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032a – Tema: Escolha de Escolas - conversa sobre

Olá Lu, Ivair e quem mais estiver por aí!
:))
É a minha primeira participação nesta sala e não sei
se devo responder em forma de texto ou
resposta/questionário. Vamos lá...
Quando temos condições (financeiras, de oferta,
etc...) podemos escolher de acordo com as nossas
preferências confessionais e deixar a critério da
direção da escola vigiar o que acontece em sala de
aula. Porém esta não é a situação em que a maioria
de nós brasileiros nos encontramos.
Por este Brasilzão, freqüentemente a única opção é
matricular nossos filhos em escolas públicas, onde
não é permitido que a orientação religiosa tome
cores de religiões. Ou, muito comum.. restam-nos as
escolas católicas, onde a aula de religião é
catequese, afinal cada um repassa aquilo em que
acredita.
Entretanto, creio que a escolha da escola nem é tão
fundamental quanto o acompanhamento bem de perto por
parte dos pais, pois entendo que como ainda somos
falhos, inclusive os professores, o acompanhamento
da família só acrescentará aos esforços da escola.
Se nos preocupamos com o conteúdo de história,
geografia, matemática, língua portuguesa, ciências,
etc, quanto maior a importância da postura de fé,
que é repassada, não só na aula de formação humana
( ou religião), mas também e principalmente na forma
como agem os mestres e como eles lidam com os
problemas do dia-a-dia na escola. Vale lembrar que
se optamos por matricular nossos filhos em escola
pública, a Legislação brasileira nos permite buscar
recursos para que nossos filhos não assistam a uma
possível aula de religião fundamentada em confissão
religiosa diferente da nossa.
Abraços fraternos,
Nuves (e não é pseudônimo, é nome mesmo) :))
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Olá a todos,
Eu quero reforçar o e-mail do Nuves (gostei da
originalidade do nome), principalmente no que diz
respeito ao ensino religioso em si.
Infelizmente, a grande maioria das escolas ainda não
estão preparadas para uma educação voltada à
religiosidade, se prendendo a uma ou outra religião
especificamente e adotando a postura salvacionista de
crer que aquela é a verdade fundamental, sem a qual a
criatura não poderá ser salva.
Em termos pedagógicos, confundem aprendizagem com
reprodução do conhecimento e insistem nas velhas
fórmulas catequéticas.
Infelizmente, a Doutrina Espírita também não está
inteiramente livre disto, reflexo de um paradigma
decadente ainda adotado não apenas nas nossas
instituições de ensino, mas em muitos outros setores
da sociedade.
Um exemplo: Já vi por muitas vezes em centros
espíritas os evangelizadores se preocuparem em incutir
nas crianças aquela definição formal de Deus:
"inteligência suprema, causa primeira de todas as
coisas", e encherem o peito ao mostrarem uma criança
que repetia o conceito com todas as letras.
Ao invés de reprodução do conhecimento, cada vez mais,
a educação deve (e está caminhando para isso) se
preparar para formar valores e permitir a construção
do conhecimento a partir da realidade da criança.
Para tal, o enfoque na religiosidade e não em uma ou
outra religião. Ao invés de estudarmos apenas o
cristianismo, por que não estudarmos como cristãos,
judeus e islâmicos enxergam Deus? Ou quais as virtudes
mais defendidas por diferentes religiões? Porque não
então focar nas virtudes, na análise da diferença com
que as religiões encaram diversos assuntos (sem
menosprezo de nenhuma religião), na diversidade
cultural. Isso pode servir para aulas de geografia e
história, por exemplo.
Como sugestão de livros que falam mais sobre isso:
"A Viagem de Théo", de Catherine Clément, da CIA das
Letras (o livro é uma versão mundo de sofia com
relação às religiões - o personagem principal, tbem um
jovem embarca em uma viagem pelas religiões. A
conclusão do livro é fantástica!!)
"Educação para a Nova Era", de Maria Luiza Pontes
Cardoso, Summus Editorial (o livro tem um grande
enfoque na educação para a paz)

Se ainda não temos opções de escolas com esse nível de
transdisciplinaridade, a escolha, penso eu, se baseará
mais em o quanto a escola adota a postura de ensinar
para a vivência das virtudes contidas na religião, do
que em qual religião a escola adota.
No meu colegial estudei em uma escola de freiras.
Lembro-me muito bem de atividades muito bem elaboradas
de pesquisa sobre outras religiões e de elaboração de
preces individuais e coletivas, cujo resultados foram
mais marcantes do que o resto do tempo de oração de
fórmulas repetidas.
Lucas
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Prezados amigos,

