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080c - Tema: Casamento e Adultério - Texto 1

A Vocação para o Casamento Rodolfo Calligaris Indubitavelmente, a felicidade é a aspiração primeira do ser humano. Ninguém jamais deixou de procurá-la, sonhando tê-la como nume tutelar desua existência. Alguns esperam consegui-la cedendo à inclinação que os impele para a dignidade sacerdotal ou religiosa, mantendo-se, castamente, no celibato. Mas são poucos. Constituem a exceção. A esmagadora maioria espera encontrá-la mesmo é no casamento. Natural que seja assim, pois é propósito da sabedoria divina que o homem e a mulher, sendo um, complemento do outro, se unam intimamente para alcançarem a plenitude da vida. Tal o sentido das Escrituras, quando preceituam: <br>Deixará o homem o seu pai e a sua mãe, unir-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne.<br> (Gen., 2:24). Conquanto seja unânime a expectativa da felicidade no casamento, várias são as razões que levam as criaturas a contraí-lo. Por isso, enquanto uns colhem, na vida conjugal, farta messe de alegrias, prazeres e bem-estar, outros, ao contrário, só encontram nela angústias, frustrações e sofrimentos. É que para formar um lar tranqüilo e feliz não basta que os cônjuges se tenham unido por necessidade de amor e companheirismo, pelo anseio de dar-se inteiramente a alguém ou pelo desejo de possuir um lar e filhos, razões estas que oferecem as maiores probabilidades de sucesso nas relações do casal. O casamento é algo muito complexo e seu êxito depende de uma série de fatores, alguns dos quais serão focalizados mais adiante. Em seu entusiasmo fácil, muitos jovens o encaram com exagerado otimismo, acreditando-se aptos para superar todo e qualquer obstáculo que ameace a concretização de suas fagueiras esperanças. Não se dão conta de que a união de dois seres, criados e educados, quase sempre, em famílias, escolas, níveis sociais e lugares diferentes, requererá de ambos uma reformulação permanente de costumes, interesses, opiniões e sentimentos, sem o que acabará, como tantas, em desencanto e fracasso. Que dizer-se, então, dos que se casam por conveniência ou vanglória? Por pressão dos familiares, que desejam vê-los assentes na vida? Para não precisarem comer em restaurantes e terem alguém que lhes cuide das roupas, vendo no casamento apenas o melhor jeito de resolverem tais problemas domésticos? Ou, o que é mais freqüente no lado feminino, apenas para fugirem ao estigma de solteironas? Por dificuldades de relacionamento com os pais ou irmãos? Para não lhe serem <br>pesadas<br>, economicamente? Para se livrarem de empregos ou trabalhos espinhosos? O casamento forçado, ou seja, aquele em que o homem é compelido a desposar uma moça por havê-la engravidado, conta, igualmente, com escassas possibilidades de alcançar resultado satisfatório. Quando duas pessoas são obrigadas a se unirem apenas por não terem podido resistir a uma violenta impulsão biológica, não raro vêm a separar-se logo em seguida e, se continuam juntas, mal se suportam, nutrindo, ambas, um amargo ressentimento e a sensação de terem sido logradas. No homem, principalmente, este ressentimento costuma ser acompanhado de franca hostilidade àquela que o acorrentou ao seu destino, criando-se, assim, um péssimo ambiente para o filho, cujo futuro será bastante comprometido. Sabendo-se, como se sabe, que a felicidade conjugal depende de que marido e mulher fusionem harmoniosamente suas personalidades, tornando-se como que uma só pessoa, parece evidente que, naquelas uniões em que o coração não intervenha será bem mais difícil possam eles estabelecer uma base estável e sadia que lhes permita enfrentarem, juntos, as vicissitudes da existência sem conflitos. Desde, porém, que ambos estejam dispostos a envidar todos os esforços necessários à colimação desse objetivo, será possível que o consigam. Não se tem visto tantos casais, sinceramente enamorados um do outro, que começaram a união conjugal às mil maravilhas e depois vieram a separar-se por insanável desentendimento? Em contraposição, não se conhece, também, inúmeros matrimônios inconseqüentes que, malgrado os prognósticos desfavoráveis, acabaram dando certo, sendo muito bem sucedidos? A razão é que cada casamento será, sempre, qual os esposos o façam. <br>A natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado.<br> (Allan Kardec, <br>O Livros dos Espíritos<br>, q. 938) <br>O casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se encontra entre todos os povos, se bem que em condições diversas. Abolir o casamento seria regredir à infância da Humanidade e colocar o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes.<br> (Allan Kardec, <br>O Livro dos Espíritos<br>, q. 696). <br>Não te esqueças de que casar-se é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges na vida permutada, de coração para coração, na qual o casamento se lança sempre para o Mais Alto, em plenitude de amor eterno.<br> (Francisco Cândido Xavier, Emmanuel, <br>Na Era do Espírito<br>, cap.11). (De <br>A Vida em Família<br>)(retirado de : http://www.espirito.org.br/portal/artigos/calligaris/a-vocacao-para-o-casamento.html)