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190b – Tema: O papel da educação integral como formador de uma sociedade melhor - conclusão

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TEMA: O papel da educação integral como formador de uma sociedade melhor

Período: 20/05 a 27/05



CONCLUSÃO



Desculpem a demora em enviar a conclusão desta semana. Procurei um texto que pudesse dar um pouco mais de entendimento à todos nós e encontrei esta entrevista sobre a educação espírita para crianças.



Considerações Iniciais do Palestrante:

<Oswaldo_Cruz> "Ver no coração infantil o esboço da geração próxima". Assim, André Luiz inicia suas considerações sobre a infância no livro "Conduta Espírita". Entendemos a infância como sendo período fértil para a assimilação de valores os mais diversos. Nossa responsabilidade como pais, educadores e participantes da comunidade, de maneira geral, deve ser voltada ao aproveitamento dessa facilidade de assimilação, para a construção de um mundo melhor.

Observando nossas crianças, percebemos o quanto estão carentes de bons exemplos; o quanto aproveitam o que lhes é oferecido, sem que tenham chance de se defender. O quanto confiamos às emissoras de TV e seus personagens a apresentação de valores que, evidentemente, não condizem com aquilo que entendemos ser um padrão aceitável de

comportamento. Trabalhando com crianças há alguns anos, percebemos o quanto a omissão de muitos vem contribuindo para o cultivo de uma sociedade ainda injusta e tão cheia de "esquecidos". É nossa responsabilidade, como cristãos, trabalhar intensamente para que o Reino de Deus chegue a cada coração, através de uma ativa participação no meio em que vivemos, principalmente junto de nossas crianças. É um terreno muito fértil e que precisa ser urgentemente trabalhado.

Perguntas/Respostas:

<[Moderador]> [01] <bic0> Como é visto o uso de alguma "energia" para a educação de nossos filhos. A palmada é permitida ou nossos pais erraram flagrantemente?

<Oswaldo_Cruz> Uma das bases do trabalho de Pestalozzi era a de que "o amor é o eterno fundamento da educação". Entendemos que o relacionamento entre pais e filhos deve ser embasado no amor, capaz de suprir as deficiências de ambos. Observamos, também, o resultado da educação oferecida por pais que nunca utilizaram os recursos da "palmada", e constatamos o sucesso dessas experiências. Ora, sendo nós espíritas, nada mais justificável que utilizemos os recursos excelentes que o Espiritismo nos oferece para educarmos nossas crianças. Estaremos, então, contribuindo para uma sociedade justa, equilibrada em que as relações baseiem-se no princípio do amor.

<[Moderador]> [02] <lflavio> Qual a importância da educação espirita para a formação da sociedade?

<Oswaldo_Cruz> A educação, por definição, constitui-se na base da formação de uma sociedade saudável. Na mesma obra acima citada, "Conduta Espírita", o autor menciona que "Orientação da Infância, profilaxia do futuro".

<[Moderador]> [03] <tcla> Uma criança possui mediunidade ostensiva? Qual seria o melhor procedimento de um evangelizador percebendo isso?

<Oswaldo_Cruz> Em “O Livro dos Médiuns”, somos alertados para o inconveniente do desenvolvimento da faculdade mediúnica nas crianças. Kardec alerta que devemos evitar tal prática, dada a sensibilidade das crianças e a fragilidade de seus organismos. É feita uma ressalva, entretanto, quanto à eclosão natural da mediunidade, caso em que deve ser cuidadosamente avaliada. De nossa parte, entendemos ser a Evangelização Infantil o recurso adequado para a grande maioria desses casos, considerando, principalmente, o objetivo principal da mediunidade para nós. Entendemos aqui não a manifestação de espíritos tão somente, mas como sendo parte de um conjunto que objetiva a educação do espírito encarnado. Recomendamos sempre que a direção do Centro Espírita seja consultada nesses casos.

<[Moderador]> [04] <Cristiane Nakasuga> Como os pais devem agir com o filho, quando nele sente a inclinação para jogos de azar? Como pode, mesmo a criança freqüentando a evangelização, compreendendo de maneira surpreendente os ensinamentos, ter dificuldade em aplicá-las no dia-adia?

<Oswaldo_Cruz> A melhor atitude, além, naturalmente, da conversa franca sobre o assunto, é demonstrar utilizando sempre o princípio da caridade, o quanto os vícios de maneira geral vem contribuindo para o desajuste social. E observem que, infelizmente, sempre há exemplos em volta que podem servir para ilustrar o fato. Mas a caridade precisa estar presente quando fizermos isso. Além disso, convém que o Evangelizador seja informado para que este aja da forma mais discreta possível.

<[Moderador]> [05] <Lu-JF> Eu queria saber qual a visão do Oswaldo sobre a evangelização infanto-juvenil. Como, na visão dele, deve ser o evangelizador/educador espírita?