O problema de escolha de uma escola com esducação religiosa adequada é muito complexa. A minha experiência tem demonstrado que a questão fundamental não é apenas educação religiosa e sim a Educação. O que temos assitido ao longo dos anos é um processo de destruição da educação através da vulgarização das disciplinas que concorrem para a formação intelectual das pessoas. Disciplinas como História, Geografia, Filosofia, Literatura e outras tem se resumido, com a complascêcnia dos órgãos governamentais ligados a Educação, a um punhado de datas e eventos que nada concorrem para o crescimento moral dos estudantes. A educação religiosa, juntamente com outras deficiências como educação ambiental, educação sexual não podem prescindir de uma educação formal adequada com disciplinas ministradas descentemente para formar cidadãos críticos. Se esistissem escolas com disciplinas para a formação intelectual e não apenas as instrumentais como Matemática, Química, Física etc, que tem concorrido para formar mão de obra barata para as multinacinais, não teríamos a necessidade de procurarmos "esparadrapos" para as feridas educaionais a que estão submetidos nossos filhos. Assim, penso que a procura de escolas deva ter como orientação principal, a educação formal adequada. Aquelas que deem aos nossos filhos, a capacidade de dicernimento, a visão crítica sobre a sociedade e a identificação de seu papel como ser social e aí estariam embutidos os conceitos sobre religião, meio ambiente, sexo, moral, ética etc.. São raras realmente, mas existem.

Um grande abraço

ALBERTO
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01) De que forma escolhermos a escola de nossos filhos?
Tenho 2 filhos. O Mauricio tem 15 anos e está no 1º ano do ensino médio. A Raquel tem 12 e está na 6ª série.
O curso pré escolar eles fizeram na escola em que trabalho. Trata-se de uma escola Municipal de educação infantil.
Quando o menino atingiu a idade para a primeira série, começamos a procurar uma escola onde ele fosse bem atendido. Aqui em Santos tem algumas boas escolas. Eu queria uma escola organizada que pudesse ajudar-me na formação global das crianças e não somente que visasse a formação intelectual. Depois de muito andar optamos por uma e é onde eles estão até hoje. Não é uma escola religiosa, mas depois de alguns anos vim a saber que os donos e diretores da escola são espíritas, mas a escola não tem tendências religiosas apesar de incentivar nas crianças a solidariedade, caridade, amor ao próximo... etc...

02) Colocá-los em escolas de outras religiões nos é difícil?
A maioria das minhas amigas têm seus filhos no Sâo José. Excelente escola aqui em Santos. Ela foi uma das que visitamos. Optei por não coloca-los lá, pois eles têm aulas de religião com provas, notas, e tudo o que se exige das demais disciplinas... seria difícil um menino de 7 anos se colocar frente aos professores e colegas dizendo-se não ser batizado durante uma aula cujo tema fosse esse. Concordam?
Por esse motivo e por outros, optei por não coloca-lo lá.

03) De que forma avaliar a melhor escolha?
Em primeiro lugar, conversar com amigos com filhos estudantes... separar as que não dá para pagar (a maioria são caríssimas).
Visitar a escola e conversar com a coordenadora pedagógica e também com a orientadora educacional (essas duas profissionais estarão sempre em contato com a criança e são responsáveis pelo bom andameto da escola).
Se a criança vai comer na escola, não devemos deixar de visitar a cozinha (limpeza, organização, aparência das merendeiras...).
Quanto tempo a criança tem de recreio? Terá aulas recreativas? Artes? Teatro?

(essa visita deve ser acompanhada pelo futuro estudante que deverá também fazer parte da escolha...)

04) Devemos nos preocupar com uma escolha que recaia em que haja uma formação moral adequada, mesmo que a religião seja outra?
Sim... uma escola que nos ajude na educação da nossa criança. A escola deve ter uma postura semelhante à nossa.

05) De que forma vcs entendem a questão?
Não entendi essa pergunta... se for quanto a secolha da escola, entendo ser da maior importância pois nossos "tesouros" são espiritos confiados a nós e devemos ajudá-los nessa fase importante da encarnação. Eles precisam estar seguros que estudam numa boa escola e que lá eles vão para se aprimorarem. Precisam dar o devido valor aos professores e aos demais funcionários da escola que trabalham para o bem estar deles.

O importante é estarmos confiantes na escola que escolhemos, os filhos felizes e seguros.
Estejamos atentos e prontos a ir à escola não só em dias de reunião mas sempre que for necessário. Uma visitinha de vez em quando, uma conversa com um diretor ou com a coordenadora para saber como vai nosso filho, e se problemas não forem resolvidos adequadamente: mudamos de escola.

