O Livro dos Espíritos
179 - Expiação e arrependimento (2a. parte)
997. Vêem-se Espíritos, de notória inferioridade, acessíveis aos bons sentimentos e sensíveis às preces que por eles se fazem. Como se explica que outros Espíritos, que devêramos supor mais esclarecidos, revelam um endurecimento e um cinismo, dos quais coisa alguma consegue triunfar?
<br>A prece só tem efeito sobre o Espírito que se arrepende. Com relação aos que, impelidos pelo orgulho, se revoltam contra Deus e persistem nos seus desvarios, chegando mesmo a exagerá-los, como o fazem alguns desgraçados Espíritos, a prece nada pode e nada poderá, senão no dia em que um clarão de arrependimento se produza neles.<br> (664)
Não se deve perder de vista que o Espírito não se transforma subitamente, após a morte do corpo. Se viveu vida condenável, é porque era imperfeito. Ora, a morte não o torna imediatamente perfeito. Pode, pois, persistir em seus erros, em suas falsas opiniões, em seus preconceitos, até que se haja esclarecido pelo estudo, pela reflexão e pelo sofrimento.
998. A expiação se cumpre no estado corporal ou no estado espiritual?
<br>A expiação se cumpre durante a existência corporal, mediante as provas a que o Espírito se acha submetido e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais, inerentes ao estado de inferioridade do Espírito.<br>
999. Basta o arrependimento durante a vida para que as faltas do Espírito se apaguem e ele ache graça diante de Deus?
<br>O arrependimento concorre para a melhoria do Espírito, mas ele tem que expiar o seu passado.<br>
a) - Se, diante disto, um criminoso dissesse que, cumprindo-lhe, em todo caso, expiar o seu passado, nenhuma necessidade tem de se arrepender, que é o que daí lhe resultaria?
<br>Tornar-se mais longa e mais penosa a sua expiação, desde que ele se torne obstinado no mal.<br>
1000. Já desde esta vida poderemos ir resgatando as nossas faltas?
<br>Sim, reparando-as. Mas, não creiais que as resgateis mediante algumas privações pueris, ou distribuindo em esmolas o que possuirdes, depois que morrerdes, quando de nada mais precisais. Deus não dá valor a um arrependimento estéril, sempre fácil e que apenas custa o esforço de bater no peito. A perda de um dedo mínimo, quando se esteja prestando um serviço, apaga mais faltas do que o suplício da carne suportado durante anos, com objetivo exclusivamente pessoal. (726)
<br>Só por meio do bem se repara o mal e a reparação nenhum mérito apresenta, se não atinge o homem nem no seu orgulho, nem no seus interesses materiais.
<br>De que serve, para sua justificação, que restitua, depois de morrer, os bens mal adquiridos, quando se lhe tornaram inúteis e deles tirou todo o proveito?
<br>De que lhe serve privar-se de alguns gozos fúteis, de algumas superfluidades, se permanece integral o dano que causou a outrem?
<br>De que lhe serve, finalmente, humilhar-se diante de Deus, se, perante os homens, conserva o seu orgulho?<br> (720-721)
1001. Nenhum mérito haverá em assegurarmos, para depois de nossa morte, emprego útil aos bens que possuímos?
<br>Nenhum mérito não é o termo. Isso sempre é melhor do que nada. A desgraça, porém, é que aquele, que só depois de morto dá, é quase sempre mais egoísta do que generoso. Quer ter o fruto do bem, sem o trabalho de praticá-lo. Duplo proveito tira aquele que, em vida se priva de alguma coisa; o mérito do sacrifício e o prazer de ver felizes os que lhe devem a felicidade. Mas, lá está o egoísmo a dizer-lhe: O que dás tiras aos teus gozos; e, como o egoísmo fala mais alto do que o desinteresse e a caridade, o homem guarda o que possui, pretextando suas necessidades pessoais e as exigências da sua posição!
Ah! Lastimai aquele que desconhece o prazer de dar; acha-se verdadeiramente privado de um dos mais puros e suaves gozos. Submetendo-o à prova da riqueza, tão escorregadia e perigosa para o seu futuro, houve Deus por bem conceder-lhe, como compensação, a ventura da generosidade, de já neste mundo pode gozar.<br> (814)
1002. Que deve fazer aquele que, em artigo de morte, reconhece suas faltas, quando já não tem tempo de as reparar? Basta-lhe nesse caso arrepender-se?
<br>O arrependimento lhe apressa a reabilitação, mas não o absolve. Diante dele não se desdobra o futuro, que jamais se lhe tranca?<br>
QUESTÕES INICIAIS PARA O ESTUDO:
01) Como e de que forma é o efeito da Prece?
02) Como e de que forma é realizada a expiação?
03) Podemos agir para diminuir ou evitar a expiação?De que forma? Justificar.
Conclusão
01) Como e de que forma é o efeito da Prece?
A prece traça fronteiras vibratórias.
