapsicologia.

Ficamos muito amigos e passamos a trocar
vivências clínicas, muito estreitas, com resultados
promissores.

Nos entendíamos em tudo, exceto quando à
homossexualidade. Dr. Eliezer acreditava ser possível
a reversão, como algumas de suas obras
relatam. Tivemos de deixar esse ponto recolhido
em nossos entendimentos, até mesmo para que eles
fossem possíveis, desde que ambos tinhamos
posições que sugeriam ser inarredáveis.

Os anos foram passando. Por motivos ligados ao
preconceito, já não mantínhamos o trabalho
clínico, numa expressiva demonstração
do quanto de destrutividade tem o
preconceito.

E eis que em nova
obra, "Personalidade Hiperconsciente",
numa elevada demonstração de humildade,
ali o nosso dileto Dr. Eliezer trazia ao
conhecimento público que o andar dos fatos
fizeram-no alterar o posicionamento em
relação a terapias de reversão da
homossexualidade, relatando até o caso
de um cliente que contabilizava como
"recuperado" da homossexualidade e que
na realidade encontrava-se realizado na sua
orientação sexual gay.

Paz e Luz,
Edson Nunes
---
Olá pessoaal da sala,

Nestes últimos minutos sobre o tema homossexualidade, queria dizer que acompanhei todo o debate e tirei várias dúvidas, confirmei posições e aprendi, muito, mas muito mesmo. Alguns emails vou arquivar como matéria para estudo com a mocidade e com o grupo de evangelizadores do centro ao qual faço parte.
Um grande abraço a todos e obrigado
---
OI PESSOAL

Gostaria de dizer que gostei muito do tema, pude aprender um pouco mais e peguei várias dicas para acrescentar em meu projeto, que falei em outro e-mail, espero que todos tenham aprendido e assimilado e reforço em dizer se vivenciarmos a Doutrina Espírita no que tange ao amor e principalmente a Lei de Igualdade do LE, compreenderemos a diversidade existente no planeta e saberemos o que inclusão,diversidade, respeito e igualdade!!

Um forte abraço a todos e que venham mais estudos!
(Glauber)
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Amigos e amigas, conforme prometido, o texto de André
Luiz, com comentários para contextualização, desde
que a obra "Sexo e Destino" é de 1963.

Homossexualidade segundo André Luiz
.
(E fica uma pergunta: qual o motivo que leva alguns articulistas a apenas recortar, encobrindo todo o relato?).


Antes, uma introdução indispensável.
Lembrar que o texto é de 1963, quando em nenhuma parte do mundo havia movimento gay e em nenhum país a Medicina e a Psicologia também haviam retirado os rótulos de doença ou desvio em relação à homossexualidade.
Também indispensável lembrar que apenas a versão da homossexualidade pela transsexualidade era a única conhecida e comentada, e levantar a lebre sobre as diversas homossexualidades já seria exigir muito. A versão transsexual é aquela na qual o reencarnado sente-se em distonia com seu gênero, provavelmente representando a primeira incursão nas vivências homossexuais.
São os casos que na atualidade já têm até cirurgia de reversão pagas pelo SUS.
Permitam-me, ainda, um apontamento em relação à transsexualidade, algo muito pessoal: defendo e dou apoio a quantos buscam a cirurgia, porque ninguém tem o direito de contrariar decisões do próximo.
No entanto, recomendo cautela, sempre que posso, porque o ato pode encobrir uma necessidade psicológica de amoldamento ao modelo hetero.
Conheço transsexuais plenamente realizados e sem necessidade de cirurgia,
porque se libertaram da pressão social.

E agora vamos ao texto de André Luiz em preto e entre aspas" e aos comentários em vermelho (detalhe que por motivos que fogem ao meu conhecimento não é reproduzido em todas as cópias, o da mudança de cor). De qualquer forma, as aspas servem para distinguir o texto de
André Luiz.

" Vaticinou que a Terra, a pouco e pouco, renovará princípios e conceitos, diretriz e legislação, em matéria de sexo, sob a inspiração da Ciência, que situará o problema das relações sexuais no lugar que lhe é próprio".

Gente! Bastaria que as anotações ficassem restritas a esta informação para que o meio espirita buscasse situar-se melhor diante da homossexualidade, porque a transcrição antecede a resposta do mentor espiritual à pergunta de AL sobre homossexualidade.
E é como uma introdução. Por favor, leiam e releiam e reflitam.
E, por favor, tomem da página 346 da mesma obra e confiram as críticas que são feitas aos comportamentos da Política e da Religião em relação à sexualidade em geral.
À sexualidade em geral, permitam-me repetir. Sim, porque mesmo em relação à heterossexualidade ainda são feitas considerações lamentáveis no nosso meio doutrinário.