<Oswaldo_Cruz> Entendo a evangelização infanto-juvenil como sendo a melhor contribuição que pode ser oferecida ao espírito encarnado em seu processo evolutivo. O evangelizador infanto-juvenil/educador espírita precisa conscientizar-se de sua importância nesse processo, que tem orientação dos Espíritos Maiores, e deve manter-se atualizado, visando dar sua melhor contribuição ao trabalho. Mais importante ainda do que a atualização pedagógica/técnica" é o sentimento de amor que deve animá-lo na realização das atividades da evangelização espírita infanto-juvenil. Entretanto, ainda deve "estar no mundo, sem ser do mundo", convivendo com a sociedade em que vive, vivificando aos que o cercam com sua alegria de viver.

<[Moderador]> [06] <tcla> Há inúmeros casos de crianças que despertam a sexualidade ainda muito novas. Trazem essas idéias como fixas e, na maioria das vezes, são motivos de repulsa e indignação. Na infância, nos diz a Doutrina, as lembranças são, algumas vezes, resgatadas das colônias em que estavam antes da reencarnação. Como explicar tais comportamentos e como proceder diante de crianças como essas?

<Oswaldo_Cruz> Somos todos, sem exceção, o conjunto do que construímos ao longo de séculos incontáveis. Sabemos, como espíritas, que aprendemos tanto encarnados como desencarnados e que, ao desencarnarmos ou reencarnarmos, não mudamos o que somos. Nosso aprendizado, embasado na vivência, fará com que construamos um novo jeito de ser. Quando a criança manifesta qualquer tendência, devemos enxergar o espírito imortal que há nela, apresentando-se, mostrando-se como é. O preconceito ou atitudes intempestivas, ao invés de contribuir para seu processo educativo - e esse é o objetivo da reencarnação -, apenas podem inibir a manifestação "natural" e aquilo que foi observado vai deixar de sê-lo, porque simplesmente passou a ser feito escondido. Os pais precisam então, conscientes de seu papel como educadores, e comprometidos com aquele espírito que ali está, iniciar intenso trabalho educativo com base no amor, levando a criança a desenvolver outros potenciais, minimizando, assim, a eclosão de algo que somente deveria ter surgido a posteriori. É trabalho delicado, mas que entendemos não ser algo que não possa ser levado a termo por aqueles que se propuseram a receber um espírito em seu lar, como seu filho.

<[Moderador]> [07] <Lu-JF> Como tratar o jovem espírita com tendências homossexuais e preocupado entre o ser espírita e ter essa tendência? E que está sentindo dentro de si a impossibilidade de promover qualquer trabalho no Espiritismo por conta disso?

<Oswaldo_Cruz> Deve ser tratado com a maior naturalidade e amor, sem nenhum tipo de discriminação. Deve ser envolvido de tal forma que perceba que tem condições de contribuir para o trabalho. A Doutrina Espírita não proíbe absolutamente nada e todos os espíritos encarnados têm condições de contribuir na grande obra de transformação da humanidade, sendo até mesmo os maiores beneficiários.

<[Moderador]> [08] <lflavio> Educação Espirita é só no Centro Espirita?

<Oswaldo_Cruz> Não. O processo deve ocorrer em toda a parte, principalmente em casa. O trabalho no Centro Espírita deve ser um complemento ao que deve ser desenvolvido pelos pais/responsáveis. Ocorre, entretanto, que muitas vezes a Evangelização oferecida pelo Centro Espírita é a única fonte de educação que a criança recebe. E aí, vamos aproveitar todos os momentos em que a criança estiver conosco para realizar o trabalho, sem desperdícios de tempo.

<[Moderador]> [09] <Lu-JF> Qual o papel da psicologia, pedagodia para a evangelização espírita?

<Oswaldo_Cruz> Oferecem embasamento técnico ao trabalho realizado pelos evangelizadores. Cada evangelizador deve sempre participar de treinamentos oferecidos no próprio movimento espírita, que objetivam darlhe recursos para melhor desenvolver suas atividades.

<[Moderador]> [10] <lflavio> Como contrabalançar os modelos oferecidos pela televisão com os necessários ao desenvolvimento moral das crianças?

<Oswaldo_Cruz> Na verdade, deveríamos filtrar o que nossas crianças vêem e ouvem, impedindo que, sensíveis como são, fiquem expostas a modelos distorcidos que não contribuem para o seu crescimento espiritual. Ainda que esteja na moda.

<[Moderador]> [11] <Lu-JF> Como tratar a criança difícil em salinha da evangelização?

<Oswaldo_Cruz> Com todo amor e carinho, exercitando a paciência e a tolerância, pois ela é a maior e principal necessitada do grupo. É a cota diária do Evangelizador no exercício do bem.

<[Moderador]> [12] <tcla> Em que currículo se baseiam os Centros Espíritas para elaborarem os planos da Evangelização Infantil? Como são montados esses currículos? Existe um que seja a nível nacional?

<Oswaldo_Cruz> Esses programas podem ser adaptados à realidade local de cada Centro Espírita e são elaborados a partir das experiências de pessoas com profundas ligações com a Evangelização da Infância.



Muita paz a todos!



Equipe Educar - CVDEE
Ivair, Márcio, Rosane, Lu e Fúlvia

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Conclusão