A prece nada mais é do que estar com o seu pensamento ligado ao plano espiritual. Não precisa de formalidades, um breve lampejo de ligação, uma simples mensagem de carinho, como fazemos a todos os momentos com nossos familiares e amigos, é o suficiente para nos ligar ao plano de luz.Considerando que, qualquer manifestação de amor com seu semelhante, seja uma ligação com a espiritualidade, estaremos orando quando emitimos um carinho até que seja em pensamento para nossos irmãos de caminhada, esteja ele encarnado ou desencarnado.
Além da fronteira vibratória, ela nos predispõe a uma mudança de hábito, pois ao nos colocarmos em prece, buscamos uma posição mais elevada, possibilitando entrever nossos erros e buscar a melhor forma de reparação. Assim o que enfraquece os nossos sentidos são os nossos arraigados sentimentos inferiores , que se retiram, mesmo que momentaneamente, ante a prece, possibilitando, então, o auxílio e o refazimento de nossas forças.Mas, em contrapartida, é necessário a mudança real em relaçao aos enraizados sentidos inferiores; sem esta mudança não há como a fronteira vibratória atingir àqueles que se fixam nesses sentimentos inferiores ou rebeldia à Lei Divina.
A irradiação resultante do intercâmbio que se dá pela prece é extensa e pode envolver a todos: sejam eles nossos conhecidos ou não. Tanto que temos as reuniões para irradiações , nas quais os participantes sequer tomam conhecimento para quem estão emitindo suas vibrações; o mesmo acontece nas preces, podemos emitir fluidos benéficos para quem quer que seja, independetemente do conhecimento que se tenha desse ou daquele Espírito, lembrando, no entanto, que o efeito obedece à causa; ou seja, a prece somente terá seu efeito na medida em que aquele que a recebe esteja predisposto a ela, do contrário serão deixados à sua própria obra, a fim de que aprendam consigo mesmos. Poderemos aliviá-los, mas nunca libertá-los.
02) Como e de que forma é realizada a expiação?
Dizem os Espíritos: ###A expiação se cumpre durante a existência corporal, mediante as provas a que o Espírito se acha submetido e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais, inerentes ao estado de inferioridade do Espírito.###
Assim, a expiação se realiza através da reencarnação, posto que através dela o Espírito tem oportunidade de fazer e refazer , esquecendo todo o mal e acrescentando o bem às suas próprias aquisições, num contínuo e frequente aprimoramento.
03) Podemos agir para diminuir ou evitar a expiação?De que forma? Justificar.
Sim, resgatando nossas faltas e equívocos desde já. Joanna de Ângelis, in Estudos Espíritas, bem responde à questão:
###Seja qual for a situação em que te encontres, agradece a Deus a atual conjuntura expiatória ou provacional, utilizando-se do tempo com sabedoria e discernimento, de modo a construíres o futuro, desde que o presente se te afigure afligente ou doloroso.
O que hoje possuis vem de ontem, podendo edificar para o amanhã, através do uso que faças das faculdades ao teu alcance.
Qualquer corpo, mesmo quando mutilado ou limitado, assinalado por enfermidade ultrizes e rigorosas, constitui concessão superior que a todos cabe zelar e cultivar, desdobrando recursos e entesourando aquisições, mediante os quais poderá planar logo mais nas Regiões Felizes, livre dos retornos dolorosos e recomeços difíceis.###
Encerramos este estudo deixando uma reflexão:
### Se compreendêssemos realmente o valor da prece, não nos desencantaríamos tão frequentemente com ela.
E não teríamos também tantas pessoas que cultivam a prece em aflição por seus resultados.
A prece é via de comunicação com o criador, nos ensinada magistralmente por Jesus, Nosso Mestre.
Na prece, devemos encontrar reconforto, tranquilidade e paz, inobstante os nossos problemas, e não a solução mágica dos mesmos.
Muito menos devemos pedir a satisfação de nossos desejos e caprichos.
Já nos perguntamos a respeito do que devemos pedir em nossas preces?
O que Jesus pedia em suas preces?
Se analisarmos o Pai Nosso, a oração que Jesus nos ensinou, veremos que Jesus Louva, Agradece, e Pede.
E é sobre as petições de Jesus que iremos refletir agora.
###O pão nosso de cada dia nos dai hoje###
Jesus não pede mais que o pão, o pão do dia.
Ensina-nos assim a não pedir mais do que o necessário.
É assim que fazemos?
E que pão pedimos? Será que pedimos somente o pão do corpo ou também o pão do espírito, ainda mais necessário?
###perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido###
Com a rogativa do perdão das ofensas, Jesus nos ensina que a cada prece é preciso fazer um balanço de nossas atitudes para com Deus e para com o próximo, apurando o nosso passo na caminhada evolutiva.
É assim que procedemos?
###e não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal###
Como vemos, as rogativas de Jesus são sobretudo de natureza espiritual, pedindo ao corpo somente a posse do necessário.
Porque a saúde do corpo é uma extensão da saúde da alma, e a contabilidade econômica não conta para a imortalidade se não for o reflexo do trabalho no bem.
###E tu, como pedes###?
(Rafaielo - #Espiritismo_Vibração)