"Empenhou-se a repetir que na Crosta Planetária os temas sexuais são levados em conta, na base dos sinais físicos que diferenciam o homem da mulher e vice-versa; no entanto, ponderou que isso não define a realidade integral, porquanto, regendo esses marcos, permanece um Espírito imortal, com idade às vezes multimilenária,
encerrando consigo a soma de experiências complexas, o que obriga a própria Ciência terrena a proclamar, presentemente, que masculinidade e feminilidade totais
são inexistentes na personalidade humana, do ponto de vista psicológico".

E olha André Luiz avançando no tempo, em entrelinhas antevendo o futuro,
quando a chama a atenção para o fato de que não são as linhas morfológicas que definem o sexo.
Aqui, contextualizando, já possibilita, inclusive, focalizar as outras versões da homossexualidade além da transsexualidade: homossexuais exclusivamente passivos,
exclusivamente ativos e não definidos especificamente.

"Homens e mulheres, em espírito, apresentam certa percentagem mais ou menos elevada de característicos viris e feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidades de comportamento íntimo normal para todos, segundo a
conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para o meio social".

Excepcional. A chave de toda a questão!
Ele fala de normal para em seguida deixar claro que tal conceituação foi criada pelas
convenções.
Será que ele precisaria ser mais claro? Ou será que não devemos menosprezar a própria capacidade de atenção?
Tais anotações, aliás, são uma prova inconteste da cristalina mediunidade do Chico, capaz de impedir a interferência dos condicionamentos "religiosos" de uma conhecida expressão nacional sobre a tradicional familia mineira.
Também aqui é possível contextualizar para o entendimento das diversas homossexualidades e não apenas a trans.

"Tendo Neves formulado consulta sobre os homossexuais, Felix demonstrou que inúmeros Espíritos reencarnam em condições inversivas, seja no domínio de lides expiatórias ou em obediência a tarefas específicas que exigem duras disciplinas por parte daqueles que as solicitam ou que as aceitam".

Uma coisa é fazer recortes com leituras preconceituosas do texto de André Luiz. Outra é prestar atenção com olhos de busca. Reparem que ele não coloca a homossexualidade em bloco único. Ele não está dizendo que todos nascem em condições inversivas e sim que "inúmeros". No entanto, mesmo que se queira dar outra leitura a esse destaque, reparem também que abre condições específicas na homossexualidade: "lides expiatórias" e "tarefas específicas que exigem duras disciplinas".
Mas, habitualmente, muitos querem colocar tudo em "lides expiatórias".
E por incrível que pareça, nessa hora de generalização, os heterossexuais que comentam ficam esquecidos de que também são espiritos em provas e resgates. Tranferem isso apenas aos homens e mulheres gays, como se a Terra não fosse um Mundo de Expiações e Provas.
De igual importância lembrar que os apontamentos são de 44 anos atrás, época na qual vivenciar a homossexualidade era de fato rígida disciplina. Havia algum homossexual que se dispunha a ficar público em sua condição?
Apenas os travestis, automaticamente excluídos da sociedade e tidos apenas como marginais naquele tempo. Aliás, os travestis foram os desbravadores sociais da homossexualidade, ainda que muitos, em função da marginalidade que se lhe impuseram, tenham sido levados a situações de grandes desequilíbrios.

"Referiu ainda que homens e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos, como são suscetíveis de retomar o veículo físico na condição de mutililados ou inibidos em certos campos de manifestação, aditando que a alma reencarna nessa ou naquela circunstância para melhorar e aperfeiçoar-se e nunca sob a destinação do mal, o que nos constrange a reconhecer que os delitos sejam quais sejam, em quaisquer posições, correm por nossa conta".

É aqui que muitos generalizam nas interpretações.
Esquecem o que André Luiz escreveu antes, ainda que mesmo aqui ele busque tirar a questão da área específica da homossexualidade para destacar que em qualquer circunstância o ser humano responde por seus atos.

"À vista disso, destacou que nos foros da Justiça Divina, em todos os distritos da Espiritualidade Superior, as personalidades humanas tachadas por anormais são consideradas tão carecentes de proteção quanto as outras que desfrutam a existência garantida pelas regalias da normalidade, segundo a opinião dos homens, observando-se que as faltas cometidas pelas pessoas de psiquismo julgado anormal são examinadas no mesmo critério aplicado às culpas de pessoas tidos por normais, notando-se, ainda, que em muitos casos, os desatinos das pessoas supostas normais são consideravelmente agravados, por menos justificáveis perante acomodações e primazias que usufruem no clima estável da maioria".