Um abraço
Sandra
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Sandra,

Entendo perfeitamente seu dilema. Sofri isto durante todos os anos em que meus filhos peregrinaram por escolas aqui em S.Carlos. Eu e minha esposa, ficamos conhecidos pois sempre trouxemos as questões educacionais em rédias curtas e com especial atenção nas imposições religiosas.
O que posso te passar desta experiência é que entre as escolas confessionais, existe um gradiente de rigidez ortodoxa. Existem as radicais e as mais complascentes com outras crenças. O que sempre nos preocupou em relação a elas foi a questão de discriminação em relação aos meus filhos pois sempre fizemos questão de que a formação religiosa deles fosse decidida por eles quando assim desejassem. Eram portanto agnósticos e não admitiríamos quisquer formas ou mesmo insinuações discriminatórias.
Pasme minha amiga. Os piores problemas tivemos quando eles frenquentaram a escola pública. Lá tiveram o pior ensino e a maior discriminação. Eram "estranhos no ninho". Embora sempre fossem solidários, companheiros, e acima de tudo , sem falsa modéstia, educados, as discriminações começavam pelos próprios docentes.
Onde não tivemos problemas e, muito pelo contrário, o maior incentivo e respeito pelas posições que expressavam, foi numa escola Luterana em Porto Alegre quando lá vivemos por dois anos. Foi o melhor ensino que tiveram durante toda a vida deles.
Portanto minha amiga, te sugiro que mesmo com nossas consepções espíritas, não haja com preconceito em relação as possibilidades de deformação nos conceitos religiosos de seus filhos. Diria até que você confie na capcadidade crítica de seus filhos desde que isto não venha a se constituir num conflito litigioso com a escola.
Como o espiritismo é uma doutrina científica, filosófica e religiosa, use as características científicas para exercitar em teus filhos e em você os ensinamentos que só o espiritismo pode proporcionar, aprendendo um pouco sobre as consepções de outras doutrinas.
Espero ter te ajudado.

Um grande abraço

ALBERTO
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Boa noite todos!
Esse assunto e muito importante. Na cidade onde moro, ha uma escola espirita - Instituto Educacional Allan Kardec - na qual tenho a oportunidade de acompanhar alguns passos do ensino atraves de um amigo (professor de la) e de um "afilhadinho (filho desse meu amigo que esta agora com tres aninhos). A filosofia, nessa escola, e priorizar os ensinamentos basicos do Cristo - amar, respeitar e dividir, desssa forma a parte moral e bastante trabalhada. Concordo com essa forma de trabalho, pois se nao soubermos respeitar o proximo e dividir com ele, nao evoluiremos. E esta pratica so e possivel quando se tem o amor no coracao.

Desculpem pela falta dos acentos, meu teclado esta com "problemas.

Fiquem com Deus,
Valeria (Juiz de Fora-MG)

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Olá.
Como estou em minha primeira participação no CVDEE, felicito a todos pela
iluminada idéia de um site tão importante para troca de idéias e
conhecimento.
Tenho dois filhos pequenos, que já se encontram matriculados na escola, e
desde cedo observo a dificuldade em encontrar bons ambientes para o
desenvolvimento dos mesmo extra-casa ( e creio que atualmente estão bem
assistidos), principalmente se observar que a religiosidade é um estado
infinitamente superior à religião propriamente dita, pois é um estado de
espírito.
Religião vem de RELIGARE, ou seja, religar, neste caso, religar a Deus,
sendo um caminho que possamos nos aproximar do criador, seja através dos
rituais da religiões africanas, da simbologia e sacramentos da igreja
católica, dos ensinamentos e tratamentos nas casas espíritas e até nas
gritarias e palmas dos neo-pentecostais e outras - processos que fazem
aproximar de Deus.
Por isso, não creio que seja definitivamente papel das escolas o papel do
ensino religioso, mas sim da religiosidade, que pode ser despartada desde
cedo nos nossos filhos, através de campanhas e prática de caridade,
ecologia, pouca importância às competições individuais e maior
responsabilidade social, etc. Nosso filhos precisam ver o mundo como ele é,
injusto e desigual, a cada ano que passa, mas de uma maneira em que eles
poderão fazer a diferença no futuro, e a religião como meio e não o fim.
Não deleguemos às escolas ensinos religiosos, pois assim tenderemos ao
sectarismo no futuro, cada vez maior em nossa sociedade, e que em certos
países tendem ao uso da força. Com o caminho dos nossos irmãos evangélicos
em nosso país, através do domínio dos meios de comunicação e agora da
política, como estará os não-evangélicos daqui a trinta anos ?
Lembro me de Jonh Lennon - Como seria ótimo o mundo sem religiões, não é ?
Não creio que ele se referisse ao ateísmo, mas no pleno estado de
religiosidade de todos. - Mas como somos ainda sectários pensamos: Tudo bem,
desde que todos professassem os preceitos da minha, não é?
Os conceitos mudaram, o mundo mudou, bastante. O romantismo do passado deu
lugar ao ambiente competitivo que nossos filhos estão sujeitos desde já - e
cabe a nós apenas encontrar uma escola que os ensinem a cultivar a
religiosidade, bem como todos os ambientes que frequentam, e deixar aos
mesmos a escolha de sua religião quando assim quiserem.
Salvo aqui os casos de exceção, onde encontramos um pequeno irmão que
precise de um mais forte combate às mais tendências ou desregramentos, desde
jovem, havendo necessidade de ensino religioso mais direto, a ser feito nos
Centros Espíritas.
Cuidemos de nossos filhos, antes que outros os adotem.
Assim, agradeço pela atenção e desculpo-me desde já se me fiz
mal-interpretado.
Paz! E que nossas evangelizações possam ser mais dinâmicas ao passar idéias
e não conceitos !
Leandro - Rio de janeiro.

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Conclusão