Quanta clareza. Só mesmo a existência da força dos condicionamentos leva ao cuidado de acrescentar algo: por exemplo, quantas vezes ele faz questão de falar de supostas normalidades e anormalidades, referindo-se ora aos homossexuais ora aos heteros?
Gente, será que restam dúvidas da posição de André Luiz? Aliás, não dele, mas de um alto missionário que era ouvido na outra Dimensão e que ele apenas transcreveu.

_E à ligeira pergunta que arrisquei sobre preceitos e preconceitos vigentes na Terra no que tange ao assunto, Felix ponderou, respeitoso, que os homens não podem efetivamente alterar, de chofre, as leis morais em que se regem, sob pena de precipitar a humanidade na dissolução, entendendo-se que os Espíritos ainda ignorantes ou animalizados, por enquanto em maioria no seio de todas as nações terrestres, estão invariavelmente decididos a usurpar liberalidades prematuras para converter os valores sublimes do amor em criminalidade e devassidão".

Quanta sabedoria aplicada a um contexto de época.
Voltemos a tomar consciência de que o texto é de 1963.
Ora, o que ficou conhecido como Revolução Sexual teve um ensaio com a vitória da Revolução de 1917 na Rússia, logo abafada por Stalin. Mas a Revolução Sexual ressuscitou no pós-guerra em diversos países, ganhando seu clímax com os Beatles na década de 60.
Não era a hora da legislação humana avançar no terreno da homossexualidade, porque por incrível que pareça e isso a grande maioria nem faz idéia, naquele tempo de reforço da vulgarização da heterossexualidade foram os homossexuais (equilibrados) que deram uma parte de contribuição para a manutenção do sentimento através das artes e do próprio comportamento, sim do próprio comportamento porque viver o afeto no clima de repressão representava algo sacrifical.
A sexualidade tem uma força de pulsão fortíssima. Basta à gente tomar consciência do que ocorre nos dias de hoje com a hetero e a homo, sabendo do que se passa nos ambientes da hetero doentia e da homo idem. Na verdade, o cerceamento à homo foi uma proteção para conservar determinados valores não apenas gerais, mas em especial da própria homo.


"Acrescentou, no entanto, que no mundo porvindouro os irmãos reencarnados, tanto em condições normais quanto em condições julgadas anormais, serão tratados em pé de igualdade, no mesmo nível de dignidade humana, reparando-se as injustiças achacadas, há séculos, contra aqueles que renascem sofrendo particularidades anômalas, porquanto a perseguição e a crueldade com que são batidos pela sociedade humana lhes impedem ou dificultam a execução dos encargos que trazem à existência física, quando não fazem deles criaturas hipócritas, com necessidade de mentir incessantemente para viver, sob o sol que a Bondade Divina acendeu em benefício de todos".

Meus irmãos e irmãos! Esta parte leva-me à emoção.
Ter a consciência de quanto sofrimento já experimentaram os seres homossexuais em passado recente. Quanto amor à tona e quanta repressão e tortura. Lembro quando em 1973, ao promover um Simpósio em São Paulo, específico sobre homossexualidade e já falando como espírita, fui procurado ao final por um velhinho de seus quase 80 anos, alemão radicado no Brasil desde a juventude. Suas palavras, que ficaram para sempre no âmago do meu ser:
"Meu irmão, que Deus o abençoe. Agora, posso morrer tranqüilo e feliz. Passei toda a vida escondido e desprezado como um criminoso. Quantas vezes como resposta ao amor tive o xingamento e a violência. Amor - eu amava e era tido como doente ou pervertido. Graças a Deus que o mundo está mudando". E as lágrimas cobriam-lhe toda a face e iam além dela.

Reparem que a previsão de André Luiz está cumprida em diversos países. Reparem que depois das afirmações de André Luiz, só muito depois a Medicina e a Psicologia mudaram suas conceituações sobre a homossexualidade. Reparem que o movimento pela cidadania gay teve início no Brasil só nove depois de "Sexo e Destino" - e tenho a felicidade de ter sido o iniciador, em 1972, com ato público em BH, no qual falei tendo como base este texto de André Luiz aqui reproduzido.

Que Deus nos abençoe a todos,
Edson Nunes

Conclusão